Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 40
Capítulo Trinta e nove - Imprevisíveis


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo da Primeira temporada!
Boa Leitura! ♥



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A porta se abriu.
          Natsumin involuntariamente puxou sua perna para si, assim que Castiel voltou do banheiro com uma pinça na mão. Ele havia visto o ferimento em seu pé, em seguida se certificou de que para retirar o vidro, precisaria de algo mais... afiado.
          Natsumin tinha ficado novamente sozinha no quarto de guitarras, enquanto ele procurava por este estranho objeto no banheiro. Ela mal pôde sair da cama. Além de haver vários cacos de vidro no chão, ela não conseguia entender as atitudes de Castiel. Se ele não tinha nada com ela, porque se importava tanto? Ele não tinha obrigação de indaga-la sobre Alexy, até porque ele não tinha nada a ver com isso!
          Mas, não foi preciso dizer que ela o esperou voltar por muito tempo. Em poucos minutos o ruivo já estava no quarto. E com uma pinça prateada na mão.
          Natsumin arregalou os olhos, olhando para a mão de Castiel, em seguida para o rosto do ruivo. Ele dava um sorriso de canto, sem mostrar os dentes. Seu cenho estava franzido e um olhar mais irônico do que aquele era impossível.   
          — Preparada? — Castiel indagou aproximando-se dela. — Porque eu sempre estou.
          Natsumin mordia o lábio inferior, enquanto Castiel subia na cama – sofá, ao seu lado. O ruivo puxou sua perna direita, deitando-a em seu colo e Natsumin preferiu não resistir por enquanto.  Sabia que se resistisse, os dois acabariam brigando. E hoje, ela estava bem demais para estragar tudo com uma briguinha estúpida com Castiel.
          Castiel sorriu.
          Natsumin levantou o rosto, observando-o sorrir. Ela nem havia reparado que mordia o lábio inferior. Seus olhos azuis pareceram cristais naquele momento. Brilhavam como um par de diamantes lapidados com ternura. Natsumin não podia admitir, mas, de certa forma, sentia-se feliz ao vê-lo sorrir. Castiel nunca fora a pessoa mais simpática e transparente da Terra. Ele era sim um Diamante Bruto. E ela tinha certeza disso a cada vez que olhava para ele, a cada dia que passava ao lado dele. Ela era obrigada a conviver com aquele ruivo por causa de uma aposta idiota que havia feito sem pensar. Mas... Naquele momento, a aposta não lhe pareceu tão idiota assim.
          Castiel desmanchou o sorriso. Não queria parecer um babaca sorrindo para ela daquela maneira. Na verdade, não queria ao menos sorrir. O que diabos estava acontecendo com ele, droga!
          Mas era impossível, imprevisível. Castiel sabia que quando estava com Natsumin precisava ser imprevisível. Ela sempre o impressionava com suas atitudes. Ele devia impressioná-la também. Não por querer, é claro, mas... por simplesmente ser ter de ser assim.
          Ele passou a mão pela crista rubra, em seguida direcionou a pinça ao pé de Natsumin.
          — Fique quieta. — ordenou, assim que a menina, por reflexo, puxou um pouco a perna para trás.
          Castiel encostou a pinça na pele clara de Natsumin, em seguida fechou-a delicadamente na pequena ponta do caco de vidro transparente que atravessa a pele da menina. Ele pressionou os lábios, formando uma linha retilínea e ligeiramente fechou os olhos, a fim de concentrar as órbitas negras no vidro.
          Natsumin sentiu um gemido prender-se à sua garganta. Ela não se daria ao luxo de ser uma menininha fraca que chora e geme por tudo. Ela prendeu o grito e seu peito vibrou, guardando o gemido baixo. Ela fechou os olhos quando a pinça encostou em sua pele e...
          — Você é uma garotinha mesmo. — Castiel murmurou, observando a expressão de Natsumin, que pressionava os dentes de cima sobre o lábio inferior, fazendo um pouco de sangue escorrer. Castiel passou o polegar pelo queixo dela, em seguida focalizou as órbitas negras nas azuis de Natsumin. — Não sabia que gostava tanto assim de sangue, Natsumin.
          — O que você quer, Castiel? — Natsumin indagou, desconfiada, afastando o rosto do polegar dele, que acariciava sua pele. — Está estranho.
          — O que eu quero? — Castiel abriu o sorriso de coiote faminto, aproximando-se dela. Natsumin foi se afastando, ainda sobre a cama, enquanto o ruivo engatinhava sobre a mesma, o peito nu virado para baixo tinha os músculos tensionados. Ele empurrou Natsumin para trás, fazendo com que a garota caísse deitada na cama-sofá, em seguida, posicionou o corpo em cima do dela.
          Natsumin podia sentir o coração saltar pela boca. Castiel sorriu novamente, aproximando os lábios dos dela. Natsumin arregalou as órbitas azuis. Ele ia beijá-la? Ele ia beijá-la! Não, não, não, não, ele só podia estar querendo jogar com ela, ele queria brincar com ela. Mas Natsumin sabia muito bem que não se afetaria, não sentia nada por ele.
          Castiel roçou o nariz no de Natsumin. O ruivo nunca admitiria para ninguém o que estava se passando com ele naquele momento.  Pela primeira vez, nem mesmo ele sabia o que estava fazendo. Seu coração havia disparado de repente, ele queria entender o motivo. Mas, tudo em que sua cabeça conseguia pensar era em Natsumin deitada na cama — e abaixo dele ainda por cima. Ele sentiu o cheiro daquela pele macia, de um banho recém tomado, em seguida, foi abaixando os lábios para alcançar os dela.
          Mas Castiel sabia que não podia fazer aquilo. Natsumin era um perigo para ele. Ele nunca admitiria o que havia sentido naquele momento. Desejo, desejo... Droga! Aquilo só podia ser desejo! Nada mais!   
          Ele deslizou os lábios pelas bochechas dela, traçando um caminho até sua orelha.
          — Quero apenas ver sua reação. — ele saiu de cima de Natsumin, sentando-se na cama, ao lado dela.
          Natsumin levantou o tronco, sentando-se também na cama. Ela simplesmente não podia acreditar. Ela queria mata-lo, mata-lo! Ela não conseguia decifrar, não conseguia lapidar aquele Diamante Bruto. Ela tinha vontade de...               
          Castiel segurou a mão dela. Seus olhos negros estavam sérios demais, apresar da brincadeira sem graça que ele havia acabado de fazer.
          — Não vai responder à minha pergunta? — Castiel indagou, mais sério do que nunca.
          — Q-que pergunta? — Natsumin olhou para a mão dele que segurava a sua, em seguida para seus olhos.
          — Sobre o estranho de cabelo azul. — o ruivo respondeu.
          — Ele não é estranho, Castiel. — Natsumin retirou a mão da dele e uma aura negra pareceu atingir Castiel. — E só vou te responder se responder a minha pergunta primeiro. 
          O ruivo não podia acreditar. Será que Natsumin estava tendo algo com aquele garoto de roupas ridículas?                               
          — Não. — ele respondeu de pronto.
          — Não vai responder? — Natsumin indagou, impaciente.
          — Além de cega, é surda? — Castiel indagou, arrogante.
          — O que há com você? — Natsumin indagou, sorrindo, disposta a jogar o mesmo jogo que ele. — Por um acaso está com ciúmes, é?
          Castiel trincou os dentes. Seus olhos negros pareceram se tornar opacos. Ele fechou o punho e Natsumin pôde ver que estava nervoso. Natsumin só não imaginava que ele fosse levar a brincadeira tão a sério.
          — Deixe de ser idiota, garota! — ele gritou, levantando-se da cama-sofá. — Por que diabos eu ficaria com ciúme de você?
          — Tirou as palavras da minha boca. — Natsumin também se levantou, desviando os pés dos cacos de vidro, que ainda estavam no chão.
          — Pois saiba que está muito errada. — ele se inclinou na direção dela e seus rostos ficaram novamente muito próximos.
          — Então não vai ter problemas ao responder a minha pergunta. — Natsumin jogou, sentindo-se bem ao virar o jogo.
          — Ótimo. — Foi tudo o que ele falou.
          — Ótimo? — ela levantou uma sobrancelha, desconfiada. Havia finalmente vencido o ruivo em seu próprio jogo de ironias?
          — É. Faça a pergunta. — ele disse, arrogante, dando de ombros e saindo do quarto de Guitarras.
          Natsumin seguiu-o, tomando cuidado novamente para não pisar nos cacos. Quando finalmente o alcançou, a menina pôs a mão no ombro nu do ruivo, sentindo a pele dele por debaixo da sua, ligeiramente se arrepiar.
          Castiel permaneceu de costas, esperando.
           — A música que tocava durante esses dias.... — Natsumin começou, incomodando-se um pouco com o fato de Castiel não olhá-la enquanto ela falava. Então, a menina contornou o ruivo, posicionando-se à sua frente. — Era sua? Quero dizer, foi você quem compôs?
           — Sim. — ele respondeu frio. — Está satisfeita agora?
           — É linda. — Natsumin sorriu, olhando novamente para Castiel.
           — Responda a minha. — Castiel pediu. Suas expressões estavam rudes, ele sequer sorria.
           — Alexy é só meu amigo. — Natsumin disse de pronto. — Satisfeito agora? — ela indagou, percebendo que estava novamente jogando o jogo dele.
           Castiel deu um sorriso de canto de rosto. Em seguida, inclinou-se na direção de Natsumin. — Vá dormir. — ele sussurrou no ouvido dela. — Não é mais hora para uma garotinha estar fora da cama. — ele se afastou.
           — Nem garotinhos. — Natsumin pôs-se na ponta dos pés, a fim de alcançar o ouvido dele, onde sussurrou as palavras, apoiando uma das mãos na curvatura da clavícula do rapaz. Ela estava novamente jogando o jogo dele, mas sem forçar. Estava deixando, aos poucos, a Natsumin rebelde aparecer depois de tantos anos.
           Nem mesmo Ambre com toda a sua malícia havia despertado a Natsumin rebelde. Apenas Castiel o fazia, aos poucos com seu sarcasmo apreciável...     
           Castiel impressionou-se com a aproximação repentina de Natsumin. Enquanto ela sussurrava as palavras em seu ouvido, os lábios dela roçavam em sua orelha. Natsumin estava tão diferente. Bem menos retraída, fechava. Era como se ela estivesse soltando aos poucos uma Natsumin que Castiel não conhecia. Que ninguém conhecia. Nem mesmo o babaca do Armin e seu irmão colorido. Castiel não queria admitir, mas aquilo provocava nele um desejo diferente, como se...
           Como se Natsumin estivesse cedendo.
           Antes que a menina pudesse encostar os dois pés inteiramente no chão, Castiel passou a mão por seu maxilar, puxando o rosto da menina para si. Involuntariamente, o ruivo implantou os lábios no canto da boca de Natsumin.
           Natsumin sequer teve tempo de pensar. Quando menos esperava, Castiel estava puxando seu rosto para ele. Ela sentiu um forte aperto no peito. Ela fechou os olhos, sentindo os lábios do ruivo tocarem o canto de sua boca, próximo à maçã do rosto. Ele pressionou-os ali, em seguida, arrastou os lábios por sua pele, até o lóbulo de sua orelha.
           — Vá dormir, Natsumin. — ele finalmente falou e tirou a mão de seu rosto, dando de ombros e trancando-se em seu quarto.


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Notas finais do capítulo

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