Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 38
Capítulo Trinta e sete - Posso te chamar de amigo?


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! ♥



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— Natsuminnnnnnnn!
           A menina virou-se lentamente, em seguida, sorriu. Sentia falta de ouvir aquela voz, de ver aquele sorriso. As coisas estavam mudando tanto ultimamente. Natsumin havia mudado. Ela não era mais a pessoa que pensava ser quando entrou em Sweet Amoris. Natsumin sentia-se ainda mais madura e fria. Sentia-se pior. Como se o tempo que ela estava passando com Castiel apenas a ajudasse a piorar tudo o que ela tinha de ruim.
           Alexy abriu os braços longos, envolvendo-os com força ao redor de Natsumin. Natsumin acomodou-se neles, sentindo o aperto amigo, o abraço sincero que tanto ansiou silenciosamente por dias. Armin a havia consolado no dia, mas não da maneira que ela sabia que precisava. Armin queria amá-la de um jeito diferente. De uma maneira que ela não podia aceitar.
           — É melhor você já saber que eu não tenho nada a ver com o que quer que tenha acontecido com você e Armin, ouviu? — Alexy abriu seu sorriso largo, afastando-se doa braço de Natsumin.
           — Tudo bem. — Natsumin sorriu.
           — Ohhhhh! Eu te amo, Natsumin! — Alexy abraçou-a novamente, dessa vez tirando os pés da menina do chão.
           Natsumin estatizou, não sabia o que falar. Ouvir aquilo pela primeira vez depois do que aconteceu com os pais... Aquilo não parecia certo. As suas palavras ficaram presas na boa e o corpo, tenso.
           — Acho que um “eu também” não seria tão ruim. — Alexy sorriu, passando a mão por trás da nuca. — Bem, não seria bem o que eu gostaria de ouvir, mas é melhor do que esse silêncio assustador! — ele sorria.
           Natsumin sequer conseguia sorrir.
           — Bom, quer escrever? — Alexy brincou, não entendendo a reação da garota.
           — Senti... Sua falta. — Natsumin soltou, sentindo um alívio no peito.
           Alexy não se chateou. Pelo contrário, passou a amá-la ainda mais. Ele havia amado aquele jeito quieto dela desde o início. Havia amado o sorriso tímido dela, a atitude, a personalidade dela. É claro, era um amor diferente, de amigos. Natsumin não era... bem... o tipo dele. E ele nem ousaria furar o olho do irmão. Armin o mataria com aquela coleção de espadas de Star-Wars.
           — Ufa! — Alexy sorriu para a menina. — Pensei que você dizer ah, Alexy não quero dizer nada. Assim você me mata, mulher!
           Natsumin sorriu e...           
           — Kim! — Natsumin observou a garota correndo em direção ao ginásio. 
           — Kim? — Alexy entortou o nariz, fazendo uma cara engraçada.
           — Eu preciso fazer algo, Alexy. — Natsumin praguejou baixo, sem querer, Alexy a havia atrapalhado. — Depois a gente se fala! — ela começou a correr, seguindo Kim.
           — Nada disso! — Alexy gritava, correndo atrás de Natsumin. Agora eu nunca mais vou te deixar sozinha!
           Natsumin parou de correr. Armin deve ter comentado com ele sobre o que aconteceu. Não só o beijo, mas também, sobre Ambre e Viktor e... as fotos.
           — Você sabe? — A menina engoliu em seco. 
           — De...Tudinho. — Alexy dizia, ofegante, enquanto se apoiava nos joelhos para respirar. — Nunca mais me faça correr assim.
           — Obrigada. — Natsumin sorriu, em seguida virou de ombros. Precisava ir atrás de Kim. Não tinha amis tanto tempo como antes.
           — Eeeeei! — Alexy começou a correr também. — estamos juntos nessa!
           Natsumin parou novamente.
           — Embora.... a... Kim... me... dê... medo...às... vezes...eu... gosto... dela. — Natsumin riu da maneira como Alexy falava, ofegante.         
           — Tudo bem, então. Pode vir, Alexy. — Natsumin abriu um sorriso tão largo quanto dele. Ela não falaria, mas, de certa forma também o amava. Mas, não precisava dizer. Ele parecia já saber disso. 
           — Eu ia assim mesmo! — Alexy sorriu e os dois correram para o Ginásio.
           — Kim! — Natsumin gritou, observando a menina entrar no vestiário.
           — Você... ainda... vai .... me ... matar. — Alexy disse, sorrindo, respirando fundo. — Como... tem... tanto.. .fôlego?
           Natsumin sorriu. Em seguida, correu para o refeitório. 
                                                         ***     
           — Oi, Kim. — Natsumin foi se aproximando vagarosamente assim que viu a silhueta de Kim sentado no banco de mármore dentro de um dos boxes do vestiário. Natsumin lembrou-se imediatamente do que havia passado ali com Castiel, mas logo dissipou esses pensamentos.
           — Sai daqui, novata. Isso não é da sua conta.
           Natsumin assentiu com a cabeça e não falou mais nada. Sabia como era querer ficar sozinha, se isolar dos outros. Mas, também sabia que, mesmo quando as pessoas querem ficar sozinhas, no fundo, apenas precisam de um abraço. Um abraço amigo.
           Natsumin ouviu Alexy se aproximando aos poucos com a expressão séria. Kim levantou os belos olhos verdes para ele e Natsumin pôde ver lágrimas grossas prenderem-se na curvatura dos olhos dela. A menina franziu o cenho e preparou-se para gritar com Alexy, mas Natsumin Pôs a mão em cima da dela, em um gesto de reconforto que a fez se calar antes mesmo de pronunciar uma palavra sequer. 
            — Não quis ouvir os boatos. — Natsumin foi sincera. — E também não quero saber de nada.
            — Que você não queria contar. — Alexy completou, dando um sorrisinho safado para Natsumin, que apontou para Kim com o olhar, mostrando que aquela não era hora para brincar. Alexy entendeu o recado e sorriu, ajoelhando-se ao lado de Kim.               
            — Cara, guris, vocês nem me conhecem... — Kim começou a falar, mas não conseguiu terminar. Sua garganta estava presa de tanto chorar.
            — Não precisa ser durona o tempo todo, Kim. — Alexy afirmou, colocando a mão em cima da de Natsumin, que ainda reconfortava a menina. — Uma hora acaba quebrando! Por isso, tem que ser mole e cremoso, como Yogurt! — ele sorriu e Natsumin não o reprovou. Pelo contrário, sorriu para ele. Alexy havia conseguido arrancar um sorriso de Kim.   
            — Você é estanho, guri. — Kim disse, olhando para Alexy.
            — É o que me dizem. — ele respondeu, sorrindo.
            — Você também guria. — Kim pegou a mão que estava livre e apoiou em cima da de Alexy, que estava em cima da de Natsumin. A garota sorriu, piscando os olhos azuis. Fazia muito tempo desde a última vez em que ela realmente se sentiu amiga de alguém. — Mas até que são legais.   
            — A gente soube do que... — Natsumin preferiu deixar Alexy falar, assentindo para ele com a cabeça, enquanto Kim observava o chão aos seus pés.
            — A gente acabou sabendo do que está acontecendo. — Alexy confessou de uma vez. — Mas eu juro que ninguém procurou saber.
            — Droga, guri. Quem está espalhando essa droga?
            Natsumin sabia, mas calou-se. Não queria se passar por leva e trás.
            — A gente não sabe, Kim. — Alexy foi sincero. Ele realmente não sabia. Tudo o que na verdade ele tinha certeza, era de que todo mundo já estava sabendo.
            — Mas a gente pode te ajudar, Kim. — Natsumin pronunciou, baixo.
            — Como assim, guria, tá louca? — Kim indagou, desacreditada.
            — Você conversa com Dajan e, enquanto isso, Alexy e eu podemos espalhar boatos novos.
            Alexy abriu um sorriso largo.  Ele entendia muito bem esse tipo de coisa.
            — Essa é a minha garota! — ele pôs a mão no ombro de Natsumin.           
            — Calma aí. — Kim estava perdida. — Como assim?
            — A gente vai arrumar um jeito de trazer Dajan para cá. Para ele vir falar com você. — Natsumin estava se empolgando demais, gostava da sensação que sentia quando estava ajudando alguém. Ela costumava fazer muito isso quando era rebelde. Planos como aquele não eram nada para os que ela tinha antigamente. — Depois, Alexy e eu espalharemos que o romance de vocês dois era apenas uma fachada para impedir que outras escolas soubessem da ida de Dajan para a escola de basquete e tentassem persuadi-lo a ir para outro lugar, que ele não quisesse.
            — Guria! — Kim arregalou os olhos. — Ninguém esperaria que uma ideia assim viesse de você. Justo da novata quietinha e estranha que não falava com ninguém.
            — Além de mim e Armin. — Alexy completou, sorrindo.
            — Devo levar como um elogio? — Natsumin indagou e sorriu.
            — Se bem que você também está bem próxima do ruivo.... — Alexy parecia falar sozinho.
            — Alexy! — Natsumin sorriu, empurrando o ombro dele para trás.     
            — O que foi? — ele sorriu, arrancando novamente um tímido riso de Kim.
            — Não sei o que dizer. — Kim confessou e Alexy e Natsumin prenderam a atenção na menina.       
            — Acho que obrigada já está bom! — Alexy sorriu, um pouco temeroso da reação de Kim. Ele não havia mentido quando disse que tinha medo dela. 
            Natsumin sorriu para os dois.
            — Fique aqui, Kim. — Natsumin pediu, em seguida, levantou-se. — A gente já volta.
            Alexy piscou para Kim e saiu, logo atrás de Natsumin.
           Kim sorria sozinha, enquanto esfregava os braços, com um pouco de frio. Ela estava se sentindo uma idiota por parecer tão boba, rindo à toa daquela maneira. Mas, a verdade era que ela nunca havia se sentido assim. Nunca soube o que era amigos de verdade. Na hora em que se precisava de verdade.
           Ela deixou a cabeça tombar para trás, no mármore branco da parede. Em seguida, suspirou, tentando esconder a ansiedade que estava sentindo. Queria ver Dajan. Depois de tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

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