Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 33
Capítulo Trinta e dois - E Então a Terra volta ao seu eixo


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! ♥



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O peito de Castiel arfava de ódio e dor. Não dor emocional, dor física. Suas costas, suas pernas, sua cabeça... Ele estava sentindo muita dor. Seus olhos negros pousaram na figura de Natsumin e ela estava... Ela estava beijando Armin. Droga! Aquilo não podia estar acontecendo. Ele podia ver os olhos de Natsumin brilharem com as lágrimas, podia ver as mãos de Armin tocarem o rosto dela... Aquelas mãos sujas que só pegavam em videogames. Armin era um moleque. Natsumin merecia coisa melhor. Ahhh, Droga, porque ele estava pensando nisso?
           Castiel sentiu o ódio toma-lo enquanto e nenhuma aposta o seguraria dessa vez. Mas, ele tinha que reconhecer que não estava cem por cento e não queria se passar por um idiota ciumento que ele não era. Não tina necessidade de ter ciúmes e não estava com ciúmes.
            Castiel pensa em gritar o nome dela, afinal ele estava ali por ela, mas não conseguiu. Ele sabia que não valeria a pena. Armin estava lá e ele podia apostar que foi o viciadinho quem fez aquilo com ele. Se bem que... Não. Armin era um fracote, não teria essa força. Castiel queria matar quem quer que seja que tenha feito isso com ele.
            Ele observava Natsumin corresponder ao beijo do viciado, mas ela não parecia feliz com a presença dele. Ah não importa! Ela estava correspondendo ao beijo!
            Os olhos de Natsumin abriram. Ele percebeu que lágrimas caíam dele, ela estava magoada.  Ele percebeu que ela o viu. Castiel não pensou em nada além de sumir dali.
                                                      ***
            Natsumin levantou-se rapidamente, empurrando o corpo de Armin para se distanciar dele.
            — O que houve? — Armin olhou-a com os olhos arregalados, seu coração disparava, seu peito doía com a rejeição.
            Natsumin ainda tinha os olhos arregalados quando observou o corpo do ruivo desaparecer pelos corredores. Estava perdida. Era como se Armin não estivesse ali.
           — Aonde você vai? — Armin indagou, segurando a mão dela.
           Natsumin observou-o com a expressão dócil, em seguida enxugou uma lágrima que caía do rosto vermelho de tanto chorar.
           — Preciso ir para casa. — ela finalmente respondeu.
           Natsumin sabia que não devia nada a Castiel. Não tinha que ficar dando explicações ao ruivo, mas se ele estava ainda ali, naquele horário, era porque queria fazer alfo. Ela só se perguntava se era em relação a ela.
           A menina correu como nunca havia corrido na vida, deixando para trás Armin, que continuou sentado, sem entender nada.
                                                     ***       
           Castiel passou como um raio pelo corredor extenso, dirigindo-se rapidamente ao pátio. O céu estava escuro, domado pelas nuvens carregadas. Ele nem mesmo havia percebido que chovia tanto. Pois é. Castiel pensou consigo. Aquele só podia ser seu dia de sorte.
           Ele cruzou os braços sobre a camisa preta de mangas curtas. Em seguida, enfrentou a chuva.
                                                      ***
            Natsumin passou tão rápido pelos corredores vazios, que sequer se deu conta de que já estava no pátio. Ela olhou para os lados, mas não havia um sinal sequer do ruivo.  Uma chuva grossa e em grande quantidade, caía de forma violenta, trazendo consigo um vento forte. Natsumin tirava o cabelo que grudava no rosto molhado e era jogado para frente com a ventania. O portão de Sweet Amoris foi violentamente fechado. Ela arquejou, com o susto e voltou os olhos azuis para lá. 
            Cabelos rubros como sangue eram jogados contra o vento.
            — Castiel! — ela gritou, tentando conter o nervosismo. Seu peito doía, carregado pelo ódio e mágoa e, ainda, por algo que ela não conseguia explicar sobre Castiel. Por que ela estava se sentindo daquela maneira?     
            Natsumin abriu o portão com rispidez e passou por ele rapidamente. Ela correu, tentando alcançar o ruivo, que andava rapidamente, enfrentando a tempestade sem temor.   
            Natsumin conseguiu alcançar Castiel, visto que o ruivo não corria. Ela respirava rapidamente e o ruivo parecia não se importar com sua presença.
            — Castiel. — ela chamou-o por trás. Sua voz era calma e baixa.
           Castiel continuou a andar.
            — Espera, Castiel, me escuta! — Natsumin ainda tinha os olhos vermelhos de tanto chorar. Ela correu e parou na frente do ruivo, abrindo os dois braços nas laterais, para impedi-lo de passar. — Por favor, me escuta. — ela repetiu.
           — Escutar o que? — Castiel finalmente falou com a voz rude. — Eu não tenho nada com a sua vida, garota.
           — O que foi isso? — Natsumin franziu cenho, observando um corte no canto da boca de Castiel, sem se importar muito  com a agressividade no comentário dele.
            — Não é da sua conta. — o ruivo contornou a garota, continuando a caminhar. Natsumin correu e pôs-se novamente à frente dele.
            — O que você estava fazendo lá, Castiel? Por que está reagindo assim?
            — Não interessa. — sua expressão atingiu um tom ainda mais obscuro, se possível.
            — Castiel...— Natsumin passou a mão pelo rosto, limpando a água da chuva, que caía violentamente. Castiel parecia ainda mais bonito. Seu corpo forte estava sendo marcado pela blusa molhada, o cabelo ruivo estava mais escuro, atingindo um tom quase negro. Natsumin piscou os olhos azuis, observando os belos olhos negros dele, olhos hipnotizantes. Ela tinha que admitir que Castiel era absurdamente bonito. Mas também, era tudo o que ela precisava evitar. Não, ela não estava gostando dele, não podia estar. Não queria. Mas, ainda assim, havia uma pergunta que não saía de sua cabeça.
            — Você ficou com... Ciúme? — Natsumin indagou.
            Castiel levantou o rosto, olhando-a profundamente nos olhos.           
            — Nada a ver! — Castiel agora gritava, jogando para trás o cabelo molhado que caía sobre o rosto. — Você está maluca?
            — Eu estava brincando, Castiel! — Natsumin assumiu um tom de voz mais alto, mas não chegava a gritar. Ela tentava aliviar a tensão do momento, mas parecia praticamente impossível.
            — Pois eu não estou! — Castiel parecia cada vez mais sério, continuando a andar. Natsumin o seguia, procurando ouvi-lo, mas o ruivo não estava a fim de falar nada. Tudo o que ele esperava era chegar em casa e dormir.
            — Eu sinto muito, Castiel. — Natsumin disse, sem saber o motivo de estar dizendo aquilo. Ela não tinha feito nada! Não tinha culpa!
            — Cala a boca, Natsumin, não vê que não me importo? 
            — Pois eu me importo! — ela disse, retirando a jaqueta molhada que pesava em seu corpo. — Eu me importo porque você é meu amigo.
            Castiel ruborizou e Natsumin sentiu um aperto no peito ao ter percebido aquilo.
            — Por que não vai para casa do seu amiguinho colorido, Natsumin? Não é a primeira vez que ficam aos beijos, não é mesmo? — Castiel tinha tanta raiva que não conseguiu conter as palavras. Ele sabia que havia se entregado.
            — Você viu.  — Natsumin parou de andar e segurou o braço dele para que ele parasse também.
            Castiel ficou calado.
            — C-como você viu? — Natsumin parecia nervosa. Era impossível. Ele não podia ter visto. Ela estava na casa de Armin quando eles se beijaram pela primeira vez. Castiel não podia... Ela se lembrou de que foi Castiel quem a deixou em casa nesse dia. Sim. Era possível.   
            — Não se deve beijar alguém praticamente no meio da rua quando não se quer ser visto. — Castiel agora assumia um tom sarcástico.
            Natsumin arregalou os olhos. — Eu não o beijei!
            — Não interessa, Natsumin, isso não me importa! — o ruivo ainda tinha um tom sarcástico. — Você sequer faz o meu tipo.
            Natsumin arqueou as sobrancelhas. Não entendia o motivo, mas, de certa forma, havia sido atingida por aquele comentário. Ela piscou os olhos, negando para si mesmo que havia se sentido atingida. Ela também não se importava com ele. 
            — Ah eu não faço o seu tipo? — Natsumin indagou.
            — Não. — eles continuaram a andar e agora já se viam em frente à casa dele.
            — Tá certo, então não faço mesmo o seu tipo!
            — Não. Realmente não faz.
            — E quem faz então, Castiel? Só todas as garotas do colégio? — agora, o tom sarcástico era dela.
            — E por que isso te importaria? — ele a segurou pelo pulso, trazendo-a para mais perto. — Eu já desconfiava que você não conseguia viver sem mim.
            Natsumin sentiu um aperto no peito. Mas não era ciúme. Era ódio.                   
            — Você está errado. — agora ela atingia o tom sério.
             — Escuta, Natsumin, porque você não vai atrás do seu amiguinho colorido? — Castiel indagou, ainda com o sarcasmo na ponta da língua.
            — Talvez eu devesse mesmo. — ela o repeliu.
            — Ótimo. Pois então vá. — ele disse. — Está sendo insuportável te ouvir.
            Natsumin sentiu um aperto no peito.
            — O que?! Eu vim aqui para ver se você estava bem!— Natsumin retrucou.
            — Eu não te pedi nada. — Castiel parecia ter se esquecido da raiva que sentia. — E que motivos eu teria para não estar bem?
            — Eu te odeio, Castiel! — ela gritou.
            — Ótimo. — O ruivo retrucou. — Agora a Terra volta ao seu eixo.           
            Natsumin olhou com o olhar pesado e escurecido. Seu rosto estava molhado e o cabelo e as roupas ensopadas. Por baixo da jaqueta pesada, ela usava apenas uma regata preta e shorts jeans. Seus tênis converse estavam, destruídos e imundos.
            Natsumin virou a esquina, correndo, procurando perder o ruivo de vista. Ela não sabia o que sentir, o que fazer. Ela não iria atrás de Armin, não saberia sequer o que falar para ele. Não voltaria para casa, sua tia acabaria sabendo o que aconteceu e ela tinha que se passar por forte e não pela fraca que ela estava se sentindo agora.     
            Natsumin respirou fundo, deixando o corpo molhado cair sobre a calçada inundada pela chuva. Ela esperou, observando a janela da casa de Castiel. A última luz foi acesa.
            Quando ela se preparou para correr para a casa dele, o ruivo abriu a janela e Natsumin jogou-se atrás de um arbusto. Ainda desconfiado, Castiel fechou a janela e desligou a luz do quarto. Nessa noite, ele dormiria no quarto de Guitarras. O quarto em que Natsumin dormia. E agora, ele não sabia se voltaria a dormir. Castiel fechou os olhos negros, imaginando Natsumin chegando à casa de Armin naquele estado. Molhada, nervosa. E o viciado a dá um abraço apertado e a beija novamente... Castiel jogou longe o travesseiro que estava às suas costas. Droga! Por que não parava de pensar nela!?           
             A garota observou a janela e só saiu de trás do arbusto quando pôde se certificar de que o ruivo já tinha ido dormir. Ela dirigiu-se à porta da casa dele, mas seu orgulho não a deixou bater e pedir ajuda ao ruivo. Ela sentou-se de frente para a porta da frente. Estava cansada, seu corpo doía, sua cabeça latejava. Ela não conseguia esquecer as fotos, o rosto de Castiel, o beijo de Armin, a traição de Cathy... Era tudo tão confuso e complicado. 
             Ela se encolheu em volta do próprio corpo. Acima de sua cabeça e da porta, havia uma cobertura que a protegia da chuva, mas não do frio. Ela respirou fundo, sentindo lágrimas quentes escorrerem de seus olhos. Agora estava sozinha. Poderia chorar até o amanhecer. Justo ela que tentou ser tão forte durante todo esse tempo. Justo ela que era uma perfeita marionete que escondia os sentimentos... Agora, desabava na calçada sozinha e com frio, na chuva. Natsumin fechou os olhos e adormeceu.


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Notas finais do capítulo

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