Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 22
Capítulo Vinte e um - Dançando nas Chamas


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo à John Mayer. Meu ídolo como cantor, compositor e guitarrista.
Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550248/chapter/22


     
          — É a sua vez, Natsumin! — Kentin sorria, com os olhos verdes brilhantes encontrando os olhos azuis de Natsumin. Pelo menos disso ele tinha certeza que era uma parte dela que ele nunca esqueceu. Natsumin sempre foi apaixonada por música. Chegou até a fugir e...
         E agora se encontrava aqui. Sem conseguir o sucesso que sempre sonhou. Ele só não entendia o motivo.
         Natsumin estava sentada entre Kim e Iris, que sorriam enquanto a empurravam para frente, para se levantar.
         — Não quero. — ela deu um sorriso fraco, com a voz tão baixa que quase pareceu um sussurro. Estava acabada por dentro.
         Ela não queria parecer uma estraga-prazer. Não mesmo. Estava se sentindo culpada por desanimar todos aqueles olhares à sua volta, exceto o de Ambre, que, é claro, a olhava com desdém. Ela respirou fundo e pegou o microfone. Em seguida, passou-o para Iris.
         — Vamos, Natsumin. — Kentin insistia. — Você ganhou até o Armin na Guitarra. — Agora é a vez da voz.
         — É sua vez, Iris. — Iris contorceu o rosto em uma expressão de espanto, enquanto devolvia o microfone para Natsumin.
         — Não posso, Natsumin. Quem recebe o microfone tem que cantar. E o Kentin o deu para você.     
         — Vai, Natsumin! — Kim falou, sorrindo, enquanto dava um leve empurrão no ombro dela. — Arrasa com eles, gata!
         — Não, gente, por favor eu não...
         Não ela não podia. Natsumin sabia que teria um remorso ainda maior se cantasse na frente de todos, se mostrasse a ele aquele talento impuro e ingrato, um talento assassino. Ela piscou os olhos, tentando disfarçar a dor que tomava conta de si.     
       — Minha garganta está ruim. — completou.
       — Ah!! A minha também! É sua vez. — Kim levantou-se e puxou Natsumin da cadeira.
       No mesmo momento, Kentin e Armin se aproximaram dela, cada um segurando uma de suas mãos para , em seguida, puxarem-na para o centro da roda de poofs coloridos, onde se localizava um tapete brilhante projetado por Iris e o ps3 com o microfone. Armin posicionou a guitarra preta no peito e piscou para Natsumin. 
       — Eu toco e você canta.
       Rapidamente Kentin pegou a branca e também a colocou no peito.
       — Eu também tocarei. — ele abriu seu sorriso tímido. — Lembra-se de quando éramos crianças e a gente cantava junto no...
       — Ken...tin, eu não posso. — Natsumin falou novamente, não entendendo o motivo de toda aquela insistência. — E não quero. — em seguida virou-se para Armin. — Me desculpe.
       — Ah! Pare com isso! — Armin puxou-a pelo pulso, enganchando o microfone na sua mão. — Vamos, cante, Natsumin!
       — Eu não quero, Armin.
       — Tudo bem então. — ele sorriu, tirando a guitarra do peito e colocando-a no suporte. Depois, sentou-se no seu lugar, ao lado de Alexy e Brita, que hoje tinha feito um penteado diferente no cabelo roxo, deixando a maior parte presa e apenas duas mechas soltas nas laterais. Cathy e Diana estavam ao lado dela. 
       — Vamos, Natsumin. — Kentin insistiu, pegando a mão dela. — Você canta muito bem. Gente ela canta muito bem! — ele gritou.
       — Não, Kentin. Não canto. E não quero cantar. — ela já estava começando a ficar irritada. Estava cansada de dizer não e ninguém entender. E ele tinha que fazer o favor de gritar algo assim? Nesse momento todos a olharam, esperando que ela começasse logo a cantar. Queriam ouvir a voz dela. Queriam ver seu talento assassino.
        Ela respirou fundo. Não queria cantar, droga! Será que ninguém podia entender?
       — Ela disse não.
       Natsumin ouviu uma voz grossa às suas costas e seus olhos encararam a mudança de expressão repentina no rosto de Kentin. Os olhos verdes do garoto se arregalaram, e ele abriu ligeiramente os lábios em espanto. Pelo perfume, Natsumin podia prever quem seria.
       Castiel. Natsumin sentiu o coração acelerar. Apesar de tudo, ele era o único que conseguia entender.
       A mão dele estava no pulso de Kentin, que, com a mesma mão, segurava a de Natsumin. Kentin foi soltando a mão dela aos poucos enquanto procurava se distanciar de Castiel ao máximo, mas sem parecer um covarde. Mas, logo depois ele virou os olhos verdes para Natsumin e percebeu que precisava de coragem. Pela primeira vez ele precisava enfrentar Castiel. Tinha que ser forte, assim como seu pai havia lhe ensinado e assim como havia aprendido no Campo Militar. Pelo menos para Natsumin ele tinha que ser.
        — Ela quer sim. — Kentin respondeu, segurando novamente a mão de Natsumin.
       Castiel soltou o pulso do garoto, ainda com a expressão séria marcada no rosto. As sobrancelhas estavam, arqueadas e a boca formava uma linha retilínea. Todos que estavam sentados à mesa pareciam preocupados.                       
       — Não, não quer. — Castiel sequer olhou para Natsumin. — Pergunte-a. Pergunte-a agora e você verá.
       — Já perguntei. — Kentin enfrentou-o novamente, sentindo a ira iminente de Castiel.
       — E o que ela disse? — A calma de Castiel era o que mais amedrontava Kentin.
       — Eu não quero, Kentin. Sinto muito. — Natsumin deu de ombros, mas Kentin segurou novamente seu pulso, fazendo-a virar-se para ele.
       — Eu te conheço, Natsumin. Desde o jardim de infância. Sei que ama música. Você quer sim, só está com vergonha.
       — Ela não diria milhões de vezes que não se estivesse só com vergonha. — o ruivo pronunciou.
       — Eu a conheço desde a infância.
       — Isso não prova que a conhece agora. — a frase de Castiel fez Kentin soltar novamente a mão de Natsumin. O que o ruivo dizia era verdade. E isso o deixava irritado.
       — Já chega. — Natsumin tinha a voz calma, enquanto olhava para Kentin e Castiel. — Eu já disse que não quero. E não vou. — seus olhos se concentraram em Kentin com a última frase. — E não quero que ninguém fale por mim. — Agora ela os virou para Castiel.
       Nesse momento, Armin cutucou Alexy, sorridente, enquanto murmurava para Natsumin que havia sido bem feito o que ela falara para os dois. Kentin e Castiel. Mas, vendo a expressão séria da garota, ele logo fechou o sorriso.
       — Hora da dança! — Melody apagou as luzes da grande sala de sua casa e diversas lanternas coloridas de papel, que decoravam o local, se acenderam, realizando um espetáculo de danças de cores, juntamente com as luzes do neon. Os olhos azuis de Natsumin pareciam mais vivos sob as luzes das lanternas e do neon. Ela lembrou-se da música “Neon” de seu cantor e guitarrista preferido, John Mayer. Coincidentemente uma música dele começou a tocar. Não era “Neon”, mas era outra belíssima composição. Nesse momento, Brita, sua amiga, puxou Kentin a fim de retirá-lo de perto de Castiel. Natsumin era forte e sabia se resolver sozinha. Com certeza daria um fora em Castiel e...
        Não era isso que estava acontecendo. Seus olhos amarelos ficaram arregalados. Rapidamente, Kentin virou o rosto para os dois. Droga.                                               
                                                           ***                   
        Armin tinha os olhos azuis preocupados. Ele os voltava por toda a pista de dança, à procura da única pessoa com quem ele queria dançar. Mas seus olhos se pousaram na cabeça rubra que estava à frente dela.
                                                           ***
It's not a silly little moment     
It's not the storm before the calm
This is the deep and dying breath
Of this love that we've been working on


        Natsumin fechou os olhos, deixando-se ser levada pela bela música. Ela sempre fazia isso quando escutava algo bom, já era involuntário.
        Castiel virou finalmente os olhos negros para ela. Ele tinha os braços cruzados e olhava para o rosto de boneca dela, que tinha os olhos fechados. Ele observou seus lábios pequenos que se puxavam em sorriso tímido de canto de boca.  Ela parecia sentir a música com o coração. Mas também, não seria por menos. Era John Mayer. Castiel tinha que admitir que o cara era bom. Ele, inclusive, já havia tocado algumas músicas dele. Não tocava exatamente o tipo de música que ele gostava de ouvir. Ele preferia um Rock clássico e, dependendo do momento, até mais pesado. Assim como Red Hot Shilli Pepers, ou The Rollings Stones, mas Mayer era bom. Ele tocava blues e, blues era um estilo de música ideal para se escutar quando se queria dormir. Sem ironias. O cara era bom. E Natsumin parecia gostar dele.
        Castiel segurou a mão dela, envolvendo-a na sua. Ele a observou abrir os olhos lentamente. Nesse momento, poderia beijá-la.
        Poderia, mas não queria. Não mesmo. Não sentia nada por ela. Nada.

Can't seem to hold you like I want to
So I can feel you in my arms
Nobody's gonna come and save you
We pulled too many false alarms

     
        Castiel puxou-a para perto, enquanto a música boa os envolvia, tornando-os um só. Ele passou a mão pela cintura dela e puxou seus braços para que se concentrassem na nuca dele. Natsumin não teve reações imediatas. Ela apenas arregalou os olhos, em seguida, fechou-os, deixando-se ser levada pela música.
       
We're going down
And you can see it, too
We're going down
And you know that we're doomed
My dear, we're slow dancing in a burning room


        Castiel tinha a expressão séria. Não sabia o que estava fazendo, mas tinha certeza do que deveria. Seus olhos negros haviam avistado Armin e ele sabia que o “viciadinho” viria chama-la para dançar. Mas. mais uma tentativa de beijo de Armin e ele definitivamente perderia a aposta. Já havia tido autocontrole demais para um dia só.
                                         ***       
        Armin observou os braços de Castiel envolverem a cintura fina de Natsumin. Seu peito sofreu uma forte pontada naquele momento. Ele retirou o psp preto do bolso e dirigiu-se à porta. Não ficaria ali para ver aquilo.
        Ao som de “Slow dancing in a burning room”, o silêncio tomou a sala. Só se podia ouvir a bela voz  aveludada de John Clayton Mayer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, recomendem, favoritem e deixem seu comentário! É muito importante! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diamante Bruto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.