Powerless escrita por Blank Space


Capítulo 79
O Mapa do Maroto


Notas iniciais do capítulo

OI SEUS LINDOS! Tudo bem? Espero que sim! ❤️ Capítulo beem grandinho pra vocês ficarem felizes hahahaha' E esse é dedicado à Cachos linda por não ter me abandonado (Becky's sorry!) e também a Diva Salvatore Stilinks Malfoy por ser Dessamalfoy ❤️ kkkkkk Obrigada pelos comentários, favoritos, acompanhamentos e recomendações ❤️ Nos vemos lá embaixo! ❤️ Beijoos!



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—Meu pai não está. –O tom irritado de Annia encheu o quarto, chamando a atenção de Hermione.

—Não vim ver o seu pai, quero falar com sua mãe. –Ela reconheceu aquela voz, o que a deixou ainda mais preocupada com a situação. O que Pansy Parkinson estaria fazendo em sua casa?

—Não acho que seja uma boa ideia. –Sua filha mais velha disse.

—Por favor, Ana, eu preciso ver Hermione Malfoy.

—É Annia! –Ela corrigiu.

—Não importa, apenas seja uma boa garota e diga a sua mãe que eu preciso vê-la.

—Não é uma boa ideia. –Ela insistiu.

Mas Hermione sabia do que ela era capaz. Pansy não sairia até conseguir o que queria ou então até que ela mesma fosse até lá expulsá-la. Sabia que a mulher estava ajudando seu marido a encontrar Lucius, e naquele momento não poderia odiá-la mais, mas mesmo assim desceu as escadas em direção ao local de onde vinham as vozes.

—Senhora, eu não sei se tem lido os jornais, mas acho que sabe que este não é o melhor momento para minha mãe.

—Tudo bem Scorpius, pode deixá-la entrar. –A voz de Hermione encheu o lugar, fazendo seus filhos sorrirem levemente por vê-la fora do quarto.

—Oi mãe. –Os dois disseram juntos e em seus olhos havia um quê de felicidade. Ela saiu do quarto, isso significava que ela estava melhor e o próximo passo era gritar com eles para que voltassem para Hogwarts?

Nos braços do garoto ela pôde ver um pequeno embrulho. Seus olhos marejaram quando ela se deu conta do que havia ali, mas ela se recompôs. Desviou o olhar para a mulher na porta e fez um sinal com a cabeça para que seus filhos as deixassem sozinhas. Meio relutante os dois saíram da sala, e Pansy simplesmente entrou, sentando-se no sofá.

—O que quer aqui Pansy? –Perguntou dando alguns passos na direção da mulher, apertando a fênix de pelúcia, que estava em suas mãos desde que havia voltado para a mansão.

—Sei que não somos exatamente amigas, mas vim até aqui dizer que entendo como se sente, e pode contar comigo para o que precisar.

—O quê? –Ela disse confusa, sentando-se diante dela e até aliviando um pouco o aperto na única coisa que restara de Ben.

—Eu nunca contei a ninguém, mas durante a reconstrução de Hogwarts no fim da guerra eu fiz uma viagem para o Japão. –Hermione balançou a cabeça assentindo, ainda sem entender aonde a mulher queria chegar. -Pareceu divertido não? Sair um pouco do caos de Londres e conhecer um lugar diferente. –Ela deu de ombros. –Mas meus pais não me mandaram para lá para conhecer novos ares. Fizeram isso porque eu estava grávida e eles não queriam que ninguém soubesse.

—Pansy o que está dizendo...?

—Eu sei como é ter o seu filho arrancado dos seus braços, Hermione. –Os olhos dela se encheram de lágrimas. Estavam repletos da dor que as lembranças lhe causavam. –Sei como é segurar a única coisa que você tem dele como se sua vida dependesse disso, como você está fazendo neste exato momento. –Ela indicou a pelúcia que Hermione tinha nas mãos. -Eu fazia a mesma coisa com uma manta azul. Ainda a tenho guardada, sabia?

—O que houve com o bebê? –Ela perguntou surpresa e espantada com a história. Seus olhos também estavam marejados.

—Meu pai o entregou para a adoção durante a noite. Quando acordei para ver como ele estava não havia mais nada além da manta. –Pansy então secou as lágrimas que insistiam em cair sempre que se lembrava e respirou fundo. –O que eu quero que saiba é que eu sei como o mundo parece horrível agora, mas não pode se render e ficar no chão. Você tem que levantar a cabeça e continuar sendo aquela metida a esperta odiável dos tempos de Hogwarts.

—Eu não consigo. –Ela confessou baixinho, soluçando.

—Consegue sim. É difícil e vai doer muito, mas em vez de se prender a dor pense na felicidade que sentiu ao descobrir que estava grávida ou em Draco a paparicando durante a gravidez como eu sei que ele fez. –A Malfoy poderia jurar que havia um ciúme quase imperceptível em sua voz, mas preferiu não falar nada.

—Foi assim que conseguiu?

—Mesmo com medo foi bom saber que havia alguém tão pequeno e frágil dentro de mim, mas infelizmente eu não tinha ninguém para me paparicar. Eu apenas percebi que me afundar em lágrimas não ajudaria a encontrá-lo, então saí da casa dos meus pais e tentei reunir todas as pistas que tinha.

—E o que conseguiu?

—Tudo o que minha mãe disse foi “Amaya o levou para um orfanato e nunca mais teremos que nos preocupar”.

—E o pai?

—Eu sabia que Nott seria preso pelos crimes que cometeu durante a guerra, e mesmo acreditando em tudo o que Voldemort dizia meus pais não me deixariam dizer que o pai do meu filho estava em Azkaban. –Hermione quase tremeu ao ouvir aquele nome, mas Pansy não percebeu.

—Eu sinto muito.

—Tente ocupar a cabeça Granger, vai ajudá-la a se sentir melhor. –Pansy disse já se levantando. Pela primeira vez não havia nenhum resquício de nojo ao dizer o sobrenome da mulher que um dia lhe tirou o homem que amava. –Não sei se realmente a ajudei, mas espero que ao menos pense no que eu lhe disse. Olhe para o que você tem! Sua família precisa de você da mesma forma que você precisa deles. –A castanha direcionou os olhos para a porta por onde seus filhos haviam passado. –Preciso contar uma coisa antes de ir.

—Diga.

—Finalmente temos uma pista. –Um sorriso se formou em seus lábios e, ao notar o olhar confuso que Hermione a lançava, ela se apressou para explicar. –Um endereço. Tenho quase certeza de que é onde Lucius se esconde, então não se preocupe, ele vai pagar pelo que fez ao seu bebê.

—Endereço? Graças a Merlin! –A morena soltou o ar aliviada. –Temos que chamar Harry e os aurores, eles precisam ir até lá e garantir que ele nunca mais se aproxime dos meus filhos.

—Acho que sabe que Draco e eu estávamos nos encontrando para...

—É, eu sei. –Murmurou, sentindo-se um pouco culpada por desconfiar dela, que agora se mostrava quase como uma amiga.

—Entreguei o endereço a ele esta tarde. Espero realmente que o encontrem.

O alívio sumiu e a sensação de uma mão gelada envolvendo seu estômago cresceu. O endereço estava com Draco, e conhecendo bem seu marido ele poderia estar a caminho do lugar naquele exato momento. Será que ele voltaria para bater na porta do quarto dos gêmeos pela manhã chamando-a e perguntando se estava tudo bem? Mesmo que ela não respondesse, seu tom de voz era reconfortante.

Uma onda de preocupação a tomou. E se ele não voltasse? E se ela perdesse mais alguém? Ele faria isso? Pansy sorria de uma maneira que parecia não saber o que aquilo realmente significava, então Hermione preferiu não envolvê-la. Apenas forçou um sorriso para a mulher e a acompanhou até a porta, indo até o quarto do filho.

Annia e Scorpius estavam sentados, parecendo imersos no tédio. A mais velha segurava a menor, que puxava seu cabelo de uma forma um tanto dolorosa, já que a garota reclamava baixinho. Enquanto isso o do meio desenhava algo em seu caderno, ignorando completamente os resmungos da irmã.

—Essa é uma péssima ideia. –Annia disse tentando tirar seu cabelo das pequenas mãos de Lauren. –Quero dizer, é ótimo que a mamãe tenha saído do quarto, mas conversar com aquela mulher... –A castanha balançou a cabeça negativamente e soltou um suspiro.

Ainda não havia visto que a mãe estava ali os observando. Scorpius foi o primeiro a vê-la. O menino se levantou e largou tudo o que tinha nas mãos, dando toda a atenção a ela, fazendo com que Annia também se virasse.

—Sabem onde o pai de vocês está? –Perguntou baixinho e os dois balançaram a cabeça negando.

—Mamãe? –Annia chamou quando ela fez menção de se virar para voltar para o quarto. –Como você está?

—Eu... –Ela começou, olhando bem para os filhos. Não estava bem, não estava nada bem, mas não queria dizer isso a eles. Sabia que era uma péssima mentirosa, então um “estou melhor, obrigada” estava fora de cogitação. No fundo eles sabiam como ela estava, e Hermione se sentia pior por isso. Não queria que seus filhos a vissem totalmente em pedaços como estava naquele momento. –Eu sinto muito.

E a mulher deu as costas, mudando de direção. Não seguiu para o quarto dos gêmeos, onde estava se trancando há dias. Desta vez, Hermione foi em direção à biblioteca, um lugar que sempre a acalmava e lhe trazia certa paz.

*-*

Ele andava devagar em direção à aula que, de sua favorita, passou a ser a que mais odiava. Ainda estava brigado com Alison, então aquela seria a primeira aula que não assistiriam lado a lado comentando sobre tudo quando se tratava de Grifinória e Corvinal na mesma sala.

A loira já havia chegado. Estava sentada sozinha nas mesas da frente e o olhar dela o encontrou quando entrou. Mas ela não disse nada, apenas voltou os olhos para as anotações, quebrando o contato visual.

James se aproximou devagar e se sentou duas mesas atrás dela, não a surpreendendo nem um pouco. Ele era orgulhoso, ela sabia, mas não pediria desculpas pela última briga, afinal, não havia feito nada errado.

Os outros alunos foram chegando devagar e ocupando seus lugares, já que o professor havia dito que esta seria uma aula um tanto diferente e eles ficariam em uma das salas, não na orla da floresta, como sempre era com Hagrid.

Charlotte Lance, ao ver que James estava sozinho, caminhou até ele rapidamente, colocando suas coisas ao seu lado na mesa e sorrindo.

—Guardando lugar pra mim? –A irmã do professor que também pertencia a casa dos leões perguntou, com um sorriso presunçoso.

Alison com certeza viu e ouviu tudo, mas não disse nada, apenas continuou sentada em seu lugar, dando uma revirada de olhos que ele não havia percebido. Mas ela não seria a única a ser tomada pelo ciúme naquela tarde.

Erick Carter, motivo de uma das brigas do casal, se aproximou dela e com um sorriso nos lábios disse:

—Este lugar está ocupado?

James a viu balançar a cabeça levemente e então ele se sentou ao lado de sua garota, começando uma conversa sobre sereianos, que, segundo o livro, seria a próxima matéria que estudariam.

—Tudo bem, tudo bem, sentem-se nos seus lugares. –Mandou o professor, abrindo todas as janelas com um aceno de varinha, deixando a sala bem clara. –Por favor, fechem seus livros, nós não vamos precisar deles hoje. Vamos fazer algo diferente, falar sobre um assunto sobre o qual muitos de vocês têm curiosidade.

Com a varinha apontada para a lousa, o tema da aula apareceu no quadro, atraindo a atenção de todos os alunos da sala para uma pessoa em especial. A aluna abaixou a cabeça um tanto constrangida, mas isso não o impediu de continuar.

—Veelas. –O professor disse com um sorriso nos lábios. –Alguém pode me dizer o que são?

—Por que não pergunta ao Potter? Ele parece entender bem do assunto. –Um grifinório disse arrancando algumas risadas da classe.

—Sem piadinhas, pessoal. –Tucker o repreendeu. –Veelas são seres semi-humanos bem parecidos com as sereias da mitologia grega, alguém pode me dizer o motivo?

—Elas são bonitinhas e atraem os homens para o suicídio? –Phoebe, colega de quarto de Alison, respondeu, fazendo todos caírem na gargalhada novamente.

—Oh Merlin, tome cuidado James. –Charlotte falou colocando uma das mãos nos ombros dele.

Assim como Alison, James não estava gostando nada das brincadeiras. A garota continuava quieta em seu lugar com a cabeça abaixada enquanto as piadinhas continuavam. Ele queria ir até lá, gritar com todos naquela sala e a abraçar dizendo que não importava o que eles achavam dela, ela ainda era a melhor coisa que havia acontecido em sua vida.

—Elas são maravilhosas e atraem quase todos os seres do sexo oposto. –Erick respondeu.

—Quase todos? –O professor perguntou cruzando os braços. –Por que acha que são quase todos, senhor Carter?

—Seu escolhido não é tão afetado.

—Exatamente, dez pontos para a Corvinal. –O professor Lance sorriu. –Os escolhidos das Veelas não são tão afetados, mas isso não significa que eles não sintam nada por elas. Se o sentimento for recíproco, vai ter um momento em que tudo vai parar, como se ela fosse a coisa mais bonita que ele já viu na vida.

Ao ouvir aquilo os dois deram um pequeno sorriso, se lembrando de como James havia ficado ao vê-la na noite de Natal e de como a preocupação ao perceber que ela poderia morrer o tomou completamente.

—Mas se não for...

—O que acontece?

—Aos poucos ela morre.

—Agora tudo faz sentido. –Charlotte exclamou. –Sabia que apesar de uma peste você era bonzinho James, mas namorar para salvar a vida de alguém? Merece um prêmio.

Mais gargalhadas acompanharam o comentário e ele bufou, perdendo a paciência com todos ali. Até então Alison não havia levantado a cabeça ou olhado para qualquer um na sala.

—Por que não cuidam da vida de vocês? –James disse entredentes para que todos naquela sala ouvissem.

—Mas nem sempre elas são tão encantadoras quanto parecem. –O professor continuou, ignorando o aluno que estava prestes a lhe lançar uma azaração. –Vocês com certeza não vão querer ver uma Veela irritada. Elas podem soltar bolas de fogo com as mãos e até mesmo se transformar em harpias.

—Como o pássaro? –Erick perguntou, olhando fascinado para a Corvina ao seu lado.

—Exatamente, mas apenas as Veelas com sangue-puro têm essa habilidade.

—Então a Alison é mais sem graça do que parece. –Charlotte provocou novamente.

—Okay, pra mim chega. –A garota disse irritada, se levantando e juntando suas coisas.

As faces estavam coradas e ela respirava fundo para evitar queimar todos que ali estavam. Não ficaria sentada ouvindo a garota a insultando sem fazer nada. Ela saiu da sala e James se apressou para pegar seu material também. A mão de Charlotte repousou em seu braço, segurando-o firmemente e fazendo-o encará-la.

—Vai sair no meio da aula Sirius?

—Se o seu irmão não fosse um idiota, talvez eu não precisasse. –Respondeu rispidamente, ciente de que todos naquela sala ouviram o que ele disse sobre o professor. Quando Tucker fez menção de abrir a boca para repreendê-lo, Potter levantou um dedo, calando-o. –Detenção, eu sei. –Andou até a porta, parando ao se lembrar que havia esquecido um detalhe importante. –Ah, e não quero que me chame de Sirius.

Ele saiu apressado atrás da garota cujos olhos azuis eram tão intensos quanto o céu, não fazendo ideia de onde encontrá-la. Será que havia ido para o dormitório? Ou ela havia seguido direto para a sala precisa? Para evitar perder tempo, o Grifinório correu em direção ao seu quarto, tirando do malão um velho pedaço de pergaminho. Tocou-o com a varinha e disse:

—Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.

E as palavras que sempre o enchiam com certo orgulho finalmente apareceram.

Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinha e Pontas têm a honra de apresentar “O Mapa do Maroto”

*-*

Ele não aguentava mais. Enquanto estava naquela sala sentia como se estivesse sufocando. Precisava de ar. Precisava relaxar. E sabia que havia apenas um lugar no mundo que o faria se acalmar: em cima de uma vassoura.

Ao fim da primeira aula Chris simplesmente juntou suas coisas e saiu da sala rapidamente. Ronan logo foi atrás do amigo, preocupado e sabendo o quanto a situação dele era difícil, afinal, o garoto havia acabado de perder a mãe e ele nunca se recuperaria.

—Estou bem Zabini, só preciso de um tempo. –Insistiu, um tanto irritado. Sabia que as intenções dele eram as melhores, mas precisava ficar sozinho. –Encontro você no jantar.

E foi embora, sem dar ao loiro chances de protestar ou de dizer que o acompanharia em seja lá o que fosse. Seguiu seu caminho em direção ao campo e ao chegar não demorou a conjurar sua vassoura e jogar seu material no chão.

Com um impulso ele subiu e instantaneamente se sentiu mais leve. Deixou sua mente viajar até sua casa, quando aos onze anos sua mãe lhe disse que havia uma carta em seu nome. Lembrou-se de como os olhos dela brilharam de orgulho naquele momento. Aquele orgulho sempre esteve lá, mesmo que às vezes ele não conseguisse enxergá-lo tão claramente.

Olhou para o céu acinzentado e deixou as lágrimas molharem seu rosto da mesma forma que a chuva faria quando começasse a cair. Continuou voando sem rumo até que ouviu um barulho.

Ele parou, secou os olhos e apurou os ouvidos. E o som se repetiu. Não demorou para que ele a visse encolhida em uma das arquibancadas. Amélia Goulartt chorava tanto que soluçava alto.

Voou até lá, sentando-se ao lado dela e assustando-a ao tocar seu ombro. Mas ela nem sequer tentou secar seus olhos, apenas resmungou e voltou a esconder o rosto. Havia algo em suas mãos que ela apertava com toda a força que lhe restava, sem nem ao menos perceber que um pequeno corte havia sido feito ali e o sangue escorria. A chamou novamente e ela levantou o rosto, secando os olhos para conseguir vê-lo.

—Você está bem? –Era uma pergunta idiota, mas esperava que ela respondesse. Amélia apenas balançou a cabeça fazendo um sinal negativo. –Posso perguntar o motivo?

—Por quê?

—Porque você está me assustando.

—O-o quê? –A castanha soluçou.

—Eu nunca vi você chorar e sua mão está sangrando, ou seja, isso não pode significar boa coisa.

—Vai me dizer que está preocupado agora? –Goulartt arqueou as sobrancelhas.

—Talvez eu esteja.

—Eu simplesmente arruinei seu relacionamento com a Weasley-perdida. Tudo bem Collins, eu sei que me odeia, pode dizer que só está curioso.

—É, talvez você tenha arruinado meu relacionamento com a Nina, mas isso não importa, afinal eu estava deitado naquela cama também não é? –Um soluço escapou dos lábios dela e meio sem jeito o Sonserino a puxou pra perto, abraçando-a.

—Eu sinto muito pela sua mãe. –Chris balançou a cabeça assentindo e ela ficou em silêncio por algum tempo, se acalmando. Os soluços pararam e ela voltou a falar. –Por que saiu do time?

—Por que está chorando? –Ele rebateu.

—Por que está sendo gentil?

—Nós transamos? –O silêncio agora era incomodo, e percebendo que ela não responderia aquela pergunta ele mudou de assunto. (Não sem antes soltar um suspiro cansado). –Minha mãe sempre me incentivou quando o assunto era Quadribol. É como se eu não conseguisse subir em uma vassoura para um jogo sabendo que ela não está mais aqui.

—Mas seu sonho era ser um jogador profissional, a escola toda sabe disso.

—Eu sei. –Murmurou. –Agora sua vez.

—Eu estou grávida. –Ela sussurrou, chorando novamente. Rapidamente Chris se afastou, assustado com a notícia.

—Amélia você está me dizendo que...?

—Não! –Ela gritou. –Anthony... Nós dois...

—E ele sabe? –Perguntou, um pouco mais tranquilo. A Sonserina balançou a cabeça assentindo, as lágrimas vindo cada vez mais. Logo ela voltou a tremer e soluçar. –O que ele disse?

Sua única resposta foi entregar a ele o que estava em sua mão. Atento ele notou que era um pequeno frasco com um liquido amarelo viscoso. Uma poção.

—O que é isso? –Apenas pelo olhar dela Chris teve sua resposta. Arregalou os olhos e depois de um tempo finalmente conseguiu dizer algo. –Você vai...?

—Eu não sei! –Gritou. –Seria o melhor pra nós dois, mas...

—Você não quer. –Completou.

—É só um bebê!

—Não precisa beber se não quiser.

—Meu pai vai me matar.

—Ninguém disse que seria fácil, mas vamos lá Goulartt você com toda essa marra consegue dar conta. –Um pequeno sorriso surgiu nos lábios dela. Quase imperceptível. –E se Anthony não assume a própria responsabilidade? Que se dane, você não precisa dele.

Ela se levantou decidida, secou as lágrimas e pegou o pequeno frasco das mãos de Christian. O arremessou pelo campo o mais longe que pôde e viu exatamente quando ele quebrou em vários pedaços, fazendo com que a poção se perdesse.

—Obrigada Collins.

*-*

Já era noite quando Hermione Malfoy deixou a biblioteca da mansão Malfoy. As luzes estavam apagadas e ela não ouvia o choro do bebê, tudo estava quieto e ela tomou cuidado ao passar pelo corredor que dava para as portas dos quartos de sua família.

Devagar abriu a porta do quarto dos gêmeos e entrou. Encostou-se na parede e fechou os olhos, soltando o ar com um certo pesar. Mas um barulho vindo do berço chamou sua atenção. Ela se aproximou devagar, um tanto relutante e com as mãos já trêmulas.

Seus olhos se encheram de lágrimas quando finalmente a viu. Deitada em seu berço estava a pequena Lauren, mas ela não dormia, apenas mantinha seus olhos fixos na mãe, como se soubesse exatamente como ela se sentia por dentro. Tinha os cabelos loiros como os de Draco, porém os seus olhos eram idênticos aos da senhora Granger.

As lágrimas caíram ao prender seus olhos na pequena pela primeira vez, se arrependendo por não ter feito antes. Aos poucos foi levando sua mão até a pequena mãozinha que sua filha tinha, e quando a segurou foi como se toda a tristeza que a inundava sumisse.

Não sabia quanto tempo havia passado, mas segurou a mão da menina até que ela dormisse, e poderia ficar ali pelo resto da noite até que ela acordasse e fixasse aqueles olhos nela mais uma vez, mas uma pessoa chamou sua atenção.

Draco estava encostado na porta e a observava atento. Ela soltou a mão da menina delicadamente para não acordá-la e se virou para olhá-lo. Tinha um pequeno sorriso nos lábios mesmo que em seus olhos ela visse tamanha dor. Um suspiro aliviado escapou ao perceber que ele estava bem e ela teve que lutar contra o impulso de se jogar em seus braços.

—Sempre foi melhor em fazê-los dormir do que eu. –Ele disse baixo para não acordar o bebê e ela deu um pequeno sorriso sem nem ao menos perceber. –Annia e Scorpius me disseram que Pansy veio aqui.

—Sim, ela veio. –Hermione respondeu e seu coração quase saltou do peito ao ouvir sua voz.

—Eu sinto muito. Deveria imaginar que ela viria falar com você em troca da ajuda.

—Não, nós conversamos sobre algo... delicado, mas ela não... Na verdade, eu não sei o que dizer. –Os dois sorriram e ele deu um passo na direção dela.

—E sobre o quê conversaram?

—Ela veio dizer que sente muito e contar sobre o endereço que entregou a você.

—Hermione...

—Eu sei, é importante e a única pista que temos. –Ela o cortou.

—Então... Como você está?

—Melhor. –Disse dando uma rápida olhada para o berço.

—Eu sei, ficar com ela também faz com que eu me sinta assim.

—Me desculpa, eu simplesmente não consegui... –Hermione começou, mas Draco rapidamente cruzou o espaço que os separava e beijou os lábios da esposa.

Quando a soltou, os olhos de Hermione estavam marejados, algo que acontecia facilmente agora, mas que ele nunca iria se acostumar. Segurou o rosto da castanha para que olhasse em seus olhos. Estava com saudades dos lábios dela nos seus, da mesma forma que ela sentia falta de seu toque e seus olhos tão intensos.

—Eu amo você morena.

A senhora Malfoy não conseguiu falar, apenas o puxou para um abraço até que seu coração parasse de pegar fogo e as lágrimas que molhavam todo o seu rosto cessassem completamente. Ela não fazia ideia do quanto necessitava daquilo até aquele momento.

—Eu estou com você. –Disse, e aquela foi a coisa mais difícil que já fez em sua vida. Draco a olhou sem entender e ela respirou fundo para continuar. –Se quiser matá-lo. Essa decisão não é minha, então seja o que decidir eu... Vou estar ao seu lado.

E o coração dela se despedaçou mais uma vez. Ela quase gritou de dor, mas não o fez, apenas ficou ao seu lado, como disse que faria. Draco beijou-lhe a testa demoradamente enquanto acariciava seus cabelos acalmando-a.

—Obrigado. –Hermione balançou a cabeça e ele pegou sua mão. –Vem, vamos dormir.

O loiro secou as lágrimas dos olhos de sua morena e ela riu do que ele disse, segurando firmemente sua mão e caminhando até o quarto, onde passaram a noite toda abraçados até que o sono finalmente chegasse.


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Notas finais do capítulo

E ENTÃO MEUS AMORES O QUE ACHARAM??
Meta estabelecida: 13 comentários (eu mereço vai, esse capítulo foi beem grande kkkk) ❤️
Eu estava pensando em criar um grupo no face, o que acham?
Whats: (32) 98802-5653 ❤️
Mereço recomendações? Dicas? Ameaças de morte? Deixem aqui ❤️ kkkkk
Beijinhoos seus lindos!