Creio que talvez o último dia tenha deixado uma ideia depreciativa da Lauren…

Peço, por favor, que não se chateiem com o que quer que eu escreva aqui, seja comigo ou com outro alguém, já que, obviamente, eu ainda não ganhei o poder de controlar o futuro.

Ainda!

Mas por isso mesmo é que hoje venho escrever algo curioso.

Já nem me lembro bem. Sei que passaram cerca de duas semanas desde que isto aconteceu então existem aqui duas coisas especiais: o “especial-bom” de que já não demora muito para que eu consiga alcançar um ritmo normal na narrativa, e o “especial-mau” de que não vou conseguir falar sobre muitos pormenores. Isso arranja-se!

Então agora quero uma resposta! – Alguém aí têm medo de palhaços? – Pois deixariam de ter depois do que aconteceu num sábado, há duas semanas atrás.

Apareceu um pequeno circo na cidade.

Quando descobri isto fiquei meio cética acerca da qualidade das suas apresentações, confesso. Nem ao menos era minha intenção ir ver o espetáculo, mas eles iriam atuar no grande salão anexado ao café onde a mãe da Lauren trabalha e acabei por ser quase empurrada até lá, já que a ruiva não parou de me chatear o resto da semana até eu aceitar pedir à minha mãe para irmos ao circo. Claro que a minha irmã, Nika, estava radiante, mesmo não demonstrando (eu sei isso porque o meio-irmão da Lauren iria lá estar e a pequena, por alguma razão, gosta daquele “crianço-purpurinado-que-é-um-ano-mais-velho- que-ela”).

Não brinco quanto ao purpurinado! O menino gosta de barbies!!

Mas bem, voltando ao espetáculo. Acho que consigo descrever aquele circo com uma palavra (coisa que já devem ter percebido que eu adoro fazer): esperto! Conseguem imaginar que organizaram um leilão durante o intervalo?! Pois foi! E tudo aquilo, mesmo que se tratasse de uma pequena “brincadeira”, estendeu-se durante largos minutos enquanto as pessoas subiam as solicitações. Os prémios eram coisas baratuchas mas uma das senhoras que participou gastou quase todo o dinheiro que trazia na carteira (e não era pouco)!

Devem ter ficado ricos só com aquilo!

E ganharam ainda mais dinheiro quando apresentaram duas cobras enormes que estavam disponíveis para tirar fotos com o público (like a star!) mas, novamente, as fotos teriam preço…

As pessoas estavam loucas para gastar tanto dinheiro! É que só pode!

Bem… eu também tirei uma foto com a cobra maior mas isso não interessa! No meu caso foi um teste coragem! A Lauren pensava que eu não era capaz. (chateada)

Daquele episódio só consigo relembrar a cara de riso da ruiva ao ver-me a sair da arena com as mãos e as pernas a tremer mais que gelatina. Se não contei ainda, só queria avisar que rio muito quando estou nervosa. Sabem como é que eu estava naquele momento? Parecia que tinha acabado de inalar uma botija inteira de gás de riso… enquanto tentava andar em meio a um tremor de terra… com uma orquestra na cabeça!

Relembrando, devo ter feito uma das figuras mais tristes da vida.

Talvez também por isso fosse a cara de riso da Lauren…?

Mas os momentos divertidos e estranhos não bastaram por aqui! Não!

Houve um momento em que a Lauren pediu pipocas ao meio-irmão, que estava sentado um pouco mais à frente, e o menino recusou-se a partilhar. Segundos depois (já com metade das pipocas no chão ou em cima dos outros espectadores) a ruiva finalmente conseguiu roubar uma mão cheia dos doces mas descobriu que não gostava daqueles pipocas e passou-as para mim.

O que eu tenho de aturar…

Outra coisa estranha foi ver um raio a passar-nos por debaixo do pés antes do espetáculo começar! Vim depois a perceber que o chihuahua do circo tinha fugido quando vi um rapazinho à procura do bicho debaixo das cadeiras.

Naquilo tudo o que mais gostei foi o pequeno Andreas, loirinho, com os olhos grandes e expressivos, divertido, e o mais novo palhaço do mundo. Incrível, não? O pequeno, não me lembro agora muito bem, mas é bem mais novo que a Nika, a minha irmã de 8 anos. No entanto, ele era bem esforçado e colocou todos a rir e a adorá-lo.

Só acho que o final foi deprimente.

Enquanto o “Batatinha” se despedia, o diretor do circo foi contando uma história de um amigo seu que tinha ido ao médico pois andava muito triste.

– Oh meu amigo, isso eu não posso ajudar! Se quiser rir vá ao circo ver os palhaços!

– Senhor doutor… no circo… o palhaço sou eu.

Depremiente!

– Cherry