Faltavam duas semanas para o Halloween…

Vejam bem o quanto esta narração vai atrasada! Tendo em conta que me encontro a escrever já depois de 20 de Novembro então pode-se dizer que estou com um mês de atraso, ou quase isso.

Mas continuemos!

O Dia das Bruxas não costuma ser muito celebrado aqui. A recordação mais antiga deste dia foi sair para um passeio com os meus pais nessa noite e aparecerem dois homens adultos com máscaras e luvas brancas que me arrepiaram um pouco. Depois um deles aproximou-se de mim com aquela máscara de grito estranha para me dar um aperto de mão (que eu autorizei apenas uns minutos depois) mas eu, com o medo dos meus plenos 5 anos, corri para as pernas altas do meu pai para me esconder.

Entretanto o que venho contar nesta página não seria o Halloween em si, mas o que aconteceu, mais ou menos, duas semanas antes.

A minha irmã fez oito anos! Yey!

Mas não. Isto só a deixa mais nariz empinado.

Bem… acontece que a criancinha super parecida comigo (claro que não) decidiu que queria ter uma festa de anos. Expliquem-me como é que é suposto manter certa de 15 crianças quietas num espaço fechado como uma pizzaria!!

Foi essa mesma parte que não explicaram… e o resultado foi desastroso! Embora eu realmente ache que só pesou para o meu lado.

Á medida que os “convidados” iam chegando eu só conseguia ver monstrinhos a correr e a saltar, de um lado para o outro, no meio de uma gritaria infernal, a cair, a morder e a rebentar os balões de oferta da pizzaria. Agora seria onde devia entrar a mãe responsável (neste caso “as mães”, já que juntaram o aniversário da minha irmã com o de uma amiga dela) mas não! Estavam os pais o pôr a curiosidade a limpo e eu a multiplicar-me por 20 para poder socorrer a todos!

Calma… Respira…

Depois de encherem a barriga com pizza e hambúrguer (coisa que eu praticamente não fiz já que, de uma forma muito inteligente, deixem que vos diga, fui sentar-me perto da mesa dos sumos e os monstrinhos chamavam por mim de 10 em 10 segundos para eu lhes encher os copos) as mães deram a ideia horrorosa de levá-los para o parque ali próximo.

Primeiro: A fila dois a dois que formaram era lindinha, mas a anã na frente que ia de mão dada com a minha irmã parecia tentada a arrancar-me a mão.

Segundo: O monstrinho lá atrás a gritar o nome do seu clube de futebol favorito estava a irritar-me e, como se não bastasse, os outros juntaram-se a ele, numa guerra do “vamos ver quem grita mais para ensurdecer a Cherry!”

Terceiro: Existiam mais de três passadeiras para chegar ao parque e em todas elas eu mais perecia um policia sinaleiro do que uma adolescente a sentir-se inferior. Além de que eu estava mais para educadora de infância naquele dia. Acreditam que a minha mãe até tirou fotos?!

Quarto: Quase fui esmagada por pezinhos de monstrinhos quando chegámos ao parque. Salve-se quem puder!!!

Quinto: Lembraram-se de começar a brigar pelo lugar no baloiço então eu, muito samaritana, decidi deixar o meu posto de polícia de estrada e de educadora de infância… para passar a ser um temporizador. (A única recompensa foi um monstrinho de 4 anos comentar que eu era adorável e o facto de que ela não me largou o resto do dia. Onw!)

Sexto: A outra aniversariante, já com 9 anos, por ser repetente, disse que eu seria uma boa babysiter… … … AHAHAHAHAH! Pois claro… Só que nunca!

Entretanto a monstrinha-arrancadora-de-mãos, que, por alguma razão sem fundamentos, já comentou várias vezes o quando eu sou bonita ou me visto bem, também concordou com a outra monstrinha aniversariante. E a caracolinhos de ouro de 4 anos também.

Mas o que raio é que se passa com estas crianças?! Serão masoquistas?!

Não me lembro agora de muito mais sobre esse dia…

Agora alguém me explica porque é que comecei este relato a falar sobre o Halloween?!

Oh… talvez seja influência dos monstrinhos com que tive de lidar.

Agora que penso bem nisso… será que o meu Dia das Bruxas se adiantou duas semanas?

– Cherry