Terra do Ontem escrita por Sr Mokona


Capítulo 9
The Toilet Zone


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esse conticulo apenas pela sátira do nome. Quem ainda não entendeu, o titulo é uma sátira ao nome The Twilight Zone (Além da Imaginação, aqui no Brasil). A partir dessa premissa, criei essa pequena historia de terror.
Espero que gostem.



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I

O medo é algo que varia de pessoa para pessoa. Alguns possuem medo de algumas coisas, outros de outras; mas quando o medo universal fica frente a frente com o individuo, basta saber se esse individuo estava preparado ou se sucumbirá perante a loucura.

Na estranha cidade interiorana de Cruzes, no alto do morro mais conhecido da cidade, há uma pequena vila de cidadãos pacatos e crédulos, que levam suas vidas pacatas durante o dia e se refugiam em suas casas durante a noite. Esse refugio, nada mais é do que receio dos que viviam nessas regiões bem antes dos primeiros conquistadores chegarem a cidade e tomarem conta de tudo. Estranhamente, a cidade pouco evoluiu e seu povo pouco ousa em mudar a região com comércios e lavouras, mas preferem buscar subterfúgio em outras cidades vizinhas.

II

Os prefeitos da cidade de Cruzes pouco mudaram a visão geográfica da cidade, como se soubessem de algo ou se meramente não quisessem fazer nada. Mas se os forasteiros observassem o cotidiano da população local ou se tivessem presenciado a historia de um ex-prefeito que ficou louco após a primeira semana na prefeitura e que saiu gritando sobre “monstros” e “seres bestiais” que perambulavam pela cidade, talvez eles acreditassem que realmente existe algo por lá.

Na cidade em que os prefeitos recebem vale saúde contendo calmantes e até tarjas pretas, que andam o tempo todo como se estivessem constantemente apavorados; ou habitantes calados, que se recusam de todas as formas conversar sobre a cidade, a cidade ainda recebe forasteiros. Geralmente homens bem vermelhos com diversas tatuagens sobre o corpo, que não interage com nenhum habitante local, recebendo-os também a reciprocidade

III

Essa cidade é de todo estranho e seus mistérios são bem maiores do que um dia poderei relatar; mas relatarei a historia de Alexandre Miguel, um jovem totalmente aplicado aos estudos e que ganhou uma bolsa de estudos na melhor universidade particular de física. Um garoto cético que com muita relutância, acompanhou os pais na visita a tia que morava em Cruzes e que nunca ia visitá-los.

Peço para que não estranhem todos os meus detalhes sobre Alexandre, é que um garoto com tanto ceticismo e estudo, dará uma credibilidade ao fato que daqui a pouco narrarei.

IV

Maria era uma senhora solteira e bibliotecária na cidade vizinha de Cruzes. Ela possuía uma irmã que estava sempre preocupada com ela, pelo fato de Maria ter se isolado da irmã que morava na cidade e de recebê-la sempre de forma desconfortável. A irmã de Maria um dia resolveu visitá-la e desta vez, levando sua família. Maria logo ficou totalmente desconfortável por ter que abrigar sua irmã, o marido e o filho dela.

Logo os hábitos de Maria se tornaram confusos, trôpegos e insanos; de um modo que a irmã de Maria obrigou-a a ir num medico. Deixando apenas o jovem Alexandre, filho da irmã de Maria, que recebeu ordens da tia de “não abrir a porta para ninguém” e de preferência “nem se mexer”, enquanto ela era praticamente arrastada para o carro. Alexandre estranhou que nenhum vizinho tenha vindo acudir ou apenas presenciar sua tia sendo levada a força para dentro de um carro.

V

A casa de Maria era algo realmente simples, a não ser pelo fato de possuir alguns desenhos de formas geométricas feitas de giz na parede, que, diga-se de passagem, nunca foram vistas por esse aluno formando em física. A casa estranhamente não possuía banheiro, tendo apenas um penico debaixo da cama de Maria; mas como Alexandre estava realmente apertado, resolveu abrir as portas dos fundos e fazer no mato. Para sua surpresa, já havia escurecido e havia um banheiro iluminado pela luz da lua, a uns 13 metros dali e Alexandre resolveu ir.

Caminhando a passos largos, Alexandre entrou no banheiro de azulejos brancos e de louças brancas. Após o termino, Alexandre caminhou a até a porta e percebeu que não tinha visto seu reflexo no espelho, mas ouviu uma voz atrás dele que dizia: “Sua alma tombou antes que você chegasse aqui”. Era uma voz tão fina e imponente que fez Alexandre se arrepiar completamente e em seguida, dar um grito aterrorizante. De repente, surge uma face deformada no reflexo do espelho e Alexandre solta outro grito, mas dessa vez, totalmente estridente e assustadora, assustando-o próprio.

Com passos longos e fortes, Alexandre saiu do banheiro, mas para sua surpresa, tudo estava escuro, estava um breu de tal forma que era como se tudo tivesse sumido do mundo. Menos o banheiro, que estava iluminado como se fosse pelo luar, mas não havia lua. Alexandre voltou para o banheiro e pôs-se a chorar e pedir que pudesse acordar.

“Não é um sonho, pobre criança”, disse uma voz sibilando perto de Alexandre, que tremia e não se virava. Reunindo toda a sua coragem em sua loucura, perguntou: “Quem é você?”, mas não se virou. Após alguns segundos sem reposta, Alexandre se virou e se deparou com um ser humanóide em cima do vaso sanitário, logo, com o susto, Alexandre se virou rapidamente e bateu com a cabeça na parede e sangrou. Tonto, ele se virou para todos os lados e não viu ninguém no banheiro. Correu como um louco para fora do banheiro com a esperança de que tudo não passasse de um pesadelo, mas ao passar pela porta, tudo ainda estava escuro (menos o banheiro), mas ele correu na direção que achou ter vindo e pôs as mãos para a frente para tentar tatear algo, mas tudo que conseguiu foi correr sem parar por alguns minutos.

Alexandre parou tonto em um breu total. Ele sentou, chorou e gritou, mas nada adiantou, até que ouviu algumas vozes ao longe e duas luzes como se fossem lampiões acesos e correu ao encontro. “Alexandre!”, ele ouvia e corria em direção da luz, respondendo: “estou aqui!”. As luzes pareciam não se aproximar, até que de súbito, Alexandre ouviu uma voz rouca chamando seu nome e duas pequenas luzes, se tornaram uma e se tornou o banheiro.

Em extrema loucura, Alexandre entrou no banheiro e começou a bater no espelho do banheiro até quebrá-lo, foi então que a criatura deforme segurou seu braço e Alexandre puxou-o para perto e começou a estrangular pelo pequeno, grosso e deforme pescoço da criatura. Mas quanto mais ele pressionava, mais seu próprio pescoço doía. Mas pressionado pela loucura em sua mente e a estranheza do ser que ele estava sufocando, Alexandre não parou, até desmaiar.

VI

Alexandre foi encontrado no chão próximo a porta dos fundos, com ferimentos na cabeça e em frangalhos em plena luz do dia pelos seus pais. Ele foi levado para a mesma clinica que sua tia havia sido levada, mas ao contrario dela, ele permaneceu. Os médicos disseram que foi um surto ocasionado pelo estresse de uma vida de muito estudo e sem diversão. Quem apena o visita são seus pais e sua tia Maria, de quem se aproximou muito.


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