O Sonho de Obito escrita por Sokane Limiku e Fujisaki Nina


Capítulo 2
Sonhe alto, Uchiha Furaito




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– Furaito... - O Uchiha divagou. - Ele faz juz ao nome.

– Mas nem sempre foi assim. - Comentou Rin. - Lembra de quando a Takara se formou na academia?

Flashback on:

– Tadaima! - Obito anunciou, entrando em sua casa. Suspirou enquanto tirava e pendurava a capa e o chapéu de Hokage.

– Aqui em cima! - Ouviu a voz de Rin vinda do segundo andar. Mal ergueu os olhos e a viu descendo. - Okaeri. - Desejou a morena sorrindo. O Uchiha devolveu o jesto, puxando-a pela cintura para abraça-la.

– Como está o Soyo?

– Está ótimo, mas ficou cansado de bricar e agora está cochilando. - Ela respondeu, antes de roubar-lhe um selinho.

– E a Takara-chan ainda não voltou?

– Não, mas não deve demorar muito. - Mais um selinho, dessa vez mais demorado.

– E quanto ao...?

– BLERCK! - Alguém gritou enojado. Rin e Obito olharam para o lado e viram um garoto, que tampava os olhos e fingia vomitar. - Por que sou sempre eu que pego vocês nessas situações?! Que nojo!

– Foram graças a essas e outras situações que você nasceu, sabia, moleque? - Obito gargalhou pela cara do filho.

– Argh! Nem me lembre, pai, se não eu nem consigo almoçar. - Resmungou o menino, finalmente trando as mãos do rosto. Ele até parecia uma cópia de Obito quando tinha nove anos, é sério!, mesmos cabelos, mesmos olhos, mesma pele morena, até a personalidade era parecida.

– Nada disso! - Rin protestou. - Eu dei duro na comida hoje para comemorarmos a formatura da Takara-chan.

– Formatura... Ela já está virando uma ninja, Rin. - Obito divagou. - Doze anos passaram tão rápido...

– Se você está dizendo isso agora, imagine quando ela receber o colete de Chunnin, ou virar uma Jounnin? Apósto que até lá, o Soyo-kun vai ter se formado.

E a partir daí, foi só 'Takara' pra lá e 'Soyo' pra cá. Ao menos era assim na concepção do garoto que observava tudo. Por que as coisas eram tão injustas?! Takara era a única filha menina, sendo assim era a princesinha do papai, principalmente por ser parecida com Rin; Já Soyo era o caculinha, e por ainda ter apenas seis anos roubava uma boa parte da atenção que sua mãe deveria lhe dar! Realmente, ser o irmão do meio era uma droga.

– Então... o papo tá muito bom, mas eu preciso subir e tirar essa roupa suja. - Falou Obito, dando um leve beijo na bochecha da esposa e bagunçando ainda mais os cabelos do filho antes de subir.

– Furaito, me ajude a por a mesa, por favor. - Rin pediu, e mesmo bufando ele foi.

Enquanto colocava os pratos, a morena olhou de esguela para o filho, meio preocupada. Há algum tempo que vinha reparando que Furaito andava muito quieto, o que contradizia com sua personalidade hiperativa.

– Não está feliz por sua irmã? - Ela perguntou, para quebrar o silêncio, mas não percebeu Furaito abaixar a cabeça, cobrindo os olhos com a franja. - Ela deu duro para se formar, sabe? Aposto que será uma grande nin-

– Por que vocês botam tanta fé nela? - O menos interrompeu. - Por que acreditam tanto que ela será uma grande ninja se nem sabem se ela passou mesmo??

– Porque eles sabem que criaram a filha muito bem, Aito. - Uma voz feminina falou, pegando ambos, mãe e filho, de surpresa.

No batente da porta estava uma garota parecidíssima com Rin. Os traços do rosto eram muito parecidos, principalmente pelas marcas roxas nas bochechas. Mas tanto os olhos e cabelos negros quanto o símbolo do clã estampado em sua jaqueta, não deixavam mentir quem era.

– Takara-chan, okaeri! - Rin cumprimentou. - Então, como foi? - A garota não respondeu, apenas deu um sorriso de mostrar os dentes e mostrou um hitaiate novinho. - Parabéns, minha filha!

– Parabéns, minha menininha! - Obito chegou de repente e abaçou a menina por trás, chegando a ergue-la do chão. - Eu sabia que você ia conseguir, sempre soube! - O pai orgulhoso não parava os elogios por momento algum.

– Hahaha, para pai. - Takara ria, se soltando do abraço do mais velho.

– Mas é verdade, Takara-chan, nós estamos muito orgulhosos de você. - Falou Rin, sem conseguir não rir da cena. - Não é, Furaito?

Altomaticamente, os olhares dos três se voltaram para o Uchiha mais novo. O mesmo continuava emvurrado, olhando para um ponto qualquer da cozinha.

– É, é... parabéns... - Foi tudo o que disse, sem nenhum ânimo na voz.

– Ei, qual é, baixinho? - Takara se abaixou um pouco para ficar cara a cara com o irmão. - Tá tristinho só porque eu já sou uma ninja, é? - Debochou, dando um leve peteléco na testa do garoto.

– Não é nada disso! Você é três anos mais velha que eu, claro que se formaria primeiro! - Furaito resmungou.

– Então qual o problema, beberão? - A mais velha provocou novamente.

– O problema é... Não tem problema nenhum! - Furaito literalmente se jogou para sentar na mesa. - Vamos comer logo o almoço em homenagem à filha perfeita antes que o pequeno Soyo acorde e a mamãe precise socorre-lo!

– FURAITO!! - Rin e Obito gritaram ao mesmo tempo.

– Que comportamento é esse, moleque?! - Obito brigou.

– Como assim?! Eu não fiz nada!! Nunca faço nada, pelo menos não que mereça atenção!

– Furaito, não fale assim... - Rin tentou acalmar as coisas.

– Quer saber, mãe? Deixa pra lá! - O garoto se levantou, e foi batento os pés até a porta dos fundos da casa. - Alguém acorda o Soyo logo pro resto da atenção de vocês não se focar em mim e ninguém se importar se eu não estiver aqui.

E BAAM!, o estrondo da porta foi a última coisa ouvida. Um silêncio se instalou no local, ninguém sabia o que falar.

– Nossa... - Murmurou um garotinho, de cabelos castanhos e olhos negros.

–Ah, Soyo-kun. - Rin saiu do transe ao ver o filho mais novo ali.

– Aquele Furaito... eu vou atrás dele. - Obito decidiu, mas sentiu uma mão pegar em seu braço delicadamente, impedindo-o. - Rin?

– Não, deixe que eu vou. - Disse a morena, calmamente.

– Mas... aquele garoto precisa aprender, Rin!

– Eu concordo, Furaito mereçe um sermão. Mas acho que dessa vez precisa ser sermão de mãe. - Falou com toda a sinceridade, e Obito não teve como dizer não. - Eu volto já, já.

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– Droga... - Furaito suspirou, encarando o grande Monte Hokage (mais especificamente, o rosto de seu pai), do alto de uma árvore. - Eu não devia ter dito aquilo. A Takara fez por merecer se tornar uma ninja e o papai e a mamãe tinham o direito de ficarem orgulhosos dela... Mas isso não é motivo para me ignorarem!, não é? - Questionou para nada mais nada menos que uma pomba que estava ao seu lado no galho. Essa apenas o olhou antes de sumir voando.

– Que confusão interna, heim? - O Uchiha levou um susto. Como ela o tinha encontrado tão rápido?

– Como me achou tão rápido, mãe?

– Ora, eu conheco meu filho. - Rin riu (A: isso soou meio estranho...). - Você sempre vem pra cá quando precisa de um tempinho. - Olhou ao redor: o galho praticaticamente formava um ninho nele mesmo, e Furaito tinha trazido várias almofadas e revistas. - Mas eu nunca vim aqui. Você fez um bom trabalho.

– Valeu. - Furaito sorriu minimamente. - Desculpa pelo meu ataque lá dentro. - Pediu.

– Você se sente mesmo daquele jeito? - Ela perguntou, sentando ao lado dele.

– Sim. - Respondeu na hora. Mas vacilou depois. - Quero dizer, nem sempre... de vez em quando. - Suspirou. - Você e o papai me dão atenção, mas ás vezes parece que vocês se importam mais com a nee-san e com o Soyo doque comigo.

– Ah, meu menino... - Rin também deu um pequeno sorriso. Se ele soubesse que o tamanho orgulho e espectativa que tinha dele não pudesse ser posto em palavras... Mas talvez ouvesse um jeito de explicar. - Furaito.

– O que?

– Sabe porque você recebeu o nome que tem? Sabe o que ele significa?

– Bom, eu sei que significa voo.

– Exatamente. Você recebeu esse nome para que pudesse realizá-lo.

– Então... você e o papai queriam que eu aprendesse a voar? - A expressão de confusão do garoto quase fez Rin soltar uma gargalhada.

– Não, não é isso. - Ela se acalmou, depois pensou um pouco. - Pense: onde os pássaros chegam quando eles voam?

– Ahm... no céu?

– Isso. E é no céu que estão os maiores sonhos. - Rin olhou nos olhos do filho, com ternura. - Por isso eu te dei esse nome, para ser um impulso para você alcançar seus sonhos, que eu sempre soube que seriam grandiosos. - E alizou os cabelos do filho, arrumando-os. Ele odiava aquilo, mas era uma mania que ela tinha. - Você acha mesmo que eu depositaria essa confiança em você se não te amasse mais que tudo?

– Não... - Furaito murmurou. Esfregou os olhos, antes que alguma lágrima teimosa caísse. - Desculpe por tudo. Mas eu juro que de agora em diante, vou fazer por merecer ser filho do Hokage e vou honrar o meu nome! - Ele fitou o horizonte, encarando o Monte Hokage. Seu rosto continuou sério, mas abriu um sorriso determinado. - E algum dia, serei digno do posto de Hokage!!

Rin sorriu. Furaito era mesmo filho de Obito, e é por ter a mesma determinação que o pai que ela sabia o quanto seu garoto se esforçadia. - "Te desejo boa sorte, e que encontre alguém para estar sempre te observando."

– SE PREPARE, KONOHA!! AQUI VAI O FUTURO HOKAGE, O GRANDE UCHIHA FURAITO!!!

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– Voltamos! - Furaito gritou em alto em bom som assim que ele e Rin entraram na casa. Na mesma hora, entraram na cozinha, onde Obito, Takara e Soyo estavam sentados á mesa.

– Que bom! Já estávamos ficando preocupados. - Takara foi a primeira a falar. Mas ela parecia meio nervosa. E quando Obito soltou um pigarro, encarando-a sério, ela se rendeu. - Olha, Aito, desculpa por ter te provocado. Tudo bem que não precisava dar aquele ataque, mas eu devia ter visto que você não tava pra brincadeira.

Furaito riu baixo. Era raro ver sua irmã admitir que estava errada.

– É... não sei se consigo te perdoar tão fácil. Quem sabe se você me der metade dos lucros das suas missões até eu me formar...

– Ora, seu idiota! - Apesar do tom bravo, Takara sorria.

– Ei, pai, precisamos bater uma foto. - Soyo lembrou, para tentar evitar uma briga entre os irmãos.

– Ah, é verdade. - Obito pegou a câmera e a preparou.

– Vem aqui, Aito! - Takara puxou o irmão, colocando o hitaiate de qualquer jeito na cabeça dele.

– Muito bem. Um, dois, três e...

Click!

Flashback off

E era essa foto que Rin e Obito olhavam um ano depois.

– Esses dois... são piores que dois tornados! - Obito gargalhou.

– Em comparação, o Soyo é tão quietinho. - Rin folheou o álbum. - Acho que não tem um dia em que ele tenha feito besteira ou perdido a cal... Ai...

– O que foi?

– Esse dia. - Ela mostrou uma foto para o marido e ambos entortaram o nariz ao relembrarem aquele dia.

Flashback on:


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