The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 58
Capítulo Especial - Congelada


Notas iniciais do capítulo

ENTÃO GENTEM?
TUDO BAIM?
Muitas coisas a dizer hoje! Primeiramente -e atrasadamente- FELIZ NATAL PARA TODOS VOÇAIS ♥
Eu tinha esquecido de falar isso no último cap., então aqui está e.e
E, sobre esse capítulo, ele era para ser um especial de Natal, mas graças a uma CERTA PESSOA, eu não consegui acabar esse cap. no natal, então virou um especial de Ano Novo.
Sim, ano que vem é 2016! E isso vem bem amanhã! Hoje é o último dia do ano!!!
Esse cap. conta o final de ano antes do ano que as viagens começaram. Ficou meio dark, sem sorrisos e pá, mas eu curti bastante o final. E foi bom para introduzir mais elementos do enredo, então espero que gostem ♥
Boa leitura o/ Espero vocês nos comentários e...pera *corre para as notas finais*

Nesse capítulo: o último ano de Ana...como era a vida antes das viagens?



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Um floco tocou o chão. Depois outro e mais outro, em uma sequência com ordem alguma, cobrindo o chão do lado de fora com um tapete branco e gelado.

Era véspera de Ano Novo.

Olhava através da janela. A calça jeans boca de sino nas pernas que se arrastavam perto da janela. A cabeça com a boina vermelha. Sem perceber, estava mutilando o dedo indicador com os dentes.

–Se você continuar assim, vai começar a sangrar. – sua irmã disse.

Percebeu então o dedo cheio de marcas, botou ele para baixo e voltou a apreciar o ambiente de fora.

A cidade de Winchester nunca fora lá tão grande. Era importante de fato, mas existiam muitos outros lugares maiores e conhecidos. E a população de lá não era nada comparada com a de Londres.

Mas ela não deixava de gostar de lá. Nunca foi muito fã de lugares cheios de pessoas. Não sabia realmente o porquê. Talvez era aquele medo interno de ser julgada. De não ser aceita.

Ela já tinha acabado a escola naquela época. O ano estava no final e era até estranho o fato de não ter mais aulas. Mas ano que vem seria diferente. Estaria finalmente fazendo 18 anos e faria sua viagem para Londres. Novos arredores, nova vida.

Finalmente saiu daquela posição e decidiu dar uma andada nas ruas perto de casa. Colocou as luvas grossas e atravessou o portão.

O clima não estava nem um pouco feliz. Mas teria que voltar logo, antes que as visitas chegassem para o jantar.

Os sapatos fechados batiam no chão. O cachecol enrolado no seu pescoço. Tinha sido um baita ano. Muita coisa tinha acontecido. Muita coisa que ela não queria lembrar. E também muita coisa das quais seria lembrada por ter feito.

Lembrou bem daquela noite. O olhar assassino que ela nem sabia que tinha. Tinha realmente explodido e acabou descontando em todos. Não que tivesse se arrependido de dar umas lições neles, mas reconhecia que talvez não deveria ter ido tão longe.

Estava nesse devaneio quando sentiu uma mão cobrir meus olhos. A pessoa não disse nada, mas era óbvio que tinha que adivinhar quem era.

–Deixe-me ver. É um garoto de cabelo preto, olho claro e seu nome começa com J e termina com K. Acertei?

–Contra você eu nunca tenho chance, não é? – ele tirou as mãos da face dela.

Claro, era Jack. Um dos seus melhores amigos, se não o melhor. Mais alto do que ela, tinha a pele bem clara, cabelos quase tão escuros quanto os dela e seus olhos eram inconfundivelmente azuis esverdeados. Sendo filho de mãe irlandesa e tendo vivido lá parte de sua infância, o seu sotaque era um tanto carregado, mas a garota achava isso deveras adorável.

–Vem aqui. – ela pediu.

Se aproximou dele e lhe deu um abraço apertado. Ele era uma das poucas pessoas que ela conseguia abraçar assim. E um dos poucos que realmente sofreria se perdesse.

Mas ele não gostava muito de receber abraços dela, por alguma razão. Então sempre que ela se aproximava para tal coisa, ele recuava um pouco. Assim, foi um abraço bem curto.

Tinha que admitir, demorou um bom tempo para perceber, mas ela tinha uma...leve queda por ele. Contudo, não era como se estivesse perdidamente apaixonada por ele, como outras garotas clamavam estar por algumas pessoas.

Mas tinha vergonha e medo de admitir. Não queria que sua amizade acabasse por isso, então decidiu ficar na dela.

Pelo menos podia experimentar o prazer de ter breves momentos tão próximos dele, como aquele. E não queria que eles acabassem.

Andavam um do lado do outro na calçada. Não tinham muitas pessoas e, felizmente, não estava mais nevando naquele momento.

Neve era algo raro tão no Sul, mas por alguma razão estava acontecendo naquele ano em especial. Por que? Ninguém sabia.

–Então, como os preparativos estão na sua casa? – ela perguntou.

–Bem, nada diferente do costume. Só que o jantar vai ser maior dessa vez. Como uma despedida, sabe? Já que eu vou viajar ano que vem e vai ser difícil de ver o resto da família como antigamente.

–Você realmente tem que viajar?

–Você também vai. Então por que eu não posso?

–Não que você não possa. Mas você poderia, pelo menos, esperar a minha viagem. A cidade vai ficar vazia sem você...

–Então você não consegue aguentar ficar sem mim, não é? – ele disse, colocando um braço por cima do seu ombro.

–Não é nada disso! – exclamou, tentando não corar. – É só que...eu vou sentir sua falta. Mas não vamos perder contato, hein!

–Claro que não. Se eu ousasse fazer isso, você provavelmente iria descobrir meu endereço e arranjar um jeito de ir até lá só para me dar um tapa.

–Que bom que você sabe.

Continuaram conversando sobre coisas bobas, durante uma caminhada sem rumo, enquanto a tarde chegava.

Depois de um tempo, os dois estavam sentados em cima do telhado da casa de Jack.

–Aqui está frio, não seria melhor ficarmos do lado de dentro? – ele sugeriu.

–Não, eu gosto mais do lado de fora. É geralmente mais tranquilo, principalmente no inverno.

–Mas você já está até ficando com o rosto roxo. – ele disse, tocando sua bochecha.

–Eu estou bem. – ela se virou, tentando não corar.

Então um silêncio formou-se, ninguém falava. Ela olhava o horizonte gelado com seu pôr do sol pintado de tons de azul, laranja e amarelo. Jack só observava o seu rosto imóvel, com encanto no olhar.

Naquele momento, a cabeça dela parecia confusa. Era como se ela sentisse que algo ruim iria acontecer. Não conseguia prestar atenção em nada e sentia-se depressiva por alguma razão.

–Do nada, você começou a parecer pensativa demais. Alguma coisa aconteceu?

–Não é nada.

–Me diga, quando para você deixa de ser nada?

–Jack, o que está dizendo? Realmente, não é nada.

–Eu sou seu amigo. Você pode confiar em mim e me contar o que quiser. Mas você sempre foge disso. Sempre que eu pergunto alguma coisa você tenta desconversar ou algo do tipo. Não há nada de errado em ter problemas sabe-

Nesse momento, a garota simplesmente se jogou nos braços dele. Seu rosto se acomodou em seu peitoral e ela fechou os olhos.

–Er...o que você-

–Só cale a boca, idiota.

–Espera, assim eu-

Então o corpo do moreno caiu para trás, com ela em cima. Agora os dois estavam deitados no telhado frio da casa, enquanto a tarde caía. Na tentativa falha de se equilibrar e impedir a queda, o garoto tinha segurado no corpo dela, a trazendo junto.

Naquele momento, ele ainda segurava com força sua cintura e eles se olhavam olho no olho. Então começou a nevar novamente.

–Jack, eu...você pediu para que eu contasse as coisas que me perturbassem, não é? Então...eu queria te contar uma coisa.

Se não estivesse tão frio, ela provavelmente estaria com um tom bem mais avermelhado.

–O que é?

–Eu est-

–Jack!

Nesse momento, a mãe de Jack chamou pelo filho, lá de baixo. O dito cujo se soltou dela e respondeu ao chamado:

–O que é, mãe?

–A mãe da sua amiga pediu para chamar ela! E também é melhor vocês saírem daí se não quiserem pegar um resfriado.

–Ok, já estamos indo.

Nesse momento, ele olhou novamente para a garota. Ela olhava para as telhas do telhado, e mesmo quando ele a chamou, ela não tirou seus olhos de lá.

–Então, o que você queria me dizer, Ca-

Ela o abraçou com força, segurando uma lágrima. E disse bem baixo em seu ouvido:

–Nunca mude, por favor.

Então ela se levantou e foi na direção da saída.

–Parece que já está na hora de eu ir, nos vemos amanhã, tá?

–Sim...e feliz ano novo! – ele falou, meio sem graça.

–Sim, para você também! – ela respondeu.

Finalmente foi embora e voltou com a mãe para a casa. Na hora do jantar, cada um tinha se colocado em seu lugar. A casa estava cheia, devido a festa de Ano Novo.

Cada um conversava sobre algo diverso, mas a imagem do banquete, com um cheiro digno dos deuses, era algo bem mais interessante do que jogar conversa fora, pelo menos para a garota.

Lá estava ele, sobre a mesa. Todo belo, brilhando e gritando me devore, com seus aromas tentadores. Quase passou o vexame de babar por ele.

Foi então que as facas e colheres o atravessaram. E pedaços foram tirados. Nesse momento, finalmente tirou os seus olhos da comida e percebeu que alguém estava tentando falar com ela.

–Então, soube que você passou com grandes notas esse ano, né? – comentou sua tia.

–É verdade.

–Foram as maiores do ano, não é? – completou a mãe.

–Sim...

–Se esforçou bastante, hein! Fechou com chave de ouro! – disse meu tio, dando uma risada pesada.

Nem respondeu, quanto antes o assunto acabasse, melhor. Não estava a fim de conversar, nunca esteve. Seria todos calarem as bocas um milagre grande demais? Só uma vez?

Mas não aconteceu, a família continuou jogando papo fora sem razão nenhuma. Amava a sua família, mas ela não gostava de conversar, se sentia em um misto de constrangimento e tédio. Ainda mais por ter que calcular cada letra do que iria falar.

E foi depois de várias mastigadas que eles finalmente pisaram na bola.

Estava degustando a sobremesa, quando uma alguém abriu a boca e disse:

–Bem, eu ouvi que você sofreu um péssimo acidente na escola alguns meses atrás, o que houve?

Sim, ela abriu a boca. Ela, aquela que a garota menos suportava na família inteira. Era a meia-irmã de um primo seu, o Jean. Ele as vezes a trazia para os jantares de família, já que a outra parte da família dela não era lá de festejar. E sua mãe, Elisabeth, era do tipo que não negava (esta última adepta da filosofia: quanto mais melhor, claramente o contrário da filha).

Com seu cabelo castanho liso no ombro, o sorriso falso e os olhos atrevidos, Emily conseguia conquistar a família toda, mas não àquela garota. Não era ódio sem pé nem cabeça, ela simplesmente não conseguia simpatizar com ela. Mas depois daquela vez podia jurar que iria enfiar um garfo no meio da goela dela.

–Do que está falando?

–O meu irmão disse que rolou uma confusão em uma festa envolvendo você, é verdade?

–Houve uma confusão sim, mas já é passado. Não há necessidade de conversar sobre isso.

–O que aconteceu? – perguntou outro primo.

–Houve uma briga e eu fui metida no meio... – tentou desconversar.

–Não foi você que causou a briga?

Simplesmente lançou um olhar mortal para aquela garota. O ambiente estava silencioso e, com raiva, ela segurava o copo de vidro com força. Tanta força que ele chegou a quebrar.

Logo em seguida, sua mão estava sangrando por causa dos cacos de vidro. Nenhum tinha entrado na carne, mas um deles tinha feito um corte em sua pele.

–Droga. – murmurou.

–Deixa que eu te ajudo! – propôs Emily.

–Não precisa! – ela gritou. – Consigo tomar conta de mim mesma sozinha, não preciso de você!

–Desculpe! Eu só queria saber o que tinha acontecido...

–Eu me estressei um pouco e acabei machucando algumas pessoas. Mas não, não fui eu que comecei a briga. Algo mais?

–Nada não...porém é bom saber disso, eu já estava começando a achar que você era uma garota fria e sem coração. – ela deu uma risadinha.

Pelo menos eu não sou falsa que nem você, pensou.

Estava um silêncio, mas enquanto não olhava, percebeu que todos monitoravam seus movimentos, achando que não tinha notado.

–Eu acredito que adultos como vocês deveriam saber que falar nas costas das pessoas é algo errado. – comentou, sem mais nem menos. – Se querem dizer algo é só falar aqui e agora.

Um certo choque no ar. Claramente, não esperavam aquilo.

–Você não precisa ser grossa com Emily. Mesmo que seja uma situação da qual não queria lembrar, você...não deveria ter machucado aquela garota. Na verdade, ninguém. Eles podem ter te provocado, mas isso não justifica qualquer violência. – falou Jean.

–Quem é você para dizer algo? Você não estava lá e você não é eu. Você não entenderia. – replicou.

–Não importa! Agredindo eles você se torna pior!

–Eu não ligo! – gritou, levantando e batendo na mesa com força. – Para mim não faz diferença.

–Como pode dizer uma coisa dessas?

–Filha! – exclamou a mãe. – O que está acontecendo aqui?

–Por acaso é cega? Não está vendo o que está acontecendo?

–O que é isso? Fale direito com sua mãe! – replicou o tio, Richard.

–Então parem de me desrespeitar! O ser idiota que teve a ideia de trazer a situação da minha briga até aqui que é o culpado! – disse, dirigindo um olhar até Emily.

–Mas...eu...eu nunca quis que isso acontecesse!

–Ela só fez uma pergunta inocente! Não precisava criar esse alvoroço todo por causa disso! Pense antes de fazer esse tipo de bobagem! A situação da briga já deveria ter te ensinado isso, não é?

–Seu primo está certo! Você já é grande o bastante para ser civilizada com os outros!

–Verdade, do jeito que está agindo parece um animal selvagem e não a garota que conhecemos.

–A garota que vocês conhecem? O que querem dizer com isso?

Levantei a cabeça para todos, tirando a franja do rosto. Um olhar vazio.

–Uma garota gentil, que é legal com os outros!

–Gentileza? Não me venham falar desse tipo de coisa. Mas esse não é o problema. O problema é que as pessoas tentam me humilhar e esperar que eu aceite tal coisa!

–Não estamos tentando te humilhar! Somos sua família!

–Bem que faz bastante tempo que eu notei, você anda mudada! Desde que voltou daquela viagem! – começou Jean. – Você não é mais a mesma!

–Não me fale sobre não ser a mesma...Eu sou eu, não importa o que aconteça. Mas se eu precisar ser um demônio as vezes, eu não me importo...

Todos pareciam chocados com as palavras da garota. Ninguém conseguia dizer nada.

–Mas a vida é minha! Então parem de tentar me mudar! Vocês não me entendem e tentam me controlar! Disseram que eu pareço um animal selvagem...MAS É ISSO QUE EU RELAMENTE SOU!

***

Era uma sala azul e brilhante. As duas pessoas em pé. Enquanto ele olhava o painel de controle, a chefe dos guardiões falava com seu subordinado.

–Finalmente, mais um ano passou.

–É verdade. Vai se revelar para ela?

–Sim, finalmente chegou a hora.

–Sério? Já faz um bom tempo que você a encontrou.

–E agora só tenho que esperar um mês e dezoito dias. Está se aproximando. As viagens vão finalmente começar.

–Então, Kryn. Qual é o seu plano?

***

Estava realmente escuro e nevava. Os fogos de artifício iluminavam o céu com suas belas cores, marcando a passagem de ano. Naquele momento, finalmente o ano de 2002 tinha chegado.

Era frio, mas a garota não se importava. Estava deitada no meio da neve, olhando o céu, sozinha. Aos poucos, seu corpo ficava cada vez mais gelado.

A mão ainda estava sangrando por causa do corte com o copo, mas ela também não ligava para aquilo. Ela não ligava para mais nada. Estava totalmente congelada, vazia e sem emoção qualquer.

Elisabeth já estava desesperada, a filha tinha causado todo aquele alvoroço no jantar e tinha sumido! Mal ela sabia que a filha estava no parque da cidade, jogada no meio da neve, sem vontade de viver.

Até Jack tinha acabado se metendo naquela história. Elisabeth não queria atrapalhar a noite do garoto, mas esse decidiu se intrometer na situação ao ver a mulher de longos cabelos andando sem rumo no meio da noite.

Naquele momento ele procurava a amiga, até finalmente a encontrar, perdida na neve. Esta já estava quase fechando os olhos.

Ele se aproximou e pegou a amiga nos braços. Ajeitou seu cabelo e perguntou, calmamente:

–O que você está fazendo aqui?

–...Jack?

–Sou eu, não precisa se preocupar. Vou levar você para sua casa, sua mãe está-

–Não. – ela segurou o casaco dele com força. – Por favor, não me leve para lá. Me leve para qualquer lugar, menos para lá. – ela pediu, gaguejando.

–Está bem...

Então ele a levou para sua casa. Ligou para Elisabeth para avisar que estava tudo bem com a sua filha, mas avisou que seria melhor elas não conversarem naquele momento, pois percebeu que algo tinha acontecido entre a garota e a família, era óbvio.

A família da garota já estava se despedindo e deixando o lar de Elisabeth para retornarem as suas casas. Afinal, a discussão tinha acabado com o humor de todos. E ela, em sua fúria, também tinha destruído a mesa de jantar. Quando saiu correndo pela porta, fez questão de quase derrubar a mesa e o que tinha nela.

Naquele momento ela estava deitada na cama do amigo.

–Você deve estar congelando. Aqui, tome. – ele disse, dando-lhe uma morna xícara de chá.

Já que tinha ficado deitada na neve, sua roupa tinha ficado molhada, então ela teve que tirar a maior parte dela. Por isso o amigo lhe emprestou a menor blusa que tinha e uma calça da mãe. E claro, meias e um casaco.

–Já está melhor? – ele perguntou e ela assentiu como resposta. – Sinceramente, as vezes eu ainda me pergunto como está viva. Que tipo de ideia foi essa?

Ela não respondeu nada. Só olhou para o chão, envergonhada.

–É sério, o que houve? – ele disse, sentando-se do seu lado e colocando seu cabelo para trás.

–Eu briguei com a minha família...

–Então você decidiu se matar congelada?

–Algo do tipo...

–Que ideia. – ele disse, dando um abraço nela.

Ela não esperava aquilo, definitivamente. Não era do feitio de Jack sair dando abraços por aí. Ela somente o abraçou de volta, e começou a despachar lágrimas.

Naquele momento, os dois estavam deitados juntos, no silêncio. Ninguém falava nada. Alguns momentos atrás, ela sentia como se seu coração estivesse congelado, como se ela estivesse congelada. E era como se aquele gelo tivesse derretido um pouco naquele momento.

–Jack, eu creio que tomei uma decisão.

–O que é?

–Eu acho que vou para a casa do meu tio Thomas e vou ficar lá até o dia da minha viagem.

–Onde ele vive?

–Em Southampton.

–Não é muito longe daqui, certo?

–Exatamente.

–Não seria melhor passar com a sua mãe?

–Eu não quero mais viver lá.

–Catarina, porque você-

–Pare com isso, por favor.

–O que?

–Me chamar de Catarina.

–Esse é o seu nome!

–Catarina é uma garota que ficou no passado, em 2001. Uma garota que era humilhada, fingindo não se importar. Agora, ela não existe mais. Quem existe agora é uma garota que vai viver por si mesmo, e só vai se importar com aqueles que realmente importam. Não vou mais dar o braço para quem não me daria nem uma unha. E se não gostar de alguém, não vou fingir que gosto só para manter as aparências. É hora de eu finalmente me libertar das correntes que me prendem a essa vida. Eu não aguento mais. Por isso, quero que me chame de uma forma diferente.

–Qual seria essa forma? Como quer que eu a chame?

Me lembro bem. Aquele tinha sido o último ano que eu tinha passado com eles. Mal eu sabia as aventuras que me aguardavam.

–Me chame de Ana.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Mereço palminhas? Será que vai ter algum comentário antes de 2016 -q

FELIZ ANO NOVO O/
(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧ ✧゚・: *ヽ(◕ヮ◕ヽ) ~le chuva de glitter~ (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧ ✧゚・: *ヽ(◕ヮ◕ヽ)

Que 2016 venha cheio de felicidades, alegrias, paz, amor, saúde e tudo de bom!
E claro, que venha com muito The Inter - Worlds. Os planos são que eu finalmente acabe o Ato 2 (que já passou de sua metade e está perto de seus finalmentes), que vai cobrir o resto da estadia da Ana na floresta das trevas (digamos que ela vai ficar lá mais tempo que nos outros lugares) e as paradas que vão rolar la na Cidade do Lago. Depois disso, Ato 3! Vai cobrir o final da saga da Terra Média e o final do Ano 2 com Tomb Raider.
Tradução: até a metade do ano que vem, provavelmente o Ano 2 já vai estar acabado.
Espero vocês lá o/
Esse é o último cap. do ano e que o ano que vem traga mais e mais das aventuras da Ana ^~^
E claro, que mais leitores como vocês venham o///
Beijos e até os próximos capítulos :D



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