The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 51
Enquanto Isso - Para Salvar


Notas iniciais do capítulo

Então gente, já estou de volta!
Tenho que admitir que estava tão inspirada que sai escrevendo uma chuva de capítulos. Mas ainda não vou postar porque quero dar uma melhoradinha em alguns deles.
Então deixo vocês com esse EQI. Espero que gostem e boa leitura :D

Enquanto isso:
Legolas procura um jeito de ajudar a Ana, que por alguma razão está sofrendo...



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–Bom, primeiramente essa é Tauriel, que, pelo visto, você já conhece, ela é chefe da guarda e uma elfa silvestre. Aquele na sua frente é Bruinir, ele é um meio-elfo, por isso é, digamos assim, mais próximo de você que é uma humana. – começou Legolas.

O elfo, com seus cabelos loiros escuros que iam até o ombro, seus olhos de um verde profundo e escuro, a pele levemente bronzeada, realmente não dava a aparência de um elfo, se não fossem pelas orelhas. Era um mestiço, sem dúvidas. Acenou para Ana, mas essa não pareceu ligar, deixando-o irritado. Quem era ela para ignorar ele assim? Mas decidiu deixar isso de lado.

–Aquela ali é Cíwen, bem do lado. É uma elfa filha da realeza élfica, vinda do reino de Lothlórien.

–É um prazer. – ela disse.

Ana mal assentiu como resposta.

–Ela deve ser bem tímida. – comentou Cíwen com a elfa do seu lado.

Cíwen. Uma elfa bem alta, de longos cabelos loiros. E olhos tão azuis que eram quase transparentes. Era considerada uma das mais belas elfas. Sua pele, lisa e clara, transmitia um ar jovem e suas feições encantavam a qualquer criatura.

Mas ao ver Ana, ela sentiu seu território invadido. A garota parecia tomar a atenção de todos, não só por ser uma humana. Principalmente do príncipe Legolas. O que ela tinha de mais? Para Cíwen ela era só uma garota com carne demais. Olhos esbugalhados e aquele cabelo negro horrível. Aqueles lábios grandes demais. O que era aquela mortal do lado da bela Cíwen? Magra de um jeito invejável, sempre impecável, a mais bela de todas?

–Na ponta da direita temos Raichon, é um elfo muito sábio. Um estudante vindo de Valfenda.

–Eu acredito que o Senhor Elrohir tenha comentado sobre você da última vez que estive em meu lar. Se o que ele me disse é realmente verdade você é-

Raichon parou imediatamente. Os olhos de Ana pareciam vazios. E ela apertava o peito com força.

Legolas se virou para a garota. Assim, ela começou a tossir.

–Ana! – ele gritou.

Mas ela não reagiu. Era como se não ouvisse.

Ele mexeu o corpo dela. Mas isso não ajudou, logo ela estava tossindo sangue.

–Ana! – ele gritou novamente.

Então, ela repentinamente parou. Todos na expectativa. Ela diria alguma coisa? Faria alguma coisa?

Não. Ela tombou para frente. Mas o príncipe élfico agilmente pegou a primeira coisa macia que viu. Um pão, no caso, e colocou abaixo na cabeça de Ana, para que ela não batesse com a cara na mesa.

–Raichon! – chamou Legolas.

O elfo rapidamente levantou e foi até Ana. Checou se ainda estava respirando. Com dificuldade, mas sim, ela ainda estava. Seu coração batia lentamente. Seus olhos permaneciam abertos, e saia sangue deles.

–O estado dela é crítico, temos que fazer algo imediatamente se quisermos que ela viva.

–É melhor levar ela para a ala médica, lá poderão cuidar dela. – sugeriu Tauriel, já se levantando.

–É mesmo, lá eu também posso fazer alguma coisa. – disse Raichon, fechando os olhos dela. – Quem vai levar?

–Deixe comigo. – afirmou Legolas, para a surpresa de todos.

–Mas príncipe-

–Já disse, deixe comigo.

Ele se levantou e carregou Ana em seus braços. Rapidamente, foi até a ala mágica, seguido de Raichon, Tauriel e Boridrhen (que também estava no jantar).

Os outros elfos decidiram ficar na mesa. Também estavam preocupados, mas decidiram não intervir.

Foi então que Abladeth se levantou da mesa. Ela era a elfa de cabelos ruivos de leve coloração violeta. Seus olhos castanhos pareciam tristes. Ela se direcionou à saída. Então Gelien, a elfa de cabelos alaranjados ao seu lado, perguntou:

–Abladeth? Onde você está-

–Perdi o apetite.

Nada mais foi dito, e ela continuou andando, seguida da elfa mais nova que ela, Gelien.

–Também não estou muito bem. Acho que vou descansar um pouco. – disse Estelien, a elfa de cabelos castanhos.

–Eu também. - concordou Esteliel, sua irmã.

Agora só eram quatro sentados à mesa. Ninguém conversava, comia ou bebia.

–Este banquete está com um ar muito sombrio, com licença. – comentou Cíwen, se retirando também.

–Vou com você Cíwen. - disse Elegessil, a elfa do seu lado.

–Não estou com muita fome. Vou ler um pouco. – afirmou Cílion, saindo.

–Estou me retirando também. – informou Laerdir, se levantando.

Agora, só restava Bruinir na mesa. Mas esse não se retirou. Uma vez que todos estavam distantes, ele continuou a comer e beber.

–Parece que esse vai ser um banquete solitário.

***

Enquanto isso, Legolas carregava Ana, a levando para a ala médica. Nos seus braços ela se mexia bastante e ele podia sentir gotas de suor cair em sua mão. O que será que estava acontecendo?

Tauriel ia correndo na frente, indo avisar as curandeiras para que estas se preparassem.

Assim que entraram no cômodo, Ana foi colocada em uma cama. Ela segurou com força os lençóis. Logo seus olhos se abriram novamente, mas não era como se sua consciência estivesse ali. Ela gritava muito e se mexia de um lado para o outro. Seu abdome descia e subia repetidas vezes, parecia até estar possuída por algum demônio.

–Por Iluvatár, o que houve? – perguntou uma das curandeiras.

–Ela desmaiou do nada. Tossiu um pouco de sangue antes. Depois ela ficou exatamente como está agora. Caiu um pouco de sangue do seu olho também. – explicou Legolas.

–Tudo bem. Vamos ver o que podemos fazer.

Então, Ana começou a segurar uma região bem específica de sua barriga, e ainda chorava de dor.

Raichon se aproximou e notou que suas veias estavam escurecendo.

–Vamos ter que tirar o vestido. Parece que há alguma coisa na barriga. Senhores? – comentou Raichon.

Boridrhen assentiu, entendendo a indireta.

–Legolas?

–O que é?

–Elas vão tirar o vestido dela. Não acha que é a hora de se retirar?

–Ah, sim.

–Vou ter que ficar para examinar o corpo dela. – comentou Raichon. – Me perdoe, senhorita Ana.

Assim, Boridrhen e Legolas saíram, seguidos de Tauriel. Os três ficaram esperando na sala ao lado. Ninguém falou nada. Era um silêncio quebrado somente pelos gritos de Ana. E a cada um, todos eles trincavam os dentes, preocupados.

Assim que o vestido de Ana foi tirado, e ela foi deixada somente com suas roupas íntimas, Raichon pôde notar uma enorme mancha na sua barriga.

–É o mesmo veneno que usaram no príncipe. Apliquem a mesma cura. – ele mandou.

Sim, aquela mancha era muito semelhante a que ele viu em Legolas quando ele tinha chegado na fortaleza alguns dias atrás.

Mas por que só tinha se manifestado agora? Quando Legolas chegou ele já tinha a mancha, e ela não. Ela parecia ter desmaiado só por indisposição e pelo ambiente da floresta ao qual não estava acostumada. E não era como se alguém tivesse a envenenado lá dentro.

Será que era por ser humana? Assim o veneno demoraria mais para a afetar? Não, não fazia sentido, deveria ser o contrário, não é? O veneno ter se manifestado antes nela do que nele.

E também, mesmo sendo o mesmo veneno, ela reagia diferente. Legolas tinha ficado inerte, mas seu coração batia rapidamente, já ela era o contrário.

Era terrível que sabiam muito pouco sobre aquele veneno. O seu funcionamento, seus sintomas...era tudo bem difícil de decifrar. Quem o tinha feito não era um simples alquimista e também não era o tipo de coisa que você compra na esquina. Era algo bem específico.

Mas mal ele sabia que Legolas já estava um pouco curado por causa da magia de Ana e também que Ana não era simplesmente uma humana normal e que todos esses fatores implicariam na forma como ela reagiria.

Afinal, o veneno tinha sido feito para ela.

Logo em seguida, as curandeiras chegaram para aplicar a cura. Fizeram os preparativos, entoaram os cânticos e usaram os remédios necessários. Todas as etapas foram feitas perfeitamente.

Ana lentamente se acalmou. Seus olhos se fecharam. E seu corpo ficou parado. Ela ainda mexia um pouco a cabeça para os lados e seu rosto expressava um pouco de dor. Seu coração acelerou um pouco, assim como sua respiração.

Os olhos de Raichon se encheram de esperança. Tinha funcionado?

Ela segurou os lençóis com mais força. Gritou mais alto ainda, quebrando até uma jarra de vidro que estava perto dela.

–Façam de novo! – o elfo mandou.

–Mas-

–Tem que funcionar! De novo!

Fizeram tudo de novo. Mas não pareceu funcionar novamente.

–Droga!

Porém, depois de um tempo, enquanto Raichon pensava, o corpo de Ana se acalmou, dessa vez para valer. Mesmo que ainda expressasse dor e soltasse alguns gritinhos, ela se mexia menos.

–Senhor, não há nada mais que possamos fazer.

Raichon fechou os olhos, aceitando a derrota. Ele teria que dar as más notícias aos outros.

–Vistam ela com alguma coisa.

Saiu do quarto com o semblante sério. Assim que os três o viram, foram direto na sua direção.

–Então? Ela está acordada, já está bem? – perguntou Legolas.

–Não. – respondeu Raichon.

–Quando isso vai acontecer?

–A não ser que Iluvatár a abençoe com um milagre, nunca.

Os três estavam chocados. Como assim nunca?

–Já é muito tarde. Não temos muito conhecimento sobre o veneno e como curá-lo. Se ele tivesse se manifestado mais cedo talvez ainda tivéssemos alguma chance. Mas agora...

–Não há nada que possamos fazer? Não importa o quão difícil seja...se houver qualquer coisa, pode me contar. – falou Legolas.

–O máximo que podemos fazer agora é terminar com sua vida, para encurtar o seu sofrimento.

–Então eu farei isso.

–Legolas, não acha que-

–Eu sou quem a conhece por mais tempo aqui.

–Exatamente por isso. – implicou Boridrhen.

–Então, é exatamente por isso que preciso ser eu. Você sabe o que quero dizer.

Sim, ele se referia às visões. Ele já sabia de Ana desde o ano passado, diferente dos outros que tinham acabado de conhecer ela.

–Qualquer coisa, estaremos do seu lado. – afirmou Boridrhen.

–Não, eu preciso fazer isso sozinho.

–Mas-

–Boridrhen, deixe ele. – mandou Tauriel. – Vamos embora.

–Está bem.

Então os outros três saíram. Por último, Tauriel deu uma adaga para Legolas.

–Você tem certeza disso?

–Sim. – ele respondeu.

–Então tudo bem. Vou confiar em você.

Assim, ele entrou no quarto. As curandeiras olhavam para uma Ana adormecida. Ao verem Legolas entrar com a adaga em mãos, elas ficaram assustadas.

–Vossa Alteza, arranjamos um jeito de acalmá-la, mas não deve durar até o amanhecer. Você por acaso vai-

–Podem ir descansar. Eu vou ficar aqui.

–Vossa Alteza?

–Podem ir. Eu que vou fazer isso.

–Sim, príncipe Legolas.

Então, as moças se retiraram, deixando Legolas sozinho com Ana.

Como as coisas terminaram assim? Ele não poderia nunca saber a verdade por trás daqueles sonhos? Por que ele teria que acabar com a vida daquela misteriosa moça que mal tinha conhecido? Ele não queria. E seu coração doeu ao pensar nisso.

Mas ele não podia deixar que ninguém mais o fizesse. Os outros não tinham razões para não o fazer. Simplesmente chegariam ali e a matariam. Mas não ele.

Levantou a adaga, mas desistiu antes que essa atingisse a pele dela.

O ambiente estava pouco iluminado. Tinham algumas velas acessas. Agora Ana suava, e mexia as sobrancelhas, mas não fazia nada além disso. Usava uma túnica marrom que tinha sido deixada no local.

Ele olhou para o seu rosto. Assim, dormindo...parecia uma criatura tão pura e inocente. Não parecia a mesma guerreira que tinha conhecido na floresta.

Era verdade que ela era muito bela, nunca tinha visto uma humana com tamanha beleza.

E não era como se ela tivesse algum traço exuberante. Seu rosto era simples, mas aquela simplicidade era encantadora.

Foi então que notou uma leve cicatriz em suas pálpebras, que nunca tinha percebido antes. Era algo bem disfarçado, para falar a verdade...

Não queria a matar, mas ela estava sofrendo. Para satisfazer seus desejos pessoais ele deixaria aquela moça em dor? Não, não podia fazer isso.

Mas precisava de um tempo para pensar e se preparar para aquilo.

Sentou-se em uma cadeira ao lado da cama e ficou a observando no escuro.

***

O tempo tinha passado. E ele ainda não tinha feito aquilo. Será que realmente iria conseguir? Não era possível que ela fosse simplesmente morrer assim. Não poderia Iluvatár dar uma outra chance para ela?

Logo estaria amanhecendo e os outros provavelmente viriam ver se ele tinha feito aquilo e para recolher o corpo.

Então, ele se aproximou daquele corpo delicado e segurou sua mão.

–Você não poderia acordar? Por favor...conte-me, porque tive aqueles sonhos com você? Tenho certeza que não quer-

Foi então que ele percebeu. Será que...será que se ele quisesse sonhar com ela...

Ele se lembrou que quando ela estava desmaiada ele sonhou com ela, e então ela apareceu naquele mundo dos sonhos. Será que faria efeito naquele momento?

Fechou os olhos e pensou nela com força, mas nenhuma imagem vinha na sua mente. Era como se ele não pudesse pensar nela.

Não funcionava de jeito nenhum, mas ele parou de prestar atenção nisso naquele momento, pois notou que Ana começou a se mexer novamente, mesmo que sem tanta energia como horas atrás. Porém o que chamou mais atenção foi que as veias escurecidas começaram a clarear. Mas não era como se ela estivesse morrendo. Ela estava...

Ela estava lutando contra o veneno? Por si própria? Como ela conseguiria isso?

Conseguindo ou não, ele resolveu lhe dar uma ajuda. Se o truque da mente funcionasse, ele poderia saber o que estava acontecendo com ela e poderia salvá-la.

Então ele se aproximou mais dela. Se colocou em cima dela e pensou com força. Agora que seus rostos estavam próximos, seria impossível não pensar nela. Mas parecia não funcionar.

Entretanto, Ana que só se mexia sem sentido algum até então, segurou a manga de Legolas e o puxou para perto, para sua total surpresa.

Estavam bem próximos agora, suas testas se encostavam. Ele queria se soltar, mas as mãos de Ana eram fortes.

Então, ao fechar seus olhos, sua mente começou a funcionar.

Um ambiente negro. No horizonte...ele avistou Ana.


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Notas finais do capítulo

Então, gentem? O que acharam?
Altas expectativas para os próximos capítulos hein?
Espero vocês lá, e nos comentários, é claro ;)
o/