The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 32
Capítulo 27 - Muitos Encontros


Notas iniciais do capítulo

NA: Então, gente.
Desculpa, desculpaaaa, por não ter postado nenhum capítulo semana passada! Foi minha útlima semana de férias e eu não tive tempo para fazer nada. Além disso, a inspiração anda me de mal comigo, então tá difícil.
Agora vocês podem esperar que os capítulos venham com menos frequência, afinal, escrever não é a única coisa que eu faço e agora tenho aulas todos os dias ;)
Ainda não defini a música, mas leiam e comentem o que acharam deste aqui. Ainda recompenso vocês por semana passada!
Beijos e espero que gostem!

Nesse capítulo:
Uma vez que Ana volta a Rivendell, ela encontra com muitas pessoas...



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Ao abrir os olhos a primeira coisa que pude ver foi o teto claro que se colocava na minha frente. Pisquei várias vezes até me acostumar com a luz abundante no quarto, já que, mesmo que a manhã já tivesse passado, ainda estava claro.

Olhei ao meu redor e vi que estava deitada em uma cama muito macia. Estava coberta por um lençol e usava uma camisola gelo. Meu cabelo estava escovado e solto.

Eu estava deitada, basicamente (como pude notar ao olhar os enfeites da cama e perceber a marca que havia deixado) na mesma cama que havia deitado um ano atrás da primeira vez que fui a Rivendell.

Ouvi um barulho e me virei, vendo Elrohir. Este estava sentado, mas ao perceber que havia acordado se levantou, virando-se para mim e parando de observar o horizonte.

–Ana. – eu podia até dizer que seus olhos brilhavam. – Você acordou.

–Eu estou...viva. Nós estamos vivos, certo?

–Claro. Por que não estaríamos?

–É que...

E nesse momento, eu toquei no ombro, vendo que ele estava cheio de bandagens, cobrindo a minha ferida.

–O que aconteceu?

–Você não se lembra?

–Só alguns fragmentos...

–Nós fugimos com você. Glorfindel fugiu com você. E aí você fez algo...completamente fantástico.

–Glorfindel?

–Sim, ele é um elfo amigo de meu pai. Ele-

–Eu sem quem ele é.

–Sério?

–Sim, mais isso não importa no momento. Como ele foi parar lá?

–Meu pai soube de sua chegada na Terra-Média e soube que estaria passando por aqui. Foi aí que meu pai viu que você poderia ter problemas na estrada e mandou Glorfindel para te achar.

–E vocês me acharam porque-

–Porque estávamos patrulhando aquela área. Desde o ataque no ano passado passamos a ser bem mais cautelosos. Parece que algo anda bloqueando a magia do vale e isso que permitiu que os orcs invadissem.

–Estranho. Muito estranho. – murmurei.

Olhei para o elfo. Ele ainda estava com a armadura. Mesmo que na certa tivesse passado um dia ele ainda estava com a mesma aparência. Além disso, ele parecia exausto, com olheiras que eu nunca pensara ver em seu rosto. Além das olheiras, seu rosto também contava com vários machucados mal tratados, conseguidos na batalha contra os orcs.

–O que aconteceu com o seu rosto?

–Nós tivemos uma batalha bem difícil contra os orcs, sabe...

–Eu me sinto mal de saber que isso é culpa minha.

–Por que seria? – ele se aproximou.

–Eu não sei por que, mas aqueles orcs estavam atrás de mim. Eles não estariam aqui se não fosse por mim.

–Você não escolheu que eles viessem. A culpa não é sua, e sim daquele que mandou-os te caçar.

–Obrigada. – respondi. – Sente-se aqui. – disse, dando tapinhas na cama.

Elrohir me olhou, sem entender. Por que diabos eu estaria pedindo para ele sentar do meu lado...na cama?

–Só sente-se. – disse, com um pouco de autoridade.

Ele se sentou, obedecendo a minha vontade. Me ajeitei na cama, sentando-me perto dele. Toquei na lateral de seu rosto, e uma luz dourada saiu de minha mão, indo para o rosto dele. Assim, suas feridas sumiram quase imediatamente.

Ele tocou o rosto, percebendo o que eu havia feito. Deu um leve sorriso e me disse:

–Obrigado.

–É o mínimo que eu poderia fazer. – sorrimos. – Mas, mudando de assunto. Pelo visto vocês fizeram um bom trabalho me curando.

–Acho que se tivéssemos nos atrasado um pouco teríamos perdido você.

–Mas eu estou bem agora...certo?

–Sim. Uma flecha morgul pode ser mortal, mas nós elfos sabemos como lidar com esse tipo de coisa.

–Quem me vestiu? – perguntei, ao lembrar que estava com uma roupa diferente.

–Calma. – ele riu. – Foi uma das servas. Uma elfa. Fêmea.

–Sim, eu entendi. – respondi. – É só impressão minha ou aqui está realmente frio? – disse, esfregando as mãos nos braços para fazer atrito.

–É inverno. Sabia?

–Mas antes não estava tão frio.

–Esse inverno não tem sido um dos mais gelados, na verdade, mais geralmente o Oeste do mundo é mais aquecido mesmo.

Vi fumaça saindo da minha boca.

–Não é um dos mais gelados? Tem certeza? – me cobri até o meu ombro com os lençóis.

–Talvez esteja esfriando agora. É melhor você descansar um pouco.

Ao olhar para ele, eu senti algo estranho. Como se ele não estivesse me contando algo. Sei lá, alguma insegurança.

–Está tudo bem, Elrohir?

–Sim, por que não estaria?

–Nada não...

Assim, me aproximei dele e segurei a lateral de seu rosto, dando-lhe um beijo na bochecha.

–Obrigada por tudo.

Ele se levantou, direcionando-se para a saída. Sorriu, segurando-se para não corar.

–De nada. Agora, descanse. - e assim ele saiu.

Para os que não sabem, um dos melhores jeitos de se ler a mente de alguém é tendo algum tipo de contato com elas, principalmente com a cabeça. Um beijo foi um golpe baixo considerando a possível afeição a mais dele por mim, mas foi necessário, eu precisava descobrir o que ele estava escondendo.

Tocar seu rosto permitiu que eu “capturasse” algumas memórias dele.

Uma vez que ele saiu, eu fui examinar as memórias que eu tinha pescado.

Um Elrohir quase sem fôlego e desesperado entrara no quarto me segurando. Eu estava totalmente desmaiada e meu corpo estava molhado. Atrás do elfo entraram dois elfos loiros, Elrond e várias elfas, provavelmente curandeiras.

Elrohir me colocou na cama. Algumas curandeiras começaram a limpar a ferida da perna, tentando tirar um pedaço da flecha que havia ficado para trás. Enquanto isso, outras encontravam um jeito de tirar a flecha do ombro.

[Tragam Athelas! Athelas!] – gritava uma curandeira, que ia de um lado para o outro, gritando ordens para as outras. – [Tragam também toalhas e água!]

Uma elfa chegou correndo com um pote cheio de ervas, provavelmente Athelas, ou folha do rei, como era chamada pelos humanos.

–[Elrohir, eu irei me cuidar com os soldados da tropa.] – disse Aeran e assim que Elrohir assentiu, este saiu.

Enquanto algumas elfas limpavam os meus ferimentos mais intensos (os causados pelas flechas) e outras preparavam as ervas, eu comecei a ter um tipo de convulsão, me remexendo pela cama.

– [Segurem ela!] – gritou uma delas. – [Me dê Athelas.] – disse ela, pegando o pote. – [Você! Faça o mesmo que eu fizer no ferimento do ombro.]

Ela começou a amaçar as ervas e, logo antes de coloca-las no meu ferimento, ela começou a dizer, seguida pela outra elfa:

–Menno o nin na hon i eliad annen annin; hon leitho o-ngurth.

Meus olhos se abriram, tomando aquela tonalidade totalmente branca e de repente, coisas começaram a se destruir no quarto. Primeiro foi uma janela explodindo, depois um vaso, seguido de um trovão estrondoso, trazendo consigo logo depois chuva.

–Menno o nin na...

Eu dei um grito e um raio caiu no vale.

–hon i eliad annen annin…

Eu gritei novamente e parecia ventar cada vez mais no local, trazendo a chuva para dentro do cômodo.

–hon leitho o-ngurth...

As elfas faziam o cântico e aplicavam as ervas nas feridas, mas nada realmente eficaz parecia acontecer.

– [Meu Lorde Elrond. Nossos métodos parecem em nada afetar a saúde de Lady Ana.]

Com um olhar preocupado, o lorde élfico tomou o controle da situação, olhando as feridas.

– [Me dê a flecha.]

Assim, Elrond examinou toda a flecha, desde a ponta ao final do cabo.

–Isso não é nenhuma mera flecha Morgul. Está amaldiçoada por um feitiço poderoso. [Se não tratarmos ela logo ela sucumbirá a escuridão.]

Nesse momento, a partir de um gesto de Elrond, as elfas se afastaram de meu corpo em agonia. E então o lorde de Imladris se aproximou e disse:

Quod du installatur et, si qua fata ruit Harwa 'i' val en 'lux. Quia erit Vilya expungere i lle infestat Ksh 'et' illam.

A pedra azul de um anel que Elrond usava, começou a brilhar, e assim, a ferida pareceu diminuir.

– Quod du installatur et, si qua fata ruit Harwa 'i' val en 'lux. Quia erit Vilya expungere i lle infestat Ksh 'et' illam. – ele repetiu, dessa vez mais alto.

Uma luz surgiu e minha visão escureceu. As memórias haviam esgotado.

Assim as memórias se desmancharam. Até que tinha conseguido capturar uma boa quantidade de momentos, mas não era o bastante. Eu só queria entender as coisas que estavam acontecendo...era pedir demais?

Deitei novamente na cama. Choviam todo o tipo de pensamentos na minha mente. Eu só queria respostas. Só isso.

E o que diabos Elrond fez comigo? Aquelas palavras...Quod du installatur et, si qua fata ruit Harwa 'i' val en 'lux. Quia erit Vilya expungere i lle infestat Ksh 'et' illam....o que será que significavam?

Não era nada dentro do idioma Sindarin, pelo menos não completamente. Talvez algo misturado com latim...mas o que diabos elfos da Terra – Média saberiam sobre latim?

Eu não conseguia pensar naquilo no momento. Olhei para o ambiente de fora e vi que o pôr – do – sol estava próximo.

A minha cabeça doía e eu sentia um cansaço enorme. Sentei e respirei um pouco. Eu tinha que continuar. Dores não podiam se tornar um obstáculo tão facilmente. Algo me dizia que orcs não seriam a pior dificuldade da minha jornada.

Comecei a pensar sobre os acontecimentos recentes. Talvez Kryn soubesse de alguma coisa?

Me levantei e fui direto para a mesa, procurando meus pertences. Felizmente a bolsa mágica ainda estava lá e com ela, a bolsa de mão que continha a esfera de Kryn.

–Kryn, o que diabos aconteceu?

–Você chegou bem rápido em Valfenda, pelo visto. Estava esperando mais alguns dias.

–Kryn, responda a minha pergunta!

–Eu não sei! Mas algo que você fez despertou alguma força na esfera. Eu fiquei sem administrar nada enquanto você fazia!

–Administrar? Administrar o que?

–Administrar...minhas...suas...

–Kryn...

–Administrar você. Sabe, para se acontecer alguma coisa muito séria eu poder te ajudar.

–Tipo um ataque de orcs?

–Bem, aquilo não foi nada demais. – eu o olhei surpresa. – Olha, você que pediu por isso. Se um grupo de orcs é o seu problema é melhor voltar porque você na certa vai encontrar dificuldades bem maiores no caminho.

–Os elfos não conseguiram segurar eles!

–Mas você conseguiu, de algum jeito louco, mas conseguiu. Você andou usando magia, não é?

–Sim...

–Você não pode simplesmente sair soltando o seu poder por aí. Você precisa ser cautelosa, não sabe quem pode estar olhando. Isso só chama mais atenção para você!

–Eu não tive muita escolha. Eles iriam matar Elrohir. Eu não podia simplesmente deixa-lo morrer.

–Sei...

–Kryn, você tem alguma ideia do que as palavras “Quod du installatur et, si qua fata ruit Harwa 'i' val en 'lux. Quia erit Vilya expungere i lle infestat Ksh 'et' illam.” significam?

–Parece um feitiço antigo…espera, Vilya?

–Sim...espera! Esse é o anel de safira, é Vilya! Um dos três anéis élficos forjados por Celebrimbor na Segunda Era! Como eu não lembrei disso? Deve ter sido algum tipo de feitiço de cura...

–Eu não sei o que as palavras significam, mas posso dar uma pesquisada.

–Eu gostaria muito.

Assim, ele só assentiu e sumiu da bola de cristal.

–Com quem você estava conversando?

Nesse momento, senti um frio percorrer o meu corpo todo. Seja lá quem fosse, havia me pegado desprevenida. Em um misto de surpresa e susto, virei quase que imediatamente.

Pude ver o rosto de Elladan, o irmão gêmeo de Elrohir. Eles eram muito parecidos, mas podia dizer que Elrohir era ais alto e mais “fino”.

–N-Ninguém. – ele me olhou, desconfiado.

–Não parecia como se fosse ninguém. – ele se aproximava aos poucos.

–Sério?

–Sério. – ele descontraiu um pouco. – Meu irmão me contou muitas coisas. E eu vi muitas coisas. Mas eu ainda não entendo como você conseguiu arrasar com muitos mais caçadores orc do que uma tropa élfica.

–Eu sou uma boa lutadora. – ele me analisava por inteiro. – Assim como qualquer outro. Foi só sorte.

–Sei. – ele se distanciou um pouco. – Eu também vi coisas estranhas. Espero que não sejam tão estranhas como pareciam. Meu irmão Elrohir realmente gosta de você, não deixe que ele goste de uma mentira.

Assim, ele saiu. Eu soltei os ombros que antes estavam tensos na presença do elfo. O que será que havia acontecido quando estava desacordada? Eu tinha que descobrir.

Por isso, fui direto para a minha bolsa, abrindo-a por completo e dela tirando um dos vestidos que encontrei.

O vestido era azul e longo, parecia um céu estrelado por causa de seus brilhos, só que era mais claro do que um céu noturno. O que eu percebi claramente ao olhar novamente para fora e ver que a noite chegava.

Prendi o cabelo em um coque com tranças e coloquei uma tiara. Um salto básico e uma tornozeleira foram o bastante para os pés.

Saí do quarto, as pressas. Eu tinha que achar Lorde Elrond e descobrir tudo o que podia.

De repente, de um corredor saiu um elfo alto, de cabelos dourados e longos, olhos claros assim como sua pele e de corpo esbelto. Usava uma armadura dourada e uma capa branca.

–Então você é aquela que chamam de Ana.

–Sim.

–Já está bem? Você parecia bem ferida da última vez que a vi.

–Me parece que sou bem resistente. Não estou completamente bem, mas estou melhor. – ele assentiu, percebendo isso em minha aparência. – Se me permite, você seria?

–Ah, claro. Não me introduzi. Eu sou Glorfindel.

–Glo-Glorfindel?

–Sim...meu nome lhe lembra de alguma coisa, milady?

–Nada não.

Mentira. Lembrava sim. Nada mais nada menos por ser o elfo de Rivendell que salvava Frodo em a Sociedade do Anel dos espectros do anel em seu cavalo, Asfaloth. Me segurei para não dar um gritinho de realização, basicamente o mesmo que aconteceu quando eu conheci os outros personagens. Até agora não tinha me acostumado com isso.

–Bom, é ótimo que agora está melhor. – ele deu um sorriso. – Eu devo voltar aos meus afazeres agora. – ele fez uma reverência. – Foi um prazer.

–Para mim também.

E assim ele se virou, pronto para sair do local.

–Senhor Glorfindel?

–Sim?

–Você poderia me dizer onde está Lorde Elrond?

–Da última vez que o vi ele estava na varanda que tem a vista para o salão principal. Uma vez que cruzar a ponte que fica em cima da cachoeira, suba a primeira escada que se colocar na sua frente e vá até a varanda.

–Obrigada.

Lle creoso.

Assim, ele se distanciou, continuando seu caminho. Então, eu continuei o meu. Segui as instruções do elfo e cheguei na varanda. A varanda era no salão onde ficavam os fragmentos de Narsil, e na varanda estava o alto elfo, lorde de Imladris, observando o céu estrelado.

–Elrond.

–Lady Ana. – ele se virou. – Você finalmente acordou. Se sente melhor?

–Sim. Mas isso não importa agora.

Ele trocou uma expressão despreocupada para uma muito séria.

–Elrond, temos que conversar.

Palavras em Sindarin

Lle creoso = de nada.

Palavras da elfa curandeira

Menno o nin na hon i eliad annen annin; hon leitho o-ngurth. = a graça que foi dada a mim, deixe passar para ele, deixe que ele seja poupado.


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