The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 31
Enquanto isso - Fuga para o Vau


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa não ter postado antes. Minha internet está com problema rs. (Tive que postar pelo cel) Espero que gostem.

Nesse capítulo:
Ana e os elfos fogem em direção ao Vau do Bruinen.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549893/chapter/31

–Recuar! Khila Amin! – gritou Elrohir. – [Vamos retornar ao vale!]
– [Ainda há muito deles!] – gritou um dos elfos. – [Eles não podem chegar em Rivendell!]
O elfo que gritara era Aearan Varfin, o tenente do grupo de Elrohir. Um elfo alto de cabelos dourados e olhos verdes. Um pouco mais alto que Elrohir, os dois lutavam igualmente bem e acredita-se que Elrohir só era o chefe da guarda por ser o filho de Elrond e por ser mais velho que Aearan.
– [Temos que ir! Ana está ferida!] – disse Elrohir, olhando a ferida com um olhar preocupado. - Uma flecha Morgul...isso não é bom... – olhou de volta para Aearan. – [Não temos muito tempo, ela precisará de cuidados especiais!]
Nesse momento, o tenente élfico gritou para que alguns de seus companheiros acompanhassem Elrohir, enquanto o resto do esquadrão ficaria com ele para segurar os orcs mais um pouco, agora que seu número havia diminuído milagrosamente pelos feitos de Ana.
Assim, um trio de elfos saiu em disparada atrás de seu líder, que cavalgava o seu cavalo branco o mais rápido que podia desviando de qualquer um que se colocasse no caminho. Saiu da área aberta, adentrando novamente a floresta, ainda na estrada, rumo ao vale, o lar de seu pai. Enquanto isso, Ana sentia que seu corpo perdia as forças.
–Tudo vai ficar bem. – o elfo disse, ainda segurando o corpo da garota.
Seu cavalo corria mais rápido do que de todos os outros elfos, parecia até que a vida dele dependesse daquilo.
Depois de um tempo correndo no cavalo, Elrohir notou que Aearan se aproximava seguido de um esquadrão um tanto diminuído. Elrohir diminuiu a velocidade para checar o que havia acontecido.
–Ainda há muitos deles, eu tive que recuar ou perderia todos os meus soldados.
–Fez bem. – o elfo se virou para frente, pronto para continuar seu caminho.
–Mas, senhor, tem um detalhe. – Elrohir virou-se novamente. – [Mesmo que sejamos mais rápidos os orcs ainda estão nos seguindo e chegarão em breve.]
–Então é melhor continuarmos o nosso caminho. – Elrohir pôs o cavalo a correr novamente.
Elrohir corria, seguido um pouco atrás pelos outros elfos, agora dez, que antes eram quinze.
De repente, Elrohir parou o seu cavalo, surpreendendo os outros elfos, que pararam logo em seguida.
No meio das árvores apareceu um cavalo branco, reluzindo nas sombras, correndo muito. A testeira do animal brilhava e reluzia, como se estivesse adornada com pedras que pareciam estrelas. Montado neste estava um cavaleiro encapuzado. A capa do cavaleiro flutuava nas suas costas e o que podia-se ver de seu cabelo dourado esvoaçava brilhante através de suas vestes.
O cavaleiro não desceu de seu cavalo, mas, tirando o capuz, saldou:
–Mae govannen, Elrohir o Imladris!
A fala e a voz clara, musical, não deixavam dúvidas: o cavaleiro era um elfo. Nenhuma outra criatura habitante daquele mundo tinha uma voz tão bela e agradável de escutar. Mas parecia haver um tom de aflição naquele chamado e, mesmo que mantivesse a voz firme, ele falava com Elrohir cheio de ansiedade e urgência.
–Glorfindel?! – falou Elrohir, percebendo quem era o misterioso cavaleiro. – O que te traz aqui?
–Fui enviado pelo seu pai para encontrá-los. Temíamos que estivessem correndo perigo na estrada.
–E estamos. Um bando de orcs. – neste momento ele distanciou um pouco o corpo de Ana do seu. – E Ana foi acertada por flechas Morgul.
–Você era para a ter protegido.
–E eu protegi, mas não pude evitar.
–Dê a para mim. Eu a levarei para os curandeiros em Valfenda para que ela possa ser curada.
–Mas...
–Não temos tempo, Elrohir! Hon mabathon. Rochon ellint im!
–Be iest lîn. – respondeu Elrohir.
Nesse momento, Elrohir desceu do cavalo com o corpo de Ana e o entregou a Glorfindel, que rapidamente, virou o seu cavalo, pronto para começar a corrida.
–Glorfindel.
–Sim?
–Tome cuidado. Andelu i ven. – respondeu Elrohir, e Glorfindel assentiu, concordando.
Assim, enquanto Elrohir retornava ao seu cavalo, Glorfindel pôs-se a correr em seu corcel branco, dizendo:
– Noro lim, noro lim!
O cavalo corria mais rápido que qualquer warg de Gundabag ou cavalo élfico que Ana já tinha visto, mas esta não tinha condições para notar isso no momento. Naquele momento ela estava somente tendo convulsões e lutando para não sucumbir ao veneno da flecha morgul.
Na distância Elrohir e os outros elfos tentavam despistar os orcs.
O cavalo de Glorfindel avança pela trilha. Em alguns minutos eles deveriam estar passando o vau do Brunien. Porém, o que Glorfindel não esperava era que os elfos falhassem em sua missão e, por isso, tiveram que recuar, deixando com que o grupo de orcs seguisse atrás de sua verdadeira presa.
Glorfindel, virou o cavalo para ver as figuras que corriam na sua direção. Primeiro pode ver os elfos, mas logo em seguida viu o grupo de orcs que ainda permanecia firme e forte.
–Galope! Galope! Noro lim!
Imediatamente, o cavalo saltou e voltou a correr. Agora corria ainda mais rápido, como o vento, enquanto eles passavam o último trecho da Estrada.
Alguns caçadores orcs surgiram das laterais, estando bem perto de Ana e passando os elfos de Elrohir. Ana, quase inconsciente, sentia um frio percorrer seu corpo todo e junto com esse frio passava um medo incontrolável. Mas ela não gritou ou tentou atacar, ela não tinha forças para isso. Ela simplesmente fechou os olhos e agarrou-se ao corpo do elfo, esperando que a sorte estivesse do lado dela.
A sua visão estava turva e ela não conseguia enxergar direito. Por isso, mal tinha percebido que estava agora no cavalo do grande Glorfindel. A única coisa que ela conseguia compreender no momento era que podia morrer a qualquer segundo.
Será que ela viveria até chegarem no Vau?
De repente, Ana ouviu o barulho de água. Água espirrando e espumando sob seus pés. Sentiu-a avançar e depois se afastar, quando o cavalo deixava o rio e se esforçava para subir o caminho de pedra depois deste. Estava subindo o barranco inclinado. Tinha atravessado o Vau.
Ana abriu os olhos ligeiramente, notando que os elfos tinham acabado de passar. Mas os perseguidores vinham logo atrás. No topo do barranco, o cavalo de Glorfindel parou e se voltou, relinchando furiosamente. Haviam cerca de quinze orcs na beira da água. Agora ao lado de Glorfindel estava Elrohir.
–Ainda haviam muitos deles. Eles teriam morrido e não seria o bastante para pará-los.
–Eu não consigo sentir o poder do vale. Era para eu sentir. Era como se algo estivesse bloqueando ele.
–O que vamos fazer?
–Eu não sei.
Como se respondendo à pergunta de Elrohir, Ana soltou-se de Glorfindel e desceu do cavalo. Os dois a olharam curiosos, mas então Elrohir desceu do cavalo para segurar a garota, que ia na direção do Vau. Mas, antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma força desconhecida o fez tropeçar e cair no chão, impedindo que continuasse.
Assim, Ana levantou a mão direita. Sua pele estava pálida, e suas veias, agora bem visíveis, ameaçavam pular do corpo. Ela tinha o aspecto de um cadáver, mas ainda vivia. Seus olhos negros de repente ficaram com uma coloração totalmente branca, sem íris ou pupila.
Glorfindel ficou imóvel, curioso para saber o que a garota faria em seguir. Os orcs, prontos para capturar a garota, entraram no Vau. Então, a água do rio começou a subir estranhamente. Pode-se ouvir um barulho estranho e um vento anormal tomou a região.
Assim, começando em um sussurro que terminou em palavras altas, Ana disse:
Nîn o Chithaeglir lasto beth daer; rimmo nín Bruinen dan in goth!

De repente uma onda gigantesca surgiu no vau e, então, a água do Brunien foi correndo na direção dos inimigos. Os orcs que estavam mais próximos sucumbiram completamente, desaparecendo na espuma furiosa. Os que estavam atrás recuaram, com medo.

De alguma forma, a onda saiu para fora do Vau e atacou boa parte dos orcs restantes, que também sucumbiram ao poder do rio. A enchente levou quase todos, no máximo cinco ainda se mantinham vivos. Os gritos dos monstros foram abafados no ruído do rio, que os carregava para longe.
A enchente era tão grande, mas tão grande, que até passou até por cima de Ana, fazendo com que Elrohir quase surtasse pela possibilidade daquilo matar ela. Mas não, quando a enchente parou de passar por ela, esta se mantinha na mesma posição, em pé.
Depois disso, percebendo que não teriam chance alguma, os caçadores restantes saíram correndo, se metendo novamente nas matas.
Mas isso não importava no momento, pois Ana abaixou sua mão e seu olho voltou a coloração normal. E foi nesse momento que ela sentiu que estava caindo. Sentiu seu corpo bater nas pedrinhas que ficavam na beira do rio ao tocar o chão. Sentiu que suas últimas forças a abandonavam. Mas se ela morresse, morreria feliz de saber que pode salvar Elrohir e os outros elfos. Depois disso, fechou os olhos. Não escutou nem viu mais nada.
Elrohir, agora em pé, saiu correndo na direção da garota, tomando a em seus braços, vendo que ela ainda vivia, mesmo que com dificuldade. Com preocupação no olhar, Elrohir virou e disse, sério:
–Temos que chegar em Imladris agora ou ela morrerá.

Palavras em Sindarin
Khila Amin = Siga – me (sigam-me)
Mae govannen, Elrohir o Imladris! = Bem-vindo (saudações), Elrohir de Imladris.
Hon mabathon. Rochon ellint im. = Eu sou o cavaleiro mais rápido, eu vou levá-lo (levá-la)
Be iest lîn = Como desejar.
Andelu i ven. = A estrada é muito perigosa.
Noro lim, noro lim! = Corra rápido, corra rápido!
Nîn o Chithaeglir lasto beth daer; rimmo nín Bruinen dan in goth! = Águas das Montanhas Sobrias, escutem a grande palavra; fluam águas do Ruídoságua contra os inimigos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!