The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 23
Capítulo 19 - Bree


Notas iniciais do capítulo

NA: Aqui o capítulo gente, espero que gostem!
Sim, eu vou ver se consigo fazer a maratona de capítulos essa semana, considerem como um presente de Natal! Vou ver se já escrevo todos os capítulos hoje ou amanhã...
Boa Leitura!!!

Nesse capítulo:
Ana se encontra em uma terra distante, porém já conhecida...

Música: At the Sign of the Prancing Pony (Não poderia ter uma música mais adequada rsrs, mas o final é meio nada a ver o.o )
Link: https://www.youtube.com/watch?v=-GS3QN_Yapc



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De repente abri meus olhos. Deitada em uma cama, rapidamente ergui a cabeça procurando descobrir onde estava. Era um quarto pequeno, de chão e parede feitos de madeira. O ambiente era iluminado somente pela luz de velas, o que dificultava seriamente a visão do local. Me levantei, reparando como estava vestida. Estava com uma longa camisola branca e meu cabelo estava solto. Me aproximei de uma mesa e vi vários itens lá. Uma armadura, a esfera de cristal, uma espada com um cinto, a bolsa mágica, o colar com a pedra mágica e, por último, o bracelete da pedra.

Em cima da armadura havia um bilhete, nele estava escrito:

“Para o seu disfarce. Não os faça esperar – K”

Agora a pergunta interessante: quem seriam essas pessoas que estavam esperando por mim? O que será que elas queriam comigo? O que seria essa aventura?

Coloquei a aradura pesada. Era uma armadura de homem, e ficava larga em mim. Peguei o bracelete e a pedra, e coloquei no braço. Falei as palavras mágicas e, assim que olhei para o espelho que estava na minha frente, eu não era mais Ana. Agora eu era um homem alto. De madeixas negras, assim como seus olhos e sua barba. Pele clara, mas com um tom de saúde. Esse homem tinha músculos, pelo visto. Eu até que seduzia de homem, gente. Pelo menos isso...só esperava que nenhuma mulher começasse a dar em cima de mim! Ter que falar que não sou fã de mulheres iria ser uma coisa complicada de explicar...

Tá, mas agora eu precisava de um nome. Alguma coisa complicada, mas bonita. Com muitos ons, ys, ths e coisas do tipo. Algo nórdico, misturado com celta, élfico e inglês.

Depois de muito refletir me veio o curioso nome de Darion Aneryer. Era diferente, e até que tinha um estilo Terra - Mediano. Era um nome estranho, mas podia ser um nome.

Me armei com a espada, e chequei o conteúdo da bolça, achando algumas facas de arremessar e uma adaga, das quais me armei também.

Depois de acabar de me arrumar e dar uma última olhada no espelho, coloquei um capuz e apaguei as velas.

Saindo do quarto e descendo um pequeno jogo de escadas, me deparei com uma taverna animada. Várias pessoas desde humanos a pequenas criaturas (que logo pude reconhecer como hobbits) bebiam, comiam, cantavam, gargalhavam e conversavam dos mais diversos assuntos. Também não posso esquecer do cheiro forte de ervas que tinha aquele lugar, aquele pessoal era bem fumado pelo visto.

Olhava por todos os lados. Já que o lindo do Kryn (só para não dizer outra coisa) não me disse com quem falar, eu não tinha nem ideia de como descobrir isso! Tá, teria que ser na sorte. Algo de mim me dizia que eu saberia quando visse a pessoa, mas se eu estivesse errada? Talvez a pessoa soubesse quando me visse, sei lá.

Passando de lá pra cá, esperando que alguém me visse e me chamasse, desisti. Sentei em uma mesa e fiquei observando o ambiente, esperando que alguma figura chamativa aparecesse e se dirigisse à mim. O capuz cobria boa parte do meu rosto e isso me dava um ar misterioso muito satisfatório na minha opinião.

De repente, no meio das pessoas que andavam de lá para cá e das que estavam paradas, notei uma certa pessoa que de alguma forma estranha me chamara a atenção. De alguma forma eu sentia uma aura majestosa envolvendo ele.

Mas, diferente do que estejam pensando, ele não era nenhum galã ou príncipe bonitão, alto e limpinho que tinha simplesmente entrado ali brilhando e com musiquinha de anjo no fundo. Primeiro que eu não pude ver sua cara no início, já que esta estava também coberta por um capuz. E segundo, ele não era alto, muito pelo contrário, era até baixo demais, devia ser da altura de um hobbit, isso se não fosse um.

Quando abaixou o capuz escuro, revelou – se um rosto de cor clara, cabelos longos, e com uma trança de cada lado, que tinham fios tão negros como os meus e castanhos, ao mesmo tempo que tinham fios brancos que marcavam certa idade. Seus olhos eram tão azuis que podiam ser comparados com a cor de um céu nos dias ensolarados e sem nuvens. E possuía também uma barba grossa, que tinha os mesmos tons do cabelo.

Eu não tirava os olhos dele, enquanto isso ele se sentava em uma mesa e apoiava a espada. Então pediu uma cerveja e algo para comer. Enquanto seu pedido não chegava, ele, como boa parte das pessoas do ambiente, fumava por meio de seu cachimbo.

Então, recolhendo sua aparência, seu porte físico, seu jeito e, principalmente, sua altura...será que aquilo que era um anão? Só podia ser, porque ele era muito atarracado para um hobbit, muito baixo para um humano e não vamos nem comentar sua nenhuma semelhança com os elfos.

Será que era com ele que eu tinha que falar? De alguma forma aquele anão tinha chamado a minha atenção. Mas ao mesmo tempo não parecia nada demais.

Tinha que esperar, era o melhor a se fazer.

Assim que a comida chegou, e ele parecia bem faminto, ele se deparou com uma situação um tanto desagradável. Rapidamente notou que dois homens (além de mim, que sei disfarçar) estavam o observando escancaradamente, e foi aí que minhas deduções realmente começaram.

Os homens que o observavam. Eram humanos e tinham um olhar um tanto sinistro estampado no rosto. Deveriam estar procurando, por alguma razão, por aquele anão, e com certeza não pareciam ser amigos dele. Talvez ele fosse um alvo? E aqueles fossem seus assassinos? Talvez essa fosse a minha missão, proteger ele e o escoltar até algum lugar. Mas Kryn disse que eu amaria então deveria ser algo a mais do que isso.

Mas, de alguma forma, ou aquele anão tinha uma dívida muito alta com alguém, ou ele devia ser uma pessoa importante do tipo que tem muitos inimigos. Uma pessoa importante. Terra – média. Anão. Tinha que juntar os fatos. Aquilo estava começando a soar suspeito demais para mim...

Assim que os dois supostos assassinos se levantaram, o anão já estava pronto para pegar a espada e enfrentar os dois, porém, uma outra figura apareceu e se sentou na frente do anão.

E adivinhem quem era. Era ninguém mais ninguém menos que Gandalf, Gandalf, o cinzento. A partir disso pude deduzir novamente mais uma coisa: estávamos em um ano antes da época da Guerra do Anel, se bobear até antes da época que Smaug foi destruído.

Mas...o que será que Gandalf estaria fazendo ali? Será que era então com eles que eu tinha que falar? Eu ia, sorrateiramente, escutar a conversa dos dois...

–Se importa se eu me juntar a você? – o anão soltou a espada. –Eu vou querer o mesmo. – disse Gandalf para uma garçonete que estava passando.

Nesse momento, os dois homens estranhos se sentaram novamente em seus lugares, já que viram Gandalf se aproximar, o que, de alguma forma, deixou o anão aliviado.

–Eu acho que deveria me introduzir. Meu nome é Gandalf. – o anão o fitou, curioso. – Gandalf, o Cinzento.

–Eu sei quem você é. – aquela voz, era impactante. Era grossa e firme, e só suas primeiras palavras já me deixaram com vontade de ouvir um pouco mais.

–Veja só. Que bela casualidade. – ele dizia, parecendo empolgado. – O que traz Thorin Oakenshield a Bree?

Nesse momento, quando estava quase me dispersando da conversa, quase que virei a cabeça 360º graus para a direita e inconscientemente soltei um dos meus melhores olhares 43. Thorin. Thorin Oakenshield. O Thorin Oakenshield. Ali, na minha frente, conversando com o Gandalf, no meio de Bree?! Se algum daqueles homens ousassem tentar tocar nele eu zunia a primeira coisa que visse na cara deles.

–Fiquei sabendo que meu pai foi visto andando pelos Ermos perto da Terra Parda. Eu fui procurar. – explicou. – Não achei nenhum sinal dele.

–Ah, Thráin. – comentou Gandalf, de uma forma desapontada.

–Você é como os outros. Você acha que ele está morto.

–Eu não estava na batalha de Moria.

–Não, mas eu estava. – nesse momento parecia que alguma memória lhe vinha à mente. – Meu avô, Thror, foi morto...Meu pai levou alguns para conquistar um dos portões...ele nunca retornou. “Thráin se foi”, eles me disseram, “ele é um dos derrotados”. Mas no final daquela batalha eu procurei entre os mortos...até o último corpo. Meu pai não estava no meio deles.

–Thorin, faz tempo que nada além de rumores foram ouvidos sobre Thráin.

–Ele ainda vive, eu tenho certeza disso. – falou, quase sussurrando.

Nesse momento ouve uma pequena pausa.

–O anel que o seu avô usava...um dos sete dados aos senhores dos anões muitos anos atrás, o que aconteceu com ele?

–Ele...ele deu para o meu pai antes que entrassem na batalha.

–Então Thráin estava usando ele quando...quando ele desapareceu. – os dois concordaram com a cabeça – Então é isso.

Assim, a garçonete chegou com a comida e bebida do mago.

–Meu pai venho ver você antes de desaparecer. O que você disse a ele?

–Eu o falei para marchar até Erebor. Para reunir os sete exércitos dos anões. Para destruir o dragão e retomar a Montanha Solitária. E eu diria o mesmo a você: tome de volta sua terra natal.

–Isso não é um encontro casual, não é, Gandalf? – Thorin tomou um ar mais sério.

–Não, não é. A Montanha Solitária me incomoda, Thorin. Aquele dragão já está lá tempo o bastante. Cedo ou tarde, mente ainda mais escuras se virarão para conquistar Erebor. Eu encontrei com alguns personagens desagradáveis, uma vez viajando pelo caminho verde. Eles me confundiram com um vagabundo...

–Eu imagino que eles se arrependeram disso...

–Um deles estava carregando uma mensagem. – Gandalf desembrulhou um pano na mesa que possuía algumas inscrições que eu desconhecia, Thorin foi vê – la. – É língua negra. – o anão recuou as mãos. – Uma promessa de pagamento.

–Pelo que?

–Sua cabeça. – Thorin o olhou, um tanto assustado. – Alguém quer você morto. Thorin, você não pode esperar mais. Você é o herdeiro do trono de Durin. Una os exércitos dos anões, juntos vocês têm a força e o poder de retomar Erebor. Convoque uma reunião das sete famílias dos anões. Exija que eles mandem seus anfitriões.

Nesse momento, a conversa ficou um pouco difícil de se ouvir, mas eu não podia perder o papo agora. Então, discretamente, fui andando lentamente em direção à um balcão que se posicionava somente um pouco depois deles, isso enquanto ouvia a conversa.

–Os sete exércitos juraram lealdade à aquele que tem a joia do rei, a pedra Arken. É a única coisa que vai uní – los e, caso você tenha esquecido, aquela joia foi roubada por Smaug.

–E se eu ajudasse você a recuperá – la?

–Como? A pedra Arken está a meio mundo daqui, enterrada sob os pés de um dragão cuspidor de fogo.

–Sim, está.

–E é por isso que vamos precisar de um ladrão.

–Você acha que alguma pessoa conseguiria simplesmente entrar lá e roubar a pedra Arken com aquela coisa vigiando?

–Um ladrão é um ladrão e tem os seus meios. E também, além disso, eu fui recomendado por um...conhecido sobre alguém, além do ladrão, que pode nos ajudar nessa...jornada.

Nessa hora, distraída com a conversa, acidentalmente esbarrei em um dos homens, os assassinos, que me encarou com um olhar cortante quando seu cachimbo tocou o chão. O homem era careca, e ainda tinha um dos olhos sem pupila. Me tirei totalmente da atmosfera da conversa e me foquei ali. Ele bloqueou o meu caminho quando eu tentei passar, o que dizia que ele com certeza não tinha gostado.

–Olha para onde anda. – ele tinha uma voz grossa, um tanto ameaçadora.

–Desculpa. – levantei um pouco os dois braços em forma de rendição. – Eu não queria lhe causar mal. – o homem soltou risos.

–Olhe, Elinor, mais um covarde que apareceu em Bree. – ele disse covarde? Eu ouvi ele dizendo covarde?! – Mas não é de admirar, qualquer um treme na minha presença.

–Me desculpe? – abaixei os braços. – Você me chamou de covarde?

–Exatamente o que você ouviu, mulherzinha.

–Sou mulher e com muito prazer. – murmurei.

–O que você disse?

–Desculpe se eu não sou o tipo de homem brutal que nem você. Sabe, eu gosto de gente civilizada, diferente de criaturas como você. Então, se me permite, eu gostaria de passar...carrasco de meia tigela!

–O que você disse?

–Exatamente o que você ouviu...homenzinho! – ele olhou para o companheiro.

–Olhe, Elinor, parece que ele está querendo briga.

–Quando foi que diabos eu disse isso?! – sério, aquele cara era meio perturbado. – Eu realmente acho que quem está atrás disso é você.

Rapidamente me abaixei, evitando o soco que ele tentou me dar.

–E que comece a briga de bar. – murmurei.

Rapidamente driblei seu seguinte ataque, dando – lhe um belo soco no estômago que fez com que este curvasse o corpo inteiro e, para finalizar, pisei em seu pé e, com a mesma perna, dei – lhe um chute no rosto que permanecia abaixado.

O homem quase que instantaneamente caiu no chão, amaldiçoando e praguejando.

–O nome é Darion. – dei uma piscadela e continuei o meu caminho, dando a saída triunfante.

Mal eu sabia o que a dupla, que parecia totalmente desinteressada à minha briguinha, continuava falando...

*Enquanto isso, na conversa entre Thorin e Gandalf

–Está sempre pronto para uma aventura não importa o preço, e realmente acredito que com o ouro da montanha ele com certeza aceitará.

–E por que exatamente precisaríamos dele?

–Porque, de acordo com esse meu contado, ele é um grande conhecedor da Terra – Média e além, e ele é humano e tem seus contatos. E também soube que é muito sábio e luta bem. Desse jeito vai ser muito mais fácil percorrer o mundo sem sofrer maiores perigos.

–E onde está esse seu...aventureiro?

–De acordo com o meu contato, ele viria para Bree nessa época, ele deve estar por aqui em algum lugar, eu suponho. Então na certa logo ele vai aparecer.

–Você pelo menos sabe como ele é?

–Não, mas acredito que ele deve saber como nós somos.

–Ótimo.

Foi aí que a briga começou e a dupla discretamente observava os rápidos golpes do homem encapuzado. Gandalf se virou para Thorin, e lhe disse:

–Mas algo me diz que eu já sei quem é.

*Voltando à Ana

Estava do lado de fora. Alguma hora eu teria que voltar, mas não podia deixar de dar aquela saída. Sério, que cara chato! Já estava começando a ver que seria difícil ser um homem. Muito difícil. Vish, parece que só tem gente descivilizada nesse mundo!

Mas do que importavam os meus pensamentos naquele momento? Nada. Sabe por que? Porque quando eu estava me sentando em um banquinho que encontrei nos fundos da taverna, que por acaso tinha acabado de descobrir ser a famosa “Pônei Saltitante”, percebi duas sombras surgirem na parede que se estendia na minha frente.

Rapidamente me virei e notei Thorin Oakenshield e Gandalf parados na minha frente, me olhando com dois olhares distintos. Gandalf me olhava curioso, já Thorin parecia me julgar por inteiro.

–Me desculpe?

–Parece que você realmente gosta de usar essas palavras...- comentou Thorin.

Passando por Thorin e se aproximando de mim, Gandalf disse:

–Com licença, eu gostaria de falar com você. Eu acredito que está esperando alguém, certo?

–Certamente.

–Bem, se estou certo, esse alguém seríamos nós dois.

Eu fiquei imóvel. Então eu realmente teria alguma aventura relacionada à aqueles dois? Personagens que eu adorava? Eu tinha que respirar um pouco.

–Me desculpe? – repeti, tentando ter certeza que eu realmente estava ouvindo aquilo.

–Nosso contato, acredito que ele estava falando de você...

–Bem, eu me foi contado que eu deveria esperar alguém...mas não quem. Deve ser vocês...acredito.

–Sim, somos nós sim. – parecia que de alguma forma, Gandalf havia usado alguma magia para descobrir algo sobre mim que lhe daria a resposta se eu era ou não a pessoa.

–Tem certeza?

–Exato, Gandalf, tem certeza? – Thorin perguntou, recebendo só um movimento positivo de cabeça como resposta.

–O que acha de voltarmos para a taverna?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
Próximo capítulo amanhã :)



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