Radioativos escrita por Katy Marie


Capítulo 1
Sem Memória


Notas iniciais do capítulo

Esse primeiro capítulo ficou pequenino, mas os outros estão um pouquinho maiores, espero que gostem *-*



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O lugar ao redor de mim era todo branco que chegava a doer os olhos, tinha uma pequena janela a minha direita por onde entrava um feixe de luz e tive que piscar diversas vezes para conter o incomodo. Estava deitada numa cama de ferro pintada de branco e com um colchão fino que dava para sentir o estrado embaixo. Levantei-me e estava toda dolorida, minha cabeça girou fazendo-me ter que me apoiar na parede.

Estava em um lugar que não fazia ideia de onde era, parecia uma cela, mas por ter uma porta no lugar de grades e por estar sozinha, deduzi que era um quarto de hospício ou algo bem próximo disso. Ali dentro só tinha uma cama, uma pequena prateleira baixa - onde continha um comprimido e um papel com um recado para eu tomar o remédio assim que acordasse - e numa parte separada tinha um vaso sanitário, uma pia e um chuveiro ruim e velho.

Tudo ali era pintado de branco e se isso fosse para transmitir paz não estava funcionando muito, fazia-me ficar mais nervosa e enlouquecida com uma cor só.

Eu estava vestida com uma camisola também branca e meus pés estavam descalços pisando no chão gelado. Fui até a beirada da cama e calcei o que parecia algo como um chinelo de pano. Me aproximei do comprimido e achei melhor não toma-lo, não sabia o efeito e nem sabia o que eu estava fazendo ali.

Tentei recordar os últimos acontecimentos que me levaram até ali e nada. Não conseguia me lembrar de nada da minha vida, nem meu nome e minha idade fazia ideia. Tudo era escuro quando tentava vasculhar minha mente. Senti-me desesperada, um pânico intenso me dominando. Corri até a porta e enfiei meu rosto no pequeno quadrado com acrílico e gritei para alguém me tirar dali, gritei e soquei a porta até não aguentar mais.

Voltei para cama e sentei-me abraçando minhas pernas. Estava desesperada e sem saber o que fazer, não sabia o que era aquilo tudo, o motivo de não lembrar-me de nada.

Observei o quarto minuciosamente em busca de alguma brecha que me pudesse fazer escapar dali, algo no meu interior dizia-me que não era coisa boa eu estar naquele lugar e sem memória. Porém, nada achei, as paredes eram concretas demais, a pequena janela era bem no alto e mesmo subindo na cama não conseguia alcança-la e de qualquer forma tinham umas grades brancas nela impedindo qualquer tentativa de fuga. A porta era de um metal sólido que causava dor nas mão ao tentar soca-la. Tudo ali foi feito para não ter nenhum espertinho escapando.

Estava lavando o rosto na pia quando ouvi um barulho na porta. Me virei rapidamente naquela direção e me encolhi na parede por instinto, mas eu sabia que se alguém quisesse me fazer mal uma mísera encolhida na parede não adiantaria nada.

A porta foi aberta e entraram no meu quarto/cela dois homens grandões vestidos com roupas brancas e pesadas e uma máscara que cobria parte do rosto, só não entendi o motivo de terem dois já que eu não conseguiria nem passar por um mesmo.

– Por que não tomou o comprimido ainda? - um dos caras perguntou, não dava para saber muito suas características, pois aquela roupa impossibilitava isso, pela parte transparente da máscara só pude perceber que ele era mais moreno que o outro e seus olhos eram meio acinzentados.

– Eu não sei para quê ele serve - respondi, minha voz saiu rouca e baixa, parecia que não usava ela há dias.

O enfermeiro moreno foi até a prateleira, segurou o comprimido nos dedos enluvados e disse virando-se para mim:

– Você não precisa saber, só tem que toma-lo - sua voz saia estranha naquela máscara, mas dava para notar que soou autoritária - Mezquiel, segure-a.

O homem com a pele mais clara e com o nome de Mezquiel foi na minha direção e por mais que tentei fugir dele, conseguiu segurar meus braços atrás do meu corpo. Me debati, chutei e tentei morder parecendo um animal feroz sendo capturado, mas de nada adiantou, o cara era forte demais.

O moreno se aproximou de mim com o comprimido na mão e eu me recusei a abrir a boca fechando-a com força, mas o homem sabia o que fazer, começou a apertar minhas bochechas fortemente e quando eu dei um gruído de dor, aproveitou e enfiou o remédio na minha boca virando minha cabeça para trás e quase me sufocando.

O cara que me segurava me jogou de qualquer jeito em cima da cama e depois ele e o moreno saíram batendo a porta de metal fortemente deixando-me ali sozinha e sem explicações. Eu tinha o direito de saber o que estava havendo, era minha vida, merecia isso ao menos.

Ouvi um barulho novamente na porta e quando virei-me vi que era um capartimento que tinha nela e que eu não tinha notado. Dali saia uma bandeja com um prato em cima e uma pequena garrafa de água.

Peguei a bandeja e a pus em cima da prateleira, não ia comer aquilo de jeito nenhum, não sabia o que tinha ali dentro e algo me dizia que os enfermeiros não voltariam para me obrigar e comer aquilo, provavelmente não se importavam se eu ficasse fraca ou não.

Voltei para a cama e me deitei, estava começando a me sentir tonta e o corpo mole, minha pele parecia que estava queimando e aquela sensação era horrível, sabia que aquele comprimido não me faria bem.

Cada vez mais minha visão foi escurecendo...


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam, querem que eu continue???