Sheldon e Amy sobem as escadas para chegar ao telhado, onde o baile estava ocorrendo. Pouco antes tinham passado pelo turbulento ataque de pânico, ao que uma surpresa e os rostos mais assustados possíveis os dominaram, felizmente um pouco de tempo refletindo em silencio foi o suficiente para eles subirem.

Ao chegarem são recebidos por Penny e Leonard dançando calmamente mesmo sem musica, eles pararam e cumprimentaram o casal, perguntaram como ele estava como ela tinha feito para convencê-lo a subir, o que acharam das decorações... E outras coisas sem sentido que Sheldon não prestou atenção. Ele não conseguia, tinha coisas maiores em sua mente, coisa que tinham acabado de acontecer, mesmo com o baile já tumultuando, Sheldon parou para olhar um pouco Amy, que conversava animadamente com Penny e refletir mais do que queria.

–Uma pergunta... – Sheldon ouviu Penny dizer enquanto tirava algo da geladeira. – Como um alien fingindo ser um humano, você tem intenção de realizar rituais de acasalamento pós-baile com Amy?

A garganta dele secou de repente, ele foi pego de surpresa.

–Existem rituais de acasalamento pós-baile?

–Nem sempre, mas se o seu par tem uma van com um colchão de ar dentro, então sempre. – Sua cabeça girou em torno de todas as possibilidades de aceitação, mas por fim parou no seguinte pensamento “se é um ritual, porque não?”.

–Se for parte da experiência de formatura, eu concordo. – A cara de surpresa de Penny falava por si só, mesmo assim ela escolheu palavras.

–Está brincando?

–Posso ser um alien, mas tenho desejos! –Ele se perguntava porque ela estava duvidando, tudo o que falava era verdade. – Se Amy quiser copular jogando seus óvulos no espaço, ficarei feliz em pegar com o saco reprodutivo do meu flermin superior.

Ela estava de boca aberta, talvez com a tamanha surpresa, mas como era algo que já deveria saber, Sheldon descartou essa possibilidade.

–Não sou bom em linguagem corporal, mas posso ver que ficou excitada.

–Sheldon!- Ele ouviu a voz estridente de Penny gritando, perdido em sua fantasia de lembranças, ignorou.

–Sheldon!!!!-Ela continuou gritando.

–O que foi?- Ele levantou as sobrancelhas como em um susto, ela parou e bufou um pouco, sem perder o sorriso.

–O que foi? Estou te chamando há literalmente cinco minutos!

–E?

–E você esta na zona novamente ou pensando em como suas partes vão pegar Amy de jeito essa noite?

Penny deixou escorrer um sorriso malicioso enquanto Sheldon olhava surpreso, ele pensava se ela podia ler pensamentos agora e o porquê de tocar nesse assusto.

–Porque diz isso? Eu posso estar pensando na minha mais nova formula de física.

–É, mas ai não estaria olhando para Amy como um bobo. –Ele estava fazendo o que? Um pequeno surto tomou conta quando ele percebeu que estava mesmo olhando para Amy.

–Me diga o que aconteceu hoje à noite? – Penny perguntou de repente, Sheldon se sentiu metaforicamente caixa, ele tinha mesmo que dizer para ela? Amy não tinha contado?

–Eu não sei o que quer dizer...

–Por favor, Amy não quis me contar, mas eu sei que algo aconteceu. – Ela parou e abriu a boca quando tudo o que recebeu foi silencio. – Meu deus vocês fizeram não foi?

–Fizemos o que?

–Eu não acreditei quando você disse que tem impulsos, mas agora...quer dizer, você esta praticamente tirando a roupa dela com os olhos.

–Nós não tivemos relação sexual Penny... Por que tudo tem haver com coito? – Ele pareceu que se lamentava falando aquilo.

–Você foi o único que disse que queria faze-lo. – Ela ressaltou o lembrando de ter mesmo o dito.

–Eu disse para Amy que eu a amava também. – Ele não tinha a intenção de falar aquilo naquele momento, mas devido a circunstancia e ao aperto em seu peito de somente ver Amy, aquilo saiu.

–O que? Porque não falou logo? Com assim também, será que ela disse que te amava?

–Ela parecia que ia dizer mas então eu falei primeiro e ela teve um ataque de pânico e agora....eu não sei. – Penny estava com uma cara pior do que quando acordava cedo, ela parecia que tinha visto um urso gigante no lugar de Sheldon.

–Você acha que não era o que Amy ia dizer? – Ela o ouviu suspirar e abaixar a cabeça. – Fale com ela, tenho certeza que ela te ama Sheldon.

Sheldon deu um sorriso acolhedor e Penny saiu para falar algo com um grupo de pessoas que estavam no baile, Ele achou a conversa inútil, esse era o conselho? Falar com ela? Como ficar perto dela para ter uma conversa inteira se apenas de olhar o estomago já borbulhava e as sensações de vê-la naquele vestido voltavam?

–Uau, você esta linda. – Leonard cortejou Penny quando ela abriu a porta de seu apartamento, se exibindo por seu longo vestido vermelho de baile.

–Obrigada, você também. – Ela falou devolvendo o elogio, Amy apareceu na porta com seu vestido azul logo em seguida.

–Sheldon, você esta bonito. – Amy mostrava um brilho magnifico nos olhos, pelo menos era o que Sheldon achava, ele não pode deixar de notar o quão bonito aquele vestido ficava nela, mostrando um lado tão...

–Obrigado. – Ele agradeceu sem coragem de falar o mesmo, as palavras estavam presas na garganta e ele sentiu vergonha.

–Sheldon, Amy não está sexy? – Penny falou quase brigando com Sheldon, ele estava confuso demais para responder “Ela quer que eu diga o que? Que Amy está tão sexy que eu sinto vontade de jogar suas roupas fora e me sucumbir a atos delinquentes com ela?”. – Isso vai dar uma alegrada no seu flermin superior.

–O que é isso?- Amy perguntou indefesa, Sheldon já estava engolindo e torcendo os olhos “Droga Penny, porque falar disso agora?”. Isso certamente o deixava preocupado, sem mencionar ‘quente’.

–É um órgão genital escamoso que cresce entre as escápulas dele. – Leonard explicou para ela tentando não ri e fazendo cara de nojo. – Tente não o tocar enquanto dançam.

–Deem-me licença. – Sheldon diz antes de virar de costas, tentando não pensar em órgãos genitais.

–Onde vai? – Amy pergunta um pouco tensa.

–Não posso fazer isso. – Ele abriu sua porta tenso. – E para que saiba, Leonard, o flermin superior não cresce entre as escápulas, mas sim no umbigo do meu pescoço.

Depois daquilo ele se lembra de ter voltado para seu quarto e se jogado na cama, experimentando um ataque de pânico, agora é obvio que era só uma reação causada pela visão de Amy naquela hora, quando a sensação de que tinha que beija-la subiu pela garganta. Mas ele tinha fugido, deixado ela preocupada...não era isso que ele iria fazer agora, ele iria marchar até Amy e perguntar se ela o amava....é.

Amy estava sozinha encostada em uma das mesas, pensando na noite do mesmo jeito que Sheldon, ela deveria estar feliz, queria estar feliz, Sheldon a amava e esse era um avanço enorme no relacionamento, então porque ficar triste? Deve ser porque no momento que ele disse ela teve um ataque de pânico destruindo todo o romance da situação.

–Amy? – Ela ouviu Sheldon chamando baixo em suas costas, se virando ela notou pela sua expressão que ele estava envergonhado e um pouco serio, não que ela pudesse julgar isso, estava do mesmo jeito.

–Oi. – “Oi? Que coisa estupida para se dizer a pessoa que acabou de confessar seu amor por você”.

–Eu queria falar com você...

–Eu também. – Amy se surpreendeu com o quão rápido ela falou, mas Sheldon pareceu ficar animado com isso.

–Serio? Bom, então pode começar. – Ela sentiu um choque, o que era mesmo que queria falar? É... O avanço no relacionamento.

–Eu percebo que essa noite tivemos um grande avanço em nosso relacionamento. – Ela percebeu que aquilo saiu serio demais e adicionou um sorriso, Sheldon acompanhou.

–É, a maioria dos sites diz que sim. – Ela solta uma risada frouxa. – Eu estou feliz que fizemos esse avanço....Quer dizer...Isso soa estranho mas era algo que eu tinha que....Que a maioria dos sites na internet e livros de interação social me disseram para fazer....quando eu descobrisse e eu não disse e você ia dizer e então.

–Sheldon! – Ele estava respirando ofegante quando ela o chamou, Sheldon olhou serio para ela antes de recompor a pose.

–Quer dizer, falar que se ama é uma coisa comum para casais com mais de quatro anos de namoro, e eu disse que te amava e isso não é considerado anormal por uma revista de relacionamento. Você sabia que uma pesquisa retrata que mais costumam dizer mais eu te amo por mensagem do que pessoalmente? E o eu te amo retrata uma nova fase no relacionamento como você mesmo disse porem... isso não significa que a relação muda ao todo..

–Sheldon, eu tenho algo importante para te dizer. – Ele sentiu a respiração ofegante de novo, Amy também parecia estar nervosa.

–Eu acho que as pesquisas estavam erradas, uma estatística mostraria que no mínimo um por cento da relação é modificada quando o casal diz “Eu te amo”. – Ela disse as palavras sorrindo, logo mudando por ver a reação de Sheldon...decepcionado, isso não é o que ele esperava que ela falasse? Sheldon estava com a cabeça mergulhada em outras palavras, ele estava viciado na imagem do acontecido.

–Sheldon, isso é bobagem. – Ele ouvia Amy dizer do outro lado da porta de seu quarto. – Não vou perder outro baile, vou lá para cima agora. Tchau.

Ela estava quase saindo quando vê Sheldon abrindo timidamente a porta do quarto.

–Sinceramente, achei você linda. – Ele dizia com uma perseverança mais, mas ao mesmo tempo tímido, fez Amy se sentir lisonjeada.

–Achou?

–Achei...é tão verdade que entrei em pânico. – Amy poderia rir se o assunto não a deixasse tão emocionada, Sheldon era um tímido não tímido perfeito.

–Pode relaxar. – Ela respondeu quase que imediatamente. –Só porque me acha bonita, não quer dizer que temos que passar a noite juntos.

–Esperava que ficássemos por causa do baile? –Não que ele iria confessar, mas era uma pergunta a ser feita para ele mesmo também.

–Sempre espero. – Ela viu quando ele se encontrou nervoso. – Mas essa noite eu só queria me divertir com você. E talvez dançar com alguém que tenha braços.

–Obrigado por entender.

–Mas é claro que eu entendo. – A tensão passou a aumentar quando ela se aproximou, digamos que os dois já estavam se sentindo tensos por essa coisa de baile e se aproximar... Dava a certeza do que iria acontecer.

–Sheldon...Tem uma coisa que quero te dizer, mas antes disso eu.. – Ela prendeu a respiração, Sheldon estava com a sensação de que sabia o que estava por vir, e ele gostou. – Eu quero que saiba que não precisa me dizer de volta, sei que não esta pronto e não quero que diga isso só porque a convenção social dita..

–Eu também te amo. – Foi tão rápido e inesperado, como um choque intenso no corpo dos dois.

–Você disse isso. – Amy quase não acredita no que acabara de ouvir.

–Não nego que tenho sentimentos por você que não podem ser explicados de outra forma. – Um silencio tomou o local por um tempo. – Considerei por um instante que tinha um parasita cerebral. Mas isso parece ainda mais improvável.

O som da voz de Sheldon se tornava mais adulta enquanto ele falava, os ouvidos de Amy latejavam o ouvindo falar daquele jeito.

–A única conclusão é que era amor. – Amy começou a arfar devagar, colocando sua mão no peito e respirando forte. – Sei o que esta acontecendo, é um ataque de pânico!

A respiração forte e igual do casal mostrava que eles ficaram tempo demais se olhando sem dizer nada, Amy ainda sentia que tinha dito a coisa errada, que Sheldon espera ouvir dela....E não era fácil falar naquele momento quando se estava perdida no olhar de outra pessoa, da pessoa que ama...

–Eu te amo. – Ela falou um pouco baixo, ainda presa nos olhos dele, sabendo que tinha digo a coisa certa.

–Eu também te amo. – Ela sorriu de um jeito que Amy poucas vezes tinha visto, era um sorriso mais liberal...mais genuíno e até mesmo...sexy.

Sheldon se aproximou devagar dela, por um momento Amy achou que ele estava indo para beija-la, mas com as mãos pousadas em sua cintura, ele desviou do rosto para mergulhar no pescoço, Amy tremeu com a sensação do cabelo em sua bochecha, Ele brevemente beijou um pouco abaixo da orelha, relutante com a ideia de fazer algo que normalmente só sonhava. Ele calmamente foi subindo seus beijos até a boca, onde pressionou o máximo que pode, Amy estava em êxtase com aquilo, ela gemeu silenciosamente dentro da boca de Sheldon e sentiu seu sorriso logo depois.

–Quer dançar? – Ele perguntou enquanto ainda retirava sua boca da dela.

–Uhum. – Amy apenas murmurou, ainda no efeito de lábios formigando pelo beijo.

–Bom...eu tenho braços. – Ela riu, ele riu mais ainda apenas pelo riso dela.

De certa forma tê-la em seus braços o fazia se sentir tonto, também a fazia se sentir bêbada, fazia ele se sentir quente, fazia ela sentia calafrios, fazia os dois serem grandes hippies durante a noite toda.

Fazia se sentir bem.

Fazia os sentir....amor.