Diário de uma garota quase perfeita. - O Retorno. escrita por MRS Carriyh


Capítulo 18
O rélogio e a verdade part II. - 26 de dezembro.


Notas iniciais do capítulo

''Atado em cada membro pelas algemas do meu medo
Selado com mentiras pelas tantas lágrimas
Perdido por dentro, perseguindo o fim
Eu luto pela chance de ser enganado de novo
Você nunca será forte o bastante
Você nunca será bom o bastante
Eu lutei e lutei
Queimando profundamente dentro de mim
Mas através das minhas lágrimas surge uma luz de cegar
Nascendo o amanhecer para essa noite sem fim
Braços estendidos, me esperando
Um abraço aberto sobre uma árvore sangrando
Descanse em mim e eu lhe confortarei''

Chegueeei! Narrado pela Anna amores. Esse capítulo faz algumas refêrencias ao Prólogo da história, lá na primeira temporada. É como se esse capítulo explicasse detalhadamente como tudo aconteceu antes da estória se iniciar. Um anti-Prólogo.



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Anteriormente em diário de uma garota quase perfeita...

– Já deve imaginar o por quê te chamei aqui, ou por quê eu sumi do mapa para você, pela milésima vez seguida. Porém, eu não consigo... - Anna não pode completar e completei eu mesma.

– Ficar longe por muito tempo? - Continuei com o mesmo sorriso no rosto.

Ela assentiu com a cabeça vindo, se aproximando e me dando um daqueles abraços pós briga. Ficamos assim, até Anna resolver para o abraço, fazendo nós duas nos separarmos, fitando em seguida, o grande relógio do big-ben.

.................

Digo por expêriencia de vida que a verdade, é algo um pouco compliado. Certamente, as vezes, devemos deixar de ser quem eramos, para podermos nos libertar de tudo aquilo, que está no mais profundo do seu eu interior, guardado ali, esperando o momento certo para ser dito . Neste momento, acabo de me dar conta do por quê as pessoas prefêrem a mentira, mais do que prefêrem a verdade. Bem, com as mentiras, podemos ser quem queremos ser, já com a verdade, isso não acontece. A verdade nos força a deixar transparecer a pior parte do ser humano, ou seja, a parte mais suja. Porém, acredite, mentir não te faz mais limpo. Mentir não te faz melhor que ninguém, na verdade, só te torna uma completa vádia e eu estou cansada de ser a vilã da tramâ. — Eu sou uma mentirosa e não tenho vergonha de admitir que aprendi isso com o meu pai, outra coisa em comum que temos —.

Venho a tempos, tentando ser difêrente do resto dessa família hipocríta da qual eu vim, essa tipíca familia rica que vive de aparências , mas não acabei me dando conta de que estava agindo como fui criada para agir. Mentindo; sobre mim e sobre onde eu estive antes de tudo acontecer. Sendo assim, esquecendo do meu passado e das pessoas que nele, estão. Se eu tive coragem para mentir esse tempo todo, tenho coragem o suficiênte para dizer a verdade também. Um segredo para o final de uma bagunça, que eu mesma começei, arrastando todos os inocêntes comigo, aqueles, que não tinham culpa alguma com relação ao estrago que eu causei.

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FlashBack on

– Você mentiu para mim! Você disse que tinha mudado. - Carina parou, tomando folego e em seguida continuando . – Você não mudou, é a mesma Anna de antes, mil vezes mais vádia, mil vezes mais você. Estou cansada dos seus jogos. - Gritou.

Encarei o espelho fixamente, nem uma lágrima foi derrubada na presença dela, não poderia me dar o luxo de mais uma vez ser fraca.

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FlashBack off

Palavras...palavras, cheias de força e cheias de sinceridade. Palavras que ecoam em minha mente a três dias, me tirando o sono e me tirando a paz; — a paz que eu nunca tive —.

– Nós precisamos conversar. Eu andei pensando e... eu preciso te dizer toda a verdade, enquanto ainda tenho oportunidade, nós não temos muito tempo. - Falei.

Fugir de um olhar como o dela, é pedir para morrer! Alias, é mais facíl fugir do que lutar pelo que realmente queremos. Só que, eu estou disposta a lutar pelos meus conceitos, e por tudo aquilo que acredito.

– Você pode me dizer o que precisar dizer, sem medo de julgamentos de minha parte, sem medo de dizer tudo o que essa pequena mente pensa. Eu estou aqui para te escutar, para te ajudar, como sempre fiz e sempre irei fazer. - Disse ela um pouco preocupada, percebendo o clima tenso que havia se formado.

Provavélmente minha pele estava palída e meus olhos escuros feito diamantes negros reluzentes, longe da cor comum, que beiravam a um tom acinzentado. Nunca senti uma sensação assim na vida. Nunca me senti tão pronta para ser libertada dos meus dêmonios; a minha segunda face, aquela que logo, logo, irá desaparecer e desta vez, para todo sempre.

– Eu não estava em Londres como disse a você antes de ir para New York, te encontrar e te confrontar no dia em que quase virei um tapa no seu rosto. - Cuspi as palavras, prosseguindo firme. – Eu até cheguei a pousar em Londres e no aeroporto acabei pegando uma passagem para Paris, desviando meu caminho por simples medo de confrontar o meu passado, por simples medo de todos se lembrarem do que eu fiz, o melhor, do que pensam que eu fiz. - Respirei fundo, segurando as lágrimas que insistiam em querer aparecer. – O incêndio, as minhas conspirações, meus atos de falsidade. Todos na êpoca em que eu era a única rainha. Agora, estou aqui, quatro anos depois, sem conseguir vencer ou reverter a minha bagunça.

Após meu desabafo, Carina me fitava boqui-aberta com as mãos no bolso do seu sobretudo , sua expressão facial bastava para deduzir o que ela sentiu.

– E-ntão... quer dizer que ... - Gaguejou, ainda abalada. – Você estava tomando sol na Riviera Francesa e...

Carina não conseguia encontrar a palavra correta para completar sua frase. Apenas optou por se manter calada e continuar me escutando. Puxei-a pelo braço e em seguida entrelaçando os meus nos dela, caminhamos desta maneira até a pequena praça que ficava um pouco afastada do big-ben, mas que mesmo assim, não impossibilitava nossa visão da torre do relógio. Foi ai, que imaginei-me voltando ao tempo de uma forma tão rápida, que mal pude sentir. Em um minuto Londres parecia não ser Londres, dando lugar as lembranças em minha mente.

Paris, França: 30 de fevereiro de 2013...

FlashBack On

Eu havia acabado de virar a esquina da Avenida George V, situada no centro da cidade. Não muito longe da li, ficava o hotel em que eu estava hospetada. É claro, papai e mamãe não hesitaram em me dar dinheiro para fazer a viagem dos meus sonhos, mesmo que fosse no começo de um ano letivo, afinal, o que eles realmente queriam e querem é me ver longe. Comigo perto, o jogo se torna mais complicado . A placa de neon com o escrito '' Le Fouquet's Caffé '' se encontrava apagada, pois era dia e o sol raiava fortemente, me obrigando a usar um vestido florido preto com detalhes rosa. Adentrei o estabelecimento, — que por sinal, estava lotado —, sentando-me e acomodando-me em uma das mesas mais distântes e vazias. O riso e a felicidade das outras pessoas chegava a me deixar irritada. Pedi ao garçom que me trouxesse um Mocaccino trufado, uma bebida a base de café, é um derivado do Café Mocha, com adição de chocolate. Assim que meu pedido chegou, algo a mais veio juntamente a ele, um capuccino de baunilha.

– Garçom, eu não pedi isso! - Avisei.

– Mas é claro que não senhorita. Eu pedi para você. - Uma voz masculina, surgiu sem deixar o garçom responder .

Levantei os olhos em direção aquela voz, o rapaz dono da mesma , já estava sentado do outro lado da minha mesa, com um sorriso encantador de orelha a orelha, que fez meu coração falhar por frações de segundos. Ele era loiro e tinha sotaque francês, seus olhos eram de uma tom de verde claro que eu não consegui distinguir ao certo. — Ousado isso o definia! —. Eu adoro garotos ousados. Seus olhos percorreram todo o meu corpo, fitando cada detalhe dele com atenção. Sorri de uma forma tão pervertida para ele, que me lembro muito bem de ter propositalmente bebido o primeiro gole de minha bebida, para que o francês, pudesse então, prestar mais atenção nas minhas ações.

– Já que é você quem sentou-se na minha mesa e não o contrário, o que acha de se apresentar? - Questionei, soltando um riso falso, ironizando.

– Garotas estrangeiras primeiro. - Falou, piscando com o olho esquerdo, acompanhando a minha ''sessão de irônias''.

– Oh, se prefêre assim. Me chamo Anna. Anna King's especificamente. - Apresentei-me, dando outro breve gole no meu café.

– Prazer Anna, e eu me chamo Joseph Piérrie Beaumont. Te dou o direito de me chamar de Piérrie. - Falou. – Então senhorita King's, de onde você é? Suponho que pelo seu sobrenome, você seja de New York. Estou errado? - Perguntou.

– Não, está certissímo. Realmente sou Nova Iorquina. - Assenti. – E você Mrs. Beaumont, é mais um dos badboys que estou acostumada a sair? Caso contrário, retire-se daqui imediatamente! - Gargalhei.

Piérrie também fez o mesmo que eu, recebendo a minha indireta.

– Você deve ser o tipo de garota filhinha do papai que está de férias em pleno mês de fevereiro e que, está acostumada a sair com caras da alta sociedade. - Disse sério. – Querida Anna, eu tenho uma péssima noticia para você. Eu adoro garotas problema! E não! Acostume-se, eu não sou só mais um badboy. - Avisou, soltando um meio sorriso.

.............

FlashBack off

Quando está tudo acabado isso só volta em flashes, sabe? É como um caleidoscópio de memórias, em que apenas tudo volta, pois ele não faz —. Parte de mim sabia que no segundo em que o vi que isso iria acontecer. Não é realmente nada do que ele disse ou qualquer coisa que ele fez, foi... a sensação que veio junto com ele, e... a coisa louca é que eu não sei se eu nunca vou me sentir assim novamente, mas eu não sei se eu deveria. Eu sabia que o mundo dele se movia muito rápido, assim como queimava intensivamente, pensei que, como pode o diabo estar puxando você para alguém que se parece muito... com um anjo quando ele sorri para você? Talvez ele sabia sobre isso quando me viu naquela cafeteria. Perdi o equilíbrio. Eu acho que... a pior parte disso tudo não foi perdê-lo, mas sim, me perder.

Era uma vez, alguns erros atrás, eu estava na mira dele e ele me pegou de jeito, me encontrou e me fez encontra-ló. Acho que Piérrie não ligava, e acho que gostei disso. E ele ficava bem longe quando estava ao meu lado, eu percebo que a culpa é minha Pois eu sabia que ele era problema quando apareceu. Bem feito para mim.

– Detalhadamente, cada ato. Foi assim, foi assim que tudo começou. – Falei, deixando algumas lágrimas caírem sobre a minha face. – Agora, ele quer se vingar de mim, se vingar por eu tê-ló deixado. Piérrie é a sombra que prendeu vocês no porão no baile de natal, Cauanne me contou que ele está na cidade e que a procurou. Tudo faz sentido.

Carina levantou-se do banco e começou a andar de um lado para o outro com urgência.

– Anna, como saberemos se Cauanne não está tentando nos enganar? Por quê você confia tanto assim no inimigo? E como Piérrie esteve em dois lugares ao mesmo tempo? Esqueceu-se, que você também teve um ''cara a cara’’ com uma sombra? Não é só uma pessoa, isso é fato. Suponhamos que a primeira seja Piérrie, e a outra? - Questionou, gesticulando com as mãos.

Ela está certa. É uma equipe e não apenas uma pessoa. Uma equipe pronta para nós derrubar. Pronta para nos aterrorizar até o fim dos tempos.

– Carina, eu não confio na Cauanne! Estou apenas dizendo que no baile, depois que eu desci para o jardim, nós duas nos encontramos e... – Eu não posso contar sobre o abraço, não neste momento. – E ela veio me confrontar, dizendo algumas coisas que prefiro não citar.

Neste segundo, o relógio do big-ben bateu 4 dá tarde. Lá no alto, um avião sobrevoava a cidade com uma faixa enorme escrita: ‘’ Seja em terra, ou seja no céu. Vocês não venceram dessa vez garotas . Desistam. Kisses’’.

Deixe eu começar dizendo algo, há uma coisa que você precisa saber, não estamos jogando nenhum jogo fácil, isso não é um parque infantíl.

É hora de soltar os paus e as pedras, porque eu estive perseguindo os meus sonhos, desde que dei meu primeiro salto, vou ser o lobo então considere-se a ovelha, vamos fazer uma torta da humildade, onde cortamos uma fatia dos nossos egos.

Então, veja, não há motivos para me subestimar. Tranque todos os seus pensamentos e jogue fora a chave. Não, não quero saber. Você não me incomoda! Eu serei mais forte que suas palavras. Meu sorriso ilumina o mundo e eu sempre estive voando alto

– Carina, olha aquilo ali. - Falei, apontando para o avião com a mensagem.

As pessoas que caminhavam por ali pararam tudo o que faziam e começaram a observar o céu deslumbradas com aquela mensagem. Com toda certeza, Londres inteira viu aquilo. O trânsito se encontrava congestionadíssimo, e certos motoristas desceram de seus carros para presenciar a cena.

– Pista de pouso, PISTA DE POUSO! – Carina gritou, puxando-me em direção a limousine estacionada do outro lado da praça.

''Escutem
Estamos à procura de recrutas
Se você estiver comigo
Deixe-me ver suas mãos
Levante-se e faça a saudação
Obtenha seus saltos assassinos
Sapatilhas, bombas
Ou calcem até suas botas. É quem somos
Nós não precisamos de nenhuma
Camuflagem
Apenas mulheres
Gritos de batalha
E nós estamos decolando.
Estamos em todos os lugares''

Melhor se manter firme. Preparar, apontar, atirar! Não precisamos de munição em uma missão. Agora vamos bater com a verdade

– Salute!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;)

Até semana que veem. Que o suspence continue!

XX,

Mrs. CarinA



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