A Maldição de Pandora escrita por Ana


Capítulo 2
Centauro e chalés


Notas iniciais do capítulo

Depois de mil anos, voltei a reescrever. Espero que gostem desse capítulo tão demorado de sair (djfbsah). Bjão e até lá embaixo!



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Quíron é meio cavalo? Isso está cada vez mais estranho. Ele disse que o termo correto é Centauro, mas isso não vem ao caso agora.

Fomos em silêncio pelo caminho, e eu iria agradecê-lo por isso depois. Eu não estou com a cabeça e pensamentos no lugar para trocar alguma ideia com ninguém. Sue, assim como eu – e como ela sempre está-, permaneceu em silêncio, apreciando tudo a sua volta. Para ela deve estar sendo bem divertido... Queria ter 8 anos novamente.

Paramos em frente á um grande chalé de madeira, e acompanhamos Quíron até sua sala. Passamos por pessoas jogando tênis de mesa e conversando. Alguns cumprimentam o centauro, inclusive.

Adentramos a sala, e eu e Sue sentamos nas duas poltronas do cômodo, e Quíron permanece em pé, andando de um lado para o outro, nos observando.

— Gostaria de saber como vieram e acharam o acampamento.

Seu tom de voz não soava como um interrogatório. Estava mais como uma pessoa da família que não entedia como duas crianças acharam um acampamento no meio de uma floresta.

Contei a ele toda a história, que a escutava atentamente. Quando finalmente terminei, ele apenas disse:

— Então Audrey trouxe vocês aqui?

— Sim, minha mãe achou o lugar depois do ataque da Fúria. Não sei se ela conseguiu sair ilesa como nós duas. – ficou silêncio por um breve momento e me lembrei de mais um detalhe – Ah! Ela me entregou isso também.

Tirei o colar do bolso e mostrei a Quíron, que ficou espantado por um segundo, e depois observou com curiosidade a bijuteria.

— De acordo com ela, pode se transformar em qualquer arma que eu já tenha visto ou tocado. – fez-se uma pausa – Sinceramente, porque tudo isso? Até aprece que funciona. É só um colar com um grande valor sentimental.

Me senti desconfortável de repente. Algo me dizia para correr e esquecer que aquilo aconteceu e procurar um psiquiatra o mais rápido possível.

Me mexia na poltrona, como se do jeito que eu estava sentada não fosse confortável.

— Quíron, eu quero voltar para casa, sem ofensa. É um lindo acampamento, mas eu sei que não faço parte disso. Foi um prazer conhecê-lo, mas esse não é meu mundo. E eu não quero fazer parte dele.

O centauro apenas me observava com cuidado enquanto eu levantava.

— Dianne, esse é seu lar agora. – eu já estava na porta, e Sue atrás de mim – Seu pai não pode protegê-la tão longe do acampamento.

Meu coração parou de bater por um momento e me virei para ele.

— Todo mundo já conheceu meu pai? – soou meio rude – Desculpe.

Ele riu de maneira educada e pediu para que eu me sentasse novamente.

— Dianne, é normal haver rejeição dos campistas novos. É raro algum gostar de primeira – ele olha pela janela como se alguém no acampamento que ele conheça tenha sido desse jeito -Mas é importante que vocês fiquem, afinal, semideusas com um sangue tão poderoso são presas fáceis para os monstros lá fora se não tiverem algum preparo ou instrução.

Espera... Semideusas?

***

Toda essa história é loucura. Não consigo acreditar nisso. Esse mundo fantasioso, cheio de criaturas mitológicas é bem difícil de engolir... Mas não é impossível. Com tudo o que Quíron falou, é bem óbvio que o velho centauro não tirou essas histórias do bolso ou que seja uma mera invenção.

— Então quer dizer que meu pai é um deus grego? Isso implica dizer que eu tenho sangue olimpiano correndo em minhas veias? – Olhei para Sue – Em nossas veias?

— Sim, meninas.

— E você o conheceu?

— Dianne, você precisa descansar – ele sorriu calorosamente. – E sim, conheci seu pai. Inclusive sabia na época sobre o romance dele com Audrey.

— Mas eu não tenho ideia de quem seja – segurei a mão de Sue.

— Você logo descobrirá. – ele foi até a porta – Vamos? Tenho que mostrar onde as senhoritas irão ficar. – Ele nos observa melhor – Mas antes, vamos passar na enfermaria.

***

Com os curativos feitos, saímos da enfermaria e andamos pelo acampamento até os... Chalés. Eram vários. Uns 12, pelo o que eu contei. Em vários momentos Sue quis se separar e ir explorar o lugar, mas queria ela comigo. Na minha vista, de preferência. Paramos, e Quíron ficou atrás de nós, com os braços cruzados e sorrindo sem mostrar os dentes.

— Esse chalé é... Enorme, Quíron. – Virei para ele – O que isso significa?

— Bom, senhorita, cada chalé representa seu pai ou mãe olimpiano. Cada um de acordo com os aspectos de cada um. Temos o de Hermes, Hefesto, Atena...

— Zeus.

Eu só consegui dizer isso. Sue já havia entrado no grandioso chalé, mas eu estava chocada demais para dizer algo. Eu não sei por que pensei logo nele... Maior chalé, talvez? A arquitetura clássica das construções gregas?

— Mas isso... Isso não é possível, Quíron. – cheguei mais perto do centauro – Existem outros...

— Filhos de Zeus? – ele riu e caminhou até chegar perto da entrada do chalé – Somente dois. Bom, por ser o rei do Olimpo, acabou por não se envolver em tantos romances.

— Não sei se fico lisonjeada ou um pouco mais confusa.

— Querida, entre no chalé e descanse. Se precisar de ajuda, é só pedir.

Estendi minha mão, e ele apertou. Estava grata por ter um auxílio especial, e isso ajudou muito. Agradeci com um sorriso, e ele se foi. Respirei fundo e entrei no chalé.

— Olá? – estava um pouco escuro e eu sentia um cheiro forte de hortelã – Isso é cheiro de chiclete? – sussurrei.

— É, mas ninguém pode descobrir.

Um garoto loiro, de olhos claros e camisa roxa – diferente da chuva de pessoas trajadas de laranja pelo acampamento – estava sentando na cama com Sue, que mascava tantos chicletes que mal conseguia fechar a boca.

Coloquei a mão na testa e respirei fundo.

— Sue Green, eu preciso lembrar a você sua última ida ao dentista? – ela ficou cabisbaixa e com o cenho franzido. Mesmo assim, desceu da cama e jogou o chiclete no lixo; logo depois voltou a se sentar de braços cruzados – Ótimo.

— Ei – protestou o rapaz.

— Desculpe, mas ela teve cáries horríveis.

— Não, não é isso – ele sorriu – Eu conheço esses olhos tempestuosos.

O que?

— Hã, desculpe? – ele se levantou e... Meu Deus, podia ver meus próprios olhos nos do rapaz: azuis e elétricos, claros como bolhas de gude. – Você também é filho dele?

— Bem, sim – ele estendeu a mão – Jason Grace, prazer. Mas nós já nos apresentamos, lembra? Hoje mais cedo. Sabia que reconhecia vocês. Mesmo que não reconhecesse, sentia algo sobre vocês duas. Bem, estava certo.

— Claro! - estava tão imersa em meus problemas que havia me esquecido de hoje mais cedo. - Desculpe, não costumo ser tão dispersa assim - e sorri, um pouco sem graça.

***

Andei um pouco pelo chalé enquanto Sue e Jason se sentaram em cadeiras mais próximas de onde eu estava indo.

— Nós somos irmãos agora? Nós três?

— Bem, somos quatro. Tem minha irmã, Thalia. Mas ela não mora aqui. Ela é uma Caçadora de Ártemis.

— Eu não entendi nada depois do “não mora aqui” – mexia em algumas fotografias e anotações de Jason. – Mas espero conhecê-la.

— Vocês vão, e logo.

— Jason, eu gostaria de saber onde eu vou ficar. Preciso processar tudo isso e depois ligar para minha mãe.

Ele riu e me levou até uma cama de casal, toda em madeira escura e colchão extremamente macio. Coloquei minha mochila em cima, e Sue fez o mesmo. Antes que eu pudesse falar algo, Jason já respondeu:

— Thalia costuma dormir ai, mas ela não vai se importar de ficar no chalé de Ártemis com as Caçadoras.

— Ah, tudo bem. – cheguei perto de Sue – Você vai querer dormir agora?

Ela fez que não e sussurrou:

— Queria andar pelo acampamento.

— Se você me prometer tomar cuidado, não tocar em nada, não ficar conversando com todo mundo e...

— Sue quer conhecer o acampamento? – acho que Jason ouviu até mesmo os sussurros de Sue por causa do eco que o espaço produz – Posso levá-la sem problema algum.

Eu não queria me envolver com essas pessoas... Mas acho que será inevitável. É um lugar extremamente agradável e as pessoas estão sendo bem receptivas. Me assusta o fato de ter mais irmãos que o esperado, mas já que aconteceu, acho que devo começar a confiar pelo menos em Jason.

— Você estaria me ajudando muito.

Sorrio e ele pisca. Logo depois, segura a mão de Sue e os dois saem conversando, até que viram apenas sussurros para mim.

Jurei tentar dormir, mas estava difícil minha mente descansar depois desse turbilhão de emoções que eu havia vivido hoje.


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Notas finais do capítulo

Eai? Gostaram? Comentem, isso ajudaria muito no progresso da fanfic! Novamente obrigada e até a próxima ♥



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