O Assassino E Os Soldados Do Caos escrita por Gabs


Capítulo 1
Capítulo 1- Passado e Razões.


Notas iniciais do capítulo

Hey. Voltei finalmente com essa fic, aeee



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Capítulo 1

Você alguma vez já sentiu que o seu mundo de repente virou de cabeça para baixo? Que tudo com o que estava acostumado simplesmente ruísse? Que todas as pessoas em quem confiava simplesmente se esquecessem de você? Como se não fosse nada mais do que uma mera lembrança do passado que todos preferiam esquecer?

Esses sentimentos eu nunca desejaria ao pior dos meus inimigos, pelo menos antes de tudo o que aconteceu. O que aconteceu? Eu ainda me lembro muito bem. Nas noites mais escuras, quando o mal parece ter maior poder, eu tenho os piores pesadelos, lembranças do passado, momentos felizes que de repente eram transformadas na humilhação pela qual passei.

De todas as pessoas daquele acampamento, as que eu menos esperava que um dia pudessem me trair, que um dia pudessem se virar contra mim, fizeram exatamente isso. Traíram-me. Viraram-se contra mim. Julgaram-me sem pensar em como eu me sentia, nem sequer buscaram por provas que pudessem provar ou negar a acusação.

Eu queria poder esquecer. Mas parece que Morfeu e As Parcas querem que eu nunca esqueça, pois eles fazem questão que eu tenha sonhos, não, pesadelos todas as noites com essas lembranças.

O ocorrido estava gravado em minha mente.

Eu me lembro de tudo, dos olhares, da tensão, da traição, da acusação, e o pior de tudo, da exclusão.

Vários anos antes...

Eu estava subindo o morro do acampamento com certa dificuldade, afinal, não é fácil subir um morro carregando uma pessoa pesada igual aquele ali estava pesando. Eu tinha saído em uma missão atrás de dois semideuses, mas no caminho de volta para o acampamento, fomos atacados por um mini exército de monstros. Eu defendi o quanto pude até chegar ao morro. Quando chegamos, tentamos diminuir um pouco a quantidade de monstros enquanto íamos recuando aos poucos em direção à árvore de Thalia. Mas algo deu errado.

O número de monstros aumentou de repente e nós estávamos cercados. Marie, a garota semideusa que tive que resgatar e com quem fiz amizade em tão pouco tempo, ficou ao meu lado para me ajudar. Mark, o garoto arrogante que também tive que buscar e que pelo que dava a entender não gostava nem um pouco de mim (não é como se eu gostasse dele também), partiu para cima dos monstros. Eu pude ver qual golpe deu errado. Mark tinha descido a espada muito lentamente na direção do peito do monstro, dando a chance do monstro de acertar em cheio seu peito com um soco super potente, fazendo com que ele voasse e batesse na árvore de Thalia, ali ficando, claramente, desacordado.

Marie me olhou por um instante, indicou Mark com a cabeça e depois para a direção do acampamento.

- Vai, não perca o tempo que já é curto, eu cuido desses monstros.

- Nem pensar. Eu não vou te deixar aqui cuidando desses monstros sem ter nenhum tipo de treinamento. Isso seria uma falta de responsabilidade da minha parte. – Falei indignado.

- Eu não sou uma semideusa sem treinamento, eu já vim pra cá, há muitos anos, mas ainda me lembro de vários golpes. Vá, você precisa continuar vivo. – Ela virou de costas para mim, brandindo a espada em direção aos monstros. - Ah e Percy, não é como se você fosse responsável mesmo, então está tudo bem.

Seu tom zombeteiro era perceptível. Em qualquer outra hora eu teria ficado com raiva, irritado e retrucaria, mas agora não era hora para discussões bobas. Afinal sentia que seria a última vez que a veria, e eu sei que ela também sentia isso.

Corajosa, esta palavra descreve bem essa garota.

- Foi um prazer te conhecer, Marie.

Ela não teve tempo de responder. Os monstros começaram a atacar todos juntos. Eu matava os monstros que estavam na minha frente, traçando uma linha reta até Mark, quando cheguei lá, ele estava ajoelhado com uma espada em mãos apontada para um cão infernal, este que se assustou quando me viu, o que acabou fazendo com que ele se aproximasse da espada e provocasse sua própria morte.

Mark depois disso desmaiou e eu tive que colocá-lo apoiado em um ombro enquanto tentava entrar na proteção do acampamento. Quando consegui entrar, apoiei Mark na árvore e dei meia volta, na intenção de, ainda com esperanças, encontrar Marie com vida. Mas quando olhei aquela cena, eu sabia que não tinha mais chance, não tinha mais volta. Três monstros estavam com suas espadas cravadas no corpo pequeno de Marie, atravessando-a de todas as formas possíveis. Ela com as últimas forças que teve, disse cinco palavras que eu nunca conseguiria esquecer, pois estas ficariam gravadas em minha cabeça como um lema que eu deveria seguir.

- Se vingue por todos nós.

Foram apenas sussurros, mas eu consegui escutar claramente cada palavra.

E eu sentia o gosto de vingança nelas.

Não tinha como salvá-lo, não tinha como eu me aproximar, para dar a ela um enterro decente. Não tinha mais tempo, os monstros já corriam em minha direção, com sede de sangue.

Em minha cabeça eu prometi. Traria a vingança a todos aqueles que morreram antes de consegui-la.

Eu prometo. .

Agora, olhando para o que me tornei, eu sabia que devia lutar pelo o que é certo, ir atrás de vingança. Mas não era contra quem Marie pensava, não era contra os Olimpianos (mesmo que eu adoraria me vingar de tudo pelo que passei e que foi provocado por eles). A vingança devia ser contra um mal maior, que a pouco descobri que ressurgia novamente.

Mas para ter a tal vingança, e derrotar esse mal maior o quanto antes, eu teria que voltar para aquele lugar que um dia fora meu lar. E eu não estava pronto para encarar aquelas pessoas novamente, não depois do que fizeram.

Já tinha passado uma semana desde a morte de Marie e a chegada do novo campista, o qual descobri ser meu meio-irmão, Mark. Depois de ser reconhecido como um filho de um dos três grandes, o garoto ficou mais arrogante do que já era. Não sabia como ele podia ser meu meio-irmão.

Todos no acampamento andavam estranhos comigo ultimamente. Não me cumprimentavam mais, nem me olhavam mais com admiração como costumavam olhar e nem com respeito, nem mesmo falavam comigo. A não ser por Grover, Thalia, Nico e Annabeth. Até mesmo Quiron começou a me tratar diferente, Annabeth ainda falava comigo, mas não me abraçava e nem me beijava mais.

Eu sentia que algo iria mudar em breve.

Mais uma semana havia passado.

E eu já não aguentava mais.

Grover ainda estava de bem comigo, mas teve que sair para espalhar a palavra de Pã.

Thalia também continuava a falar comigo, mas teve que voltar a sair por ai com as caçadoras.

Nico teve que voltar para o submundo.

Mas a Annabeth, ela com certeza tinha mudado. Não me olhava nos olhos e nem encostava mais em mim.

Com o povo do acampamento eu já tinha perdido as esperanças.

Mas a gota d’água foi quando eu estava andando pela praia, e vi algo que fez meu coração parar por um momento. Annabeth podia ter feito de tudo antes, mas eu ainda a amava. Mas me trair com meu próprio meio irmão idiota e egocêntrico já era demais.

- ANNABETH!

Quando ela escutou meu grito, se separou na hora de Mark, esse que tinha um sorrisinho irônico na cara. Mas esse sorriso não ia continuar ali por muito tempo.

- Percy eu posso explicar, não é isso que est...

- Não é isso que estou pensando? Sério que vai dar essa desculpa? Vamos lá Annabeth, você é muito mais inteligente que isso. - Eu não aguentava mais olhar para aquela cara de falsa inocência dela. - Eu sei muito bem que você tem total culpa nisso. Nem me venha com desculpas esfarrapadas. Eu pensei que você fosse diferente das outras garotas, mas vejo que me enganei. E que saber de uma coisa? Eu espero realmente, com muito fervor, que você quebre a cara com esse idiota, porque vai que assim você da valor ao que teve em mãos. Eu realmente te amava e você fez isso comigo. - Nesse ponto eu já falava sem parar. Não conseguia mais ver nada por tamanha fúria que eu sentia. Eu estava extremamente triste, mas de agora em diante não mostraria minhas emoções para mais ninguém.

Na minha frente Annabeth chorava a ponto de cair de joelhos na areia branca e fofa da praia. Eu a olhei com nojo e desprezo, nunca pensaria que ela, logo ela, seria capaz de fazer algo assim. Olhei para ela novamente e disse:

- Eu não te reconheço mais, você não é a garota pela qual estava apaixonado, muito menos a que conheci seis anos atrás. – Olhei uma última vez em seus olhos cinza tempestuosos, e com um suspiro, declarei: - O que aconteceu com você? Terminou, esqueça tudo o que rolou entre nós, e nunca mais apareça na minha frente novamente. Já basta disso tudo. Já basta de tanta enganação. Se fosse para fazer o que fez, não seria melhor ter terminado tudo de uma vez? – Disse friamente.

Dei as costas para ela e joguei por cima do ombro uma caixinha, que eu tinha comprado já fazia um tempo e iria pedi-la em noivado. Mas agora aquele maldito anel era inútil.

Antes que eu pudesse sair dali, Mark apareceu na minha frente, barrando a minha passagem. Antes deu abrir a boca para mandá-lo cair fora dali, Mark tentou me atacar, mas ele se esqueceu de que sou bem mais forte que ele, bem mais treinado que ele, e tinha um maior controle sobre meus poderes do que ele.

Por um breve momento, qualquer um acharia que o seu golpe iria me acertar, mas no último momento saquei contracorrente e fiz um movimento circular e fazendo força para baixo, sua espada voou longe. Então ele me olhou e tentou usar de seus poderes contra mim. Antes que ele pudesse sequer pensar em criar uma onda, eu ergui a mão e logo ele começou a se engasgar.

- Você deveria saber o truque mais velho de todos, Mark, que tipo de filho de Poseidon você é que não sabe nem usar a água presente no corpo humano?

Ele olhava para mim tentando me pedir para parar.

Eu não parei por piedade, mas não queria arrumar briga com meu pai também, já basta tudo o que está acontecendo.

Assim que parei, me pus a caminhar em direção ao chalé de Poseidon. Juntei todas as minhas coisas, mas deixei para trás o chifre de minotauro, não queria ter a lembrança de como cheguei ao lugar que pensei ser meu lar.

Esperei o sinal do jantar soar. Quando o som da concha preencheu meu chalé, eu sabia que estava na hora de ir, ninguém iria notar que eu tinha sumido, afinal, ninguém ali parecia que iria sentir a minha falta. Olhei uma última vez para meu chalé e para a carta que tinha deixado em cima da mesa, caso o Grover ou a Thalia viessem a minha procura. Eles eram os únicos com quem ainda podia contar.

Saiu às escondidas e sorrateiramente deixou para trás o que pensou ser sua família.

Eu ainda me ressentia sobre tudo isso. Depois que eu sai, passei uma semana e meia nas ruas com fome e com sede, fugindo de monstros que a toda hora queriam me matar.

Até que eu encontrei Caos, e ele me ofereceu uma proposta tão tentadora que até o mais tolo dos semideuses aceitaria. Claro que aceitei, não teria nada a perder mesmo.

Eu sou Perseu Jackson, só quem sabe minha verdadeira identidade que me chama de Percy, mas para todos, meu nome é Alpha, o assassino pessoal do Caos e líder de seu exército de soldados que ele mesmo recrutou.

Eu agora planejo minha vingança.


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Notas finais do capítulo

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