Boneca Humana escrita por SweetAmmy


Capítulo 11
Capítulo 10 — Rock this town!


Notas iniciais do capítulo

→ Ihuuuul, mais um show de Os Engravatados com uma festinha depois na casa da Wendy Phillips.
→ Falando sério, acho que eu vou ser morta pelas Kentinetes kkkkkkk mas se elas curtirem yaoi (mesmo implícito), acho que irão gostar xD



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Já havia se passado uma semana desde que Debrah havia sido demitida e voltado para os Estados Unidos. E meus dias voltaram ao normal. Menos pelo fato de eu ainda ter que usar aquela luvinha desconfortável. Depois que tudo se resolveu, contei a meus pais sobre o corte que eu acidentalmente havia feito (sem mencionar o fato de que Debrah havia visto esse corte) e Lucia ligou mais uma vez para Agatha. Nesse caso, Agatha disse que ela mesma teria que analisar o corte e ver o que poderia ser feito (e isso não seria possível tão rapidamente). Enquanto isso, eu teria que continuar usando a luva.

Philippe voltou a ensaiar e gravar somente com Os Engravatados, que estavam fazendo um trabalho incrível. As composições deles eram mesmo únicas! E, em pouco tempo, eles gravaram seu primeiro CD, intitulado Bow Ties are Cool.

Para o lançamento oficial do BTrC, meu pai e os associados da Golden Voice estavam planejando uma mega turnê de 6 meses pelo mundo inteiro. Ela começaria em agosto (estávamos em maio) e, como meu pai teria que administrar tudo durante a turnê, eu ficaria morando com a tia Agatha. Agatha ainda morava em Sunset Valley, nos EUA, mas já estava organizando tudo para se mudar em agosto para Paris. Assim eu não teria que deixar a França.

Como as notícias em Bridgeport voam rápido até demais, mais da metade da cidade já estava sabendo sobre o CD antes mesmo de ele ser lançado. E quando ele começou a ser vendido, virou uma febre. Paparazzis de Paris não os deixavam em paz e um deles até me parou na rua, perguntando se eu tinha um caso com algum dos garotos da banda. Confesso que, por mais que celebridades achem paparazzis irritantes, eu estava adorando receber a atenção deles.

E, finalmente, eu tinha algo para conversar com os meninos.

— Hoje vieram algumas meninas da minha escola perguntando se vocês tinham namoradas! Dá pra acreditar numa coisa dessas? — Falei, rindo. Nós estávamos do lado de fora do estúdio comendo salgadinhos e jogando conversa fora. Ou melhor, eles estavam comendo. Philippe disse que tinha uma ligação importante para fazer e deu um intervalo para os meninos. Mesmo que as gravações estivessem encerradas, Philippe ainda liberava o estúdio para que eles ensaiassem antes da turnê.

— Lianna já está cansada de tantas meninas pedindo fotos e autógrafos. — Clark riu. Ele estava bem mais descontraído desde que saiu do hospital.

— Myle me ligou ontem desejando os parabéns pelo CD. — Tyler disse. Myle era a namorada dele que morava na Alemanha para fazer faculdade. Os dois se viam apenas nos fins de semana, mas ainda sim eram apaixonados um pelo outro. — Mas também disse pra eu tomar cuidado com o assédio das fãs.

— Vocês e essas namoradas! — David revirou os olhos, dando uma risada. — Ainda bem que eu não tenho que ouvir esses discursos. Posso ter uma garota diferente a cada semana e elas ainda não terão o direito de opinar no que eu faço.

— É. Experimenta falar isso pra elas, Don Juan! — Logan deu um tapa em David de brincadeira, o que fez todos nós rirmos.

— Ótimas notícias, pessoal! — Philippe disse, voltando até onde estávamos. — O dono do Hypnotique comprou o CD de vocês e quer contratá-los para um show antes de saírem em turnê!

— Não brinca! — Falei, impressionada. Hypnotique era o maior estádio de shows da França, localizado exatamente na cidade de Paris.

— Quando é o show? — Logan perguntou.

— Daqui a uma semana. — Philippe respondeu. — Estarão prontos até lá? Vocês podem vir para o estúdio todos os dias no mesmo horário para poderem ensaiar.

— Com toda a certeza! — Tyler respondeu e todos nós comemoramos.

Eu mal podia acreditar. Os garotos teriam seu sonho realizado e ainda não haviam abandonado meu pai, como a maioria das bandas faziam quando se tornavam famosas.


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Como de costume, eu fui anunciar para a escola inteira sobre o show de Os Engravatados no Hypnotique e convidar todo mundo para ir.

— E depois, aproveitando que vocês estarão em Paris, todos estão convidados para uma festa épica na minha casa! — Wendy disse, fazendo com que todos aplaudissem. Ela havia me contado que seus pais iriam para um congresso em Londres e haviam liberado a casa para os filhos, caso quisessem fazer uma festa com os amigos. Que sonho, não? Se eu pedisse pra dar uma festa em minha casa, mesmo com meus pais lá, Philippe provavelmente diria que eu estava maluca.

Logo depois da aula, Wendy Phillips veio conversar comigo.

— Você vai à minha festa, não vai? — Ela perguntou.

— Vou, é claro. — Falei, mesmo não tendo certeza de que Philippe iria permitir. Mas Lucia com certeza iria, então ela acabaria convencendo-o.

— Ótimo. Porque eu preciso da sua ajuda. — Ela começou. — Você sabe que o Alexy é louco pelo Kentin, não sabe?

— Hã… — Murmurei, franzindo o cenho.

É, eu não sabia. Realmente tive suspeitas de que Alexy era gay e ele e Kentin passavam muito tempo juntos. Mas eu já tive um amigo gay em Malibu chamado Todd e ele tinha vários amigos homens. Um dia, perguntei aos amigos dele o porquê de andarem com ele. Afinal, Todd era gay! Não seria mais comum que ele andasse com mulheres? E então, William, um dos melhores amigos do Todd, me disse o seguinte: “Não é porque ele é gay que vai dar em cima de todo homem que encontrar pela frente. Você, por exemplo, também anda com meninos. Você se apaixona por todos eles?”. E isso calou a minha boca. Hoje em dia, não vejo problema em andar com homossexuais (Kim Watson, por exemplo, é bissexual e eu a considero uma amiga fantástica).

— Bem, agora você sabe. — Wendy falou. — Só que o Alexy não tem coragem de falar nada e isso já está me dando nos nervos! Em casa é “Kentin isso, Kentin aquilo” e quando eu digo pra ele contar a verdade ele fica morrendo de vergonha. Então eu vou usar a festa pra ajudá-lo.

— Você não está pensando em fazer o Alexy se declarar na frente de todo mundo, não é?

— Ai, claro que não! — Wendy disse de uma forma que pareceu a ideia mais estúpida do mundo. — Eu só quero levar os dois para um local reservado, tipo o meu quarto ou o quarto do Alexy, e fazer com que os dois conversem. Daí o Alexy vai poder ser sincero sem ninguém por perto.

Arregalei os olhos.

— Você quer trancar os dois dentro de um quarto?????

— Shhhhhhhhhh! — Wendy tapou minha boca. — Você falando parece algo tão horrível!

— E é horrível! Você nem perguntou ao Kentin se é isso o que ele quer! — Falei. Do meu ponto de vista, não era legal forçar alguma coisa entre os dois.

— Eu não vou forçá-lo a nada! — Wendy disse. — É o Alexy que irá tomar a iniciativa de chamá-lo pra conversar. Só que, como eu e você somos muito mais amigas do Kentin, nós iremos ajudar.

— Alexy está pedindo pra você fazer isso? — Perguntei.

— Não. — Wendy respondeu. — É só que… Ele é meu irmão e acho que já está mais do que na hora de ele fazer isso. Eu e você iremos convencê-lo na própria festa a chamar o Kentin pra conversar. E daí, o que rolar, rolou.

Eu não queria forçar o Kentin a fazer qualquer coisa. Mas sabia que ele nunca iria para algum lugar sozinho com o Alexy.

— Se quer um conselho, deixe-os bêbados. — Falei. Se eu teria que ajudar, seria do jeito certo. — Assim será bem mais fácil para o Alexy. E se ele não for bem-sucedido, ao menos o Kentin não irá se lembrar direito depois.

— Viu só? Você tem boas ideias quando quer! — Wendy sorriu.


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O show foi FAN-TÁS-TI-CO! Não, não. Foi ÉPICO. Epicamente épico! O Hypnotique estava completamente lotado aquela noite e a animação foi geral. Até as pessoas que estavam nas arquibancadas não aguentaram ficar sentadas e desceram para a arena para acompanhar o show mais de perto.

E todos os meus amigos estavam lá. Dessa vez, muito mais agitados. Até Nathaniel, que ficou bem quieto no último show, estava se soltando mais e cantando junto com a banda.



Philippe os parabenizou bem mais que o normal após o show. Estava muito orgulhoso dos garotos. E eu também.

Algumas horas depois, peguei o endereço dos Phillips e meus pais me levaram até a casa deles para a festa. Lucia nem precisou convencer Philippe a me deixar ir. Ele estava tão feliz com o sucesso que Os Engravatados estavam sendo (e o lucro que estavam gerando) que concordou na hora. Até disse que a festa seria uma ótima oportunidade para eu me divertir depois de tanto tempo sem falar com os meus amigos por causa de Debrah!

A casa dos Phillips era realmente grande, construída com base em uma arquitetura clássica - assim como a maioria das casas de Paris e eu achava isso um charme! Pelo que parecia, cheguei um pouco atrasada, já que praticamente todos os meus amigos já estavam lá.

— Kap, você veio! — Iris veio logo me dando um abraço. — Que show foi aquele! Pode falar para os meninos que eles estão de parabéns. Acho que já vou começar a organizar um fã-clube para Os Engravatados. Seremos as Gravatetes.

Kim deu uma risada.

Gravatetes, Iris? Que ideia pra nome! Ah Kaplan, antes que eu me esqueça, Wendy estava te procurando.

— Ah sim! — Exclamei. Eu já sabia o motivo. — Vou procurar por ela!

Encontrei-a em um sofá conversando com Lysandre. Tenho que admitir que não era a primeira vez que eu via os dois juntos. No tempo em que fiquei sem amigos na escola, passei a ser uma “observadora” e notei várias coisas que eu não percebia antes. Wendy comia 3 ou quatro cachorros-quentes de uma vez no intervalo (era impressionante que não engordasse). Nathaniel ficava brincando com seu relógio de pulso quando estava nervoso. Violette sempre ficava no jardim buscando inspiração para seus desenhos. Lysandre tinha um bloco de anotações onde escrevia coisas variadas - poemas ou músicas que ele mesmo compunha, por exemplo. Mas, como era muito distraído, sempre perdia o bloco. E Wendy ia ajudá-lo a procurar. Lysandre não era próximo de Wendy assim como Kentin ou eu, mas sempre que estavam juntos rolava um clima, apesar de ambos não admitirem.

— Kaplan, ainda bem que você chegou! — Wendy, ao me ver, levantou-se do sofá e foi até mim. — Eu já estava ficando entediada de tanto tentar fazer o Kentin beber alguma coisa.

— Você tem uma mesa de pingue-pongue? — Perguntei.

— Pra que você quer uma mesa de pingue-pongue? — Wendy franziu o cenho.

— É um jogo muito famoso nos Estados Unidos. — Falei. — Você coloca alguns copos com bebida em cada lado da mesa. É como um jogo de pingue-pongue normal, mas você tem que quicar a bolinha e acertar os copos do seu adversário. Se conseguir, o adversário tem que beber um copo cheio da bebida que você quiser.

— Acha que o Kentin vai concordar em jogar isso? — Wendy perguntou.

— Ele é americano! — Respondi. — É a mesma coisa que perguntar para um francês se ele quer comer um croissant.

— Nossa! Isso soou meio preconceituoso! — Ela torceu a boca.

— Por quê? Você não gosta de croissants?

— Dã! Claro que eu gosto de croissatns! Eu sou francesa! — Wendy riu. — Pra falar a verdade, minha família veio da Inglaterra, mas eu me considero francesa porque moro aqui desde os dois anos de idade.

— Certo. E a mesa de pingue-pongue? — Perguntei.

— Ah sim. Lysandre, me ajuda a pegar a mesa de pingue-pongue do sótão? — Wendy se virou para ele.

— Certamente. — Lysandre sorriu e os dois subiram as escadas em direção ao sótão. Em poucos minutos, a mesa de pingue-pongue já estava montada ao centro da sala.

Expliquei o jogo para todos e convencemos o Alexy a desafiar o Kentin. Mesmo hesitando demais no começo, Kentin topou e os dois começaram a jogar. Eu não me lembrava de o Kentin ter uma pontaria tão boa. Mas Alexy era muito competitivo e estava determinado a vencer. Os dois eram muito bons e já estava ficando difícil determinar um vencedor.

— Você é muito bom, Alexy, mas eu sou americano! — Disse Kentin. — Não tem como você me vencer!

— Isso é o que veremos, Kentão! — Alexy respondeu.

E o jogo durou mais um tempo. Um acertava, o outro bebia. E quando os dois começaram a errar - sinal de que já estavam ficando bêbados - pedimos que parassem e deixassem outros jogarem.

— Essa é a sua chance, Alexy! — Wendy falou, chegando até ele juntamente a mim. — Kentin está sozinho, por que não vai até lá e conversa com ele?

— Hã? — Alexy estava um pouco confuso. — Eu não vou falar com ele sobre nada!

— Kentin está chapado! — Falei. — Leve-o até seu quarto e tome alguma atitude antes que seja tarde! Se nada der certo, ele nem se lembrará disso amanhã! E, francamente, alguma hora você vai ter que deixar de ser covarde e falar com ele!

— Eu não sou covarde! — Alexy disse.

— Então vá lá e me prove isso! — Falei, dando um empurrão em Alexy. Ele respirou fundo e foi até Kentin, que estava do outro lado da sala. Eu e Wendy ficamos comemorando bem baixinho, observando enquanto Alexy e Kentin subiam as escadas e iam em direção ao quarto de Alexy.

Deu certo? Deu certo mesmo? Eu sabia que meu espírito americano não iria me abandonar em um país diferente!

Enquanto esperava o resultado, fui até Nathaniel, que estava em uma poltrona perto da lareira conversando com Melody.

— Você poderia me dar licença do seu namorado um minuto, Melody? — Perguntei a ela. — Preciso falar com ele.

Quando eu falei “namorado”, ambos ficaram corados. Era divertido, principalmente depois que fiquei sabendo que Melody já havia levado um fora de Nathaniel. Buscar informações com a Peggy é a melhor coisa do mundo.

— E-ela não é minha namorada! — Nathaniel gaguejou.

Melody murmurou um “Tudo bem” e saiu de perto. Sentei-me na poltrona ao lado da de Nathaniel.

— Você não gosta muito de festas, não é mesmo? — Perguntei.

— Por que acha isso?

— Você foi o único que não se interessou pelo jogo de pingue-pongue com bebidas. — Respondi. — E está aqui sozinho enquanto os outros estão se divertindo.

— Bem… Pra falar a verdade, você está certa. — Nathaniel disse, brincando com seu relógio de pulso. Eu disse que ele sempre fazia isso quando ficava nervoso. — Não me sinto muito a vontade em festas assim. É muito agitado para o meu gosto.

— Você estava no show há algumas horas e parecia estar se divertindo.

— É… Eu costumo me soltar um pouco mais na frente de estranhos. Como eles não me conhecem, não irão me julgar depois. — Nathaniel disse.

— Julgar? Mas ninguém vai julgar você por estar fazendo o que gosta.

— Esse é o problema. — Nathaniel disse. — Eles vão. Existe uma coisa que se chama reputação. Se o Castiel ficar chapado em uma festa, ninguém vai estranhar. Mas imagina se eu ficar?

— Eu nunca te imaginei chapado. — Falei.

— Exatamente. Sou o representante de turma, tenho que manter minha reputação. Por exemplo, eu não deveria estar em uma festa. Deveria estar em casa estudando.

— Às vezes você tem que parar de ser tão certinho e começar a fazer o que realmente gosta. E que se dane o que os outros irão pensar!

— Talvez você esteja certa… — Nathaniel disse.

— Talvez não. Eu estou certa. — Corrigi-o. — Você faz de tudo para agradar ao seu pai em casa e faz de tudo na escola para agradar à diretora. Você é bom demais para ter que ligar pra opinião de alguém.

E eu queria ter essa sorte. Poder mostrar quem eu realmente era sem me preocupar com nada. Sem me preocupar com a tia Agatha usando seu talento para o mal quando fosse ameaçada. Sem me preocupar com as pessoas me olhando de forma estranha ou dizendo “Não me dê conselhos. Você é só uma boneca, não tem sentimentos!”. Eu tenho sentimentos. São bem limitados, mas eu ainda tenho sentimentos.

E então, vi Alexy descendo as escadas.

— O Alexy voltou, tenho que falar com ele. Nos vemos depois, Nathaniel!

E então caminhei ao encontro de Alexy e disse:

— E então, como foi?

Alexy não disse nada, apenas me deu um esbarrão com o ombro e foi em direção à mesa de buffet para comer alguma coisa. Oh oh… Não havia acabado bem.

— Não precisa me contar detalhes. — Insisti, indo até ele. — Mas, pelo menos, você podia falar comigo. Sei lá, qualquer coisa.

— Não fale mais comigo. — Alexy disse de forma fria.

— Foi tão ruim assim?

— Eu disse pra não falar mais comigo! Caramba, você é surda? — Alexy ficou bravo. Assustada, recuei e saí de perto de Alexy. Tudo bem que foi um fracasso com Kentin, mas precisa descontar isso em mim? Qual o problema dele?

Resolvi subir as escadas e ir perguntar diretamente para Kentin. Como Kentin não havia voltado junto com Alexy, eu supus que ele ainda estaria no quarto. E Kentin, provavelmente, seria menos arrogante.

Encontrei Kentin no banheiro do quarto de Alexy, vomitando. Acho que ele havia bebido demais. E então notei uma marca vermelha no pescoço dele - um chupão. Hummmm, então havia acontecido alguma coisa!

— Kentin, tudo bem?

— Eu espero que não. — Kentin disse, sentado no chão ao lado da privada. — Porque, se isso é estar bem, então não vale à pena viver.

"Dramático!", pensei revirando os olhos.

— Escuta… Sem querer ser intrometida, mas o que rolou entre você e o Alexy?

— Nada. — Kentin sentiu náusea. — Por que o interesse?

— Bem… Curiosidade! — Menti. — Eu sempre fui curiosa! Mesmo quando eu morava em Malibu eu era curiosa!

— Isso é verdade. — Kentin disse, levantando-se novamente para vomitar. Eu me virei para o outro lado, era nojento demais. Mas pelo menos eu acertei que a Kaplan original era curiosa. Yeah! — Mas não aconteceu nada entre a gente. Eu disse a verdade pro Alexy.

— Que você não é gay?

— Que eu estou apaixonado por outra pessoa. — Kentin não aguentou e vomitou de novo. Credo! A situação estava ruim mesmo, hein?

Decidi sair do banheiro e deixar Kentin vomitar em paz. Mas aquilo ficou me intrigando. Kentin apaixonado por outra pessoa? Quem?

Foi aí que comecei a juntar as peças do quebra-cabeças: Kentin ficou animado quando me reencontrou depois de tanto tempo, disse que eu havia ficado mais bonita e gostava de recordar fatos passados em que eu estava presente, como se fossem boas lembranças para ele. Alexy, quando saiu do quarto, ficou bravo comigo por um motivo que eu não compreendi.

Será que a “outra pessoa” por quem Kentin dizia estar apaixonado… Era eu?


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