– Esquentadinha... - Pedro sussurrou próximo ao ouvido de Karina assim que chegou perto dela que estava distraída encarando a rua.
– Meu Deus, Pedro! Assim você me mata de susto. - Disse Karina com um sorriso ao se virar e olhar Pedro.
– O que você tá fazendo aqui sozinha? - perguntou enquanto passava os braços pela cintura de Karina.
– Nada, tava, sei lá... Um mês sem a Priscila. - ela suspirou e sorriu de lado, desviando seu olhar para a rua novamente.
– E isso é ruim? - Pedro perguntou, estava louco para ficar a sós com a menina.
– E-eu não sei. Sinceramente, não sei. - disse sincera e então, finalmente, abraçou o garoto, repousando a cabeça no peito dele.
– Você quer fazer alguma coisa mais tarde? Eu peço para meu pai me liberar hoje ai a gente sai. - Por mais que ele quisesse, seu convite foi sem segundas intenções, sua Esquentadinha estava triste e aquilo era algo que ele realmente não gostava, não havia nada mais precioso para ele do que um sorriso sincero nos lábios da menina. - Prometo que não tentarei nada, Ka.
– Confio em você. - disse simplesmente.
Pedro e Karina passaram o dia sem se falar depois do episodio na praça, combinaram de assistir um filme na casa da garota já que Bianca iria sair com Duca, Gael e Dandara resolveram fazer um programinha em algum lugar da cidade e não tinham hora para voltar e João, depois de ficar sabendo que Pedro iria para sua casa, resolveu ir para a casa de seu pai, Renê. Karina não sabia exatamente o porquê de estar tão nervosa, Pedro já havia ido em sua casa tantas vezes, mas, talvez fosse por ser a primeira vez que ele iria à sua casa depois de ter voltado ou pelo simples fato de ela não conseguir se controlar quando estava sozinha com ele. "Não vai acontecer nada de mais, Karina. É só um filme." pensou ela. Um filme. Um quarto. Duas pessoas. O garoto que faz seu corpo acender com um simples toque.
A noite chegou, Karina havia arrumado sua parte do quarto, mudou as roupas de cama e tudo mais apesar de que assistiriam ao filme na sala. Pedro chegaria às 20h, ou seja, ela ainda tinha 20 minutos para arrumar qualquer coisa em si que tivesse saído do lugar por conta do seu nervosismo.

POV Karina

Meu Deus! Onde eu estava com a cabeça quando chamei Pedro para vir a minha casa, à noite justo no dia em que eu ficaria sozinha? Eu só posso tá ficando doida, maluca. Só pode. Coloquei a pipoca no microondas, Pedro e eu assistiriamos a um filme de terror, Invocação do Mal, ou era esse ou era O Meu Namorado é um Zumbi, fiquei com a primeira opção mesmo sabendo que morreria antes mesmo do filme acabar. A campanhia tocou e eu levei um leve susto e corri até a porta.
– Esquentadinha! - Pedro sorriu abertamente ao me ver no momento em que abri a porta. - Você tá linda. - ele disse e me abraçou pela cintura, me puxando para si e depositando um beijo em minha bochecha.
– Que mentira, Pê! - eu disse sorrindo ao me afastar dele para que pudesse entrar. - O que você trouxe para comermos?
– Hum... Chocolate, pizza e fritas. E você, o que fez? - perguntou ele se jogando no sofá depois de colocar as coisas sobre a mesinha.
– O básico: pipoca e, só dessa vez, coca. - sorri de lado e sentei ao seu lado.
Estar com Pedro é uma das melhores coisas do mundo, acredite. Ele é a melhor companhia que alguém pode ter, é engraçado, bobo, meigo. Tem um sorriso lindo, um olhar penetrante e aqueles cabelos bagunçados que me deixam encantada.

POV Narradora.

Karina logo esqueceu todo aquele nervosismo de estar sozinha com Pedro, aliás, ela estava até bem "soltinha". Depois de quase ter fundido seu corpo ao dele durante todo o filme por conta dos sustos que levava toda vez que Annabelle aparecia, Karina passou a "provocar" o garoto. Sentava em colo, falava próximo ao ouvido dele, vez ou outra quase roçava seus lábios nos dele, mas sem encostá-los de fato. Já Pedro não aguentava mais aquela situação toda, estava louco para agarrá-la, mas temia que ela reagisse de maneira contrária a que ele gostaria.
Aproveitou que Karina havia ido ao quarto para ir tomar água, precisava esquecer todos os pensamentos de "dormir" com ela naquela noite.
–Pê... - Ele se virou, olhando em direção a porta do quarto da menina e seu queixo quase despencou no momento em que se deparou com Karina apenas de lingerie a sua frente.
– Karina... Meu Deus! Não faz isso, garota, você... - Karina o interrompeu ao colocar seu indicador nos lábios dele.
– É tempo de brincar, Pê...- Ela sussurrou com um sorriso malicioso estampado em seus lábios.