"Se tudo fosse fácil
Eu me jogaria em seus braços
Me afogaria nos seus beijos
Me entregaria de bandeja pra você

Se tudo fosse fácil
Mandaria a saudade embora
Estaria te odiando agora
Como se fosse fácil apagar você de mim"

Flashback on
– Olha, Ka, me des... - Pedro foi interrompido pelos lábios de Karina pressionados aos seus. Era a segunda vez que a garota o beijava e ele tinha que admitir, estava ficando cada vez melhor. Pedro desceu uma de suas mãos para a cintura da garota e a guiou até a porta, prendendo-a ali. As mãos de Karina foram para os cabelos de Pedro, fazendo com que os lábios do garoto fossem ainda mais pressionados nos seus. Um gemido abafado escapou da garganta de Karina no instante que Pedro direcionou suas mãos para o bumbum da garota, apertando-o com vontade. Ambos precisavam daquilo. Precisavam mais do que imaginavam.
– Pedro... - Karina sussurrou e ele se afastou com a respiração ofegante, porém não tirou suas mãos do bumbum de Karina. Ela sorriu tímida. - Eu não queria que tivesse se afastado. - Pedro sorriu maliciosamente e atacou os lábios de Karina com voracidade. As mãos de Karina foram para as costas nuas do rapaz, arranhando cada pedacinho daquele local, levando Pedro a loucura. Pedro subiu suas mãos pelas laterais do corpo de Karina levantando sua blusa junto, afastando seus lábios apenas para tirar a blusa dela. Os olhos de Pedro percorreram o corpo da garota e ele mordeu os lábios ao fixar o olhar nos seios descobertos de Karina.
– Você. É. Muito. Gostosa. - ele disse pausadamente e viu um sorriso surgir nos lábios de Karina antes de guiar suas mãos para o que ele agora chamava de "visão do paraíso" e voltar a beijar os lábios da loirinha a sua frente. Karina estava em êxtase, seu corpo estava em chamas e ela queria mais do que qualquer coisa se unir a Pedro da maneira mais intima possível, mas ela sabia que não podia fazer aquilo, não naquele momento, daquela maneira, então deslizou as mãos pelo peitoral de Pedro e o afastou gentilmente. - O que? Eu fiz algo errado? - ele perguntou assustado.
– Pelo contrário, fez certo até demais. - ela disse tentando controlar a respiração. - Mas a gente não pode, não ainda. - Não ainda. Pedro sorriu com aquela frase e abraçou a garota, sentindo o calor do corpo dela entrar em contato com o seu. - Eu posso dormir aqui? - ela perguntou com um sussurro e sentiu Pedro a apertar contra si.
– Só se for na minha cama, comigo. - Pedro disse ao se afastar um pouco de Karina e segurar suas mãos. - Topa? - perguntou sugestivamente.
– Tem como recusar? - ela respondeu. Pedro e Karina subiram para o quarto do garoto cuidadosamente, não podiam fazer o minimo de barulho possível ou os pais dele acordariam e uma grande confusão estaria armada. Pedro arrumou sua cama para que ele e Karina pudessem deitar. - Se a TomTom acordar, o que iremos dizer a ela? - a garota perguntou após alguns minutos em silêncio. O dois estavam deitados, Karina com a cabeça encostada no peito do garoto que a abraçava pela cintura.
– A TomTom vai surtar de felicidade, ela é louca por você.- Karina se surpreendeu com noticia, mas não disse nada, apenas se aninhou nos braços do rapaz, sentindo o cheiro dele, aquilo era incrível. Poder ficar agarradinha a ele, sentindo seu cheiro, seu calor. Precisava arrumar um jeito de terminar com a Priscila, não é normal você tá namorando e querer ser de outra pessoa, apesar de que ela nunca deixou de pertencer a Pedro.
– Boa noite, Pê. - Karina sussurrou pressionando o rosto no peito do garoto.
– Boa noite, minha Esquentadinha. - Pedro deu um leve beijo no topo da cabeça da loirinha, adormecendo em seguida.

Flashback off

– PEDRO! KARINA! - o casal acordou rapidamente ao ouvir alguém gritar seus nomes. - Meu Deus! o que você fizeram? - Delma olhava apavorada para eles.
– Mãe, não é nada disse que você está pensando. Não fizemos nada. - Disse Pedro tentando acalmar a mão enquanto sentava na cama juntamente com Karina.
– É verdade, dona Delma, a gente só tava dormindo. - disse Karina tentando ajudar Pedro.
– Vocês acham que sou boba? Até parece que não notei a troca de olhares de vocês ontem à noite, só quero pedir uma coisa, ta bom? - a mais velha sentou na ponta da cama do filho e sorriu ao vê-lo abraçar a loira pela cintura. Os dois assentiram. - Se for para ficarem juntos, façam isso da maneira certa. - Delma disse e foi em direção a porta.
– Pode deixar, dona Delma. - disse Karina com um sorriso.
– Delma, por favor, querida. - dito isso, a mulher saiu do quarto.
–Meu Deus, Pê, que vergonha! - disse Karina escondendo o rosto entre as mãos.
–Não fica, minha mãe é de boa. - Ele disse e deitou por cima de Karina, dando uma mordida no pescoço da loira que suspirou alto.
– Ei, tem uma criança dormindo aqui, sabia? - TomTom falou anunciando que estava acordada e observava tudo - Deixem para fazer isso quando eu estiver em outro lugar. - Os dois riram e pularam na cama da pequena. Depois de tomarem banho, Pedro emprestou uma blusa para Karina para que ela não saísse na rua com a blusinha do baby doll. Tomaram café da manhã junto com Marcelo, Delma e TomTom, foi um momento agradável mesmo com os olhares curiosos de Marcelo.
– Então, Pê... - Karina disse já do lado de fora da casa do rapaz - Obrigada.. por me deixar dormir aqui.
– Venha sempre que quiser, Ka. - Ele disse sorrindo e abraçou a garota. - Obrigado pela noite. - sussurrou próximo ao ouvido dela que estremeceu em seus braços.
– Agora eu vou, até mais, moleque. - Depositou um beijo na bochecha de Pedro e seguiu para sua casa.

Karina entrou em casa tentando fazer o minimo de barulho possível, e logo foi para o quarto rapidamente. Trocou de roupa, colocando sua habitual roupa para a aula na academia de seu pai. A garota estava perdida em seus pensamentos, Pedro teimava me dominá-los. Ela ainda podia sentir o gosto dos lábios do garoto, o toque dele, o cheiro dele, o calor do corpo dele. Uma parte de Karina queria que ela voltasse para a casa do garoto e o agarrasse, mas a outra, a repreendia, torturava e julgava. Priscila não merecia aquilo, o que estava fazendo era errado.
– Karina, onde você dormiu? Bianca falou que acordou e você não estava lá e não adianta dizer que foi na casa de Priscila, porque ela chegou cedo e perguntando por você. - Gael perguntou logo que viu a filha entrando na academia.
– A Bianca não perde tempo, né? Por que não pergunta onde ela dormiu, porque foi ela quem chegou em casa às 5 da manhã. - Karina inventou aquilo de uma hora para outra, se bem que quase todos os dias a irmã chegava nesse horário mesmo. - E só para você saber, eu dormi na casa da TomTom, ela me ligou de madrugada, pois o Pê tava tendo pesadelos e gritando meu nome, e não fique preocupado, eu não fiz nada de mais.
– Karina, Karina, tô de olho em você. - Disse Gael encarando a filha.
– Devia ficar de olho na sua princesinha, isso sim, porque é ela que arranha e esconde as garras. - Karina sorriu sem vontade e foi treinar.
Karina passou a manhã toda treinando, afinal, o campeonato de Muay Thai estava chegando e ela precisava está pronta para competir e ganhar, porém Karina não estava totalmente concentrada no treino, seus pensamento estavam longe. Estavam em duas pessoas, uma era loira com mechas rosa, roxa e azul nos cabelos e se chamava Priscila, a outra, era um guitarrista maluco e descabelado que tinha o sorriso mais bobo e lindo que ela já havia visto. Karina não podia negar que estava completamente dividida entre os dois, seu coração estava confusa, ela estava confusa, como podia amar duas pessoas ao mesmo tempo? Como podia ter ficado com Pedro mesmo namorando Priscila e não se sentir arrependida? Como um garoto no qual ela passou 4 anos sem ter sequer uma noticia volta de uma hora pra outra e com apenas um olhar, um simples olhar, a ganhou? A tomou de volta? Ela não poderia dizer que estava apaixonada por ele novamente, era cedo demais para afirmar isso, até porque ela era apaixonada por Priscila, pelos olhos de Priscila, pelo carinho e amor que a outra tinha para com ela. Mas ela estava completamente louca por ele, pelo corpo dele, pelas sensações que tinha ao ser tocada por ele, ao ser beijada por ela. Era coisa de outro mundo, ele fazia seu corpo faiscar, acender, como se a lua e o sol estivessem em colisão. E ela não podia negar aquilo, ela não conseguia negar. Afinal, sempre que estavam sozinhos, ela ficava louca e se jogava nos braços dele como se dissesse "Vai, Pedro, me fode. Me fode loucamente." Seu corpo implorava pelo de Pedro e ela realmente não conseguia entender, ela e Pedro "quase" não tinham se tocado e ela ficou mais excitada do que quando consumava o ato com Priscila, não que a namorada não lhe desse prazer, longe disso, pois Priscila sempre deu a Karina transas incríveis, porém com um simples beijo de Pedro, o corpo de Karina entrava erupção e era, praticamente, impossível conseguir se controlar.
Após o treino, Karina resolveu não ir a escola, precisava de um tempo para tentar colocar a cabeça no lugar e procurar uma maneira de resolver a confusão que sua vida havia se tornado. Tomou um banho longo e relaxante, estava precisando daquilo e almoçou rapidamente, voltando para seu quarto em seguida. A garota pegou seus fones, conectado-os em seu celular. Fazia uns 40 minutos que Karina ouvia música enquanto pensava em uma solução para as loucuras que estava fazendo quando sentiu seus fones serem puxados bruscamente.
– YO! - a garota disse assutada com o movimento. - Que foi isso, Priscila? - Perguntou se sentando na cama ao ver quem tinha lhe tirado dos seus pensamentos.
– Então é verdade, você dormiu na casa do Pedro? - Perguntou Priscila pegando a camisa do rapaz que estava encima da cama de Karina.
– Dormi, algum problema? - a reação de Karina não foi exatamente a que Priscila esperava, mas a loirinha estava realmente espantada com a maneira que sua namorada havia entrado em seu quarto.
– Como, é, Karina? - Perguntou Priscila incrédula. - Como assim "algum problema?" ? É claro. O cara estava quase te engolindo com os olhos ontem a noite, teve a cara de pau de tacar um beijo no teu pescoço antes de irmos embora, e para piorar, você me mandou embora da sua casa ontem para poder ir dormir na casa dele. Muito lindo para você, hein, Karina? Mal ele chegou e você já está cheia de coisinhas para cima dele como se eu não existisse.
– Primeiro. - Karina começou, encarando a namorada que permanecia de pé a sua frente. - Ele não tava me engolindo com os olhos, tudo bem que ele cantou a música para mim, mas foi só uma maneira que arrumou para dizer que ainda se iimporta comigo. Segundo, eu te mandei embora ontem, porque você, simplesmente, bancou a idiota e fez besteira, você foi fria e bruta comigo, Priscila, queria o que? Que eu transasse contigo do jeito que você estava? Você tava fora de si, cara. Terceiro, eu não estou de coisinhas pra cima dele, mas eu dormi sim na casa dele, na cama dele pra ser mais direta, MAS A GENTE SÓ DORMIU e aposto que foi minha irmãzinha que foi fazer fofoca para você.
– NA CAMA DELE, KARINA? - Priscila se exaltou e passou a andar de um lado para o outro enquanto mexia nos cabelos. - Vocês...?
– Claro que não! - foi a vez de Karina se exaltar. - Porra, Priscila, alguma vez eu te dei motivos para desconfiar de mim? Alguma vez eu te dei motivos para acreditar que eu te trai?
– Não, Ka, mas, poxa... Você era louca por ele há alguns anos e eu tenho medo de te perder, você é tudo pra mim, Karina. - a mais alta se aproximou, sentando na frente de Karina e levando sua mão ao rosto da menina, acariciando suavemente. - Eu tenho medo que você volte a amá-lo daquele jeito de antes.
– Ei... eu amo você, Pri, não precisa ficar assim, tá? - Karina falou baixo e aproximou os lábios dos da namorada, beijando-a docemente. Ela tentou, mas não conseguiu evitar a comparação, os lábios de Priscila era suaves, doces e macios, os de Pedro eram... viciantes, vorazes e imploravam por seu beijo.
Karina e Priscila passaram a tarde juntas, assistiram alguns filmes, conversaram e colocaram todos os pingos nos "i" na relação que foram sutilmente arrancados por Pedro desde a sua volta. Ou quase todos. - Pensou Karina, afinal, era ela quem estava louca para beijar Pedro novamente.
No sabádo, Karina acordou cedo, pois Priscila viajaria naquele dia e ela queria se despedir da namorada já que ficaria sem ela por mais ou menos um mês, ou seja, um mês sozinha. Sozinha com Pedro. Muita coisa poderia acontecer nesse periodo e Karina não queria nem pensar nisso.
–Ah, Pri... Eu já tô morrendo de saudades. - Disse Karina manhosa agarrada a namorada - Ver se não me esquece.
– Impossível te esquecer, amor, mas agora eu tenho que ir, Ka. - foi a vez da outra falar enquanto se soltava do abraço. - Prometo que te ligarei todos os dias. Eu te amo.
–Eu também. - Karina falou e viu a namorada sumir aeroporto a dentro.

POV Pedro.

– Ai, Pedrinho, tá feliz, né? - Perguntou João se encostando no outro lado do balcão do restaurante. - Priscilinha viajou, você vai ter um mês com a sua esquentadinha...
– Pois é, cara. Eu tô felizão! Primeiro, a Ka ainda tá na minha, segundo, não vou ter aquela louca me enchendo o saco e proibindo a Ka de fala comigo, mas não acho que vai ser tão fácil assim, ô Johny, porque a Karina não é dessas garotas fáceis, como ela tem que ter um jeitinho. Preciso fazer com que ela se apaixone por mim de novo.
– Tu ainda é gamadão na loirinha, né? Vou te ajudar a ficar com a Ka, porque eu não gosto da Priscila e acho que a Ka ainda é gamadinha em tu também. - Disse João fazendo Pedro ficar todo animado. - Olha ai quem acabou de chegar, sozinha. - o garoto falou ao desviar o olhar para a rua e ver Karina descendo do carro.
– É, João, agora é só amor e nada mais. - Disse Pedro com um sorriso de orelha a orelha enquanto saia de tras do balcão para encontrar Karina.

"Saudade eu tenho toda hora
Que você me vem na memória
Eu penso 24 horas em você
Estou sem tempo pra te esquecer

Mas se tiver que me deixar, vai deixando devagar
Deixa eu me acostumar com a sua ausência"