"Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Numa noite especialmente boa
Não há nada mais que a gente possa fazer
Eu vou fazer tudo o que eu puder
Eu vou roubar essa mulher pra mim"

POV Narradora.

A sexta feira finalmente chegara e com ela toda a correria para que à noite estivesse tudo pronto para a tão esperada inauguração do Perfeitão. Pedro estava radiante, desde a troca de mensagens com Karina, o sorriso do garoto havia se tornado ainda mais bobo e contagiante.

Flashback on

" Esquentadinha?" - Pedro. - O sorriso de Karina foi de orelha a orelha ao ler a mensagem. Como ele conseguia arrancar sorrisos dela tão facilmente?
" Oi, moleque. Pensei que estava dormindo, já tá tarde" - Karina. - "Então ela tava pensando em mim?" ele pensou e sorriu com aquilo.
" E agora você pensa em mim?" - Pedro. - Karina sentiu o seu rosto corar ao ler a mensagem e então entrou na brincadeira.
" Nunca deixei de pensar" - Karina. - Pedro quase pulou da cama de felicidade. Estava Karina curtindo com a cara dele?
" Você tá curtindo com a minha cara?" - Pedro.
" Em momento algum, Pê. Parece que estou brincando?" - Karina.
" Não.. exatamente. Mas é estranho você dizer isso" - Pedro.
" É a verdade. Vou indo dormir, Pê. Boa noite." - Karina.
" Boa noite, Esquentadinha." - Pedro. - E com um enorme sorriso nos lábios, Karina e Pedro adormeceram, apesar de saberem que, talvez, essa troca de mensagens tenha sido um tanto quanto errada, não conseguiam ficar menos felizes com isso.

Flashback off

POV Karina
Estava quase na hora de ir para o Perfeitão e eu não fazia ideia de qual roupa usar. "O que tá acontecendo com você Karina?" Normalmente, eu vestiria um short jeans curto e uma regata com um vans, mas eu não estava me sentindo... Eu precisava ficar linda, sem mais.
Já era 19h30 e eu parei de frente ao espelho. Coloquei um vestido preto que ficava na altura das coxas e uma sapatilha, penteei meus cabelos para o lado e coloquei uma tiara bem simples e fiz uma maquiagem leve. Nada mau, Karina. Sorri brevemente para meu reflexo, peguei meu celular e sai do quarto. Meu pai, Dandara e João já haviam ido para o restaurante. Priscila estava na sala me esperando, ela usava um calça jeans rasgada e um cropped azul com uma jaqueta por cima. Estava sexy, admito. Trocamos algumas palavras e fomos para o Perfeitão. Estava tudo muito bonito lá, era um lugar aconchegante, agradavel, com certeza atrairia muitas pessoas.
– Pri, vamos procurar o Pedro? - Perguntei e logo me levantei. Estava louca para vê-lo.
– Ótima ideia! - ela disse e levantou, segurando minha mão. Começamos a passar por entre as mesas e vi Pedro sentado conectando sua guitarra à caixa de som. Ele estava incrivelmente lindo, trajava uma camisa preta da banda Bastille e uma calça jeans, seu cabelo estava bagunçado como de costume e nos seus lábios, um sorriso travesso. Tinha como ficar mais lindo?
– Meninas! - Pedro disse ao notar minha presença e a de Priscila.
– Pê! - Priscila correu para seus braços, pulando encima de Pedro que se assustou com a reação dela, porém passou os braços por sua cintura e abraçou de volta, girando-a no ar. - Que saudade de você, pentelho. - Ela disse sem se soltar dele, ambos com um amplo sorriso nos lábios. Aquela cena me fez imaginar como seria se ficassemos os três juntos, namorando. Balancei minha cabeça negativamente, me repreendendo por aquele pensamento. Que mente suja, Karina!
Me senti largada, Pedro e Priscila estavam conversando desde a hora que chegamos e eu? Ah, eu estava sentada servindo de vela para meus melhores amigos. Que tédio! E o pior, eles estavam falando de mim, e Pedro estava com o sorriso mais bobo do que nunca e Pri não estava diferente.
Resolvi sair dali e andar um pouco, estava feliz por Pedro e Priscila estarem se entendendo, mas me deixar de lado? Estava revoltada com isso, muito revoltada. Mas até que foi legal, conversei com alguns amigos da Bianca, como eles suportavam ela? Eles são tão legais, até a Jade que é uma idiota consegue ser menos falsa e baixa que a Bianca. Sol, Mari e João estavam sentados à mesa comigo, conversavamos sobre músicas e algumas bandas que tinhamos em comum. Desviei meu olhar para o lado e vi Pedro e Priscila se aproximarem.
– Esquentadinha, você pode ir ali comigo rapidinho? - Pedro perguntou ao parar ao meu lado.
– Tá bom. Já volto, amor. - me dirigi a Pri que sorriu de lado e entrou na conversa do pessoal. Pedro segurou minha mão e saiu me puxando para dentro do restaurante, proximo a cozinha. - O que houve, Pê? - Perguntei ao ver ele se aproximar de mim.
– Nada, eu só queria ficar um pouco a sós contigo, Pri não me deixou fazer isso. - Então ele me abraçou forte, enterrando seu rosto em meu pescoço, fiquei arrepiada ao sentir sua respiração em contato com minha pele. - Você tá arrepiada. - Ele diz e eu coro.
– Estou. - sussurro e o sinto rir.
– Gostei disso. - Pedro murmura e deposita um beijo leve em meu pescoço me fazendo ficar ainda mais arrepiada. - Gosto bastante.­ - senti a língua de Pedro entrar em contato com minha pele e pressionei minhas mãos em suas costas, mordendo meu lábio para abafar um gemido.
– Pedro... - sussurrei tentando reunir forças para afastá-lo, mas foi em vão. Pedro levantou a cabeça e me encarou. Seus olhos brilhavam e aquilo foi o fim, subi uma de minhas mãos para a sua nuca, enterrando meus dedos em seus cabelos e colei meus lábios nos dele com vontade. Pedro ficou sem reação por um segundo, mas logo senti suas mãos apertando minha cintura e me puxando mais para ele. Sua língua invadiu minha boca e eu gemi logo que ela entrou em contato com a minha. Pedro afastou seus lábios e os desceu para meu pescoço ao mesmo tempo em que suas mãos saíram da minha cintura e foram para as coxas, me suspendendo entre ele e a parede. Eu estava enlouquecendo, os lábios e língua de Pedro em meu pescoço, o corpo dele pressionado ao meu. Eu estava completamente excitada. - Pê... por favor. - Voltei a realidade e me afastei de Pedro. Ele estava com a boca vermelha e tinha uma carinha de satisfeito.
– Você me deixa louco, Karina. - Ele disse baixo e encostou a testa na minha, levando as mãos ao meu rosto.
– Te digo o mesmo.- Vi um sorriso surgir nos lábios de Pedro e ele fixou seu olhar no meu. Esse garoto ia me deixar maluca. - Vamos, vão acabar vindo procurar a gente. - Pedro e eu arrumamos nossas roupas e voltamos para mesa. Priscila ficou meio quieta depois que voltamos, mas quando perguntei o que tinha, ela disse que estava ficando com dor de cabeça, tentei me comportar naturalmente, mas o gosto do beijo de Pê ficou grudado em meus lábios o que tava me enlouquecendo.
– Vamos lacrar com essa música, Pedro! - ouvi Sol - amiga de Bianca - falar para Pedro enquanto gargalhava. Sol, Pedro e mais umas três pessoas que eu não conhecia levantaram e foram para o palco improvisado que Pedro havia montado no local.
– Galera, Galera! - Pedro falou batendo no microfone no intuito de chamar a atenção das pessoas. - Queria agradecer a todos vocês aqui presentes em nome dos meus pais, a presença de vocês é muito importante para nós. - a galera aplaudiu. - Agora vamos cantar um pouquinho para animar vocês. Vamos, Sol, Proibida pra mim do Charlie Brown Jr.

Ela achou meu cabelo engraçado
Proibida pra mim no way
Disse que não podia ficar
Mas levou à sério o que eu falei

Eu vou fazer de tudo que eu puder
Eu vou roubar essa mulher pra mim
Eu posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei seu nome!

Se não é eu, quem vai fazer você feliz?
Se não é eu, quem vai fazer você feliz? ...Guerra! (bis)

Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Numa noite especialmente boa
Não há nada mais que a gente possa fazer

Eu vou fazer tudo o que eu puder
Eu vou roubar essa mulher pra mim
Eu posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei seu nome!

Se não é eu, quem vai fazer você feliz?
Se não é eu, quem vai fazer você feliz?... Guerra!

Eu estava extasiada, Pedro passou a música inteira olhando para mim e pior, eu não conseguia desviar o olhar, e pior ainda, todo mundo percebeu, eu tenho quase certeza disso. Meu Deus! A Pri deve tá arrasada com isso. Que tipo de pessoa eu sou? Meu Deus!

POV Narradora

A galera da ribalta e os clientes foram indo embora aos poucos, restando só a familia Duarte e a de Pedro no local. O clima entre Ka e Pri estava para lá de tenso e a presença de Pedro só piorava as coisas.
– Pai, eu vou lá dentro, já volto. - Pedro levantou e saiu em direção a cozinha.
– Ka, eu vou no banheiro, quando voltar a gente vai embora, tá? tô com dor de cabeça. - Priscila falou e seguiu caminho para o banheiro. - Pedro. - a voz de Priscila soou fria e firme fazendo Pedro se assustar.
– Pri, você quase me matou de susto. - Ele riu e se virou para a garota só aí percebeu que ela não estava com a cara mais amigavel do mundo. - Que foi?
– Eu vou ser direta, Pedro Ramos. Fica longe da Karina, tá entendendo?
– O que-que você tá que-querendo dizer? - Pedro sentia Priscila o fuzilar com os olhos e por um momento ficou com medo do que ela responderia.
– Acha que sou idiota, Pedro? Todo mundo percebeu que cantou aquela música pra Karina. "Ela achou meu cabelo engraçado, proibida pra mim" - Priscila cantou o trecho da música com desdém.
– Claro que não, Priscila. - Pedro tentou soar o mais convincente possível, mas Priscila não acreditou nenhum pouco.
– Não se finja de idiota, Ramos. - Ela riu sarcasticamente e se aproximou dele. - Fica longe da Ka, tá entendendo? Ou vou ser obrigada a afastar ela de ti outra vez.
– Outra vez? - Pedro perguntou incredulo. Como assim outra vez?