A Chance escrita por Pauliny Nunes


Capítulo 34
Capítulo 33




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549373/chapter/34

Por que foi atrás do Flávio? – pergunta Sandra tirando os óculos.

— Sinceramente? – responde Beatriz com uma pergunta. Ela enxuga o rosto. Já faz uma semana que viu o Flávio, mas a dor que sentia é a mesma daquele fatídico dia. — Eu não sei... Eu achei que estava indo porque o amava, mas aí eu fiquei a semana toda repassando a situação... E eu não sei o que responder... Eu fui porque achei que encontraria meu final feliz.

— O que esperava que fosse acontecer , ao contar toda a verdade para ele?

— Que ele ficaria comigo... Para sempre. Que ele fosse me contar tudo o que eu não deixei durante todos esses anos...

— Mas não foi o que aconteceu – comenta Sandra anotando as informações — Você tinha cogitado que isso poderia acontecer?

— Não... Achei que ele ainda estivesse me esperando.

— Por que acredita que ele ainda iria esperá-la? – questiona Sandra.

—Porque eu sentia isso.

— Mesmo ele tendo dito que você o magoou, mesmo contando para ele do que fez?

— Sim – responde Beatriz.

— O que aconteceu depois? – pergunta Sandra.

— Nada... Ele não me ligou... Não veio atrás de mim... – revela Beatriz, pensativa. Então ela encara a psicóloga, irritada — E não faz sentido algum! Porque ele foi atrás de mim no táxi... Ele foi!

— Mas você pediu para o taxista que fosse embora, certo? 

— Sim, mas... Se ele quisesse ,viria atrás de mim.

— Sim... Está certa – concorda Sandra — Mas essa afirmação também serve para você... Se quisesse, teria ficado. Por que não ficou?

— Porque ele está noivo, não é óbvio? Eu não vou estragar a vida dele.

 — Você o quer, acha que o fará feliz, mas não quer estragar a vida dele – conclui Sandra, pensativa.

— Isso – confirma Beatriz.

— Beatriz... A cada sessão que fazemos, eu sinto que você não sabe o que é amar alguém.

— Como? – questiona Beatriz, confusa — Por que acha isso?

— Beatriz, eu acho que você nem sabe se amar. – responde Sandra — Qual a definição de amor próprio?

— Amar a si mesmo – responde Beatriz, convicta.

— E você se ama? – questiona Sandra observando sua paciente.

— Sim... – murmura Beatriz sem encarar a psicóloga.

—Como? – questiona Sandra.

— Como? Oras, como todo mundo.

—Vou perguntar mais uma vez... Beatriz, você se ama?

— Eu não sei...

—Amor próprio, Beatriz, é sentimento de dignidade, estima ou respeito que cada qual tem por si mesmo. O amor próprio é o amor que as pessoas têm por si mesmas. Muitas vezes as pessoas, por causa de fraquezas antigas, de crises mais recentes, não conseguem defender seus interesses para satisfazer suas necessidades. Amar a si mesmo é um requisito fundamental para que nós possamos ser felizes de verdade.  Se você não se amar, sempre achará que é inferior aos outros, sempre será fraca em suas decisões e dificilmente amará de verdade, pois seu amor estará sempre lado a lado com o medo.

— Então, o que eu faço? – pergunta Beatriz, nervosa —Como eu faço isso acontecer?

— Simples: DESCUBRA-SE – responde Sandra abrindo os braços  — Descubra quem é a Beatriz, o que ela quer daqui para frente, como ela enfrentará a vida sem interferência de ninguém e o mais importante: como é a Beatriz sozinha. Não se envolva com ninguém até descobrir quem você é e o que lhe fará feliz. Muitos associam a felicidade com o outro, quando na verdade a felicidade depende de nós mesmos.

— E como faço isso? – pergunta Beatriz.

— Dando o primeiro passo – responde Sandra.

****

Dois meses depois...

— Finalizo a audiência declarando para fins legais que Beatriz Gouvêa Abraão e Hugo Gouvêa Abraão, estão oficialmente separados perante o júri. As partes estão permitidas a usarem seus respectivos nomes de solteiros a partir da presente data. Declaro também que todos os bens, conforme o regime de divisão de bens determinado em cartório, todos os bens adquiridos após o enlace será dividido igualmente entre as partes. Na divisão estão incluídos: A residência do casal, avaliado em quatro milhões de reais, com todos os pertences inclusos.  Os dois veículos, avaliados em 200 mil no total, com as devidas depreciações impostas. Bem como as ações da empresa adquiridas no decorrer do casamento e todos os outros... – continua o juiz relatando tranquilamente os tramites. Após dez minutos ele finaliza, dizendo — Declaro encerrada a audiência

O Juiz finaliza a audiência, liberando Beatriz, Hugo e seus respectivos advogados. Ela anda tranquilamente até a saída do fórum, quando Hugo toca seu ombro a fazendo olhar para trás.

— Oi – cumprimenta Hugo colocando sua mão no bolso da calça preta que combina com o terno.

— Oi – responde Beatriz tentando sorrir, enquanto ajeita a blusa branca de bolinhas pretas, usada com a saia preta de cintura alta.

— Sempre foi ele, não é? – pergunta Hugo parando de cabeça baixa. Ele se vira para Beatriz com a expressão triste — No fundo, eu sempre soube que você era dele. Do Flávio. Eu nunca quis admitir isso, mas eu sempre vi a forma como olhava para ele... Seu olhar nunca mudou. É a mesma forma desde que eu te conheço... Todas as vezes que se encontravam... Que você o via...  Era como se você fosse outra pessoa... Outra Beatriz, mais viva, mais determinada... Mais feliz. Sabe... Eu não estou bravo... Eu sabia que ia ficar com ele. Vocês foram feitos um para o outro...

— Eu não vou ficar com ele, se é o que acha. Por mais que eu queira... Isso não vai acontecer... –  revela Beatriz, triste tentando não chorar. Ela dá um sorriso forçado — Ele se foi... E isso prova que não fomos feitos um para o outro.

— Eu sinto muito – comenta Hugo — Eu realmente sinto muito.

— Está tudo bem – afirma Beatriz olhando para o Hugo — A Sandra me disse que tudo tem seu lado positivo. Ninguém entra ou sai da nossa vida, sem um propósito. Tudo o que aconteceu me fez descobrir quem sou eu, as minhas limitações e o que eu quero para mim. Mesmo sacrificando algumas coisas... Perdendo pessoas pelo caminho... Hoje eu sei quem sou. E eu devo a maior parte disso a ele.

— Fico feliz por você – admite Hugo triste — Espero que eu consiga viver sem você.

— Você é forte, sei que conseguirá – afirma segurando no ombro dele.

— Assim eu espero. Eu quero um dia poder conversar com você e não me senti estranho, ou culpado. Eu quero conversar com você da mesma forma que há catorze anos.  

— Um dia nós vamos... Eu também quero que isso volte... Eu quero meu melhor amigo de volta... – revela Beatriz chorando — Eu quero que exista confiança entre a gente... Algum dia. E sermos amigos, como deveria ser.

—Eu também quero – afirma Hugo chorando — Hoje eu sei que não é aquele tipo de amor que tínhamos antes , o que eu sinto. Eu te amo pela pessoa que é e pelo o que fez por mim.

— Eu te amo dessa mesma forma – confirma Beatriz abraçando Hugo. Ela olha para a cara dos advogados, confusos. Ela se afasta e enxuga o rosto — Acho melhor a gente parar de chorar, se não os nossos advogados acharão que estamos querendo voltar.

 — Pois é – Hugo respirando fundo. Ele encara Beatriz e pergunta — O que fará agora?

— Eu vou viver a minha vida – responde Beatriz decidida — Seguirei em frente.

— Tentarei fazer o mesmo – Ele toca no braço de Beatriz — Eu vou indo. Se cuide.

— Você também – responde Beatriz tocando na mão de Hugo. Ela se vira para abrir o carro.

— Nos vemos na empresa, então? – pergunta Hugo se afastando.

— Sim... – responde Beatriz abrindo a porta do carro — Nos vemos na empresa.

”Por enquanto”, pensa Beatriz ligando o carro.

****

Uma semana depois…

 Beatriz olha o Duplex vazio, apesar de não se sentir bem morando lá nos últimos meses, sentia saudades das lembranças que tinha do apartamento. Ela vai à sacada dar seu adeus para aquela vista que serviu de quadro por dez anos. Era o último pôr-do-sol que viria da praia da Barra da Tijuca, pelo menos daquela altura.

 Fecha os olhos, enquanto sente o vento misturado com a maresia, tocar seu rosto e balançar seu vestido rosa claro rodado. “Vou sentir saudades”... pensa Beatriz, deixando suas lágrimas correrem livremente pelo seu rosto. Ela se vira para o apartamento, observando a beleza do lugar. Anda até a sala calmamente, aproveitando cada momento. Arruma os cabelos soltos, enquanto dá uma última olhada na sala.  “Obrigada pelo anos em que vivi aqui, pelas alegrias e tristezas. Por todas as lembranças que tenho. Obrigada por todo choro e todo riso, por todo amor... Por me acolher... Espero que a próxima família seja tão feliz quanto eu fui por um tempo. E que essa felicidade permaneça”...

Alguém bate na porta de entrada, fazendo Beatriz despertar de seus pensamentos.

— Toc toc – Sônia entrando e fechando a porta — Sabia que estaria aqui – olha para Beatriz — Deve ser difícil.

— Sim... Muito – admite Beatriz, enxugando o canto dos olhos. Ela acompanha os passos de Sônia até a sacada —Mas eu vou superar.

— Essa vista... – Sônia admirando a paisagem — É belíssima... Sentirei falta.

— Eu também – responde Beatriz encostada na porta da sacada — Mas eu preciso seguir em frente querendo ou não, pois o apartamento foi vendido.

— Quais são seus planos? –pergunta Sônia apoiando as costas na cerca de proteção metálica — Para onde vai? Onde vai morar?

— Eu vou me formar daqui dois meses... Vou investir uma parte do apartamento  na minha profissão –responde Beatriz encostando a cabeça — Por enquanto vou morar com a minha mãe...

— Humm... Morar com a sua mãe... – Sônia fazendo careta. Ela coloca a mecha de cabelo ruivo atrás da orelha— Por que não divide um apartamento com alguém?

— E com quem eu faria isso? – questiona Beatriz franzindo a testa.

— Com a sua melhor amiga, talvez – sugere Sônia mostrando a mão esquerda sem a sua aliança de casamento. Ao ver o olhar perplexo de Beatriz, ela tenta sorrir e diz — Entrei com o pedido de divórcio essa semana... Ele me traía, Bia. 

— Eu sinto muito – responde Beatriz abraçando a amiga.

— O Hugo quem me contou – revela Sônia, fazendo Beatriz se afastar com a expressão confusa. Ela começa a chorar  — Eu não acreditei no começo. Dei uma de São Tomé... E acabei vendo com os meus próprios olhos... No apartamento que ele tinha me dito que vendeu... Eu vi... Eu fui lá... Eu vi Bibi... Ele foi grosso comigo... Disse que eu tinha de aceitar... Que era coisa de homem... Carne fraca... Que eu era mulher e tinha de entender isso... Quando eu percebi já tinha arremessado o abajur na cara dele. Foi horrível... 

— Está tudo bem... Não fica assim – Beatriz consolando a amiga.

— Dói muito... Eu ainda o amo – confessa Sônia soluçando — Mas não gosto  mais dele. Eu não suporto olhar na cara dele.

— Vai passar... Essa dor vai passar – garante Beatriz —  Eu sei por experiência própria. Eu vou ficar do seu lado para o que precisar.

— Desculpe-me por não ter ficado do seu, quando precisou de mim. – pede Sônia enxugando as lágrimas.

— Tudo bem... Seu primo me ajudou. – Beatriz tentando sorrir.

— Sinto muito por ele, por vocês. O pior é que minha tia não quer nem falar a respeito dele.

— Só mais uma coisa a superar – responde Beatriz erguendo os ombros. Ela sorri para Sônia — Eu aceito a ideia de morarmos juntas... Agora só precisamos de um lugar razoável.

— Dizem que em Ipanema, há ótimos apartamentos – comenta Sônia tentando sorrir.

— Bom, podemos começar por ai – responde Bia sorrindo.

 — Na verdade, temos de começar indo ao salão e mudando os nossos cabelos – afirma Sônia.

— Por quê? – pergunta Beatriz arqueando a sobrancelha.

— Porque a primeira coisa que uma mulher faz para mudar a vida é mudar o corte de cabelo.

— Humm... Uma boa idéia – Beatriz sorrindo. Ela olha para o relógio e completa — É melhor irmos logo, se não o síndico irá nos expulsar.

— Vamos a um salão? – propõe Sônia andando ao lado de Beatriz até a porta.

— Vamos – concorda Beatriz fechando a porta do Duplex pela última vez.

****

Três meses depois...

Beatriz está assinando os últimos relatórios, referente às novas farmácias, quando Hugo entra em sua sala. Ele está com os cabelos cortados bem curtos e com a barba feita, usando um terno cinza, bem diferente de cinco meses atrás.

— Gostaria de falar comigo? – pergunta de pé com a expressão curiosa.

— Sim – afirma Beatriz apontando para a cadeira — Sente-se, por favor.

— Tudo bem – responde Hugo sentando na cadeira à frente de Beatriz — Surgiu algum problema?

— Não, nenhum – nega Beatriz arrumando seu blazer vermelho. Ela passa a mão na franja do seu cabelo curto, um pouco acima dos ombros, meio cacheados e pintados de preto — Eu queria falar com você sobre algo importante.

— Pode falar –Hugo balançando a perna, nervoso.

— Vamos esperar a minha mãe para começarmos – comenta Beatriz.

Em poucos minutos, Miranda entra na sala sorrindo, até que vê Hugo, mudando sua expressão para séria.

— O que ele faz aqui? – questiona Miranda apontando para o Hugo.

— Ele veio a meu pedido, mamãe – responde Beatriz apontando para a outra cadeira — Por favor, sente-se.

— Bom, estou sentada – Miranda mexendo os dedos no braço da cadeira — O que é tão importante para estarmos aqui?

— Eu pretendo me desligar da empresa nos próximos dias – confessa Beatriz, séria — Eu me formei em decoração e pretendo trabalhar nessa área. Para isso vou me dedicar integralmente na abertura da minha empresa de decoração. Como não serei mais um membro ativo aqui dentro, chamei vocês dois, pois já escolhi meu representante nas ações e decisões a serem tomadas.

— Com certeza, foi uma escolha sábia – comenta Miranda, confiante.

— Qual foi sua decisão? – pergunta Hugo, nervoso.

— Quem vai me representar, a partir de hoje, será o Hugo – revela Beatriz sob os olhares consternados de Hugo e Miranda — Eu fiz um documento onde você seguirá as minhas orientações, enquanto estiver na minha cadeira, perante o conselho.

— Eu... Eu... Ganhei uma cadeira no Conselho? –Hugo, abismado.

— Você não pode estar no seu juízo perfeito – comenta Miranda, irritada — Como pôde deixar isso nas mãos dele!

— Porque o vigiei durante todo esse tempo, mamãe – responde Beatriz — E não vou mudar de ideia.

— Já que decidiu tudo, o que eu estou fazendo aqui? – questiona Miranda.

— Eu a chamei, pois sei que tem uma experiência notória, quando se fala do Conselho e também porque confio na senhora – responde Beatriz — Eu quero que seja mentora do Hugo e que o ensine a lidar com eles. Quero que olhe ele por mim e me diga tudo o que acontecer. Quero que os dois trabalhem juntos para fazer esse grupo crescer.

— Não sei se consigo – alega Miranda, séria — Ele é muito cabeça dura.

— Como se você não fosse – resmunga Hugo.

— Caso não consigam, eu vou liquidar as ações – revela Beatriz calmamente encarando os dois.

— Você não faria isso... Faria? – pergunta Hugo, preocupado — Isso seria muito ruim.

— Não teria coragem – afirma Miranda ignorando a ameaça.

— É por isso que fiz esse outro documento – alega Beatriz retirando um envelope da gaveta — Caso não sejam cumpridas as minhas exigências eu o farei sem piedade. Vocês precisam ser maduros, já que possuem o mesmo objetivo. Então coloquem a mão na consciência e façam isso em memória do meu pai.

— Por mim tudo bem – concorda Hugo, sério — Farei isso.

— Mamãe? –Beatriz encarando Miranda.

— Não tem outro jeito – responde Miranda se levantando e indo para a porta — Boa sorte com os seus novos projetos.

— Obrigada – agradece Beatriz para a porta fechada. Ela olha para Hugo e sorri — Desculpe-me por te colocar nessa cilada.

— Tudo bem – Hugo se levantando. Ele estende a mão para Beatriz —Parabéns pela formatura e espero que tenha sucesso nessa nova carreira. Saiba que sou um grande fã do que se tornou.

— Obrigada – agradece Beatriz ficando vermelha.

— Ahh... –Hugo abrindo a porta e elogia — Gostei do corte de cabelo... Será que um dia... A gente pode sair para comer algo...?

 — Talvez – responde Beatriz com meio sorriso olhando para Hugo — Por que não vai à abertura da minha primeira loja de objetos de decoração?

— Quando? – pergunta Hugo, curioso.

— Daqui um mês – avisa Beatriz  feliz — Eu e a Sônia somos sócias.

— Que legal! – exclama Hugo.

— Quem sabe depois não saímos para comemorar? – sugere Beatriz

 — Eu vou adorar – comenta Hugo sorrindo. Ele olha fora da sala e diz — Preciso ir... Até.

— Até – responde Beatriz dando um tchau com a mão.

****

Beatriz olha seu vestido verde longo e solto, com listras pretas e detalhes de folhas em dourado, além de um decote cavado preto. Fica orgulhosa de ver que tinha ficado muito bem em seu corpo e combinado com o penteado de trança em volta da cabeça como se fosse uma tiara. Sorri para o espelho e então vai até a cama e pega sua bolsa dourada.

— Vamos? – Sônia impaciente, sentada na cama com seu belo vestido salmão estilo sereia e corte de cabelo, "Joãozinho" com franja — A gente vai acabar chegando atrasada na nossa inauguração...

— Quase lá – Beatriz colocando seus brincos dourados. Ela gira seu corpo e pergunta — Ficou bom?

— Divina – elogia Sônia aplaudindo. Ela se levanta e vai para a porta — Estou te esperando lá fora.

— Tudo bem – Beatriz com um ar de preocupação.

 Olha para as mãos e nota que falta algo importante, então vai até a caixa de jóias e pega seu anel de Jadeíta. “Agora estou pronta para minha grande noite”, pensa sorrindo, saindo do quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.