Kaze no Uta escrita por Nazu


Capítulo 2
Capítulo 1: "Um novo começo"


Notas iniciais do capítulo

É, eu tive um surto e escrevi o primeiro capítulo agora. Muito legal e divertido. Fazia tempo que eu não brincava de escrever. Embora eu esteja me criticando por ter repetido muita palavra, mas pretendo melhorar. ;3;

Obs.: Eu sei muito bem que esse primeiro capítulo está meio maçante. O começo é assim mesmo e foi com intenção. O Aphrodite é uma personagem complexa e difícil, não deixando que qualquer um entre em suas águas.

Obs.²: A OC Alice de Peixes é criação da CielBocchan e eu tenho a liberdade de usá-la por eu ser íntima da criadora. Não use essa personagem sem a permissão prévia da dona, pelo amor de Deus. Senão, espere uma denúncia fofa na sua fuça. 8D



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― Esse é o discípulo de Alice, a antiga guardiã do templo de Peixes.

A pequena pessoa que não deveria medir mais do que um metro e meio observava com seus olhos brilhantes e azuis como um mar imaculado para um rapaz alto que aparentava bem mais a idade que tinha e uma face... apavorada? Foi isso que a criança loira pôde deduzir da expressão do mais velho. Será que ele estava surpreso por ver um garoto com uma aparência tão delicada herdando a armadura de Peixes? Enfadado, segurou um suspiro inoportuno e manteve o seu rosto impassível e indiferente, como se não tivesse sido atingido por lembranças desagradáveis que passaram em sua mente por milésimos de segundos por conta daquela reação desagradável do rapaz. Fechou os olhos bonitos, a fim de esconder a sua expressividade e decepção que suas janelas sempre o traíam de escancarar, amplificando a faceta que queria deixar. Deixou que o velho senhor terminasse de apresentá-lo.

― Ele está vindo da Groenlândia após anos de treinamento árduo. Segundo os relatórios que Alice enviou para o Santuário, ele possui uma gigantesca capacidade psíquica e resistência a venenos. Sem contar uma assombrosa resistência física em técnicas corpo-a-corpo. Um exemplar de Santo versátil. – As informações eram passadas à mesma medida que o geminiano analisava a criança com olhar atento e puro. O pequeno, mesmo com os olhos fechados, pôde sentir a energia e uma onda de desconforto percorrer por sua nuca. Encolheu-se e mexeu sua cabeça em movimentos horizontais discretamente com a finalidade de expulsar aquela sensação. – Porém...

― “Porém”...? – O adolescente continuou como se quisesse saber mais, atentando-se dessa vez ao rosto do Grande Mestre com um ar mais ameno e pondo os braços por trás do corpo. Talvez tenha acabado de averiguar o menino.

― O único ponto verdadeiramente preocupante é o isolamento que esse pequeno se põe. – O tom do idoso saiu de uma singela animação para uma preocupação. – A Alice também informou que ele é do tipo de poucas palavras e nem um pouco afã de contatos efusivos ou de trabalho em equipe. Embora, eu esperasse isso. Desde os tempos antigos, eu só vi Santos de Peixes com uma reserva pessoal incomum, e o único guerreiro da constelação que quebrou esse círculo fora Alice. Não é surpresa agora ter recomeçado. – O patriarca dizia com nostalgia e melancolia em seu olhar violáceo sobre isso. Lembrava-se de um Santo em especial, que teve a dor e honra de carregar o corpo frio presenteado com a morte em seus braços. E fora a única vez que lhe foi permitido o luxo de o tocar sem medo de acabar morrendo com o seu sangue amaldiçoado.

Só que o loiro sequer se deu conta disso, porque estava ocupado demais olhando para o Grande Mestre de modo indignado pela constatação de seu problema social. A reação após ouvir foi instantânea. Claro que não estava culpando o senhor, mas ficou tão surpreso que não conseguia esconder a sua descrença contra a sua mestra.
“ Não acredito que a mestra contou até isso!! Pelos Céus, aquela mulher tinha mesmo algum problema na cabeça!!” Pensou a criança com o seu olhar aberto e expressivo até demais, deixando transbordar personalidade em seu cenho. E, claro, dirigiu a mesma reação contra o mais velho que deu uma risada baixa e grave, chamando a sua atenção. Achou graça da espontaneidade emotiva do menor.

― Perdão. – Pediu para o pequeno enquanto abafava o riso com a mão em punho na altura de sua boca. O pisciano apenas bufou em resposta, dessa vez cruzando os braços e finalmente agindo como uma criança depois daqueles longos e tensos minutos. Logicamente, o Grande Mestre também deixou um sorriso escapar-lhe do rosto ao perceber o que se acontecia ali, quebrando a sua melancolia.

― Então... As informações são essas. E eu gostaria de lhe pedir um favor, Saga. – Pôs a mão grande sobre os cabelos do loiro. ― A Alice faleceu antes de terminar de passar as devidas orientações para o pequeno, sendo assim, o impossibilita, por ora, de receber a armadura. Não podemos correr o risco. Por isso, é necessário que você seja o tutor dele até que esteja apto a ser o novo guardião da décima segunda casa.

Nenhum dos dois jovens demonstrou surpresa com a tarefa declarada. O pisciano já esperava que algo assim fosse acontecer, e Saga estava acostumado a cuidar de aprendizes. Só o que sentiu de diferente foi pesar pelo mais novo. Como será que ele estava se sentindo em ter perdido sua instrutora e com os seus problemas de interação? Sentia uma curiosidade e empatia imensa por aquela bela criança que se mostrava tão séria e arredia. Era como se fosse um ser mitológico das águas que se privava de contato humano e de ser visto, mergulhando nas profundas trevas do fundo do oceano. O medo de estar mostrando a sua carne e acabar recebendo em sua tez a crueldade dos homens.

Sim... O pequeno lembrava essa lenda.

Por isso, com paciência e um sorriso iluminado e carregado de bondade, agachou-se à altura do menino. O antebraço apoiado sobre o joelho flexionado, assim o permitindo ter firmeza para mirar diretamente nos olhos do outro.

― Eu aceito essa missão de bom grado. E você? – Indagou querendo fazer o sueco agir como um humano comum. Primeiro, teria que passar confiança.

A criança teve suas bochechas coradas pela iniciativa do mais velho. O sorriso dele era bonito e o desconcertava. Os olhos então que estavam arregalados pela emoção súbita de agrado desviaram para o chão e os braços relativamente compridos puseram-se à frente o corpo, puxando a túnica para baixo delicadamente. Não respondeu por conta da agitação em seu peito que insistia em lhe incomodar.

― Não vai me deixar ouvir sua voz, é? – Não deixou o sorriso em nenhum momento desfalecer. – Pelo menos o seu nome poderia me dizer para saber como lhe tratar? – Pediu em um tom suave e carinhoso que sempre usava com os seus dependentes.

― Esse é um dos problemas, Saga – A voz do superior soou. – Ele não quer nos dizer o seu nome.

Um baque deu na cabeça do jovem cavaleiro de Gêmeos. Direcionou-se ao patriarca com o cenho franzido deixando clara a confusão que teve em sua mente.

― Ele não quer dizer. Eu sei o seu nome, mas ele pediu o favor de não revelar. Em respeito, vou atender a isso. Ele me deu o motivo de que esse é um novo início, logo, deve mudar o seu nome igualmente.

― Mas ele não escolheu o nome novo ainda?

― Não. Ele decidiu que mudaria de nome hoje após chegar aqui. Não deu tempo de ele pensar em um. – Riu paterno como um avô. – Complicado esse garoto. – Como resposta recebeu um leve bico do pisciano.

Saga riu junto, embora de maneira mais baixa.

― É... Vai ser difícil.


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Notas finais do capítulo

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