Odeio tanto não conseguir te odiar escrita por jesy lima


Capítulo 5
Nem tudo estava perdido




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—Juliana eu preciso lhe contar sobre a conversa que o pai veio ter comigo hoje.

Juliana segurou as mãos da amiga indicando que ela poderia prosseguir.

Gina não era muito de desabafar com alguém, mas Juliana lhe passava segurança, e além do mais ela era sua amiga, então sendo assim Gina contou tudo para Juliana. Quer dizer.. quase tudo, a ruiva preferiu deixar de fora um certo encontro inesperado com um tal Napoleão.

—Nossa Gina, eu não consigo acreditar que seus pais estejam lhe forçando a isso, que horrível. -Disse Juliana se sensibilizando com a história da amiga.

Gina confirmou com a cabeça demonstrando sua tristeza.

—Mas por um lado eu os entendo! -Confessou juliana.

—Hum? -Gina fitou a amiga.

—Entende o que Juliana? há então ocê acha certo eles me OBRIGAREM a casar com aquele um lá, filho de papaizinho, mimado, pelo qual eu não sinto um mínimo apreço? -Gina disse irritada colocando as mãos na cintura.

—Não né Gina. -Garota estourada. Dizia Juliana em seus pensamentos.

—O que eu acho minha amiga é que por causa desse seu jeito…-Juliana media as palavras.

—Desse seu jeito espontâneo, você nunca chegue a se casar, ai apareceu um certo Ferdinando um rapaz rico, bonito, elegante, letrado e educado, ai pronto era tudo que seus pais poderiam pedir.

—É talvez até seja! mas bonito e educado aquele lá não é não. -Disse Gina com desdém.

—Eu ainda não o conheci pessoalmente, mas toda essa gente fala muito bem dele. E.... Gina -A professora segurou o rosto da amiga com suas pequenas mãozinhas. - Por que você o odeia tanto você já o conheceu? -Juliana questionou

—Larga de ser besta Juliana, eu não gosto dele porque aquele pai dele não presta, e juntando pai e filho devem de ser tudo farinha do mesmo saco. -Disse Gina.

—Se você está dizendo, eu só acho que você não deve jugar as pessoas precipitadamente minha amiga. -Juliana ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer Ferdinando pessoalmente, então achou melhor não julgá-lo, provavelmente em breve ela o veria, ai sim ela poderia comprovar como ele era realmente.

—Oooo Juliana ocê tem que me ajudar a sair dessa, eu não quero me casar com ele. -Gina disse fazendo beicinho para a amiga.

—Simples minha amiga recuse o pedido. -Juliana falou como se aquilo fosse obvio.

—Sabe Juliana esse seu cabelo rosa deve estar impedindo que as informações cheguem ao seu cérebro. -Disse Gina implicando com a amiga.

—Há é? pois esse seu cabelo de fogo deve ter fritando o seu. -Juliana revidou

—Araa tá bom, vamos parar por aqui. -Disse Gina levantando as mãos, encerando a confusão que ela mesma havia começado.

—Se esqueceu que eu não consigo dizer "NÃO" pros meus pais, sô?

—É mesmo eu havia esquecido, está bem então vamos ver as possibilidades. O que podemos fazer para evitar esse casamento?

Juliana se levantou de onde estava e começou a andar de um lado para outro, com o dedo no queixo pensativa, vasculhando sua mente para ver como poderia ajudar sua amiga.

—JÁ SEI -Disse juliana animada.

—O que? -Gina perguntou se contagiando com a animação da amiga.

—E se você desmaiasse? -Falou juliana levando a mão a testa fingindo um desmaio.

—Se eu desmaiasse Juliana, era capaz de o pai mandar botar o anel no meu dedo e me casar assim mesmo. -Gina disse desanimada.

—Aff é mesmo, então vamos ver outras possibilidades.

Juliana voltou a andar de um lado para o outro.

—Pera ai Gina. -Juliana disse parando de súbito.

—Você me contou que a sua consciência não deixar que você diga não para seus pais, né isso mesmo? -Perguntou Juliana.

—É! é sim -Gina confirmou.

—Mas se na hora H lá no altar você dissesse Não, tecnicamente você não estaria dizendo não para seu pai, você estaria dizendo não para o Ferdinando. -Juliana disse com os olhos brilhando, Feliz da vida pela sua descoberta.

—Juliana ocê é mesmo uma gênia. -Falou Gina de boca aberta, impressionado com a mente mirabolante da sua amiga de cabelos rosa.

Gina abraçou Juliana num abraço tão apertado que expressava todo carinho, amor e afeto que elas sentiam uma pela outra, amizade como a delas são para momentos felizes, mas principalmente para momentos difíceis. "Amigos são estrelas guias que iluminam nossos caminhos em meio a escuridão".

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—Nada meu caro, agora me faça um favor me ajude a entrar e chame meu pai, tenho uma conversa muito seria a tratar com ele.

O capataz assentiu com a cabeça, e ajudou Ferdinando a subir as escadas, mal ele sabia que estava levando seu amigo para o ringue de batalha.

Ferdinando se sentou no sofá da sala e aguardou a chegada de seu pai, a dor de uma pancada que ele avia recebido a poucas horas de uma ruiva marrenta, já não passava mais de um desconforto, mas o que mais o incomodava era a sua ansiedade, seu coração batia freneticamente a cada passo que ele escutava. Mas houvesse o que houvesse ele seria sincero com o seu pai, nem que depois disso ele sofresse uma parada cardíaca.

Foi quando ele viu seu pai chegando acompanhado de sua madrasta Catarina, rapidamente Ferdinando levantou-se do sofá, agora sim seria o momento decisivo.

O coronel olhou para o filho e o achou meio bagunçado, suas roupas estavam um pouco sujas de terra, e seus cabelos um pouco desgrenhados, e estava tão pálido que mais parecia uma folha de papel.

—Ferdinando meu filho o que aconteceu ocê foi atropelado por uma boiada? -O coronel inquiriu preocupado com o filho, olhando-o de cima a baixo.

—Quem dera meu pai. -Ferdinando disse cabisbaixo.

—Nando. -Catarina se pronunciou, ela percebeu pelo baixo astral com que ele estava que seria dito tudo agora, ela tinha que se preparar pois ela não iria o deixar sozinho o apoiaria até o fim! Ela gostava muito de Ferdinando, e as vezes ela pensava que era até um pouco a mais que isso.

O coronel achou entranho aquele silencio perturbador, foi ai que se lembrou-se de uma coisa que ele tinha esquecido de cobrar ao filho.

—Sabe Nando eu me lembrei de uma coisa agora, ocê não acha que está faltando nada não?

Ferdinando e Catarina trocaram olhares sem saber aonde o coronel queria chegar com aquela pergunta.

—Faltando o que meu pai? -Ferdinando não tinha entendido.

—O vosso diploma de Doutor Advogado, vai la busca que eu quero mandar moldurar, pendurar nessa parede para que todo mundo fique sabendo nessa cidade, que tem um Doutor Advogado dentro dessa casa. -O coronel sorria e gesticulava aonde iria pendurar o diploma do filho, imaginando em qual local ele ficaria mais visível.

Ferdinando gelou, quando seu pai citou que queria ver seu diploma, ele buscava respirar pois parecia que todo o ar avia esvaído de seu corpo. E Catarina já mexia seus dedinhos com seu tique nervoso, e andava em círculos pensando na tragédia que estava preste a acontecer.

—Que tal nós irmos logo jantar em? vamos Epaminondas? -Catarina queria fazer de tudo para evitar aquela grande revelação.

—Não Catarina, tem que ser agora já chega de mentiras. -Ferdinando a olhou com um olhar penoso.

Ferdinando voltou-se para seu pai.

—Sabe meu pai quanto a isso eu lhe peço perdão, mas eu não sou o Doutor Napoleão Advogado que o senhor tanto queria. -Ferdinando disse com a voz embargada.

—Como assim? -O coronel perguntou espantado com as palavras do filho.

—Epa ocê não quer sentar um bocadinho? -Catarina falou pegando o braço do marido, ela queria o preparar para aquela terrível notícia.

—Eu preguntei como assim? -O coronel repetiu a pergunta levantando a voz e afastando Catarina.

—Eu não me formei em direito. -Coragem Ferdinando coragem. Ele se incentivava mentalmente.

—Eu sou Engenheiro agrônomo. -Ele disse por fim aliviado, tinha tirado um peso de suas costas.

—Não acredito. -O coronel tombou, todo o seu sangue subiu, ele achou que iria infartar naquele momento.

—É isso Epaminondas seu filho fez agronomia, -Catarina falou chorando compulsivamente.

—Então ocê sabia disso Catarina? -O coração do coronel estava em frangalhos, sua esposa, sua amada esposa havia escondido aquilo dele.

—Não meu pai ela não sabia de nada. -Ferdinando não suportaria que a madrasta pagasse por um erro que era dele, aquela guerra era dele e somente dele, essa tinha sido sua escolha agora arcaria com as consequências.

—Shii. -Ela fez sinal para que Ferdinando se calasse.

—Eu sempre soube de tudo, ele estava estudando agronomia porque sempre foi o sonho dele Epaminondas. -Catarina disse tentando amenizar a situação.

—E tem mais... Eu não vou me casar com aquela Gina, eu só quero me casar com alguém quando eu realmente me interessar pela pessoa, e não assim com esse casamento arranjado. -Disse Ferdinando deixando tudo bem claro para seu pai,

—E eu nunca vou me casar com aquela doida varrida, -Ele completou se lembrando dos últimos acontecimentos.

—Eu Querendo um Futuro pra ocê aguardando ocê todos esses anos, para ocê vir aqui com essa cara de pau e me falar isso? Ocê não é mais meu filho, ponha-se daqui para fora IMEDIATAMENTE. -O coronel esbravejou.

Ferdinando estava arrasado com as duras palavras de seu pai, foi quando Catarina decidiu tomar as rédeas da situação.

—Ferdinando vá já para seu quarto que eu preciso ter uma longa conversa com o seu pai. -Catarina mandou, olhando diretamente para o coronel, era olho no olho.

Ferdinando consentiu e subiu para seu quarto, Catarina sabia lidar com o Coronel. Às vezes é preciso ter asas quando se ama o abismo, para Ferdinando Catarina era suas asas, ela daria um jeito naquilo tudo, ele confiaria sua vida a ela, e ele tinha certeza que ela o salvaria.

Ele entrou em seu quarto e se jogou-se em sua cama, seu coração estava dilacerado ele sofria até a última ponta de sua alma, o que seria dele agora? Ferdinando se perguntava. Ele então fechou os olhos e se deixou levar pelos seus sonhos. Em seu sonho ele se sentia praticamente em outro mundo, ele estava trabalhando como agrônomo mas só que aquelas terras não eram as de seu pai, ele parou e ficou observando o pôr do sol, aquilo lhe dava uma paz uma plenitude que ele nunca tinha conseguido alcançar em toda sua vida. Alguém falava ao seu lado lhe contava sobre a vida no campo, sobre os animais que ali viviam e sobre muitas outras coisas, e nossa aquela voz lhe era familiar. Quando Ferdinando se virou para olhá-la foi acordado, alguém batia em sua porta.

—Quem é? -Ferdinando perguntou um pouco rouco por causa do choro.

—Sou eu Nando. -Catarina falou não muito animada.

—Pode entrar Catarina. -Ferdinando se recompôs em sua cama.

—Oi Nando eu vim lhe deixar a par da conversa que eu tive com o seu pai.

—Ex-Pai Catarina! -Ferdinando a corrigiu.

—E ocê pode dizer pra ele que não se preocupe, que amanhã assim que o dia raiar eu irei embora dessa casa. -Ele disse um tanto amargo consumido pela tristeza.

—Pois não vai ser preciso. -Catarina falou abrindo um pequeno sorriso.

—Como não vai ser preciso? -Ele quis logo saber.

—Ocê vai ficar aqui Nando, ocê não vai mais precisar ir embora. -Catarina saltitava de alegria.

Ferdinando ainda achou que estava sonhando, aquilo não podia ser real, como ela avia conseguido convencer seu pai?

—Catarina me belisca. -Ferdinando pediu

Catarina achou estranho o pedido do enteado

—Por que isso agora, a discussão com seu pai fez ocê perder um parafuso foi?

Eles riram juntos até Ferdinando gritar com o beliscão que a madrasta lhe deu.

—Aiii... Catarina não precisava ser tão forte né. -Ferdinando disse alisando o braço no local aonde tinha sido beliscado.

—Ocê é um bebê chorão. -Catarina disse rindo ainda mais da careta que Ferdinando fazia.

Ferdinando parou repentinamente

—Pera ai Catarina o que ocê fez para convencer meu pai a deixar eu ficar aqui? -Ele indagou encarando a madrasta.

—Eu não posso lhe contar Nando, seu pai me fez jurar que eu não contaria nada agora, mas uma coisa eu posso lhe adiantar, amanhã iremos todos a casa dos Falcão e lá seu pai vai te contar tudo do que eu não posso lhe contar agora. E Nando esse foi o único jeito que eu arrumei para fazer seu pai deixar ocê ficar aqui. Ferdinando a olhou temeroso, ele não gostava nada de surpresas ainda mais quando vinha de seu pai.

Apesar de tudo Ferdinando estava contente, ele não precisaria mais ir embora, aquela noticia já era para se comemorar.

É para os nossos mocinhos a esperança tinha brotado, por mais pequena que fosse, Nem tudo estava perdido.


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Notas finais do capítulo

Beijão minhas lindas



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