Shee concentrava o máximo de energia espiritual que podia. Ele começa a formar o tufão em sua mão, mas logo a luz que antes estava atrás de Bóreas começa a dominar o lugar. O rapaz se desconcentra e então protege seu olho até perceber algo flutuando entre ele e o vento norte. Era a armadura de Triângulo, completamente restaurada.

– O-O quê?! – diz o garoto surpreso ao ver a armadura em sua frente – Que armadura é essa?!

– Hahahaha! – ria o vento norte – Essa é a lendária armadura de triângulo, garoto! Me admira muito um cavaleiro de Athena não reconhecer uma armadura de seu exército...

– U-Uma armadura do exército de Athena? – indaga o novo cavaleiro de bronze.

– A-A armadura de Triângulo?! – dizia Kraisto se levantando com dificuldades e machucado.

– Kraisto! – Shee se vira correndo até ele e se usando como apoio para o companheiro de batalha.

– Eu achei que fosse apenas uma lenda... – dizia Maya se levantando também.

– Maya...

Ian se levantava em seguida, juntando-se aos outros cavaleiros. Os 4 cavaleiros presentes ali então encaram a armadura que flutuava à frente deles.

– Reza a lenda – explicava o cavaleiro de escudo – que a armadura de Triângulo possui um poder especial, capaz de abrir um portal para outros mundos.

– Um portal para outros mundos? – dizia Shee surpreso, tentando entender tudo aquilo.

– Uma vez levado pelo poder da armadura, o inimigo se torna incapaz de voltar, a menos que uma força maior consiga dominar a armadura. – terminava de dizer Kraisto.

– Uau... Vocês conhecem mesmo tudo sobre o exército de Athena, por isso são cavaleiros de Prata... – dizia o rapaz impressionado.

– Idiota! – diz Maya gritando com ele. A sensação de Shee no momento é que Maya parecia ficar gigante – Não fique tão surpreso assim! Você é uma vergonha!

– De-Desculpa...

– O que Maya quer dizer, - interrompe Ian – é que você agora é um cavaleiro de Athena, um de nós. – ele sorri.

– Pessoal... – diz Shee olhando para todos eles que o olhavam com um sorriso no rosto. Shee enxuga as lágrimas de emoção e os olha seriamente – Certo! Eu prometo não os decepcionar! Por Athena!

Shee estica seu braço direito para frente. Ian, Maya e Kraisto, que ainda estava se apoiando no rapaz, fazem o mesmo. Os 4 então lançam suas mãos para cima.

– Por Athena!

Naquele exato instante, o momento é cortando pelo som de palmas. Os cavaleiros da justiça olham novamente para Bóreas que os encarava cessando as palmas.

– Esse é ou não é um momento lindo? – diz o semideus de forma sarcástica – pena que não durará muito!

– Como é?! – diz Kraisto se desapoiando de Shee – Desgraçado!!!!

Kraisto parte pra cima do vento norte queimando seu cosmo uma vez mais. O ar ali começa a esfriar, camadas de gelo começam a surgir no último andar da torre. Kraisto lança sua mão em direção ao inimigo anunciando seu ataque.

– Tempestade Congelante! – diz Kraisto impulsionando o vento de gelo à sua volta na direção do inimigo.

O corpo de Bóreas começa a ser coberto por gelo. O semideus olhava para aquilo com feição de surpresa.

– Mas o que é isso?! – diz o vilão – Esse ar congelado se tornou uma camada de gelo que agora está cobrindo meu corpo?!

– Heh... – Kraisto sorri de canto passando o dedo indicador direito embaixo do nariz – Ficou surpreso seu deus de araque? Você abaixou a guarda e por isso pagará, descansando nesse gelo indestrutível!

– N-Não pode ser! Maldito cavaleiro de Athena!

O gelo cobre todo o corpo de Bóreas, deixando por último o rosto do vilão. Shee se aproxima de Kraisto comemorando.

– Isso foi demais, Kraisto! – dizia o garoto empolgado – Nunca pensei que um semideus seria derrotado de forma tão principiante! Hahahahaha

– Posso te confessar uma coisa? – diz Kraisto se aproximando do garoto com olhar maroto – Nem eu, pivete! – diz ele em tom baixinho.

– Idiotas! – dizia Maya com uma feição séria e de preocupação – Tomem cuidado!!!

– O que pensam que estão fazendo?! – gritava Ian com a mesma feição de Maya – Saiam daí!!!!

Shee e Kraisto são surpreendidos por uma cosmo energia que saía do gelo cobrindo o corpo de Bóreas. O gelo se despedaça e voa em direção aos dois que por pouco não são pegos em cheio. Eles são levemente feridos e saltam para trás. Ao olharem pra frente, vêm Bóreas intacto e livre da prisão de gelo.

– M-Mas como isso é possível?! – dizia Kraisto – Meu gelo é indestrutível!!!

– Indestrutível?! – dizia o semideus de olhos fechados – Hahahahaha! Tolo! Não me confunda com um simples humano!!!

– Droga... – diz Shee que estava ao lado de Kraisto – Acho que o subestimamos um pouco...

– Precisavam ver a tola alegria no rosto de vocês! Hahahahaha! – tripudiava o vento norte – Hahahahhaha!

– Desgraçado! – grita Kraisto indignado – Não ria de mim!!!

– Kraisto, espere! – dizia Ian, mas era inútil.

O cavaleiro do Cruzeiro do Sul parte novamente em direção do vilão se preparando para mais um ataque. Ele desfere uma sequencia de socos e chutes, mas Bóreas se desvia facilmente de todos os ataques. Em seguida, ele segura o cavaleiro pelo punho e dá um soco bem na boca de seu estômago, o fazendo cair de joelhos.

– Tolo! Acha que alguém fraco como você chega aos meus pés?! – o semideus se abaixa e o olha cara a cara – Não seja ridículo! Fique ai ajoelhado diante de mim!

Em seguida, Bóreas o chuta fazendo Kraisto cair por completo. Ele então se levanta e olha para os outros.

– Muito bem, quem é o próximo?! – pergunta ele sem obter respostas – Oh, ninguém? Isso é decepcionante... – o semideus então desaparece da frente deles e aparece de repente na frente de Shee – Porque não começamos com você, cavaleiro de bronze?

Bóreas dá um tapa em Shee que é jogado para trás. O semideus volta a aparecer na frente dele e começa a socar o garoto que cuspia sangue a cada golpe recebido.

– Flechas Luminosas! – diz Maya lançando várias flechas luminosas que passam pelo corpo de Bóreas, porém, não pareciam surtir muito efeito nele – O-O quê?! Eu usei toda a energia que me restava, como é possível não ter nenhum efeito?

– Idiota! – diz Bóreas surgindo de repente na frente do rapaz – Está subestimando o poder de um deus?

O vilão levanta Maya pelo pescoço e começa a sufoca-lo. Ele apertava o pescoço do cavaleiro de prata sem dó alguma.

– Jamais me subestime, está me entendendo, seu humano imundo? Eu sou o mais poderoso dos 8 ventos!

– Argh... Argh... – gemia Maya.

– Maya! – Grita Ian desesperado – Desgraçado!!! Escudo Mortal!

Após anunciar seu golpe, Ian se eleva pelos ares e projeta seu pé sobre o vento norte, girando sobre si mesmo, como um tornado. Em seguida, ele conclui o golpe com uma voadora giratória que lembrava uma britadeira. No entanto, o semideus larga Maya e cruza seus braços se defendendo.

– Não vai escapar com vida! Não vai! – dizia Ian desesperado e ainda persistindo no golpe.

– Humano tolo! Deveria dar mais valor à sua vida! Desapareça da minha frente!

Os olhos do vilão brilham e então Ian é jogado para trás como se a energia que ele usava contra o grande vento fosse devolvida ainda mais forte. Aproveitando a distração do inimigo, Maya tenta ataca-lo mais uma vez.

Bóreas desvia do ataque e em seguida acerta as costas de Maya com seu cotovelo, derrubando o cavaleiro de vez. Shee se levanta com dificuldades e queimando seu cosmo.

– Você de novo?! – diz o vilão se virando para o cavaleiro de bronze – Não aprendeu sua lição?

– Você é quem não aprendeu nada... – dizia o garoto.

– Como é?!

– Sou um cavaleiro de Athena. Batalhei muito para chegar até aqui. – explicava Shee – não deixarei Minha jornada termine assim!!!

O jovem cavaleiro concentra e puxa os espíritos ao seu redor. Ele os envolve em seus braços a seguir e os puxa na altura da cintura enquanto dobra os joelhos como se sentasse no vazio.

– Ciranda de Câncer!– grita o rapaz lançando uma poderosa esfera de energia espiritual contra o inimigo diante dele.

Bóreas segura a esfera com as duas mãos que começam a queimá-las. Shee concentrava ainda mais cosmo energia.

– Esse garoto... – pensava Bóreas – Ele pode ser um problema...

O semideus então empurra a esfera de volta pro garoto que desvia por pouco. Naquele exato instante, um grito era escutado vindo de trás de Shee que estava de costas para a escadaria daquele altar.

– Soco Aéreo!

Altair surge saltando na direção de Bóreas fazendo um movimento aéreo junto com seu punho que se torna uma águia atingindo de raspão o rosto do vilão que ganha um pequeno arranhão.

– Como?! – dizia o semideus sem acreditar – Como você foi capaz de arranhar o meu rosto?! – ele limpa o pequeno sangue que escorria do machucado e então volta a falar – Isso não importa, já me cansei de tanta interferência...

O vilão se preparada para atacar os dois cavaleiros ali em pé, no entanto, a atenção de todos eles é voltada para Shion que repentinamente dá um grito de dor.

– G-Grande Mestre! – dizia Altair preocupado e reparando na situação do ex Cavaleiro de Áries somente naquela hora.

Uma grande explosão de cosmo sai de dentro do corpo do Grande Mestre que cai sem forças. A armadura de Triângulo que até então apenas flutuava começa a brilhar intensamente. Um forte vento passa por todos eles e o teto da Torre dos Ventos começa a ser arrancado, como se algo muito forte o puxasse.

Altair e Shee tentam se desviar dos destroços do teto, assim como Ian, Maya e Kraisto que recobram a consciência com a situação. No sexto andar, Jaga e Zéfiro sentiam o tremor na Torre também.

– Mas o que está acontecendo?! – dizia Jaga confuso.

– Está acontecendo... – diz Zéfiro com um sorriso no rosto – Finalmente! Ela está aqui!

No oitavo andar, Bóreas repetia exatamente as mesmas palavras do irmão. A imagem dos dois ventos era mostrada com metade do rosto de cada um deles dividida apenas por uma linha.

Santuário de Atena, Grécia...

– Mas que cosmo energia é essa que estou sentindo?! – dizia Acubens perplexa com aquilo.

– É poderosa demais! Nunca senti nada parecido! – dizia Castor.

– É incrível! – comentava Shaula.

– Eu já senti algo assim antes! – dizia Atla – Esse cosmo, ele... – o cavaleiro de Touro faz uma pequena pausa arregalando os olhos, não podendo acreditar naquilo – Não! Eu tenho que estar enganado!

– O que está acontecendo, Atla?! – dizia Hamal – Se você sabe que cosmo é esse, nos diga de uma vez!

– Esse cosmo, é o cosmo de um deus! – responde o lemuriano, enfim – Um cosmo parecido com o de Athena!

Logo que diz aquilo, um cavaleiro trajando uma armadura de prata em tom azulado com detalhes amarelos aparece. Ele tinha cabelos curtos e platinados, por baixo da armadura, usava uma roupa de treinamento na cor roxa. Ele estava em posição de reverência.

– Hm?! O que faz aqui... – perguntava Sadal que até então se mantinha calado em posição de meditação - ... Tony de Fornax?

– O Mestre Suplente me pediu que os avisassem. – dizia o rapaz.

– Nos avisar? – indagava Acubens – Nos avisar de que?

– Vocês devem ter sentido essa poderosa cosmo energia pairando no ar. – dizia o rapaz sem sair da posição de reverencia.

– Sim, não me diga que... – ia dizendo Acubens.

– Infelizmente. – o rapaz responde com um tom de lamento – O selo da armadura de triângulo foi quebrado.

– Então... – dizia Sadal ficando extremamente preocupado.

Torre dos Ventos, Grécia...

– Hahahaha! – ria Bóreas incessantemente – Contemplem cavaleiros de Athena! Esta é Éolia, a Ilha Flutuante!

Os cavaleiros olhavam sem poder acreditar. Acima da torre, sob os céus, estava uma enorme ilha. Naquele instante, a roupa trajada por Bóreas brilha, dando lugar a uma armadura em um tom de rosa, com uma safira da mesma cor no centro. Em suas costas, um par de asas compunha a armadura. O semideus começa a levitar envolto pelo seu cosmo. Ele voa então em direção à ilha, deixando os nossos heróis pra trás.

Continua...