The house next door escrita por Sah Gatsby


Capítulo 30
Será que foi uma boa ideia ?


Notas iniciais do capítulo

O capítulo pode ter ficado um pouco grande, mas é que eu me empolguei e nem percebi que tinha escrito muito hauehauhe mas ta aí e espero que gostem. Boa leitura ''nosso objetivo é satisfazer baby'' ;)



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Na certa o Thomas iria no mesmo mercado de sempre, então seria fácil encontrá-lo por lá. A não ser que ele tenha mudado o habito, seria mais fácil para ver ele do que ir até a casa dele, o que seria impossível, já que o ‘’plano’’ da Amélia não era eu dizer que desculpei logo de cara. Mas eu também nem sei direito o que fazer, quem me dirá que vai dar certo. Como eu poderia dar o gostinho pra ele perceber que me perdeu ?

Estava caminhando com o carrinho, no corredor de doces, e logo avistei o Thomas. Eu não sabia muito bem o que fazer, enquanto eu estava me aproximando –como quem só estava ali para fazer compras- uma moça, com os cabelos curtos até o queixo, negros, alta demais para uma garota, e magra o suficiente para ser uma modelo, se aproximou dele. Ela o cumprimentou com um beijo no rosto, e os dois começaram a conversar. Confesso que me deu vontade de ir até lá e interromper aquela garota, por que me deu um certo ciúmes, mas me controlei. Será que fazer esse ‘’plano’’ seria uma boa coisa ? vai que ele conheceu outra pessoa e não está mais se importando comigo, e não vai fazer diferença alguma se eu fizer isso ou não. De repente meu celular começou a tocar, tocou tão alto que até eu me assustei, percebi de relance que os dois se viraram para ver de onde teria vindo aquele som. Mas me virei mais rápido ainda pra eles não terem me visto, ou eu acho que não viram.

–Alô ? –eu disse baixo demais, em um sussurro.

–Oi garota, e aí está colocando nosso plano em prática ? –a Amélia perguntou animada demais, como sempre.

–Eu não sei como fazer isso Mia, mas estou tentando. - disse, ainda sussurrando.

–Por que você está sussurrando ? –ela perguntou da mesma maneira como eu falava.

–Estou tentando por ‘’SEU’ plano em prática, mas não faço a menor idéia de como farei isso, me ajuda. –dei ênfase ao ‘seu’.

–Ele está por perto ? –ela perguntou rindo um pouco.

–Hãm... estamos no mercado.

–Você foi ao mercado junto com ele ? –ela perguntou em um tom de voz meio alto.

–Não exatamente. Eu soube que ele estava vindo até aqui, e resolvi passar para comprar alguma coisa para minha mãe. Mas acontece que eu não tenho a menor idéia do que vou fazer, eu nem pensei nisso, o que eu queria era vê-lo de uma maneira ...

–Como se fosse por acaso ? –ela completou minha frase.

–É .

–Continue agindo naturalmente. Eu tenho que ir, te ligo depois.

–Não ... espera, Amélia ...

Ela desligou na minha cara, como se não bastasse, não me ajudou em nada, e ótimo, eu nem sei como vou agir ‘’naturalmente’’. Quando me virei, nenhum dos dois estavam no corredor, peguei o que deveria comprar, e continuei andando. Assim que cheguei no caixa, tive que esperar a pessoa que estava na minha frente. Enquanto isso peguei uma revista que estava do lado e comecei a ler, ficava resmungando comigo mesma, o que eu tinha na cabeça pra ir atrás dele, e fingir que estava ali por acaso, o pior foi ver ele conversando com aquela anoréxica, quem será que era ela ? até onde me lembro, o Thomas não tinha nenhum amigo ou amiga, de onde ele conhece ela ? Enquanto eu ficava olhando fixamente a mesma página sem prestar atenção, uma voz familiar e meio rouca falou meu nome atrás de mim. Quando me virei para ver quem era, Thomas estava me olhando com um sorriso torto, e encantador.

–Oi . –ele disse quando eu não respondi nada.

–Ah .. Oi –eu disse meio alto, e sem jeito.

‘’Haja naturalmente Lara, naturalmente’’, repetia a mim mesma.

–O que você está fazendo aqui ? –perguntei sem saber o que dizer.

Mas que tipo de pergunta, se uma pessoa está no mercado é para fazer compras, e não plantar flores. Mas eu fiquei nervosa demais, e nem percebi o que tinha perguntado.

–Vim comprar algumas coisas para a minha avó fazer uma torta.

–Ah ... –eu disse sem jeito.

–E você, o que faz aqui ? –ele disse, olhando fixamente nos meus olhos.

–Vim fazer compras. –disse rápido demais.

–Isso deu pra perceber. –ele falou rindo – Pensei que estaria com o seu pai.

–Resolvi visitar minha mãe, fazia tempo que não nos víamos. Estava com saudades.

Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas meu celular tocou, e novamente alto demais para me assustar.

–Alô ? –eu disse desviando meu olhar do dele.

–Lara, onde você está ? –a Meghan me perguntou de um jeito educado.

–Estou no mercado. Aconteceu alguma coisa ?

–Não, não ... é que eu e o pessoal vamos até a lanchonete, pensei em te convidar, quer ir junto ?

–A lanchonete ... –repeti, para que o Thomas percebesse do que eu estaria falando. –não sei, que horas você vai ?

–Lá pelas 19:00 hrs.

–E que horas são ? –perguntei sem realmente saber.

–Agora é ... 17:43.

–Tudo bem, só vou passar em casa deixar as compras, me apronto e encontro com você lá, ás 19:00. –disse a hora para que ele soubesse.

–Certo, nos vemos depois, beijo.

Ela desligou, e eu voltei a olhar para o Thomas, e sem dizer uma palavra ele apontou para frente, quando me virei percebi que era a minha vez de passar as compras.

–Desculpe. –disse para a moça do caixa, que parecia estar esperando a um tempão.

Quando eu me virava para pegar as coisas que estavam no carrinho, percebia de relance que Thomas estava me observando, eu fiquei sem jeito e acabei derrubando alguma coisa no chão, eu nem percebi o que era, quando me abaixei para pegar, acabei encostando na mão do Thomas, que pegou o pacote de açúcar e entregou na minha mão, assim que levantamos.

–Obrigada. –eu disse, ainda sem jeito.

–Não por isso. –ele respondeu com um sorriso torto.

Terminei de passar minhas compras e assim que paguei me despedi do Thomas e sai antes que ele pudesse falar qualquer coisa. Cheguei no estacionamento, abri o porta-malas do carro e fui guardando minhas coisas, ainda resmungando comigo mesma, o que eu estava pensando para ir até ali. Quando peguei uma sacola que estava com uns potes de massa de tomate, e creme de leite, a alça da sacola acabou rasgando e caindo tudo no chão. Quando fui pegar as latas de massa de tomate, que tinha aberto com a queda, acabei cortando um pouco o dedo. Peguei as latas e coloquei de volta na sacola, e voltei a atenção no meu dedo cortado, não tinha sito tão grande, mas foi profundo, eu acho que deveria levar alguns pontos. Vasculhei minha bolsa atrás de algum paninho para enrolar no dedo, quando eu percebi que alguém tinha fechado o porta-malas do meu carro. Eu levantei minha cabeça com tanta presa que me deu um pouco de tontura.

–Você não deveria deixar o porta-malas aberto desse jeito. –Thomas disse se aproximando de mim.

–Eu já estava indo fechar.

–O que houve com o seu dedo ? –ele perguntou com um tom de voz preocupado.

–Não foi nada, eu cortei pegando a lada que caiu.

–Nada ? olha isso Lara, vai ter que levar pontos. Tudo bem que você é muito desastrada, mas poderia tomar cuidado as vezes.

Ele disse pegando minha mão, e olhando pro sangue que escorria do meu dedo.

–Muito desastrada ? não acha que está exagerando ? –eu disse em reprovação.

–Se eu tivesse exagerando, você não estaria com o dedo cortado. Vem vou te levar ao médico.

Ele começou a puxar meu braço, me levando em direção ao seu carro.

–Não. Eu não posso deixar meu carro aqui.

–Eu pego depois, agora você precisa ir ao médico. Seu dedo está sangrando muito.

Não adiantaria eu protestar e começar uma briga, ele me levou até o carro, largou as sacolas no banco de trás e se sentou no banco do motorista. Ele deu a partida e saiu do estacionamento.

–Coloque o cinto. –ele disse esticando a mão para ligar o rádio.

Eu não respondi nada, em silêncio puxei o cinto e quando estava prestes a travá-lo. Thomas parou no sinaleiro e falou tão depressa que eu me assustei.

–Pare !

–O que foi ? –eu perguntei olhando assustada pra ele.

–Deixa que eu faço isso, não quero que você manche de sangue meu carro.

Ele falou com um sorriso meio convencido.

–Se não quiser que eu manche de sangue. Não precisa me levar, eu vou sozinha, com o meu carro. –disse um pouco furiosa.

–Eu não preciso te levar. Eu quero te levar ! –ele respondeu voltando a se sentar direito no banco.

Permanecemos em silêncio o caminho até o hospital. Assim que chegamos Thomas me levou a enfermeira mais próxima. Eles me levaram até uma sala onde faziam curativos, ela limpou meu corte, e fez 5 pontos.

–Esses medicamentos você vai tomar quando sentir alguma dor. –ela disse me entregando a receita.

–Ok.

–Daqui a uma semana você volta e tiramos os pontos. –ela sorriu para mim e olhou para o Thomas.

–Qualquer coisa, se querer infeccionar você trás ela aqui.

–Tudo bem. –ele respondeu para a enfermeira.

–Já podemos ir ? –perguntei a ela.

–Já. Boa sorte. –ela me respondeu com um sorriso afetuoso no rosto.

–Obrigada. Tenha uma boa noite. –respondi com um mesmo sorriso a ela.

Assim que saímos do hospital, já estava escurecendo. Olhei no relógio já era 19:38.

–Eu tenho que pegar meu carro. –falei assim que entramos no carro.

–Não se preocupe com isso.

Ele me deixou em frente a casa da minha mãe, assim que desligou o motor, ele desligou o rádio, e ficamos em silêncio por alguns instantes.

–Eu combinei de encontrar com a Meghan na lanchonete. –disse olhando para a frente.

–Até onde eu sei, você combinou de estar lá as 19:00 hrs. Agora já são 20:00 hrs.

–Ouvindo a conversa alheia ? –perguntei olhando para ele.

–Se você não quisesse que eu ouvisse, não teria repetido tão alto. –ele falou rindo.

O que eu estava pensando ? é claro que essa idéia não daria certo, eu não sei fazer isso, nem como fazer. A Amélia é louca, e eu mais louca ainda por ter ouvido o conselho dela.

–Quem era aquela garota conversando com você no mercado ? –perguntei, mas me arrependi assim que disse. –Desculpa, isso não é da minha conta.

–Ela é filha da minha terapeuta. –ele disse sério.

–Hãm ... obrigada pela ajuda, eu preciso ir. –disse me apresando e tirando o cinto.

–Lara... –eu olhei para ele. –não se preocupe, eu vou pegar seu carro.

Eu podia apostar que ele iria falar outra coisa, mas mudou de idéia. Eu fiz um gesto que sim com a cabeça, e sai do carro. Assim que entrei em casa, encontrei minha mãe na cozinha preparando o jantar.

–Onde está as compras ? –ela perguntou assim que entrei na cozinha.

–No carro. –respondi me sentando.

–Quer ajuda para pegar ?

–Não. meu carro ficou no estacionamento do mercado. Thomas disse que iria pegar pra mim.

–O Thomas ? mas por que seu carro ficou lá ?

Contei para minha mãe o que tinha acontecido, apenas omitindo que eu fui até lá atrás do Thomas, mas acho que ela percebeu pelo modo como sai. Fui para meu antigo quarto, peguei minhas coisas e fui tomar um banho, assim que terminei desci para jantar.

...


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