Estavam todos - com a exceção de Ella, Cyril e Charlie - no santuário, logo após os vampiros saírem. Antonieta não estava mais desesperada e nem tão “boazinha”, muito pelo contrário, estava um pouco esnobe e egocêntrica, como… como uma vampira falando com outras pessoas que não são vampiros, na verdade:

–Precisa de mais alguma coisa, Antonieta? Podemos convencer Ella a caçar mais sangue para você se quiser.

–Eu não sou uma chupa cabra maníaca por sangue. E eu mesma posso encontrar sangue em um lugar descente.

–Claro, claro.

Will virou para o lado e imitou Antonieta enquanto ela falava fazendo gestos com as mãos, caretas estranhas e voz fina, quase sussurrando:

–”Eu não sou uma chupa cabra maníaca por sangue. E eu mesma posso encontrar sangue em um lugar descente.”

Tessa e Gabriel não puderam deixar de rir disso, atraindo um olhar assassino de Antonieta e um de repreensão de Charlotte:

–Bem, eu já mandei Cyril chamar a Ella para resolver esse mal entendido. O que aconteceu com vocês duas para ela querer de atacar?

–Eu não devo satisfações da minha vida para você. Ella virá aqui e é ela quem deve satisfações para você, então ela que vai dizer tudo e pedir desculpas para mim.

–Olha, Antonieta. Nós estamos te protegendo porque você nos ajudou e estamos retribuindo o favor e também porque é nosso dever como caçadores de sombras, mas se não quisermos, podemos colocar você para fora.-Cecily falou

–Ou deixar a disposição da Ella furiosa.-Will completou

–Tudo bem, acho que nossa convidada já entendeu.

–Ella e Cyril não estão demorando?-Bridget sussurrou para Olívia

–Será que Cyril falou…-Olívia sussurrou de volta e o resto não deu para ouvir, mas as duas riram.

–Falou o que?-Tessa perguntou

–Nada. Ele não falou nada.

Tessa resolveu não se intrometer no assunto.

A voz de Ella apareceu em sua mente:

“Tessa, estou aqui com Charlie, e ele me falou algumas coisas que, bem, parte significa mais para mim e parte significa mais para vocês. Então, eu pensei: Vamos aproveitar que vou falar sobre Antonieta e contar sobre Charlie também. O que acha?”

“Ella, tem certeza? Eu ainda acho que a reação deles não será muito boa.”

“Confia em mim. Isso vai ser muito útil”

“Tudo bem. Mas se alguma coisa muito estranha acontecer, nós que teremos que arrumar tudo sozinhas.”

“Eu sei, estraga-prazeres. Já apareço aí então.”

–Ella está descendo agora-Tessa avisou.

–Ótimo!

–Está descendo somente agora? Pensei que ela fosse útil para alguma coisa, mas pelo visto é uma pessoa muito devagar.

–Antonieta.

–O que foi?

–Você poderia, por favor,... CALAR ESSA SUA BOCA!!!???

–Will, por favor, sem brigas.

–Isso mesmo, Will, seus pais não lhe deram educação? Deve ter aprendido com sua irmã Ella, que se atira no pescoço das pessoas desprevenidas, não é?

–Não fale assim dos meus irmãos!-Cecily se intrometeu.

–O mesmo que eu falei para você, senhorita.

Os dois pareciam prestes a responder, quando, surpreendentemente o avoado Henry interviu:

–Com licença, senhorita Antonieta, me desculpe, mas, nós nunca lhe falamos que Cecily, Will e Ella são irmãos. Como sabe disso?

Antonieta parecia mesmo ter falado algo que não devia, pois a sua cara foi de espanto, como se percebesse o que fez. Porém, ela se recompôs:

–Como vocês são insistentes! Eu já disse que não devo satisfações e que a Ella vai dar todas que vocês quiserem.

De repente a porta do instituto abriu e então Tatiana entrou no santuário e antes que pudesse se pronunciar, Gideon falou:

–Tatiana, não é hora de você chamar atenção.

–Eu vi a multidão ainda há pouco. Isso é muito sério, vocês tem de me ouvir.

–Dessa vez é sério. Não é um bom momento.-Gabriel ajudou

–Não! É um ótimo momento! O Charlie vai acabar com tudo isso, mas ele tem de treinar. Não está totalmente apto para enfrentar o líder! Isso provavelmente vai envolver todos os nephilins espalhados pelo mundo. É realmente grande, não podemos falhar,...

– Eu acho que nós mesmos podemos derrotar Yasmin, Otávio e Vladmir.-Tessa falou

–Eu também!- Will vibrou-Aliás, quem são esses?

–Os três que estavam na frente de todos. Eles conversaram comigo achando que eu era a Antonieta, quando estávamos no salão vampírico.

–Isso! Eles não são páreo para nós!

–Não! Eles são apenas subordinados, meros porta-vozes! Eu sinto isso, eu sonho há dias com tudo que está acontecendo! Eu realmente não quero morrer! E nenhum de vocês querem, certo?

–Olha, Tatiana, quem quer que seja, nós podemos nos defender contra. Não precisa ficar tão desesperada, e, meu filho está seguro e não irá fazer parte dessa batalha, como você sempre fala.

–Vocês deveriam dar mais atenção para mim! O que estou dizendo é muito sério e…

Nesse momento, Ella, Cyril e Charlie entraram no santuário:

–Ella, porque você trouxe o Charlie?-Charlotte e Henry perguntaram ao mesmo tempo.

–Ele quer contar uma coisa para vocês.

–Cyril, você sabe do que isso se trata?

–Não, ela não quis falar.

–Tessa?

–É uma história complicada, e tem haver com o que Tatiana está falando.

–Com o que eu estou falando? Vocês acreditam em mim?

–Sim! Nós percebemos isso uns dias depois da primeira vez que você veio. O Charlie é quem vai livrar todos do ataque final deles.

–Isso mesmo!-Charlie gritou.

–Ei, essa conversa está bem interessante, mas e eu?-Antonieta interrompeu

–O que tem você?-Sophie perguntou

–Antes de essa pessoa chegar-Antonieta virou-se para Tatiana-Vocês queriam que a Ella viesse se desculpar pelo comportamento rude e justificar o porque dele. Agora ela está aqui e ninguém faz nada.

–Antonieta, sinceramente, isso é mais importante que você.-Henry falou e Ella deu linguinha para ela, que ficou frustrada, mas se calou.

–Charlotte, Henry, o que a gente vai contar é algo que nós já sabemos a algum tempo, mas concordamos que a reação de vocês não seria muito boa. Então, por favor não se assustem, mas…

–Charlie pode possuir.

Todos, menos Antonieta, Tessa, Ella, Charlie e Tatiana (obvio) se assustaram.

–Isso não é possível. Ele é só um bebê. Não tem como fazer isso.

–Tenho sim.-Charlie falou-Sempre treino possuindo o Coroinha. Se o trouxerem, eu posso provar do que sou capaz.

–Filho, por favor…-Charlotte estava com os olhos esbugalhados.

–Estou falando sério! Acredite em mim, por favor.

Charlotte deu um longo suspiro e falou:

–Olívia, pode trazer o Coroinha até aqui?

–Sim, senhora.-Olívia saiu do santuário e ninguém falou nada.

–Agora,... Ella pode finalmente me assegurar que não vai tentar me estrangular desnecessariamente de novo?-Antonieta quebrou o silêncio e Ella olhou para ela com cara feia:

–Acho que você deve mais suas desculpas para mim do que eu para você.

–Eu já te dei meu voto de confiança, menina. Eu não me ofereci para ajudar a te salvar? Pronto! Não devo-lhe mais nada.

–Claro,... Nada além de cinco anos da minha vida, minha convivência com meus pais, com os meus irmãos, a possibilidade de comer qualquer coisa além de sangue e de ficar ao sol, de respirar normalmente, meus batimentos cardíacos, meu calor humano, minha...

–Já entendi.-Antonieta cortou.

–Mas Ella, o que ela fez de tão sério para te deixar assim?

–Ela fazia parte desse esquema do De Quincey.

–Quer dizer, do clube, ou então,...

–Ham-Antonieta fez ar de esnobe-Se ele me colocasse em uma parte tão minúscula, eu nunca mais o perdoaria.

–Verdade. Você é tão insolente quanto ele, vocês dois combinavam bastante.

Antonieta abaixou as sobrancelhas.

–Mas então o quão importante ela era?

Antonieta e Ella responderam em uníssono

–Ela era…

–Eu era...