Cavalo D'água: Kelpie escrita por Senhorita Simbiose


Capítulo 1
A ida , talvez sem volta.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo totalmente reformulado



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A brisa estava fria na pequena cidade Highland situada em Portree, não era um bom tempo para sair, mas necessitava de mais calma para terminar meu livro,estava numa crise de criatividade terrível e o prazo para entrega do livro era daqui a um mês. Apenas havia escrito dez linhas que por sinal estava horrível ,segundo meu editor que por ventura houvera ligado na madrugada anterior aos berros, ele dizia-me que sou um inútil que não conseguia dar sequer continuidade a minha saga. Nathan Mason é meu nome, tenho 31 anos e sou escritor desde os vinte, formado em letras dou aulas no regular de literatura em escolas locais; naquele momento estava de licença para poder cumprir o prazo de entrega do terceiro livro da minha saga infanto-juvenil, no qual fizera um imenso sucesso, pela Escócia e pelo mundo.

Jovens gostam de ficção fantástica, e aproveitei-me disso e usei do folclore celta no qual faz parte da história da Escócia. Estava acabando de fazer minhas malas , quando ouço um barulho de porta rangendo, o susto foi de imediato.

“Está indo mesmo para Old Man of Storr Nath?” – uma moça ruiva de olhos âmbares olhava atentamente enquanto fazia sua famosa expressão jocosa.

Rolei os olhos para a jovem moça, e respirei fundo antes de dar continuidade à conversa.

“Sim Maya-sardinha, tenho de terminar de escrever meu livro, não posso mais adiar” – respondi coçando meus cabelos igualmente ruivos.

Maya riu do apelido tosco e veio ao meu encontro dando-me um abraço apertado sem motivo ficando nas pontas dos seus pés para tentar me dar um beijinho no meu rosto, ri enquanto ela se separou de mim logo se desequilibrando, mas não caiu à mesma deu um sorriso radiante saindo do quarto logo em seguida. Maya é minha irmãzinha mais nova de 24 anos, é igualzinha a mim em quesito dos cabelos ruivos e sardas, um dos poucos diferenciais são nossos olhos; ela possui olhos grandes âmbares no qual ganhou de herança de nosso avô nascido na Escócia, mas tinha sangue italiano, sempre nos amou e que infelizmente se fora ele era o total oposto de nosso pai, já os meus olhos são de um verde eram iguais de nossa mãe recentemente falecida, ela mora comigo por enquanto e cursa faculdade de artes cênicas, ela já está noiva e se casará daqui a dois meses, pedi tanto para que ela não se casasse, mas não posso mais mandar nela. Afinal ela já é adulta, e quem sou eu para impedi-la?

Fechei a mala e sentei na cama olhando para a janela que ficava em frente à cidade de Portree a capital da ilha Skye, aonde vinham diversos turistas apreciar a bela vista e os pequenos vilarejos aqui vistos. Respirei fundo novamente e levantei da cama indo ao encontro da porta do quarto, saindo com duas malas prontas, chamei Maya na porta para me ajudar a descer as escadas e levar as malas para meu carro. Passando pela porta da frente ela estava sentada na varanda da casa numa velha cadeira de madeira me olhando com uma cara séria e começou:

“Vai acampar por lá é?” – ela riu logo em seguida olhando divertida para as duas malas

“Se der na telha irei sim, são 7,1 milhas* até Old Man of Storr” – ri igualmente piscando para a mesma.

“É uma viagem mesmo” – Maya suspirou e prosseguiu – “Ainda está bravo por aquilo?” – ela olhava para baixo com um sorriso entristecido.

Por um momento olhei com repreensão para a mesma e um momento de silêncio se instalou, mas logo quebrei rindo no qual a moça o olhou sem entender.

“Mas você adora agir como uma menina de 12 anos não é senhorita Maya ? Saiba que precisa de mais para me irritar” – sorri torto e a cortei antes que continuasse a pedir desculpas sem motivo –“Você nunca vai me irritar pois é minha irmãzinha, e aquilo não foi nada, apenas um mal entendido por minha parte.” – assumi olhando para seus olhos âmbares.

Ela abriu o sorriso que me desmontaria, e pulou nos meus braços despreparados, seus olhos estavam marejados e aquilo partiu meu coração, por mais que aquela história não tenha saído de minha cabeça. Por mais que ela tenha agido sem pensar eu jamais conseguiria deixar de amar minha irmã caçula.

“Sinto que você não irá voltar Nathan... Não gosto desse sentimento” – ela fungava coçando os olhos

Olhei assustado para a ruiva sardenta e segurei em seus braços a olhando nos olhos, com um pouco de força desnecessária.

“Que história é essa Maya?” – olhei para a mesma com olhos arregalados não ajudando ela para de fungar.

Ela havia tendo sonhos estranhos como a nossa mãe fazia um mês depois de se suicidar. A mesma tinha esses mesmo sonhos antes de perder a razão e cair em uma loucura sem fim. Estava internada quando veio a falecer, e seu ultimo devaneio era sobre uma criatura no qual a levaria para as profundezas do inferno ou algo parecido. Ela se enforcou na mesma noite em que acordou de seu sonho insano. Susana não se lembrava mais do meu rosto nem de Maya. Nosso pai sumiu assim que ela faleceu, como fumaça, sem deixar rastros. Meu medo é que Maya se perca no seu caminho de lucidez, se perdendo na insanidade do desconhecido. Essa menina...

“Não sei” – ela se desvencilhou de meu aperto engolindo o choro – “Só não deixe me ligar a todo o momento, ou mandar cartas, sinal de fumaça ou qualquer outra coisa” – sorriu forçado.

Decidi por vez não perguntar muito, o vento gelado bateu e outro silêncio se instalou;minha mente vagou para nada e ela parecia ter se perdido nos seus pensamentos, tentei amenizar o clima estranho fazendo uma pergunta totalmente idiota.

“ Por que você não vem comigo até Old Man of Storr?” – disse um pouco alto demais assustando a caçula.

Ela riu no mesmo momento, e me abraçou apertado e prosseguiu pegando minhas malas e colocando uma mala no porta-malas.

“Se esqueceu de que estou noiva senhor Nathan Mason? Tenho um casório para organizar!” – Maya picou e continuou tentando colocar uma mala pesada no porta-malas sem sucesso – “Droga de mala pesada Nath, o que tem aqui chumbo?” – me olhou pedindo socorro

Sorri e neguei com a cabeça, saí da varanda e fui ajuda-la a colocar a ultima mala dentro do carro, essa garota é tem o poder de animar a todos a sua volta.

Terminando de minhas arrumar o porta-malas e Maya me olhou no fundo de meus olhos esverdeados; forte em minhas mãos respirando fundo antes de dizer:

“Não venha tarde demais para meu casamento” – falou séria e prosseguiu com a ameaça – “ Senão... Vai ser afogado por minhas mãos” – segurando o belo sorriso

“Sim senhora” – bati continência e ela fez o mesmo – “Palavra de escoteiro!”

Rimos juntos, Maya não consegue ser séria por muito tempo, mesmo tentando me ameaçar ela continua sendo engraçada. Me trás paz essa menininha no qual ajudei a criar.

“Voltarei antes de seu casamento” – A abracei e segui para o carro.

Acenando para ela dentro do carro, dei a partida e o carro arrancou pela estrada Bayfield Rd, e pelo retrovisor avistei seu rostinho sardento e alegre acenando até o meu carro sumir de vista.

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Maya acenou até o carro do irmão sumir de seu ponto de vista, abaixou devagar seu braço e abraçou o próprio corpo tentando afastar o frio e olhando para o céu confirmando que iria chover. Sorriu amarga e deixou que uma gota de água caísse por seu rosto.

“Você tem de voltar irmão... Me prove que estou errada”

Maya se virou e voltou para a antiga casa de madeira, ainda estava inquieta, e o medo de seu irmão não voltar de Old Man of Storr era grande. Mal sabia que seu sonho louco talvez estivesse correto. Mas era melhor pensar que estava ficando paranoica.


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Notas finais do capítulo

7,1 milhas equivale a 114.26km (longe pakas)
Portree existe e fica localizado na Escócia na ilha de Skye , é um lugar maravilhoso de lindo

Sugestões? Odiaram? Gostaram? Deixem seu feedback Bitte? ;w;



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