Entre a razão e a emoção escrita por thali


Capítulo 1
Capítulo I




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Katniss estava parada no mesmo lugar, na mesma posição havia algumas boas horas.
Ali parada diante de um pedaço do que era uma cerca, uma placa onde dizia ''Nenhum acesso a partir deste ponto'' estava amassada como sucata no chão. Marcas da destruição que arruinou sua vida, que devastou o lugar que amava. Era um lugar simples, pobre até mais, mas ainda assim era o seu lar, ali viveram pessoas por quem sentia grande respeito e admiração, mesmo em meio a catástrofe essas pessoas tinham pelo que lutar, uma família. Assim como eu. Eu tinha uma família...

Tinha uma mãe, que mesmo totalmente desligada do mundo, devido a morte de meu pai ajudava de alguma maneira. Esteve junto a mim quando eu deveria fazer a decisão mais difícil da minha vida (e já foram tantas), mas esta escolha foi a chave para abrir uma porta cujo o outro lado, havia paz, esperança, futuro, sonhos. Tudo oque essas pessoas do 12 não tiveram a oportunidade de viver. Mas eu podia honrar eles, dando chance á quem ainda acreditava que era possível viver no paraíso.

Tinha minha irmã Prim, que eu me lembro com clareza da menina frágil, delicada, apavorada, cheia de medo, mas que se tornou a pessoa mais corajosa que já conheci. Amadureceu tão cedo, claro que a situação em que estávamos exigia isso, mas eu não queria que fosse assim, queria tanto que ela pudesse viver a infância dela como deveria ser. As vezes me pego lembrando de seus concelhos, que tantas vezes me surpreenderam com tamanha sabedoria, vindas de uma garotinha de 13 anos. Mas ela ainda era, a minha patinha, agarrada ao seu gato, cantarolando como se nada no mundo fosse mais importante do que fazer o gato adormecer. Então ela olhava para mim, e um sorriso radiante se formava em seu rosto, tão puro. Sorriso que eu nunca verei outra vez.

Minha família. Foi por ela que eu lutei, foi por ela que eu sofri, dei meu grito de guerra e caminhei para a morte, sabendo que enfrentaria meus piores pesadelos. Mas a força que eu tinha, a vontade de que um dia eu seria finalmente feliz, eram maiores que tudo. A lembrança do meu pai, me levando para caminhar na floresta, me ensinando a viver, a lutar, vinham na minha mente toda vez que eu tocava em meu arco. Era por ele, era por Prim, era por minha mãe, até pelo gato estúpido. E mesmo que no ínicio eu não soubesse, era por vidas, por vidas que eu nem sabia a história, que eu não sabia a dor delas. Elas acreditaram em mim, se espelhavam em mim, dependiam de mim para dar um suspiro de alivio. Alguns não tiveram a chance de dar seu suspiro, nem por último que fosse mas outros chegaram a respirar o ar puro da liberdade. Bem, acho que minha missão foi completa. E agora posso dar o suspiro que me sufocou por tempos, posso sorrir, sem medo de que alguém apague o brilho de meu sorriso.

Permiti me trazer de volta a realidade. Ja estava anoitecendo, fiquei aqui por três, quatro horas talvez?! Já estava na hora de ir para casa, e encontrar a única coisa que me restava, a única pessoa capaz de curar em parte, todas as feridas do meu coração. Peeta. Ele agora era a minha família.

Peguei meu arco, que estava jogado no chao ao meu lado. Insistia em trazer ele toda vez que vinha a floresta, mesmo que agora a caça não era mais uma necessidade. Caçava, por que é de minha natureza , me faz bem. Agora eu e Peeta moramos em uma casinha que construimos exatamente onde um dia foi a casa onde vivi com minha mãe e Prim. Peeta também re-construiu a Padaria de seu pai, e agora trabalhamos nós dois juntos lá, e devo admitir que a padaria é um sucesso, agora que todos tem seus trabalhos dignos e podem comprar oque querem. As coisas estão boas no 12, jamais pensei que veria este Distrito alegre com pessoas caminhando para casa, com sacolas de compras na mão, crianças brincando, um lugar feliz e tranquilo.

Chegando a Padaria vejo Peeta atendendo um de seus clientes. Ele me vê, e pisca com o olho esquerdo para mim. Posso ver ele todos os dias, mas a cada vez que olho para aqueles olhos claros maravilhosos, sinto como se tudo dentro de mim fosse explodir de desejo e felicidade. Um sentimento que nunca fizera parte de mim (ou melhor, que eu nunca deixei transparecer). Mas agora tudo estava diferente, por que não me permitir ser feliz com quem eu amava?! Desde que eu e Peeta admitirmos o verdadeiro sentimento que existia entre nós, sem aquela coisa de ''fingimento'', um amor verdadeiro. Quando eu disse ''Real'', tudo ficou melhor, pois eu tinha ele, tinha os braços dele para me acalmar nas noites de pesadelos, o calor que me confortava, os lábios em que podia me perder facilmente. Agora eramos um só.


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