– Querida não é cedo demais para estar acordada? – vovó perguntou ao entrar no meu quarto

– Diga isso para a Anne, ela que me acordou – tentei (ridiculamente) fazer cara de brava.

Anne usou sua carinha de cachorro que caiu da mudança e vovó riu, todos amavam Anne, era impossível não gostar daquela ser. Ás vezes eu imagino se ela achou uma Marca que faz todos gostarem dela, se ela tivesse achado eu queria saber também para usá-la. Anne sempre diz que isso é conseqüência do seu bom humor, o que me faz achar que ela não se conhece direito.

– Querem ouvir uma historia?

– N... – tentei dizer mais uma certa bitch do meu lado tampou minha boca.

– Claro, vovó- Anne disse me soltando

– Bitch olha aqui – coloquei meu dedo na cara dela tentando soar ameaçadora quando eu queria rir

– Ela é minha.

– N...

–ELA É MINHA!!! – gritei e nós duas caímos na gargalhada.

– Sem brigas – vovó disse, mas também estava rindo.

– Conta a historia vovó querida – Anne disse

– Bajuladora – resmunguei de brincadeira

– Shiiiiu! Vou contar.

“Once upon a time. . . uma pequenina que morava em uma pequena cidadezinha ao sul do grande palácio, ela era especial, não era como todos e aquilo era perigoso para ela e sua mãe. Um dia sua mãe gritou para ela fugir, primeiramente ela hesitou, mas logo obedeceu as ordens da mãe e correu para longe. Ao olhar para trás a menina, agora já não tão pequena, sentiu-se fraca e quis parar. Lá, ao longe, ela conseguia ver as chamas queimarem todas as casas perto do que um dia foi sua casa.

“Ela passou muito tempo fugindo daqueles que queriam seu poder, a cada janeiro mais fria do que o anterior, ela perdeu tudo que tinha, mas nunca desistiu. Se ela desistisse, e isso ela sabia, o sacrifício de sua mãe teria sido em vão, a garota cresceu forte e cada vez mais poderosa. Sua sede de vingança cresceu junto com seu poder, a única coisa que lhe faltava era descobrir que matou e agora está destinado a morrer por suas delicadas mãos, agora já não tão delicadas.

“Ela passou a eternidade e mais um ano se dedicando total e completamente a achar quem destruiu sua vida, ela fez um acordo imprudente com alguém imprudente para poder viver até encontrar o culpado. E assim foi feito, como todo acordo/desejo, aquele tinha suas entrelinhas quase imperceptíveis a alguém cheio de raiva no coração.

“Após séculos de procura, ela finalmente encontrou. Era A culpada, não qualquer um, mas alguém que tinha muito poder e sempre queria mais. A garota não a nomeou, alguém como a ser que matou sua mãe, que arruinou sua vida não merecia nome. Ao vê-la a garota, Divine era seu nome, caiu morta no chão.

“- Você me pediu para viver até encontrar o culpado, eu te dei algum tempo a mais, já que você me encontrou faz tempo, querida.

“A vingança a cegou e ela não pode ver o que estava na frente dela”

– Acho que vou...dormi – deitei com a cabeça no cola da Anne e fechei os olhos

–ACORDA ALISON OU EU VOU TE JOGAR NO CHÃO, SUA PREGUIÇOSA.

– O que? Cala a boca Anne, quero dormir. – disse rindo.

– Meninas! Ainda falta a parte do dragão!

– Não, de novo não! – eu e Anne dissemos juntas. E assim começamos uma discussão sobre como dragões não devem aparecer em todas as historias.