A Little Nightmare Of Mine escrita por Nati Galdino


Capítulo 6
A segunda revelação


Notas iniciais do capítulo

Siga a ordem
True Love - Pink
Stereophonics - Maybe Tomorrow [Acoustic at RTL2]



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~ Flash Back ~

Um som fino e agudo, fez com que Eduardo parasse de apertar meu pescoço. Fui jogada no chão com tanta força que senti quebrar alguma coisa. Tentei me levantar, mas foi em vão, estava totalmente desorientada, já não reconhecia o lugar onde estava, tudo estava rodando. Podia sentir o gosto de sangue em minha boca, meu nariz estava sangrando. Ouço Eduardo conversando com alguém, mas não vejo ninguém ali além de mim e ele. Eduardo falava ao telefone.

“Essa vadia filha da puta, vai estragar tudo. Ela descobriu o golpe. O que eu faço com ela? Quase matei a desgraçada.” Diz Eduardo totalmente alterado e nervoso.

Balbucio algumas coisas, mas, certamente Eduardo não me ouvira. Não consigo respirar quanto mais fala palavras inteiras.

“Cala boca sua vadia” Eduardo diz. Ele me ouviu balbuciar.

Tento mais uma vez me levantar, e consigo ergue meu corpo do chão gelado e sujo do décimo andar.

“Passa pro Zé, ele vai saber o que fazer. Alô? Zé? Oi, chefe aqui é o “Dudu” então o negócio é o seguinte sabe o nosso plano, pois é, a vadia aqui descobriu tudo o que eu faço? Mato ou não mato?” Diz Eduardo, não mais alterado.

“(...) mato ou não mato” essas palavras tinham um gosto doce na boca de Eduardo.

“Cuida Zé, te decide ai ... Não posso ficar aqui por muito tempo não. Vão sentir a falta da vadia na repartição. Então, posso matar? Certo! Farei o meu serviço com todo gosto e prazer do mundo, a tempos que queria fazer isso.” Eduardo guarda o telefone no bolso da calça e anda em minha direção.

Ele tira um pequeno objeto do bolso, onde a poucos instantes tinha guardado o telefone, não consegui identificar, mas Eduardo vinha se aproximando e então consegui ver era um canivete e sua lamina tinha aproximadamente nove centímetros, seu cabo era de madeira e tinha algo gravado, não consegui ler. Minha visão ainda estava muito turva.

Faltando apenas alguns centímetros entre mim e Eduardo e aqueles olhos diabólicos com sede de sangue, aquele sorriso sarcástico e a uma fina “risadinha”. Eduardo de resumia a isso no momento. Novamente ouço o fino e agudo som, o telefone de Eduardo toca.

“Alô, o que é? Tô aqui fazendo o serviço. Diz ai ... não, não trisquei nela ainda. O que? Porque? COMO ASSIM NÃO É PRA MATAR A VADIA? AH CARA, DESSE JEITO VOCÊS FODEM O MEU TRABALHO. Tá eu só vou deixar ela desacordada.” Eduardo desliga. Ele está furioso.

Aproveito que Eduardo está de costas e tento desesperadamente mais uma vez levantar, consigo ficar de pé. Estou indo em direção as escadas, mas ainda estou muito tonta, ando me segurando nas paredes para não cair, estou pisando no primeiro degrau quando sinto uma força enorme me puxando para trás e com ela uma grande dor. Eduardo me puxou pelos cabelos e me segurou entre seus braços e falou em meu ouvido “Vadia de sorte você, por alguma razão ‘O Cara’ te quer viva.” Eduardo me vira de frente pra ele, me põe contra a parede. Primeiro um soco no rosto, depois várias sequencias de joelhadas no estômago. Fui arremessada novamente ao chão. E lá estava eu, jogada no chão, em posição fetal. Antes de desmaiar ouço Eduardo dizer “Até outro dia Diana.”

~ Fim do Flash Back ~

“Ei Diana, Diaaaaaaaaaaana ... Ô mulher acorda pra vida.” Diz Kate em meio a risos

“Aah, oi Kate não tinha lhe visto ai. Desculpa, estava distraída em meus pensamentos. Tentando lembrar do que aconteceu. Ainda é tudo muito vago.” Digo. Ainda não havia contado para Kate que fora Eduardo quem me deixou no estado ao qual me encontro agora. Contarei a ela. Mas não agora.

“Hum ... quando lembrar por favor não esqueça de me contar, preciso saber o que aconteceu e quem fez isso com você. Essa pessoa vai se arrepender pelo o que fez” Diz Kate “A Determinada”

“Hahah, pode deixar não vou esquecer ô ‘justiceira’. Preciso sair desse hospital, odeio hospitais. Quando é que eu vou sair daqui?”

“Quando o médico disser que você pode ir. Ai você sai daqui, caso contrário, te aquieta ai mulher.

Era lindo ver Kate preocupada comigo. Tentando de alguma forma me proteger. Mas, sinceramente, eu não entendia o porquê de tamanha preocupação. Resolvo perguntar.

“Kate?”

“Oi”

“Me responde uma coisa?”

“Claro, diga. Do que se trata?”

“Não que eu esteja reclamando, não mesmo. Mas acontece que, essa sua preocupação comigo, esse seu carinho, a atenção que você me dá, tudo. Ainda é muito novo pra mim. Nunca fui uma pessoa boa para se ter por perto, para se amar e tudo mais ... Você me entende? E quando você me falou ontem que tinha essa ‘confiança’ em mim ... Nossa, fiquei realmente surpresa e lisonjeada. Mas ainda estou tentando entender o porquê de tudo isso, e porquê agora? Justamente quando estou passando por um momento ruim em minha vida. Daí, do nada vem você e ‘ban’ deixa tudo muito confuso.”

Kate fica alguns instantes me olhando, com aqueles seus enormes e negros olhos. Como eu amava olhar para eles. Um sorriso tímido se forma em seu rosto. Sua expressão era terna, pura e calma. Kate anda até minha cama, senta ao meu lado, segura minha mão, me olha profundamente nos olhos e diz.

“Deixa eu te contar uma coisa, antes de vir trabalhar na empresa, eu morava com meus pais e era muito feliz. Um dia conheci uma pessoa que mudou completamente minha vida, estávamos apaixonados um pelo outro, o nosso amor era lindo, tínhamos planos, muitos planos. Íamos nos casar. Mas infelizmente uma terrível tragédia aconteceu e esses planos foram enterrados juntamente com meu ele. George era seu nome. Eu o amei com todas as minhas forças, cada parte do meu ser o amava. A dor de sua perda ainda é sentida, mas não com a mesma intensidade de antigamente, tenho saudades dos nossos momentos, saudades do seu sorriso, de suas piadas totalmente sem graça, enfim, sinto muitas saudades dele. E depois que o perdi, me fechei completamente para qualquer tipo de relacionamento, seja ele qual for. Amar pra mim naquela época era algo impossível. Mas graças as várias terapias que tive consegui vencer esse meu medo de amar novamente. E foi quando vim trabalhar na ‘Stay Alive’ e lhe vi. Não me pergunte o porquê, mas quando lhe vi meu coração se alegrou. Ainda lembro como se fosse ontem, você estava em pé ao lado de sua mesa, com pilhas e mais pilhas de papeis, com o cabelo preso em um coque despenteado, você estava usando uma blusa do ‘Of Monster And Men’, e tinha uma mancha de café no lado direito da blusa. Eu ri quando vi aquela figura toda desengonçada tentando desesperadamente organizar uns formulários. E com o passar do tempo fui lhe observando dia e noite. Quando chegava no trabalho a primeira pessoa que procurava era você. Meu sorriso, é por simplesmente te ver.” Diz Kate

Quando Kate disse aquela frase “meu riso é por simplesmente de ver” não tive mais certeza de nada. Kate havia me mandado o bilhete, e eu o tinha jogado no lixo. Ou eu estava muito dopada ou Kate acabara de dizer que gosta de mim. Mas não um gostar de amigos, ou coisa do tipo, era algo mais.

“Ka-Kate” Balbucio

“Espere, ainda não terminei.”

“Okay”

“Você sabe que eu estou, melhor dizendo estava namorando Eduardo. Terminei com ele no mesmo dia que conversamos. Na verdade eu não sei porque fiz isso, não gostava de Eduardo, eu apreciava sua companhia e tinha um carinho muito grande por ele, mas não passava disso. Eu não o amava, eu amo outra pessoa. Diana, eu amo você.”

Quando Kate terminou de falar, não sabia o que fazer, fiquei paralisada, uma estátua assustada. Olhando dentro dos olhos de Kate, pude ver que o acabara de me contar era verdadeiro, seus olhos estavam marejados. Kate continuava segurando minha mão, suas mãos tremiam e suavam frio. Não é qualquer pessoa que admite assim o seu amor por outra, ainda mais se a pessoa for do mesmo sexo que o seu.

Kate ficou em silêncio. Esperava loucamente por uma resposta. Resposta essa que eu não podia dar, não agora. Estava confusa demais, a revelação de Kate mexeu em algo aqui dentro.

“Kate, eu sei que você espera uma resposta mas me desculpe eu não vou poder lhe dar agora.” Digo com grande pesar. Um nó em minha garganta.

“Tudo bem Diana, eu sei que foi um choque e tanto pra você. Mas eu não podia mais guardar, eu tinha que falar ou explodiria.” Kate diz, sua voz soa triste. Ela realmente esperava por uma resposta.

Kate se levanta, me dá um beijo na testa e sai. Suas palavras ecoam pelo quarto e pela minha mente.

“EU TE AMO DIANA”


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Notas finais do capítulo

Que revelação!
Bem, você deve está se perguntando : "mas ela disse que não ia ter romance". Sim eu disse, mas não especifiquei de quem! Quem amaria quem, ou quem não amaria (só confundi mais vocês, hahaah)
Bem, vamos deixar a história se desenrolar.

Um beijo para minhas revisoras, e por aguentaram essa chata aqui. Eu amo demais vocês. TAT & ATT



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