Era meio dia e eu estava em casa com Maura fazendo almoço, estávamos preparando uma macarronada, e conversávamos sobre alguns preparativos do casamento.

– Vamos fazer em uma igreja? – Maura perguntou.

– Que tal em um vulcão? – Brinquei.

– Sério? – Os olhos dela brilharam. Eu adoraria poder realizar o sonho dela, mas ela bem que poderia sonhar em algo menos caro e mais possível.

– Maura, eu não me importo onde seja, com o tanto que você esteja lá vestida de noiva, eu vou amar.

– Eu também, só que quero que seja especial.

– Eu sei, e vai ser eu prometo.

– Okay, mas e as outras coisas? O Buffet? O que vamos servir?

– Acho que alguns salgados servem todo mundo. – Brinquei.

– Jane! Eu falo sério, é do nosso casamento que estamos falando. – Repreendeu

– Eu sei meu amor, mas você está muito preocupada. Ainda nem marcamos a data.

– A data! Meu Deus, eu tinha esquecido completamente!

– Maura! Acalme-se – Dei uma risada frouxa – Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo muito lindo.

– Mas eu quero sua opinião nos preparativos.

– Tudo bem, você pode cuidar da comida, mas acrescente algo comestível no meio de seu cardápio natureba.

– Não é natureba, é saudável, você deveria comer mais até. Termine o molho branco que eu vou fazer uma salada.

– Maura! Eu não quero salada.

– Deixa de ser manhosa, você tem que comer, eu quero ver minha noiva saudável.

Bufei e fiz o que foi pedido. Em poucos minutos já estava tudo pronto e muito delicioso. Depois de comer, fomos assistir a um filme e depois arrumamos a casa que estava um pouco desorganizada. Começamos pela cozinha.

– Como você imagina nossos filhos? – Maura perguntou enquanto limpava o fogão.

– Como assim?

– Não pela aparência ou personalidade, digo se vamos adotar ou fazer inseminação artificial.

– Ambos os jeitos são ótimos, com o tanto que tenhamos um filho. – Falei em quanto ilustrava o balcão da cozinha

– Se fizermos inseminação artificial, quem ficaria grávida?

– Maura, vamos primeiro cuidar do casamento. Okay meu amor?

– Okay.

Continuamos limpando a cozinha, mas fomos interrompidas pela a campainha. Parei o que estava fazendo e corri para a porta.

No mesmo minuto que abri a porta, eu a fechei e voltei para onde eu estava.

– Quem era? – Maura perguntou.

– Ninguém. – Peguei o pano e a campainha tocou de novo.

Soltei o pano com violência e fui até a porta e abri a mesma.

– Não tem ninguém em casa. – Fechei a porta.

– Jane! Seja mais educada. – Disse Maura indo em direção a porta e abrindo a mesma – Oh...

– Olá Maura, posso entrar?

– Ugh... Não tenho tanta certeza.

– Jane, eu vim falar com você, por favor.

– Eu não tenho nada a falar com você Frank.

– Eu sei que eu agi mal, mas eu vim me desculpar e eu sou seu pai, preciso falar com você, por favor.

– Jane... – Maura influenciou.

– Você tem cinco minutos.

– Obrigado. – Disse Frank enquanto entrava.

Andei e parei na frente dele, mas não olhei para seu rosto.

– Jane, eu sei que agi mal e que eu te magoei dizendo todas aquelas coisas, mas eu me arrependo e queria uma segunda chance.

– Segunda chance? Você quis dizer terceira, certo?

– Jane, tudo o que eu te peço é o teu perdão, inclusive o seu Maura, de certo jeito, sei que te ofendi, mas eu realmente preciso que vocês me perdoem, quero fazer parte da vida de vocês, mesmo que só um pouco. Por favor, eu me arrependo profundamente de todas as palavras que eu disse.

Ficamos em silencio por algum momento, eu estava sem fala e Maura percebeu.

– Acho que te contamos tudo de uma vez só, então peço para que você pense um pouco no que você quer e você dá um tempo para Jane pensar em uma resposta também. – Disse Maura.

– Tudo bem, mas peço que pensem bem.

– Nós iremos. – Finalizou Maura.

Eu apenas fiquei em silencio, era capaz de eu começar a gritar, ele deveria saber que não é assim, ele não pode apenas aparecer aqui e dizer que se arrepende, só queria falar umas poucas e boas, mas ele ainda era meu pai parecia arrependido de verdade, mas não vou afrouxar.

Depois que ele saiu Maura me levou até o sofá onde sentamos.

– Como você está?

– Eu... Eu não sei. – Minha voz saiu mais rouca que o normal.

– Espere um pouco. – Se levantou do sofá e foi até a cozinha.

– Eu realmente não sei o que eu deveria falar pra ele.

–Por que você acha que eu pedi um tempo pra você pensar? – Voltou para a sala e me entregou um copo d’água.

– Obrigado. Eu preciso que me ajude Maur, o que eu devo dizer? – Dei um gole na água gelada.

– Isso eu não posso te falar meu amor, você tem que decidir.

– Ele me abandonou Maura! Ele não pode vir aqui esperando que eu me jogue nos braços dele aceitando suas desculpas.

– Eu sei Jane... Eu sei. – Maura se aproximou e me abraçou. – Eu sei que você vai dar um jeito.

– O que mais você sabe?

– Sei que você vai fazer a escolha certa.

Ela ficou me consolando e me animando por um tempo, mas depois que melhorei, nem voltamos a arrumar a casa, saímos e fomos marcar a data do casamento. Nós estávamos muito ansiosas para o casamento, meu sonho está virando realidade e eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo, eu tinha o emprego perfeito, uma mulher maravilhosa, morava numa casa linda, tinha saúde, e talvez eu tivesse filhos, talvez não, eu teria filhos.

Depois de a data ter sido marcada, voltamos pra casa, mas logo fomos chamadas para serviço.

O dia estava quase acabando e lá fomos nós resolver mais um homicídio, aproveitamos para contar para o resto das pessoas sobre o casamento, elas provavelmente já suspeitavam, mas...

Chegamos à cena do crime, Maura examinou o corpo, eu falei com as testemunhas e com outras pessoas que ali estavam. Depois de tudo feito, fomos para a BPD para começarmos a investigação.

Depois de muito tempo perscrutando tudo meticulosamente, fomos todos em grupo para o Dirty Robber descansar e beber um pouco, foram com a gente Korsak, Frost e Frankie. Sentamo-nos à mesa de sempre e pedimos nossas cervejas e vinho.

– Então, eu e Maura queremos contar algo. – Olhei pra ela e ela fez um sinal com a cabeça, dizendo que estava tudo bem. – Nós vamos nos casar!

– Meus parabéns!! – Korsak exclamou. – Vocês vão ser muito felizes! – Nos abraçou.

– Parabéns! Eu sabia que você não ia morrer na praia! – Brinco Frost e depois me abraçou.

– Como assim “morrer na praia”? – Perguntou Maura.

– Nada não, é só uma brincadeira besta.

– Parabéns maninha, eu já sabia, mas ainda assim, parabéns.

– Isso merece champanhe!

Brindamos com o champanhe, rimos e relembramos dos velhos tempos. Ficamos ali por mais uma hora, e fomos pra casa.

Tudo o que eu queria era um banho, minha cama e minha linda noiva. O dia foi cheio de drama, eu só queria dormir e esquecer tudo de ruim, e começar outro dia.