Arabesque escrita por Redmayney


Capítulo 4
Capítulo 3




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Quarta-feira. Amém!

Sim, o único dia que não tenho faculdade, mas em compensação, tenho aula de ballet o dia inteiro.

Levantei da cama ao sentir algo pesar sobre ela, sem ser meu corpo. Estava acordando após uma péssima noite de sono graças a minha insônia, abri os olhos e quase tive um ataque ao me deparar com aquele ser na minha casa. Como poderia ter entrado?

– Eu sou tão feio assim? - perguntou ele, vendo minha cara de espanto.

– Sim, Vincent, você é. Viva com isso. - respondi tacando uma almofada, que tinha ali perto, na cara dele. - Idiota, é 7hrs da manhã e você tá aqui.

– Não fique assim, Sherlock, vim te dar um oi e falar que temos que ir agora pra aula de ballet porque né? Lembre-se que era para estarmos 7h30 lá, seu dorminhoco. - eu estava em um estado de morto-vivo que por uns cinco segundos não entendi o que ele falou, foi quando meus olhos se arregalaram ao receber aquela informação pois ele dizia a verdade.

Corri para a minha arara de roupas dentro do closet e tratei de pegar meu macacão com pés e alcas, um collant branco com mangas e meu par de botas pretas, indo direto para o meu banheiro me trocar. Me troquei e dei uma penteada no meu cabelo para diminuir aquela montanha, escovei os dentes, passei meu perfume, Attimo, e saí olhando para Vincent, ele havia enfiado a cara no meu travesseiro, tirando um cochilo. Resolvi assustá-lo com a ideia mais idiota possível.

– VINCENT, A CASA TA PEGANDO FOGO! - gritei próximo ao seu ouvido e ele acordou num salto, caindo com tudo no chão. Ri estridentemente.

– Filho da puta! Vem cá, seu viado! - Van Gogh disse se levantando, espanando a roupa, logo correndo atrás de mim. Ele acabou me agarrando pela cintura, levantando-me no ar e depois jogando em cima da cama, meu pobre corpo. Vincent subiu em cima de mim e segurou meus pulsos sobre minha cabeça, parando com o rosto a poucos centimetros de mim. O encarei sem expressão alguma.

– Vincent...

– To brincando só, seu bobo. - ele falou rindo e saiu de cima de mim, se sentando na beira da cama. - Não irei te matar, prometo!

Bufei me levantando novamente, eu devia estar parecendo um mendigo agora, fui e peguei um sobretudo preto longo que tinha ali perto, vesti sobre minha roupa de ballet, peguei minhas sapatilhas e fui descendo as escadas. Pelo jeito o dia seria longo.

–-------Arabesque--------

Na escola, a primeira aula que eu iria ter era com a professora Jenna, sozinho, e a duração seria das 7h30 até às 11hrs, quando erámos dispensados para almoçar em dias como esse.

Entrei na sala, pronto, arrumado, com sapatilhas de ponta em mãos e um par de ponteiras para a mesma, sem bolsa, afinal deixei no vestíario. Jenna me cumprimentou com um abraço mas já foi preparando as músicas para começarmos o aquecimento, primeiramente na barra. Caminhei até ela e a Professora foi na minha frente, ensinar como era o primeiro execício.

–------(vocábulario dos passos estão nas notas finais do capítulo)--------

– Vamos começar assim: braba, primeira posição e 5, 6, 7, 8... Plié, plié, grand plié, desce lá na frente, volta, degage, abre segunda posição. Começa plié, plié, grand plié, volta, desce em direção a barra, pro outro lado, volta, degage e quarta posição. Plié, plié, grand plié, volta, desce lá na frente, volta, ai vai para a quinta posição, faz o mesmo processo e finaliza em primeira. - ela disse rápido e em seguida perguntou sobre o cordebra e respondi que já havia decorado.

A Profª Jenna foi até o player de som e colocou uma música, a qual reconheci ser o solo da Sugarplum Fairy em "O Quebra Nozes", ela me avisou que a música iria tocar e caso não acabasse quando terminasse o exercicio é porque infelizmente havia esquecido seu cd de músicas para exercícios e ali só tinha os de ballet de repetório, isto é, as músicas de espetáculos. Tratei de me arrumar e me preparar em braba, na primeira posição. Logo comecei e fui trabalhando com o intuíto de deixar meu pé esticado, meus braços demosntrando leveza com movimentos precisos e postura ereta, Jenna pegava no meu pé e às vezes corrigia meu pé, o forçando para criar um colo natural que a maioria dos bailarinos tem, mas infelizmente não sou dotado deste poder. Finalmente terminei e nem tinha chegado na parte mais agitada da música, ela me elogiou, dizendo que eu estava indo muito bem... É, isso porque ela quis dizer "Sua aula vai ser difícil", discretamente. Então, uma nova série de exercícios foi passada e a aula se prolongou apenas nisso, trabalhei na barra, no centro, na diagonal, antes de finalmente me dar a permissão de montar minha coreografia da apresentação de gala. Jenna apenas me ajudou quando viu a diretora Matilde nos espiar pelo pequeno vidro da porta, claro que com isso eu ri e tive que pausar a coreografia.

O tempo passou e quando vi era 10h30, perguntei se não teria problema se saísse mais cedo devido as dores que sentia em meus pés de tanto treino, claro que no dia da real apresentaçãom, a de Dom Quixote seria mais dolorido que aquela aula mas ela respondeu que não e pediu para que eu passasse na secretária para buscar os meus horários de ensaios para o mesmo. Confirmei com a minha cabeça e pedi licença, saindo da sala, resolvi colocar minhas botas devolta em meus pés e uma calça de malha bem mole por cima do meu macacão de ballet para ir até o outro lado da rua tomar um copo de frappuccino no La Adagio, cafeteria que foi criada ao mesmo tempo que a escola, peguei meu cartão de crédito e saí da escola em direção ao café-livraria.

Adentrei o recinto e a moça do caixa já foi me cumprimentando, afinal quase todos os dias passava ali por questão de sono ou por preguiça de ingerir algo sólido, pedi para a mesma o que eu queria, paguei com meu cartão e fui me sentar em uma das mesas, enquanto aprontavam o frappuccino. Comecei a observar as pessoas à minha volta e um grupo me chamou atenção, era os caras do time de futebol da minha faculdade, todos arrumados e impecáveis, coisa que não se via quando andavam suados pelos corredores e jardins da UL. Então o loiro que mais me intrigava retribuiu um olhar com um sorriso sincero e me chamou até a mesa deles, assim como seus amigos que pareciam ter outra personalidade. Ignorei e a moça do caixa me entregou meu querido líquido que me manteria acordado pelas próximas 8 horas de ensaios e exercícios de ballet.

– Obrigada. - falei com um sorriso tímido para a moça que agradeceu e sorriu devolta. E para alegrar meu dia, só que não, Watson tomou a iniciativa de vir e se sentar em minha mesa enquanto eu dava o primeiro gole em meu querido café.

– Bom dia Sherlock. Não esperava te encontrar aqui. - ele disse calmo e sereno, o que me estranhou mas não demonstrei emoção.

– Oi. - respondi.

– Você é da escola de ballet ali da frente? - ele perguntou apontando para o prédio da Pas de Deux, balancei a cabeça em afirmação. - Minha irmã também faz ballet lá, ela se chama Harriet mas é conhecida como Harry.

– Já ouvi falar dela, porém é de uma turma do nível III. - falei. Afinal conehcia a tal Harriet, ano passado havia dançado com ela um pas de deux de Piratas do Caribe, enquanto o resto de sua turma dançava à nossa volta.

– Sério? Pera, você era o garoto do... Piratas do Caribe? - questionou após lembrar o nome da coreografia e respondi que sim sorrindo, estava feliz por ele não ser um completo babaca. - Enfim, quer sentar ali com a gente?

– Não posso. Tenho aula daqui 5 minutos, Watson. - falei diminuindo meu sorriso.

– Poxa! Mas okay. A gente conversa outro dia. - John disse ainda feliz. - E me desculpe pelas brigas, a Sra. Hudson deu um ralo na gente mas é porque a gente tem que manter reputação na escola, infelizmente. Se não ninguém apostará que temos futuro como time. - ele falou e assenti.

– Tudo bem, Watson. Te desculpo.

– Vai me chamar pelo sobrenome mesmo? - ele perguntou e confirmei com o polegar levantado pra cima e ele riu.

– Bom, já que você é um cara legal, vou te convidar para uma festa, afinal devemos nos perdoar após aquela briguinha mesquinha de ontem e gostei de você, tem um bom humor. Se quiser chamar seus amigos pode chamar, estarei te esperando na Rua Baker, nº 221B, é em um condomínio particular de meu pai. - ele respondeu sério e me entregando um evelope de cor bege, olhei dentro e nele tinha algo como se fossem convites de formatura de tão bonitos e perfeitos que estavam, quase elogiei mas me controlei.

– Hm-hm, okay. - acenei, ao vê-lo se juntar aos amigos devolta. Assim, saí do café, indo ter aula após aquela coisa anormal e... fofa me entregar um convite.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas lindas desse meu Brasil! Este foi mais um capítulo de Arabesque, espero que tenham gostado apesar que o John já chegou chegando e demonstrando interesse no Sherlock, óbvio que o próximo capítulo deve sair amanhã porque infelizmente vou viajar para SP e ai não sei se terei como atualizar de lá, por isso vou escrever uns 3 para deixar no automático e postar com a internet da TIM. Me desculpem pelos erros que acharem, não corrigi.

Plié (demi plié) e Grand Plié - http://3.bp.blogspot.com/-M7K5Ui2GTkc/UA2-A1UkEgI/AAAAAAAAA6w/RMJdVNUni_s/s1600/grand+pli%C3%A9.jpg

Cordebra - (posição dos braços, 1-2-3-4-5 posição da esquerda pra direita) - http://www.laifi.com/usuario/10138/laifi/51760303_10138_43301609_1053.jpg



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