Arabesque escrita por Redmayney


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, é que deu muito trabalho, sério mesmo. Espero que gostem e caso fique entranho é porque eu estou morrendo de sono. Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/548639/chapter/3

Era outro dia na faculdade de música, meu professor de teórica resolveu passar várias partituras com a finalidade de que cada um da classe escolhesse uma para treinar, decorar e apresentar formidavelmente no final do ano. Claro que como eu era o único que sabia tocar um instrumento tão complexo e bonito como o violino, fui obrigado a tocar apenas uma música: Summer das Quatro Estações de Vivaldi.

Devo confessar que tal música não é muito fácil de tocar mas nada que não se resolva em 3 semanas, no máximo. Saí da aula, passando em meu armário para deixar minhas coisas como no dia anterior e, novamente, pegar minha bolsa de ballet que sempre deixava ao lado da caixinha de música, só que neste meio tempo duas coisas, altamente imprevisíveis e anormais, aconteceram. Para começar, Vicent Van Gogh, o garoto ruivo com a cara de Luke Newberry, estava na porta de saída de minha faculdade, provavelmente esperando o senhor aqui. Ele acenava feliz, como se a vida fosse um grande mar de rosas sem espinhos, e com isso, tratei de fechar meu armário e caminhar em sua direção.

– Vim checar se aqueles malas do futebol iam te incomodar de novo, Sherl. Espero que não se importe.

– Não, tudo bem. Apesar de ser anormal você se preocupar tanto comigo. - afirmei parando na sua frente e observando seu modelito. Ele utilizava um suéter azul marinho por cima de uma camiseta branca, com calças pretas justas e o mesmo par de botas marrom de sempre. Estava... decente.

– Eu sei. Sou uma grande mãe, não? - questionou e dei um sorriso por sua brincadeira. Juro que caso não tivesse prestado atenção, ele estava também reparando em como eu estava vestido. Blazer preto, camisa listrada preta com branco, short preto que ia até acima do joelho e sapatos oxford da mesma cor para finalizar o look. - A propósito está bonito hoje, Sherly. Vou começar a te esperar sempre na hora da saída e pegar umas dicas porque né? Mendigo, alô! - Vincent citou acenando de modo bobo e dei um sorriso tímido.

– Vem, vamos pro meu carro pois tenho a leve impressão de que pegou um táxi até aqui e agora não tem a mínima vontade de chamar outro.

– Na mosca, Holmes. - ele piscou

– Começamos a andar em direção ao Murciello estacionado longe, discutindo sobre qual poderia ser o tema da apresentação, pois tinham ligado de manhã avisando que a primeira aula seria cortada para este assunto ser resolvido.

– Aposto em Dom Quixote. É um que combina com a nossa escola. Apesar que Giselle é tão mais... - eu comentava apaixonado e ao notar o que fazia, tratei de ficar sério enquanto Van Gogh caía na gargalhada.

– É bem provável, Cachinhos. Falando nisso... - o ruivo dizia mas um barulho de aplausos atrás de nós era tão alto que encobria sua voz. Parei e me virei esperando ser um daqueles jogadores rídiculos e olha, parecia que atenderam a ideia que tive. Lestrade e companhia, juntamente com aquele loiro, me encaravam e riam com escárnio.

– Arranjou um namoradinho agora pra te proteger, Holmes? Até porque uma aberração como você não tinha amigos antes, então é meio suspeito. - Greg dizia parando a um 1m de mim, todos ali riram e eu me preparando pra responder algo surpreendente para calar a boca do jogador mas as palavras sumiram e me fizeram engasgar quando Vincent segurou minha mão com a dele. Depois disso senti um puxão e ele me arrastava pro carro.

– Hmmmmmm pelo jeito arranjou um mesmo! A relação tá firme? - perguntou o loiro de ontem, e por causa disso desisti de ser legal. Me desvencilhei do ruivo, larguei minha bolsa nele e fui até o loiro parando na frente dele.

– Qual o seu nome? Hm? - perguntei segurando seus ombros com minhas mãos.

– John Watson, milady. - o loiro pronunciou observando meu rosto e aquilo fez meu estomago revirar. Vai saber porque.

– Diz pro seu amiguinho que pra ele tá falando de mim, deve reparar muito na minha vida. Né, Grayson? - questionei sorrindo, olhando pro acizentado.

– Cala a boca, seu sangue-ruim! - Lestrade gritou cruzando os braços.

– Hm-hm, pode deixar. Não quero contaminar minha boca com lixo mesmo, posso obedecer esta regra. - falei e ele fechou as mãos em punhos.

– Não tem medo de levar porrada, não, garoto? - Greg perguntou e eu olhei

– Deixa eu ver... - fiz cara de pensativo, ouvi John rir – Não! - respondi sendo sincero.

– Espera só eu acertar a sua cara de novo, vem aqui seu viadinho. - Lestrade veio em minha direção mas, como eu disse, algo inesperado aconteceu. John Watson parou ele e todos o encararam como se ele tivesse cometido um crime.

– O que gente? Só acho que ele não é uma ameaça como vocês insistem e pedem para que eu colabore na maldade. E ele até que tem graça. - Watson disse sorrindo maliciosamente e eu olhei incrédulo pra ele. Eles combinavam antes de me atacar e que sorriso foi aquele?

– Vincent, vamos embora. Pelo jeito a guerra foi vencida. - falei largando o loiro baixo e indo até o carro, abrindo a porta. O ruivo me ouviu e fez o mesmo movimento que eu havia feito. Eu e Vincent sentamos dentro do carro, batemos as portas e mal liguei o Murciello, já acelerei em direção à escola de ballet.

–-------Arabesque--------


Entramos na escola, que demonstrava estar mais movimentada do que nos outros dias, claro, até porque hoje seria a revelação do tema da apresentação de final de ano e a de gala, que vinha um dia antes. Fomos abordados por um dos professores, o Profº Valastro de Dança contemporânea, falando para irmos em direção ao salão de reuniões, aonde aconteceria uma espécie de cerimônia para isso. Eu e Vincent caminhamos até a sala indicada e encontramos ela em um estado digno de show da One Direction, ou qualquer bandinha que faça sucesso hoje em dia, todos os alunos da escola estavam lá, sentados nas poltronas que eram viradas propositalmente em direção a um mini palco com datashow. Resolvemos nos sentar ao lado de Castiel, no meio dos outros bailarinos, na terceira fileira de trás para frente.

– Atenção alunos! Hoje o tema do espetáculo de final de ano será apresentado, então sem conversas paralelas ou serão penalizados. - disse a Profª Jenna, a minha professora particular, subindo no pequeno palco, sendo seguida por Rache, Valastro, Pitera e a diretora Matilde. Os outros professores se importarem de apenas se posicionar no fundo da sala.

– Sim. O tema deste ano, como a maioria poderia desconfiar, ou não, é Dom Quixote. - disse a diretora alto o suficiente para todos ouvirem. - Este ano não terão testes para os papéis principais, nem para os solos, os alunos seram escolhidos através de seu desempenho do começo do ano até agora. Por isso, os que forem chamados, apresentem-se a secretária mais tarde. Precisamos lhe entregar o horário novo de suas aulas. - dizia a Diretora Matilde. Começou uma montanha de sussurros mas logo se silenciaram ao ver que o professor Rathe que iria dar a notícia dos dançarinos com algum personagem sem ser em grupo no espetáculo.

– Vamos começar com o personagem de Dom Quixote, o qual, nada mais justo, deve pertencer a Vincent Van Gogh por sua aptidão em atuar e dançar. - meu amigo deu um sorriso enorme e comemorou ao meu lado,ao som das palmas dos bailarinos e bailarinas, em silêncio. - Boa sorte, Sr. Van Gogh. Okay, próximo nome é o de nosso Sancho Pansa, que será interpretado por Peter Sokolov!

Um garoto loiro na fileira do meio comemorou ao som de palmas também, e presumi que fosse ele o tal Peter. E assim se prolongou a lista, até apenas restar dois personagens para serem apresentados, a Kitri e Basílio, os papéis principais e com o maior número de coreografias.

– Kitri será a aluna, Irene Adler! - Profº Rache disse e aplausos foram ouvidos para uma menina de cabelos negros e batom vermelho. - E Basílio será Sherlock Holmes!

Mal havia ouvido o de Irene e já disseram o meu nome em seguida, falando que eu seria Basílio. Fiquei estático enquanto meus ombros eram chaquoalhados por Vincent que estava como uma criança de 5 anos após comer muito açúcar.

– Agora irei dar o tema da outra apresentação, a de gala, qual será livre para os bailarinos escolherem qualquer tipo de música e dançarem. Basta informarem seus professores particulares e explicar o motivo da escolha de música, inclusive específicar se irá dançar solo, duo ou em grupo. Acredito que era só isso, meninos e meninas, obrigada. Hoje estão dispensados. Apenas não esqueçam de pegar a pequena apostila na porta de saída da escola, aonde tudo estará sendo informado. - a diretora Matilde finalizou.

–-------Arabesque--------


Saí da sala em busca da Professora Jenna, já havia me despedido de Vincent e Castiel, quais trataram de correr para fora da escola comemorando a suspensão das aulas. Queria conversar a sós sobre a minha apresentação indívidual, a qual escolhi imediatamente dançar tema de O Fantasma da Ópera. Minha professora fui acha-lá na sala dos professores comendo uma maçã sentada em volta da mesa oval branca com cadeiras brancas e pesadas. Assim que apareci no batente da porta ela me olhou sorrindo, destacando suas sardas e pediu para me sentar ao seu lado. A sala dos professores era branca, cheia de armários para os professores, no caso 11, todos com os nomes destacados em letras cursivas.

– Olá Sherlock. Acredito que veio falar sobre a sua apresentação? Espero que me impressione! - ela disse feliz, olhando eu me sentar ao seu lado.

– Ah, sim, vim falar dela. Na verdade já tinha a ideia de dança esta música e algum dia, mas enfim. Gostaria de dançar o tema de O Fantasma da Ópera. - comentei após respirar fundo, mexendo um colar de um pingente de pedra cor azul esverdeada. Mamãe dizia que era igual a coloração de meus olhos. Profª Jenna fez um perfeito “o” com a boca, surpresa.

– Sherlock, O Fantasma da Ópera é lindo! Mas irá dançar como? Em dupla? Ou sozinho? - ela começou a interrogar, sempre com um sorriso no rosto. Por isso gosto dela, ela inspira esperança e alegria a todos em sua volta.

– Sozinho. Já estou tentando criar algo em mente. - respondi dando um minímo sorriso.

– Você sabe que terá que utilizar uma máscara, então...

– Acho que apenas uma maquiagem ficaria mais prático, professora. - cortei a linha de pensamento, ela comemorou.

– Boa ideia! E o figurino?

– Seria minha leggin preta, sapatilhas meia ponta preta, um blazer preto steampunk e uma capa preta do mesmo gênero. - escolhi rápido, como disse, já havia pensado no assunto antes.

– Concordo. - a professora disse, largando o caroço da maçã em cima da mesa, sobre um guardanapo. - Então quer começar hoje? Ainda tenho tempo para dar aula, caso queira.

– Acho que vou querer sim, Professo... - eu ia dizendo, mas fui interrompido.

– Me chame de Jenna, Sherlock.

– Okay, Jenna.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Amanhã irei tirar o dia de férias pra escrever em prol de produzir vários capítulos, obrigada por lerem e comentem para me deixar feliz!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Arabesque" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.