E então as luzes se acendem. Todos olham para quem eles beijaram, alguns acertaram seus parceiros, outros beijaram quem queriam, alguns acabaram beijando a pessoa errada.

Michele continuou com os olhos fechados. Será que ela tinha beijado o Renato? Ela tinha receio de ver quem era. E se fosse alguém que não fosse conhecido? O fato é que aquele era seu primeiro beijo… E tinha que ser logo daquele jeito…

Então decidiu abrir os olhos. E, para sua surpresa… Era o Fernando! E que ainda estava com os olhos fechados.

Michele levantou e gritou. Então que todos as pessoas ao redor prestaram atenção neles. Fernando, igualmente assustado, se levantou.

–Que que aconteceu aqui? – olhou Alex, assustado, para os dois.

–Ela me beijou! – disse Fernando, apontando para ela. – Se jogou nos meus braços quando as luzes se apagaram!

–Não foi nada disso! – gritou Michele. – eu tropecei! Eu estava procurando uma cadeira e acabei caindo em cima de você. Vou me sentar, com licença.

E procurou Sara e Miguel, que acabou esquecendo completamente durante a festa.

–Tantas pessoas pra você tropeçar… Logo em cima dele? – suspirou Sara.

–Nem me fale. O pior, é que eu nunca tinha beijado antes…

–Perdeu logo com ele? Que ruim hein… – disse Miguel.

Enquanto isso, Fernando falava com Alex e Lion (Renato estava em outro canto com Safira):

–Pegador hein Fernando? – brincou Lion.

–Eu pegador? Quer morrer é? – disse Fernando. – você viu, a pobre caiu em cima de mim… Mas na minha opinião, ela está doida de amor por mim.

Alex e Lion se entreolharam; sabiam que não era bem assim, ou não era o que parecia. Mas decidiram não comentar mais sobre o assunto.

–E ela beija bem pelo menos? – brincou Alex

–Eu não sei… O beijo foi… Sei lá, estranho…

–Vai me dizer que nunca beijou ninguém, Fernando? – Alex o olhou, espantado.

–Claro que já beijei! Querem morrer é?

–E quem foi? – os dois perguntaram ao mesmo tempo.

Fernando simplesmente ficou calado.

Mais tarde, naquele dia, Michele foi dar uma volta no barco, e viu o Fernando indo em direção ao seu quarto.

–Onde vai? – ele perguntou.

–Passear. É proibido agora?

–Não… Mas toma cuidado, algumas pessoas beberam demais durante a festa. – e lhe entregou um embrulho. – isto é um presente para você. Comprei enquanto esperávamos o barco.

Ela abriu. Era uma pulseira de amarrar, no estilo rasta.

–Espero que goste. É só uma lembrancinha, coisa de pobre. Custou 2 reais.

Michele ficou sem graça e queria até rejeitar, mas acabou extendendo o braço para ele, que amarrou a pulseira. Até que a pulseira era bonita.

–Combina com você. Só espero que não perca.

Na noite seguinte, o cruzeiro parou na cidade de Saquarema, no Rio de Janeiro.

Michele Sara e Miguel, antes do jantar, foram dar uma volta na praia, e ficaram dislumbrados com tamanha beleza do lugar!

–Poxa, aqui é lindo né? – Sara comentava de volta ao navio, durante a janta.

–Sim! Queria ser rica pra poder viajar por esses lugares… – suspirou Michele.

–Eu levaria vocês… Mas eu não quero brigar com Laura. – disse Miguel, entre uma garfada e outra.

–Essa Laura é sua namorada ou sua dona? – brincou Michele. Sara riu, mas Miguel fez cara de emburrado.

Após o jantar, Michele foi dar mais uma volta na praia, mas encontrou o Renato e a Safira conversando.

–Este lugar é lindo, não? – comentava Safira, olhando pela janela do quarto. – Na Europa, existem praias lindas, mas igual ao Brasil, não existe… – e olhou para a cara dele, que parecia pensativo. – o que houve?

–Nada, só estava pensando… Naquela hora, eu tentei te beijar, mas você fugiu de mim.

–Era você? Ah… Tive medo de ser alguém que tivesse errado.

–Quem seria? Estávamos em um canto, o Lion e o Alex não beijaram ninguém, a Michele e o Fernando acabaram se beijando por acidente… Só restou a mim.

–Não sei… Não acho legal essa brincadeira.

–Ou não queria me beijar?

–Renato…

–Safira, você sabe que sempre te admirei. Mas, além disso, você é meu grande amor. Eu quero você.

E a beijou. Porém, Safira se afastou.

–Não estou bem esta noite… Vá para seu quarto, por favor.

Então Michele entrou no primeiro quarto que vira, que por sorte estava vazio. Algum tempo saiu do quarto, e notou que ele havia saído do navio. Deu um tempo e foi atrás dele.

Ele estava em um canto isolado da praia, olhando as ondas.

–Posso? – Ela chegou perguntando.

–Hã? Oi Michele… Pode sim, sente-se.

–O que faz aqui tão tarde? – ela disse, após se sentar ao lado dele.

–Olhando as ondas. Não costumo dormir muito. E a senhorita?

–Entendi… Bom, também não estou com sono, posso te fazer um pouco de companhia.

–A vontade. Já está aqui mesmo, seria falta de educação dizer que não pode ficar.

Michele sorriu. Eles ficaram olhando pras ondas, por um tempo.

–Você viu a minha conversa com a Safira, não é? – ele disse a ela, querendo quebrar o gelo. Michele se assustou com a pergunta; achou que ele não tivesse percebido.

–Você me viu?

–Sim, vi quando entrava no quarto. Enfim, nem tudo é como queremos, não é verdade? – e suspirou.

–Sim… Está me vindo um sono, vou voltar para meu quarto.

–Ok, vai lá…

E Michele se foi. Quando Renato se levantou para voltar ao navio, encontrou a pulseira dela, que havia caido na areia. Notando que era dela, pegou e guardou.