Three dark brothers escrita por Pão da Paz, Angels


Capítulo 20
Em um horrível conto de fadas


Notas iniciais do capítulo

Eu lutei com réguas e espadas afiadíssimas chamadas "vento", fui acusada de louca, mas ganhei. GANHEIIII!!!!! Por isso estou postando o capítulo agora. Meus ferimentos não tinham cicatrizado, mas agora eles cicatrizaram. LAURA! EU LHE DESAFIO NOVAMENTE!
(Enjoy



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Alexi

Acordei amarrada em uma cadeira e com uma mordaça na boca. Senti uma vontade incrivelmente irônica de rir. Um dia você caça, no outro é caçado. Um dia você procura, e no outro foge.

Vamos resumir a história de Joey: Ele era meu namorado e de repente sumiu. Procurei por ele, por anos e anos, mas nada foi achado. Nem sequer magia funcionou. Quando ele finalmente foi encontrado, o encontraram embaixo de um trem. Morto. Foi então que comecei a viver minha vida e sentir alguém me seguindo. Uma vez olhei para trás e o vi, mas ele simplesmente sumiu. Em um outro dia, não muito longe daquele, ele me ferrou. Literalmente, ele chegou na minha casa falando que eu tinha fodido com a vida dele e que um dia ainda teria sua vingança. Naquele mesmo dia acordei na cama, e fui levada a pensar que tudo não passava de um pesadelo.

É o que tudo parece agora. Um simples pesadelo.

Não consigo enxergar nada, então não sei se tem algo tampando meus olhos, se fiquei cega de algum jeito, ou se estou apenas em um local escuro.

Também não escuto nada. Não escuto pneus, não escuto buzinas, passarinhos, gritos, ou qualquer outra coisa que Nova Iorque possui. Talvez tenha ficado surda também.

Abro minha boca e grito, mas o silêncio continua reinando. Não escuto minha própria voz, não vejo minhas mãos. Estou simplesmente indefesa.

Uma pequena claridade entra pelo canto direito da minha visão, indicando que eu não estou cega. Olho para o ponto de luz latejando no chão e estremeço

Um simples pesadelo.

Joey está apoiado na soleira da porta. Ele mexe os lábios, só que eu não escuto. Tento ler seus lábios, mas é como se fosse impossível.

De repente, me sinto cair. Minhas costas batem em uma pedra e eu emito um arfar de dor. Minha respiração está tão pesada que sinto vontade de simplesmente parar de respirar. Água entra nos meus pulmões, e como se fosse mágica, estou me afogando. Quero minha respiração de volta.

Uma mão se estende em minha direção, e eu a pego e me permito ser puxada. Enquanto saio da água, fecho os olhos e vejo meu corpo sentado em uma cadeira, com uma mordaça na boca e os pulsos amarrados para trás.

–A senhorita está bem? –a voz ecoa longe, mas mesmo assim abro os olhos. Minha visão está retorcida, então tudo que consigo ver é um homem com roupas de época e uma carruagem atrás, puxada por fortes cavalos brancos.

Tento respirar, botar a água pra fora. Entretanto, todos os meus pulmões parecem estar cheios de poeira.

–Onde... –tusso, minha garganta arranha –Onde eu estou?

–Está em Itakura, senhorita –fecho os olhos e paro de tentar estabelecer minha visão ou minha respiração –Senhorita?

Deixo-me levar pela tontura e saboreio quando tudo o que consigo sentir são meus olhos fechados. Escuto a voz do homem pela última vez.

Não, isso não é um pesadelo.

Isso é extremamente real.

***

A superfície embaixo de mim é macia. Muito macia. Quase me sinto nas nuvens.

Sinto algo úmido na minha testa, mas me recuso a abrir os olhos. Está tudo muito bom, tão bom que é como se eu pudesse voltar pra casa a qualquer momento.

Casa

Levanto-me rapidamente, tirando a mão que segurava o pano da minha testa. A mulher se assusta.

–Senhorita? –olho em volta.

Os móveis vitorianos me fazem querer chorar, e o quadro do outro lado da sala da um ar de despreocupação. Que é algo que eu não estou atualmente. Saio da cama e vou até o espelho do outro lado da sala. A camisola de flanela está perfeitamente passada e meu cabelo perfeitamente escovado. Um arrepio sobe pela minha espinha.

–Senhorita, por favor...

–Onde eu estou?

–A senhorita está no castelo de Itakura.

–Porque estou aqui?

–Senhora, queira se sentar, por favor...

–Porque eu estou aqui? –repeti

–A senhorita estava se afogando. O príncipe a salvou –engasguei com a palavra

–Príncipe? –me sentei na cama –Ah Deus. Não, não, não, não. –balancei a cabeça. –Droga.

–Senhorita! –reprendeu a mulher

–Desculpe, mas estou fora da época, fora da minha cidade e fora do meu mundo –ela me encarou de forma estranha. –Eu simplesmente não lembro como vim parar aqui –esclareci. Ela arregalou levemente os olhos e se levantou quase que imediatamente.

–Meu nome é Meredith. Serei sua criada durante a estadia no castelo –ela se curvou

–Por favor, levante-se. –ela se levantou e sorriu um tanto sem graça

–A senhorita deseja algo?

–A senhora poderia me falar onde fica a biblioteca? –ela arqueou ambas as sobrancelhas, um tanto surpresa.

–Oh! Vamos, eu lhe ajudo a se arrumar e então lhe mostro.

Ela me arrumou completamente. Perguntei onde estava minha roupa, a que eu estava vestindo quando me trouxeram pra cá. Ela falou que a roupa fora para o lixo, pois era considerada desrespeitosa. Aquilo me doeu no peito. Tudo tinha sido muito caro.

Entretanto, meu colar continuava no pescoço. Pelo o que Meredith disse, eu pedi para mantê-lo no meu pescoço enquanto ainda estava de olhos fechados.

–Meredith, talvez eu tenha uma pergunta. Poderia me responder?

–Claro, senhorita

–Porque me trouxeram para cá?

–A senhorita estava se afogando

–Poderiam ter me deixado na cidade –ela ponderou.

–O príncipe adquiriu... Afinidade pela sua aparência, senhorita. –Parabéns, Alexi. Se você fosse feia nada disso teria acontecido.

Suspirei e resolvi apelar para o outro lado da história. O lado em que me envolvia por completo

–Meredith, eu tenho um nome.

–Perdão, senhorita, mas pouca coisa me foi dito sobre a senhorita.

–Alexi. Meu nome é Alexi. E eu iria ficar muito agradecida se parasse de me chamar de senhorita

–Perdão, senhorita Alexi. –ela emitiu um pequeno risinho, o que me fez também dar um pequeno sorriso. –Pronto. A senhorita está linda.

Caminhei até o espelho e observei meu reflexo. Não, eu não estava. Eu estava algo acima de linda. Meredith sabia fazer milagres. Só queria que ela soubesse fazer eu voltar para minha casa. Talvez para o meu maldito mundo.

Dylan. Eu realmente nunca pensei que fosse sentir falta do Dylan, mas ele disse que iria lá pra casa. Fico pensando como ele vai reagir quando encontrar minha casa revirada. Isso se ele for até minha casa.

Suspirei pesadamente enquanto olhava para o vestido bege no meu corpo. Eu só queria minha bendita casa, com minha irmã.

–Senhorita Alexi, está bem?

–Eu quero voltar pra casa, Meredith. Não faço a mínima ideia de como vim parar aqui.

–Vamos a biblioteca, hm? –disse ela, pondo a mão em meu ombro e olhando solidariamente para mim –Depois ao café da manhã. Quem sabe não fica melhor depois que comer alguma coisa?

–Obrigada,Meredith. Mas acho que por agora, prefiro apenas a biblioteca –ela sorriu fracamente.

***

Passei por todas as prateleiras da enorme biblioteca do enorme castelo. Achei apenas três livros sobre o que eu queria saber: A história de Itakura, Lendas, e claro, Universo. Pra mim, que era uma bruxa, tudo tinha a ver com universo.

Não vi ninguém do caminho do meu quarto até aqui. Apenas quadros e tapetes. Janelas gigantescas estavam espalhadas por todo o castelo pelo que me parecia. Na biblioteca, por exemplo, havia uma parede que era praticamente feita de vidro.

Bom, resumindo: O livro “A história de Itakura”, não falava nada de interessante, a não ser sobre a família real e sua linhagem. O livro “lendas” voltou para o quarto junto comigo, pois tinha uma leve menção de Morgan Li. Ou como o livro dizia: “A esposa do Diabo”. Universo, como eu esperava, não disse nada além sobre o que todos os mundos (exceto é claro, do mundo negro e o branco) diziam em livros sobre este tipo.

Mesmo contra a minha vontade, fui para o café da manhã. Já havia trocado de vestido e deixado o livro no quarto. Meredith fizera um coque e deixara alguns fios soltos. É claro, ela também me disse o que fazer quando encontrar a família real.

Entrei na sala de jantar e senti os olhares de todos em mim. Ela era enorme, com uma mesa enorme e criados e serviçais espalhados pelo salão. Quando avistei o rei e a rainha (estavam com coroas na cabeça) senti-me não em um conto de fadas, mas em um pesadelo novamente.

–Vossa Alteza –curvei-me levemente, indicando que era alguém civilizada. O rei sorriu. Deus, eu preciso sair daqui. –Meu nome é Alexi. Agradeço por me deixarem ficar hospedada por alguns poucos dias aqui.

–O prazer é nosso –respondeu o príncipe. Sua voz era aveludada.

O príncipe tinha cabelos loiros muito claros e olhos escuros. Era bonito, mas de uma forma perturbadora. O contraste parecia hipnotizar. Trajava roupas de príncipe, um uniforme estranho cheio de botões.

A rainha, que possuía cabelos claros e olhos do mesmo tom, sorriu e ofereceu uma cadeira, dizendo as seguintes palavras:

–Junte-se ao nosso café da manhã. –seus dentes perfeitamente brancos brilharam, reluzindo o vestido dourado. –É sempre bem-vinda em nossa mesa.

Um homem andou até uma das cadeiras e a arrastou para trás. Sentei-me e ele empurrou para frente. Agradeci á ele em tom baixo, como Meredith falara pra fazer

–Obrigada –disse desta vez alto, pois o agradecimento era direcionado para a rainha.

Comi em silêncio, escutando a conversa deles. Suas vozes eram tranquilas e calmas, e falavam sobre duas garotas que foram pegas fazendo magia negra na cidade. Uma possuía cabelos ruivos, e a outra não foi descrita.

–Ela usava um colar parecido com o seu –comentou o príncipe. Olhei para ele e toquei o colar discretamente.

–Eu não tenho ideia do por que. Não é o tipo de joia que se vende pela cidade –respondi calmamente, com a mão ainda no colar, e como se conhecesse cada viela da cidade como a palma de minha mão.

–Alguém deve ter o visto e falsificado –sugeriu a rainha –Isso acontece a toda hora com as minhas –completou tocando o brinco.

–É –concordou o príncipe, com o olhar na minha direção. Corei e abaixei o olhar para a minha comida –Deve ser.

–De qualquer jeito –disse o rei, encerrando o assunto sobre a suposta falsificação da joia –elas serão punidas apenas daqui á um mês.

–Por que? –perguntou o príncipe.

O rei disse algo no ouvido dele. A rainha ofereceu um sorriso para mim. O rei pediu licença e levantou, acompanhado da rainha que fez o mesmo processo.

–Oh, já ia esquecendo-me. Meu nome é Kimberly, e o do meu marido é Hector. –disse a rainha um pouco antes de sair –Um verdadeiro prazer –comentou.

O príncipe ficou. Voltei a comer calmamente, tentando de todas as formas possíveis ignorar a presença dele, mas se era impossível com aquela aparência. O contraste. Totalmente hipnotizante.

–Meu nome é Ethan –disse ele. O olhei. Ele estava de cabeça baixa, olhando para a comida –É um prazer, Alexi.

–O prazer é todo meu, senhor.

–Não me chame de senhor

–Desculpe-me...

–Me chame de Ethan, apenas Ethan.

–Desculpe-me, Ethan. –completei. Ele sorriu, deixando sua aparência ainda mais hipnotizante.

–Está desculpada, Alexi. –não consegui conter, então retribui o sorriso –Será uma honra tê-la aqui. -ele estabilizou a voz e voltou a ficar sério -Então... já se lembrou de algo?

–Só me lembro de água -e do meu corpo amordaçado e amarrado em uma cadeira, enquanto meu ex-namorado sorria para mim, completei mentalmente. -E de uma mão sendo estendida a mim.

–Meredith comentou com uma das minhas criadas que você foi para a biblioteca logo cedo -ele olhou pra mim, e foi como se seus cabelos muitos claros se tornassem mais claros ainda e seus olhos escuros se tornassem ainda mais escuros. -Por que?

–Ler me acalma -menti -É como um mantra. Concentre-se na história, não nos seus problemas. -ele deu um leve sorriso

–Ela parecia feliz. Vou ser sincero, muitas criadas recusaram cuidar de você, pois pensaram que você era metida. Agora, de uma hora para a outra, elas querem ser escaladas.

–Estou feliz com Meredith -comentei

–Não acha estranho? -perguntou ele. Ele estava falando quase que normalmente agora, se não fosse pela cautela

–O que?

–Que eu fale com minhas criadas -neguei levemente e franzi levemente o cenho

–Por que acharia? -ele sorriu

–Você é realmente nova nisso, não?

Antes que eu pudesse responder, um guarda rompeu na sala.

–Com sua licença, Vossa Alteza -ele apenas balançou a cabeça -Um acidente ocorreu em uma das masmorras. -ele arqueou as sobrancelhas

–Acidente?

–Morgana -respondeu o guarda. O príncipe se levantou imediatamente

–Meu pai já foi avisado?

–Sim, Vossa Alteza. Ele mesmo me pediu para lhe chamar -o príncipe acenou com a cabeça, dispensando o guarda. O mesmo fez uma leve reverência apressada e andou rapidamente para a saída

–Com sua licença, Alexi -acenei com a cabeça, copiando seu movimento. O príncipe saiu da sala andando apressadamente

Foi só depois de minutos que eu finalmente percebi o que havia acontecido.

Morgan Li estava em Itakura. E estava causando problemas.


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Notas finais do capítulo

WWOOOIINNN, TIIIINNNN, VOCÊ NUNCA CONSEGUIRÁ ME VENCER, FSSSSSSSSSS
(desculpem, tomei muito toddynho e virei radical (?))
(Espero que tenham gostado, loves



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