–Vovó alguém já ousou ultrapassar a tal 'barreira' entre os mundos?

–Claro! Luna uma antiga amiga minha foi jogada lá pelo marido após ser pega na cama com o padeiro.

–O que aconteceu com Luna?

–Se explodiu em mil pedacinhos como uma poção quando desfeita.

***

Samantha.

Minha cabeça começou a doer como se um martelo martelasse minha nuca a cada segundo, minha visão ficou borrada, mas depois tudo voltou ao normal.

–O que?- eu sussurei para mim mesmo.

Olhei para o chão e eu estava mesmo do outro lado do tronco, fiquei com tremula, ergui meu tronco e olhei ao meu redor. O lugar não era como meus parentes haviam descrito , sempre pensei que era um lugar vazio e escuro, onde a luz nunca estava presente, mas não.

Estava a noite, mas havia uma linda luz que vinha do céu, era brilhante como um diamante, havia um gramado verde que brilhava a ser refletido pela lua, e ao fundo haviam casas que ecoavam musicas animadas feitas com violões e trecos musicais quais o povo fabricava pelas próprias mãos.

Não pensei duas vezes antes de começar a caminhar para a luz, a musica e a felicidade do povo. Coloquei meu anel no dedo e corri para o cumulo de casas.

Fiquei observando a dança maluca das pessoas por trás dos arbustos, os olhos brilhando, a boca aberta de orelha a orelha, tudo parecia tão perfeito! Não que lá onde eu viva são todos tristes, mas são muitos direitos, as danças iguais, as pessoas sorrindo por educação, e a musica animado, mas não trabalhada (No sentindo feita, essas musicas pareciam bem feitas, lá pareciam boas, mas não tão suadas).

Então a musica começou a chegar ecoada em meu ouvido, e as pessoas pareciam traços de luz, meus olhos estavam a um milímetro de se fechar, mas eu tentei agüentá-los, mas era uma tarefa difícil, meus olhos se fecharam devagar como uma porta velha.

***

–Ela parece estar respirando

–Ela não parece ser daqui!

–Quando acordar o que faremos?

–Há levaremos para casa!

–O.k

–E – sussurrei tentando me sentar.

–O que...- um rapaz olhou em minha direção e logo veio me acudir – A garota!

–Ai ! – gritou uma senhora, fazendo que eu me assusta-se.

–Calma Dora! – o garoto me ajudou-me a sentar.

–Vamos levá-la venha rápido!

–DORA – gritou o garoto.

–Mas ela já acordou – disse a mulher com uma cara de brava.

Dora começou a vasculhar uns potes que estavam em cima de uma bancada na parede em frente, eu estava em uma cama dura, mas estava quentinha.

–Eu me chamo...- por um momento um branco tomou conta da minha mente, Ram...Não Sam! Samantha –Sa...- não podia dizer meu nome verdadeiro eles são negros eu branca isso irá dar treta!- Samara!

–Prazer Samara, meu nome é Theo e essa é Dora – ele me cumprimentou.

–Prazer Theo e Dora! Quanto tempo eu...

–Achamos você jogada atrás de um arbusto e trouxemos para cá...Ficou 2 horas dormindo...

–Nossa! – me levantei rapidamente e então tudo começou a girar novamente e fiquei tonta, droga!

–Pra uma pessoa que acabou de acordar de um desmaio se levantar desse jeito é um perigo – disse Theo.

–Eu percebi – me sentei novamente.

Theo foi para outro cômodo, havia uma duas portas no quarto, encarei as parede rachadas do lugar e depois os cômodos como os potes com possíveis poções.

–Aqui! – Theo me entregou um copo com água verde dentro, o cheiro era delicioso, mas eu não podia, eu estava em outro mundo e beber aqui podia trazer reações.

–Não, obrigado – sorri.

–Beba logo...

O encarei e Theo fez uma cara engraçada, depois de rir um pouco segurei o copo espinhoso de madeira e avancei o copo para a boca, após o liquido tocar minha língua algo bom veio fazendo efeito, era uma delicia, engoli tudo rapidamente.

–Você esta bem?- perguntou Dora

–Mas bem que nunca! – soltei uma gargalhada.

Theo e Dora se entreolharam.

–Esta se sentindo bem mesmo?

–Como ovo mexido em pão – eu disse.

Observei Dora que sussurrou:

–Cruz Credo!

–Você mora aonde Samara? – Theo disse se sentando ao meu lado.

–Na minha casa ué

–Em que lugar daqui fica a sua casa?

–Não fica aqui!

–Então fica aonde?

–Na cidade

Dora e Theo se olharam com uma cara de espanto, a boca de ambos estava um tanto aberta e os olhos pareciam que iam pular para fora.

–Não é bruxa? – disse Dora se aproximando.

–DÃ – olhei para cara deles que se olharam novamente-, sou né.

–Ata, agora desembucha onde ce mora?

–JÁ DISSE NA MINHA CASA CACETE – falei irritada.

–O que tinha na bebida dela?

–Poção para dor nível 1

–Parece que deu outro efeito...

–Você acha? – falou Theo ironicamente.

–Vamos para a cidade!

–Isso ai – fiz um sinal com o braço esticado para o alto com o punho fechado.

–E você não vai abrir o bico...

–Você ta vendo algum papagaio pra abrir o bico?

–Xiu – disse Dora –Bilelcurlel al tuupváalválel váal lu

Fiquei tonta, tudo começou a ficar verde, de repente o cenário de quarto velho e podre mudou para uma rua movimentada.

– o que?- eu disse agora minha cabeça latejava novamente.

–A Samara esta normal agora? – disse Dora.

–Nunca estive diferente...

–Abre o jogo! Você é não é negra é?

–E você não é bruxa é?

–Calma garotas – disse Theo ficando entre Dora e eu.

–Ela desfez uma lei...- disse Dora

–Esse feitiço não existe! – eu retruquei.

–Ambos estávamos no lugar errado – disse Theo.

–Ah então admite! – eu falei com um sorrisinho.

–Admito eai? – disse Theo.

–Se é assim eu sou uma branca! – falo cuspindo as palavras como um doce amargo.

Um aperto cobre meu coração, é difícil acreditar eu queria gritar para o mundo, sou uma BRANCA sabe? Uma BRANCA, mas sabe onde eu estava a dois minutos atras? No mundo NEGRO! N-E-G-R-O! O mundo coberto pelas cores mais escuras possíveis, o mundo qual os feitiços são os mais poderosos, ou sujos lá eu estava lá! Penso em como eu sou foda por não ter morrido como todos que se atreveram a passar!

–Não é possível – disse Dora rindo -, apesar da poção não fazer efeito em você não quer dizer que...

–Podemos voltar agora e você vai ver!

–O.k – ela disse.

–NÃO NINGUEM VAI VOLTAR – disse Theo.

–Porque?

–Você ta drogada esqueceu?

–Dane-se – falo e cruzo os braços.- Como adivinhou que sou exatamente daqui?

–Você certamente pensava nesse lugar...Citei sua inicial no feitiço.

–Feiticeiros ate que dão pro gasto...Mas o que queriam com nosso mundo?

–Treta querida, treta! – diz Dora.

Posso ver melhor Dora, ela tem o cabelo encaracolado e preto como carvão, ela usa um batom vermelho sangue e delineador nos olhos, ela é um pouco gordinha, mas nada que atrapalhe seu rosto fofo, ela tem olhos cinzas e uma pele bronzeada, ainda sim chutaria uns 30 anos.

Já Theo e totalmente musculoso, diferente de Simon que contem apenas alguns músculos, mas Theo não é totalmente bombado, ela tem pernas não muito grossas e não chega a ter uma jibóia como braço, ela tem olhos azuis e um cabelo castanho claro quase loiro, ele me lembra a chatinha da Alexi.

–Minha querida o bicho esta pegando no conselho! – diz Dora sorrindo como se amasse aquilo.

– O que? – pergunto ofegante.

–Parece que uma antiga bruxa voltou

–Onde?

–Isso é o que queremos saber...Feiticeiros não tem o que fazer da vida minha querida Samara, então buscamos fofoca em outros mundos!

–Treta... – solto um sorriso assassino

***

Dora e Theo ficam em um hotel, eu fui para casa, já estava em um fim de tarde e eu estava cansada apesar de ter dormido bastante, a porta estava aberta.

–Samantha?- diz Simon.

Todas nossas sacolas estavam na sala e isso me deu um alivio.

–Simon?- digo de brincadeira.

–Onde estava?

–Onde você estava!?

–Preciso voltar...

–O...

–O conselho esta atrás de mim!

Fico chocada então percebo que perderei Simon para sempre.

–É um adeus?

–Adeus não duram para sempre – então nos calamos.