The Dealer's Daughter. Once Upon a Time. escrita por Clara Gomes


Capítulo 13
Capítulo 13.




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– Nós precisamos conversar. - indagou Tom seriamente.

– Não, nós não precisamos - rebateu Clear hostilmente - Você mandou eu ir embora, e fim. Não tem mais volta.

– Quando você decidir me ouvir, me procure. - respondeu já irritado o garoto. Tudo o que ele queria era se redimir com ela, mesmo se fosse só para serem amigos, já era o suficiente para ele. Clear estava magoada, mas seria impossível que ela o perdoasse? Será que ela não o amava mais?

Tom sentou-se em uma mesa sozinho, enquanto Clear e Emma sentaram-se no balcão.

– Eu poderia saber o que foi isso? - perguntou Emma após fazerem seus pedidos.

– Eu e o Tom terminamos. Apenas.

– Terminaram? Mas vocês não são...

– Irmãos? Na verdade, não. É uma longa história.

A conversa entre as duas foi interrompida por Ruby, que pousou duas canecas de chocolate quente e o vidro de canela na frente das duas.

– Obrigada. - agradeceram.

– Eu estou disposta a ouvir esta história. - afirmou a loira dando um gole em seu chocolate quente, agora cheio de canela.

A adolescente respirou fundo e começou.

– Minha mãe, Belle, e eu moramos vários anos no castelo do meu pai, Rumplestiltskin. Mas um dia meu pai nos expulsou de lá, e nós fomos morar na taverna dos anões. Até quando a Rainha Má, Regina, capturou minha mãe e a prendeu numa torre. Eu consegui fugir, mas me perdi e acho até que fiquei inconsciente na floresta, pois depois de correr pelo meio das árvores, só me lembro de acordar na casa de Tom. Ele e a família dele me acolheram por um bom tempo, até a maldição ser lançada. Deve ser por isso que nós viemos como uma família. Eu sempre soube que era adotada, mas eu sempre vi ele como um irmão. Mas a maldição foi quebrada, e nós nos lembramos que, na verdade, nós... tínhamos algo a mais. Até que ele descobriu quem é meu verdadeiro pai.

– Ele terminou com você por causa do seu pai...?

– Foi muito pior do que isso, ele me expulsou da casa dele.

– Você deveria deixá-lo se explicar. Todos cometemos erros, e todos merecem uma segunda chance.

Clear ficou pensativa. Ele cometeu um grande erro, mas merecia ser perdoado. Ela o amava, e quem ama perdoa, certo?

– Obrigada. - indagou Clear colocando dinheiro equivalente ao preço do chocolate quente sobre o balcão e levantando-se - pode ficar com meu chocolate quente se quiser.

Ao virar-se, notou que seu garoto havia desaparecido do restaurante. Partiu rapidamente para fora do estabelecimento e encontrou Tom caminhando lentamente até sua picape.

– Tom espere! - berrou e correu até ele.

Agarrou o colarinho de sua jaqueta e pressionou suas costas contra o veículo, que se encontrava a alguns centímetros do jovem. Olhou por uma fração de segundos nos olhos azuis dele e teve certeza do que estava fazendo. Sem pensar duas vezes, atracou seus lábios nos do garoto, que correspondeu o beijo, agarrando a cintura da menina e puxando-a para mais perto de si. Foi um longo beijo, apaixonado e faminto, como se não se vissem há séculos.

Quando pararam encostaram suas testas uma na outra, ofegantes. Ao retomarem o fôlego, Clear afastou o rosto do dele, mas Tom ainda manteve seus braços firmemente em volta da adolescente, mantendo seus corpos colados. Ele não queria deixá-la ir nunca mais.

– Sinto muito por ter sido hostil àquela hora... - começou a quase ruiva.

– E eu sinto muito por ter te tratado daquele jeito ontem. Não importa se seu pai é a pior pessoa do mundo, eu te amo mesmo assim, e tenho certeza que não seguirá o mesmo caminho de seu pai.

– Podemos recomeçar?

– Claro. Que tal recomeçarmos com um jantar hoje, aqui no Granny's, às 20:00?

– Tom Dobbey está me chamando para sair? - ironizou a garota.

– Te pego às oito. - confirmou o menino pressionando seus lábios contra os da garota rapidamente e sontando-a de seus braços.

–-

– Mãe, tenho um encontro! - exclamou Clear ao encontrar sua mãe parada na frente de seu guarda-roupa, admirando as roupas que ele continha - UAU! - gritou ao visualizar o que a mãe olhava.

– Sério?! - perguntou Belle abrindo um grande sorriso e abraçando sua filha, que continuou encarando o guarda-roupa da mãe, boquiaberta - Tom é o felizardo, por acaso?

– Sim! Nós voltamos!

– Você e o pivete voltaram?! - contestou Gold incrédulo, surgindo no cômodo.

– Por quê, o papai vai me proibir de namorar? - retrucou ironicamente.

– Eu só fico impressionado como você é capaz de perdoar um tolo como ele em menos de 24 horas. Mas, se é o que você quer, seja feliz.

O homem deixou as duas sozinhas novamente.

– E-eu meio que tenho um encontro hoje também. - indagou Belle ao ver-se sozinha com a filha.

– O-o quê?! Você e o papai vão sair hoje?! - questionou Clear.

– Sim, vamos jantar no Granny's às 20:00 hoje.

– Não pode ser!

– Prometo convencer seu pai a deixá-los em paz!

– Ainda é ruim, mas vamos lá né!

– Pelo menos, poderemos nos arrumar juntas!

– Seria adorável!

–-

O relógio sobre a penteadeira de Clear marcava 19:50. Ela admirava seu reflexo no pequeno espelho do móvel. Seus cabelos estavam artificialmente cacheados, e pousavam em seus ombros com perfeição. Usava uma leve maquiagem brilhosa, e um gloss cor-de-rosa lhe cobria os lábios carnudos.

Decidiu levantar-se para dar mais uma olhada em seu vestido. Era todo cheio de pedrinhas brilhantes na parte superior, contendo, logo abaixo, uma faixa de cetim azul como o vestido, e sua saia era plissada, caindo delicadamente sobre suas coxas, terminando um palmo acima do joelho. Nos pés usava um sapato de salto 15 cm azul como o vestido, modelo boneca, possuindo um laço de pedrinhas brilhantes atrás.

Do lado de fora Tom estacionava o carro em frente à mansão. Deu uma olhada na enorme construção, que fazia sua casa parecer uma casinha de brinquedo. Caminhou rapidamente até a porta da frente e tocou a campainha. Olhou para baixo dando mais uma checada no visual. Vestia um blazer preto, com uma camisa branca por baixo e uma gravata slim negra pendurada no pescoço. Na parte de baixo, calça social e um reluzente sapato preto. Simplesmente clássico, mas lindo.

De repente foi surpreendido por Rumplestiltskin, que abriu a porta à sua frente.

– Entre, ela já vai descer. - indagou o homem dando espaço para o garoto entrar.

O interior do imóvel surpreendeu ainda mais o rapaz. Mas antes que pudesse analisar cada centímetro do cômodo, seu "sogro" interrompeu seus pensamentos.

– Sente-se - convidou o Senhor das Trevas, sentando-se em um sofá na frente de seu "genro" - Eu gostaria de fazer um acordo.

– U-um acordo?! - perguntou Tom começando a se assustar.

– Não sei se você sabe, mas Clear nasceu com um grande poder - começou Gold - Ela possui magia das trevas, como a minha, mas não é capaz de usá-la porque precisa de um incentivo.

– E...?

– Digamos que eu deixarei esse "relacionamentozinho" de vocês acontecer sem interferir, se você incentivá-la a usar magia. Se você não incentivá-la por bem, eu te usarei para incentivá-la por mal. Compreendido?

– S-sim.

– Temos um acordo? - perguntou esticando a mão na direção do adolescente.

– T-temos. - respondeu apertando a mão do homem.

De repente os dois foram surpreendidos por mãe e filha descendo as escadas. As duas figuras do sexo masculino levantaram-se rapidamente para receberem suas amadas.

Belle usava um vestido amarelo de rendas, e parecia radiante, enquanto Clear parecia envergonhada.

– Você está maravilhosa. - afirmou Tom, logo que a garota se aproximara dele.

– Obrigada. - respondeu a menina corando.

– Nós deveríamos ir.

– Claro - concordou a adolescente - Já vão também? - perguntou virando-se para seus pais.

– Partiremos daqui a pouco - respondeu Gold.

Clear assentiu e, acompanhada de seu namorado, saíram da mansão e foram até o Granny's no carro de Tom.

Ao chegarem lá se depararam com o mesmo de sempre: os 7 anões bebiam no balcão e algumas pessoas jantavam sozinhas ou acompanhadas. Os dois caminharam de braços dados até uma mesa vazia, e a garota detectou Emma entre todos que estavam no restaurante, sentada em uma mesa junta a Mary Margareth, David e Henry. A loira sorriu e acenou de leve, e a adolescente fez o mesmo.

– Vejo que está fazendo amizade com Emma Swan. - indagou o rapaz puxando a cadeira para que sua namorada sentasse.

– Ela é uma ótima pessoa. - respondeu a jovem sentando-se e sorrindo de maneira grata.

O rapaz mal sentou e Ruby já se aproximou da mesa para pegar os pedidos.

– Eu vou querer lasanha de quatro queijos. - afirmou a garota.

– Hmm, e eu vou querer torta de frango. - disse o rapaz.

– E para beber? - perguntou Chapeuzinho.

– Uma garrafa de champanhe, se é que me entende. - completou Tom dando uma piscadela para a garçonete, que riu-se e assentiu.

– Ficará pronto em alguns minutos.

Quando deixados sozinhos, Clear observou que seus pais entravam no estabelecimento.

– Eles chegaram.

– Deixe eles se divertirem no encontro deles, e aproveite o nosso. - assinalou Tom, pegando a mão da adolescente que estava sobre a mesa. Agora conte-me o que fez nessas menos de 24 horas que ficamos separados.

Clear sorriu e contou a ele tudo o que acontecera na noite anterior, deixando o garoto boquiaberto, enquanto sua mãe experimentava pela primeira vez um hambúrguer com batatas fritas.

Os casais consumiram seus pedidos e conversaram até tarde. Quando Tom deixou Clear em casa, seus pais já haviam retornado fazia um bom tempo.

– Então é isso... boa noite. - disse o rapaz ao estacionar sua picape na frente da mansão.

– Eu adorei esta noite, e acho que deveríamos sair mais vezes. - afirmou Clear.

Os dois ficaram em silêncio por longos segundos, até que Tom decidiu tomar uma iniciativa. Colocou delicadamente uma mão no rosto de Clear, virando-o para si, e pousou suavemente seus lábios nos dela. A adolescente correspondeu, agarrando a nuca de seu namorado e acariciando seus cabelos com seus dedos. Quando se separaram, encostaram suas testas uma na outra como fizeram mais cedo.

– Boa noite - despediu-se a menina mordendo o lábio inferior e abrindo a porta do carro.

Ao caminhar pelo jardim da casa, reparou que a luz do porão estava acesa, e decidiu ver o que era. Ao chegar no local, se deparou com seu pai produzindo algo com magia.

– O que está fazendo?! - perguntou se aproximando.

– Algo que vai possibilitar que saiamos da cidade sem nos esquecermos de quem somos. - respondeu Rumplestiltskin.

– Para quê...?

– Para encontrarmos seu irmão.


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Notas finais do capítulo

~> P.S.: Bom gente, último capítulo do ano, e eu gostaria de agradecer a todos que leram, aos que favoritaram e aos que comentaram. Vocês tem um lugar especial no meu coração! Quero desejar um feliz 2015, e que todos os seu sonhos se realizem! E muito Once Upon A Time pra nós haha! Vejo vocês ano que vem!