Eu estou no meu quarto me arrumando para ir para meu ultimo dia de aula (graças a deus) eu estou bastante animada para isso tudo acabar logo.

- Vamos sua chata não podemos chegar atrasada no ultimo dia de aula!

Disse minha melhor amiga Ester.

- Já estou indo apressadinha.

- Estou te esperando lá em baixo.

Terminei de me arrumar eu estava descendo as escadas quando uma luz forte me cegou e eu quase cai da escada. Quando meus olhos voltaram a o normal vi minha mãe com uma câmera na mão.

- Poxa mãe quer me deixar cega!?

- Desculpa filha, mas hoje é seu ultimo dia de aula eu tenho registrar esse momento.

- Tá bom, só toma cuidado com esse flash.

- Pode deixar.

Minha mãe sempre foi maníaca por fotografia, ela sempre anda com uma máquina fotográfica na bolsa, e eu nunca entendi por que, mas ela sempre diz ‘’ As coisas mais incríveis acontecem quando não estamos esperando’’. Minha e tão neurótica com fotos que ela tem cento e cinquenta álbuns de fotos em casa, acho que ela tem até mais. Ainda bem que eu moro sozinha.

- Você demora muito para se arrumar sabia? - Disse Ester me puxando pelo braço em direção á porta.

- Sim eu sabia, ouso isso todo dia de você.

- Então por que não toma jeito?

- Por que eu não quero sua chata. - Eu disse caindo na gargalhada.- Tchau mãe!

- Tchau filha! Se cuida!

- Tchau mãe, e não esqueça de fechar a porta quando sair!

- Pode deixar!

Eu e a Ester andamos por um bom tempo, quando finalmente chegamos à escola fomos até a nossa sala. Quando chegamos lá, não tinha ninguém.

- Ué, cadê todo mundo?- Eu disse confusa.

- Será que hoje não tinha aula?

Disse a Ester que parecia mais confusa do que eu.

Comecei a ouvir gritos ‘’ Briga, briga, briga’’ que parecia que estava vindo do pátio.

Eu olhei para Ester.

- Você está ouvindo? – Eu perguntei

- Estou... O que será que está acontecendo?

- Vem, vamos ver! – Eu disse saindo da sala e indo diretamente para o pátio.

Quando chegamos lá parecia que a escola inteira estava ali. Eu fui empurrando algumas pessoas para poder chegar mais perto. Quando cheguei a o centro do círculo eu vi... Uma menina que eu nunca tinha visto antes sendo segurada pela gola da camisa pela Roberta ‘’ a valentona’’ ela está dando socos no rosto da menina. Eu não aguentava mais ficar assistindo ela batendo naquela menina eu tinha que fazer alguma coisa!

Sem pensar duas vezes entrei no círculo.

- Já chega Roberta! – Todos me olharam com surpresa.

- Olha quem está aqui! A nerd! – Ela deu uma risada.

- Solta ela! Se não!

-Se não o que você vai fazer? O meu trabalho de matemática? Há, há , há! Que ridícula!

- Você não precisame defender – Disse a menina- Vai acabar se machucando por minha causa.

Ela está toda ensanguentada, o rosto tão inchado que não conseguia mais abrir os olhos.

- Não se preocupe comigo. – Eu disse com um leve sorriso no rosto para tentar acalmar a menina.

- Ai que bonitinho. -Disse ela fazendo uma voz irritante. - São amiguinhas agora? Muito emocionante!

- O que ela fez para você estar fazendo isso?

- Essa idiota esbarrou em mim!- Roberta disse apontando para a garota no chão.

- Só por isso? Você é uma imbecil mesmo!

- Você que é sua idiota!

- Posso até ser idiota, mas pelo menos não sou uma patricinha porradeira que tem pais que á odeia. Tendo somente como companhias amigas falsas e mentirosas. E que precisa humilhar e bater-nos outros para se sentir superior. Prefiro ser idiota a acordar todos os dias sabendo que minha vida é um lixo, sabendo que meus pais não me amam, sabendo que todas as noites quando vou dormir, vou dormir chorando. Eu prefiro ser idiota... Do que ser você!

Todo mundo ficou em silencio me encarando uns com cara de surpresa e outros rindo da cara da Roberta.

-Como você... – Ela disse falando devagar e eu pude perceber que ela estava com lágrimas nos olhos, eu quase senti pena dela, quase. - Sua maldita você não sabe nada da minha vida! Como ousa falar assim. –Ela disse vindo em minha direção e tentando me acertar com um soco, mas eu desviei e acertei um soco na cara dela tão forte que ela caiu no chão. A galera foi á loucura! Todos estavam gritando.

Eu fui em direção à menina e a ajudei a levantar.

- Você está bem?

- Estou... Obrigada!

- De nada.

- Cuidado!- Disse a menina, mas já era tarde a Roberta já tinha me pegado pela camisa e me jogado no chão com força eu bati a cabeça, mas na hora não senti nada.

- Sua maldita! Eu vou matar você!

- Me matar não vai fazer seus pais te amarem, ao contrario só vai fazer eles te odiarem mais. – Eu disse me levantando do chão. Eu tenho que admitir que eu esteja me sentindo um pouco mal por falar aquilo, mas ela merece!

- Cala a boca! – Ela disse tentando me dar outro soco, mas eu desviei por trás dela e dei um chute nas suas costas. Ela quase caiu, mas conseguiu se equilibrar.

- Por quê eles te odeiam?

- Você... Você não de nada! – Ela disse caindo de joelhos e chorando. – Eu não sei por que eles me odeiam! Eu não fiz nada pra eles, nada! – Ela disse entre soluços.

Eu andei em direção a ela e me ajoelhei ao lado dela.

- Você tem que conversar com seus pais. Fazer coisas juntos, você não pode mais ficar assim. Você pode dar um jeito e pode também contar comigo, ok?

Ela olhou para mim com seus olhos cheios de lágrimas e me abraçou. Eu fiquei surpresa e pela cara das pessoas elas ficaram ainda mais. Todos estavam de boca aberta, nem eu mesma estava acreditando, a valentona me abraçando? Como?