O Redemoinho em Direção ao Sol escrita por Edge Windsor


Capítulo 2
Capítulo 1: Time 7


Notas iniciais do capítulo

Vamos então ao primeiro capítulo. Um capítulo com grandes surpresas. Surpresas essas que realmente surpreenderão vocês.
Nossa. Quantas supresas.
Mas realmente será um capítulo onde vocês verão muitas peculiaridades. Ressalto que nada é o que aparenta ser.



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- Hunhunhunhunhun! Seu destino se aproxima garoto. Por mais que você tente. Por mais que você fuja, ele te encontrará.

- Você está enganado. Eu vou evitar tudo isso.

- E você acha que um simples humano como você pode fazer algo a respeito? Você não pode mudar o destino.

- Nisso você se engana. Não só posso, como vou. Eu não serei mais um peão nas mãos do destino.

- Hahahaha! Peão? Você não é um peão. Você é mais que isso. Muito mais. Você é o jogador. Você, garoto, é a chave. Nós somos.

- Não! Eu não sou a chave para nada. E quanto a você. Já não somos nós. É eu e você. Não estamos mais juntos.

- Hunhunhun! Nós estamos juntos. Sempre estivemos juntos. Sempre estaremos juntos. Porque você, sou eu. E eu, sou você. Lembre-se disso garoto. Você e eu somos o mesmo ser. Não importa onde nem quando. Nós somos um. E eu sempre estarei aqui pra te ajudar.

- Eu nunca vou precisar da sua ajuda. E mesmo que precise nunca vou aceitá-la.

- Você vai precisar sim. E você vai querê-la também. Não me veja como seu inimigo. Somos parceiros. Irmãos. E quando chegar a hora. Eu o salvarei, mesmo que a contra gosto. Assim, poderá salvar aqueles a quem ama. 

- Tsc.

- Lembre-se. O seu destino está traçado. E o caminho não é nada bonito, mas eu sempre estarei ao seu lado. Mais perto que qualquer um.

- Eu sei que faz isso apenas pra se salvar sua raposa idiota.

- Você se engana muito comigo, Naruto-kun. Mas verá a verdade um dia. Hahahahahahahahahaha!

- Maldito demônio!

 

**************************************************************************

 

Numa terra distante. Em uma floresta de clima mediterrâneo. Onde não se podia esperar encontrar nada além de uma pequena cabana ou hospedaria para acolher um viajante cansado que não conhecesse a região. Onde as árvores centenárias cresciam a uma altura absurdamente grande. Onde por sua copa só se via o azul do céu. Uma enorme muralha se mostrava a distância. Um paredão enorme e que dava a sensação de que ninguém era bem vindo a aquele lugar. Que enxotava qualquer um. Em frente à enorme estrada um portão de igual enormidade se fazia presente. Porém diferente do muro que expulsava as pessoas, o portão estava aberto. Convidativamente. Aceitando alegremente cada um que queira passar por ele.

Uma vila escondida atrás daqueles enormes muros se fazia surgir após o portão. Uma vila imensa, poderosa, feliz e pacífica. O motivo de tanto estava esculpido numa montanha que ficava no centro daquela vila. Nela havia cinco rostos. Cinco pessoas a vigiar aquela que era atualmente a maior vila ninja de todo o mundo shinobi. Konohagakure no Sato.

Os cinco rostos pertenciam a nada menos que os cinco grandes hokages que governaram a vila. O Shodaime, Senju Hashirama. O Nidaime, Senju Tobirama. O Sandaime, Sarutobi Hiruzen. O Yondaime, Namikaze Minato. E a Godaime, Senju Tsunade.

Mais distante do centro da vila. Longe dos olhos protetores dos hokages, ficava o subúrbio de Konoha. Onde num apartamento pequeno e completamente bagunçado, dormia o verdadeiro motivo de a mesma ter progredido tanto e estar nessa onda de paz e felicidade. Um jovem rapaz de quase 19 anos dormia profundamente depois de uma dura missão. Um rapaz de cabelos loiros e olhos azuis. E um sorriso bobo que mudou o coração e mente de várias pessoas que conheceu durante toda a sua vida. Lá estava Uzumaki Naruto. O ninja hiperativo numero um de toda a Konoha. Aquele que nunca desistiu dos seus sonhos e, agora que cumpriu todas as promessas que havia feito a aqueles que mais lhe eram importantes, ele se via cada vez mais perto de realizar seu maior sonho. Se tornar o próximo rosto esculpido naquela montanha e poder vigiar a vila que ele tanto amava. Seu sonho de se tornar o Rokudaime Hokage.

Mas havia certas coisas que ele precisava aprender e viver antes desse importante acontecimento. Ele ainda precisava aplacar a solidão que era sua vida. Ele precisava de alguém mais ao seu lado que não fosse o vazio ou o demônio que o habitava.

Na parede da cozinha um relógio em formato de sapo tiquetaqueava constantemente. No quarto, ao lado da cama, no criado mudo, tinha um rádio despertador. Repentinamente o rádio deu um sinal de vida.

 

- BOOOOOMMMMMM DIA KONOHAAAAAAA!!!!!!

- Kyaaaaahhhh!

 

Naruto, de um pulo de susto, caiu da cama direto no chão frio e bateu a cabeça no criado. O mesmo sacudiu por completo, mas não chegou a derrubar o rádio que ainda gritava.

 

- Mais uma linda manhã na vila de Konoha. O sol brilha forte, o céu está claro, os pássaros cantam, as flores desabrocham e os ninjas treinam.

- Mas que droga de rádio. – disse o loiro se erguendo meio zonzo pela pancada – Eu ainda vou comprar um rádio que toca em silêncio.

 

Naruto se ergueu alisando o local que bateu a cabeça. Encarou o rádio e logo em seguida bateu a mão sobre o botão para desligá-lo. Deu uma leve espreguiçada e foi ao banheiro. Tomou uma ducha quente.

 

- “Bem. Já que estou acordado mesmo, vou comer algo.” – pensou deixando que a água do chuveiro levasse outros pensamentos embora.

 

Ele foi até a cozinha e colocou água numa chaleira. Logo depois pegou um pote de noodle. Ainda assim algo em sua cabeça apitava. Mas o roncar de seu estômago turvava sua mente.

 

- Acho que estou esquecendo algo. – disse ele fazendo um esforço temendo para lembrar – Eh! Não deve de ser nada. Vou comer meu lamen antes que esfrie. Considerando que o gás acabou antes da água ferver. – ele riu – Bem. Itadakimasu!

 

Era comum ele falar para seu apartamento vazio. Esperar que alguém respondesse suas questões. Mas somente o silêncio lembrava-lhe de sua solidão. Porém, não deixava que isso o abalasse tanto quanto antes. Agora ele tinha seus amigos todos bem e reunidos na vila. Mesmo que uns preferissem se manter um pouco mais distantes.

Depois de terminada a rápida refeição ele voltou para cama. Tinha chegado de uma missão cansativa de rank S à tarde do dia anterior. Só teve tempo de reportar a missão a Hokage e ter uma rápida conversa com Sakura antes de chegar em casa e, após um banho, apagar. Algo que se tornara freqüente depois de seu nome ter virado lenda ao derrotar Uchiha Madara e a Akatsuki. Mal podia ir ver seu amigo no bosque atrás dos subúrbios da vila.

Apenas a rápida conversa com Sakura, que insistia em querer contar-lhe algo, não saia de sua cabeça, quando novamente.

 

- E AÍÍÍÍÍ PESSOAAAALLLL!!!

- Kyaahh!!!

 

Mais uma vez Naruto foi pego de surpresa pelo animado “cumprimento” do locutor e mais uma vez foi ao chão.

Ele tornou a se levantar e dessa vez ele estava visivelmente irritado.

 

- Por que diabos eu coloquei isso pra despertar a essa hora da manhã?!

 

Ele passou a encarar o rádio relógio que ainda tocava algumas músicas agora num volume aceitável. O visor que indicava as horas havia quebrado. O mesmo tinha um adesivo de noodle tapando o buraco. E como num choque, algo veio bem claro a sua mente.

 

- “A Sakura-chan! Ela queria me contar algo ontem... – ele fazia uma cara pensativa e estranha – Mas eu estava tão cansado que perguntei se não podia esperar. – ele fez uma careta aborrecida – Aí ela marcou de nos encontrarmos hoje de manhã...” – pensou ele – Ah! Mas ela marcou as oito e quinze. Ainda são sete e vinte e oito. – disse olhando outro relógio também em forma de sapo na parede do quarto voltando a se deitar na cama.

- Muito bem. Estamos de volta com a rádio Konoha. A rádio número 1 do seu shinobi. – insistia o rádio. Naruto o olhou de lado carrancudo. – Voltamos com nossa programação. Agora são exatamente oito e trinta e sete...

- O QUÊÊÊÊÊ???????

 

Naruto deu outro pulo da cama e correu para o relógio da parede.

 

- Kuso! Kuso! Não pode ser. Não é possível que este relógio quebrou. Eu o comprei antes de sair em missão.

 

Ele pegou o relógio da parede e o analisou com os olhos. O sacudiu. E depois tentou ouvir algo e nada. Ele então virou o relógio e sua expressão mudou para uma expressão fúnebre.

 

- Eu... Não... Coloquei... As pilhas... ... POR QUÊ???????? – gritou ele entrando em desespero – Não. Não. Não. Eu já estou super atrasado. – dizia ele andando por todo o quarto em pânico vestindo as roupas aos tropeços – A Sakura-chan vai arrancar meu fígado.

 

Ele vestiu algumas roupas mais comuns e saiu em disparada saltando de telhado em telhado. Não precisaria de uniforme ou equipamento ninja já que era sua folga após a dura missão.

 

**********************************************************************

 

Sakura esperava numa das muitas pontes sobre um dos riachos que passava por Konoha. Era um local onde eles já se encontravam antes para esperar por Kakashi quando genins, nos velhos tempos de time 7. O semblante da garota parecia altamente irritado. Ela estava usando uma roupa mais comum, porém muito bela. Era seu dia de folga. Algo que também havia se tornado raro depois que assumiu o cargo de vice-diretora do Hospital de Konoha. Ela agora já tinha 18 anos e seu corpo se desenvolveu muito desde os 16. Ela tornou a deixar o cabelo crescer até a cintura e agora ela chamava a atenção de muitos rapazes pela vila. Mas havia alguns que ainda assim não a olhavam como ela queria.

Ela estava perdida em pensamentos sobre tais pessoas quando uma voz conhecida a tirou de seus pensamentos ocultos.

 

- Ei. Ei. Ei. Sakura-chan!

 

Naruto surgia no fim da rua correndo em direção a bela kunoichi de cabelos róseos. Porém ao se aproximar e poder visualizar a expressão no rosto da garota, parou abruptamente.

 

- Naruto! Você está atrasado.

- Kyah! Hehe! Sabe o que é Sakura-chan. Acontece que... Que... Eu trombei numa velhinha cheia de sacolas quando vinha pra cá na hora certa. – mentiu ele enfatizando o “hora certa” – Então eu me senti mau e resolvi ajudar ela com as compras. – ele coçava a cabeça o tempo todo e sorria nervosamente – Mas a velhinha me reconheceu e passou a me cumprimentar. Daí ela chamou toda a família e eles me seguraram por lá até a pouco. Foi isso que aconteceu. Hehe!

 

Sakura colocou a mão no bolso e tirou umas luvas.

 

- Naruto! Você ter se atrasado eu até perdôo...

- Sakura-chan. Por que você está colocando suas luvas?!

- Mas mentir, e dar desculpas descaradas como o Kakashi-sensei fazia... – ele engoliu em seco – Eu não admito! SHANNAROOOO!

- Kyaahh!

 

 

Sakura deu um poderoso soco em Naruto que o lançou na cerca do outro lado da rua do outro lado ponte. A cerca se despedaçou e caiu sobre o rapaz. Atrás dela havia uma pilha de tijolos em cima de um andaime que também veio ao chão esmagando o jovem.

 

- Saiba que você mereceu isso. – disse ela batendo as palmas.

 

Naruto estava sobre os escombros da cerca. Ele começou a ouvir uma cínica risada. Numa voz forte, amedrontadora e conhecida. Que partia de seu interior.

 

- Hahahaha! Você não agüenta levar nem um simples soco mais sem cair desmaiado garoto?! Haha! Você é patético.

- Ha-ha! Bela piada sua raposa desmiolada. Você que não sabe o quão simples esses socos são.

 

Naruto estava frente ao portão que prendia o demônio que se mostrava atrás das enormes grades. Esse não tentava convencer o rapaz a libertá-lo já a algum tempo devido a diminuição de inimigos poderosos e o novo selo. Parecia conformado com seu destino ou apenas planejando algo. Também parecia se divertir atormentando o rapaz.

 

- Hmn! Esses socos fracos não deveriam te afetar tanto assim. Você está relaxando nos treinos, não é?

- Há é? Venha aqui levar um desses socos no meu lugar pra ver se não dói.

- É sério isso? Posso mesmo?

- Vá se ferrar seu monstro idiota.

 

Naruto só pode ouvir a risada debochada da raposa enquanto ela desaparecia na escuridão de sua prisão.

Sakura caminhou até onde Naruto caiu parando frente aos escombros. Ela abaixou e o revirou. Logo que achou um pedaço de pano ela o ergueu, tirando Naruto de debaixo dos escombros como se fosse um boneco de pano, para lhe largar displicentemente no chão.

Naruto se recompôs rapidamente e se ergueu ficando frente à Sakura a encarando enquanto massageava o local socado.

 

- Puxa Sakura-chan. Você exagerou dessa vez. Quase que eu morro!

 

Sakura retirou as luvas sem ao menos dar bola ao dito pelo amigo. Naruto mantinha a mão massageando o local onde recebeu o golpe.

Logo que guardou as luvas ela levou as mãos ao rosto de Naruto. O mesmo começou a sentir seu rosto formigar e um calor aconchegante encher sua face. Era uma sensação conhecida por ele. As mãos da kunoichi brilhavam numa coloração verde. Logo o inchaço no rosto do rapaz sumiu assim como os aranhões também.

 

- Sakura-chan! Se você vai me curar toda a vez que me bater, simplesmente não me bata. – se tornara comum que Sakura sempre curasse Naruto logo após lhe aplicar um de seus golpes.  – Por que você me ainda me bate, hein? – indagava ele mesmo conhecendo a resposta.

- Porque você é um idiota. – respondeu simplesmente.

- Não precisava responder.

- Vire-se. – ordenou.

 

As mãos da jovem ainda brilhavam numa coloração verde. Ela, agora, tratava o local onde ele atingiu a cerca. As vezes os atos de Sakura pareciam estranhos até para Naruto. Ela costumava o espancar como sempre, mas segundos depois demonstrava uma tremenda preocupação pelo que fazia.

Sempre que o via triste simplesmente o abraçava sem dizer nenhuma palavra. Isso era algo muito estranho para o jovem. Seus pensamentos foram roubados ao sentir algo. Naruto sentiu suas costas formigarem e seu peito se esquentar. Era uma ótima sensação.

 

- Ah! Sakura-chan! Isso é tão bom! – disse ele inocentemente e sorrindo.

 

Sakura enrubesceu um pouco. Após terminar de tratá-lo, ela caminhou novamente até a ponte. Naruto se mantinha ao seu lado fitando o céu. Ambos pararam quando chegaram ao meio do trajeto. Sakura permaneceu estática, com a cabeça baixa fitando o chão. Seus longos cabelos róseos cobriam seus olhos que não permitia uma análise ou previsão de seus pensamentos. Ela parecia medir suas palavras para começar o diálogo.

Naruto se debruçou sobre o guarda-corpo da ponte e ficou olhando a água do riacho correr. Em seguida ele se virou e encostou-se nele fitando Sakura. Percebeu que havia algo de muito estranho nela. Ela nunca foi assim tão calada. Nem nunca foi tão distante assim. Cansado da demora resolveu ir direto ao ponto.

 

- E então, Sakura-chan? O que você queria me falar?

 

Sakura engoliu em seco. Chegara à hora finalmente. Deveria revelar tudo naquele momento. Era a hora da verdade. A confusão de sentimentos ainda a atormentava, mas ela tinha que tentar senão... Enlouqueceria.

 

- Naruto! Eu... Quer dizer. Nós... Hã... Somos parceiros de time a muito tempo, certo?

- Não estou entendendo aonde você que chegar com isso Sakura-chan.

- Apenas responda, por favor. – ela ainda fitava o chão.

- Sim. Desde os tempos de genins. Por quê?

- Bem. Sabe. Nós passamos por muita coisa juntos. O exame chuunin. A missão em Suna. A perseguição dos jinchuurikis. A guerra contra a Akatsuki. O retorno do Sasuke-kun.

- É. Sempre estivemos juntos. Mas e daí? – Naruto não conseguia entender a onde a amiga queria chegar.

- Porém recentemente você sempre esteve envolvido em mais e mais missões de alto nível. Sempre esteve fora da vila. Às vezes por semanas. E eu sempre estive ocupada no hospital. O time Kakashi se desfez por completo, não foi?

- É. Eu sempre pensei que quando o Teme voltasse poderíamos voltar a ser o mesmo time de antes. Mas quando lutamos e eu o convenci a voltar, eu sabia que isso nunca mais aconteceria. Poderíamos ter ficado um bom tempo juntos já que eu demorei quase dois anos pra me tornar chuunin. – ele coçava a nuca enquanto ria desse fato.

- Mas... Eu sinto saudades dos tempos que passávamos juntos como time. – ela passou a encará-lo – Mesmo sem o Sasuke. Sabe. Eu e você. – ela enrubesceu levemente.

- Sakura-chan. Eu ainda não estou entendendo o que você quer com isso.

- Naruto. Eu ainda não tenho certeza. Não sei ao certo, mas... Acho que eu...

 

Sakura encarou Naruto pronta a dizer o que queria. Foi quando percebeu que o mesmo levava sua atenção para além dela. Ela percebeu que seu olhar a atravessava. Voltou-se pra trás e viu um ANBU, com uma das máscaras de macaco, agachado sobre o guarda-corpo do outro lado da ponte.

 

- Uzumaki Naruto. Haruno Sakura. A Hokage-sama está lhes convocando imediatamente.

- Como?! Mas agora?! Hoje?! Mas eu acabei de voltar de uma missão. Estou quebrado. Tem três semanas que eu não passo mais de uma noite em casa. – reclamava o loiro com uma cara emburrada. Com certeza, Tsunade ouviria hoje.

- Sinto muito Naruto. Ordens dela. Só vim lhes comunicar.

- Você sabe do que se trata. – perguntava Sakura igualmente irritada. Não pela missão em plena sua folga, mas por ter sido interrompida quando finalmente tinha juntado as palavras certas.

- Não. Só me foi pedido que lhes chamasse com urgência.

- Ahff! Diga a vovó que estamos a caminho. Ah! E valeu pela boa notícia Moriko-san!

- .........

- Ops!

- De nada Naruto. – disse o agente visivelmente irritado.

 

Naruto percebeu a besteira que fez e ficou extremamente constrangido e ressentido por ter revelado um dos maiores segredos dos agentes ANBU. Seu nome.

 

- M-Me desculpe!

 

O  homem nem responde e desaparece em fumaça. Deixando um Naruto extremamente constrangido pela falha grave e uma Sakura extremamente curiosa com esse fato.

 

- Naruto! Você conhece esse ANBU? Digo. Sua verdadeira identidade? – perguntou interessada.

- Bem Sakura-chan! Não é nada demais. A vovó Tsunade me mostrou a relação dos documentos secretos da ANBU e... – agora Naruto percebeu que falou realmente demais – Pensando bem, esqueça tudo que eu te disse, ta?!

- Não! Espera aí. Como assim você teve acesso aos documentos secretos da ANBU?! Tsunade-sama não me deixa chegar nem perto daqueles papeis. – Sakura parecia nervosamente curiosa.

- Eh! Bem... Acho melhor nos irmos logo senão a Tsunade-sama vai ficar nervosa pelo atraso. E eu acho que não resistirei a outro golpe como aquele. – disse o loiro saindo correndo na frente.

- Ei! Naruto. Espere aí. – disse Sakura correndo atrás dele. – Acho bom você me explicar essa história direitinho.

 

**********************************************************************

 

Chegando ao escritório da Hokage foi pedido a eles que esperassem enquanto Shizune anunciava sua chegada. Pouco depois a secretária reabre a porta e pede-lhes que entrem.

 

- Bom dia Vovó Tsunade. Como você es...

 

Naruto nem pode terminar sua frase. Poucos passos após ter entrado ele foi arremessado para fora novamente por um golpe fortíssimo de Tsunade. Ele voou porta a fora e bateu as costas com força na parede, fazendo a mesma rachar e quase se quebrar tamanho a força do soco da Godaime.

 

- Que bom dia o quê. E já falei pra não me chamar assim. Eu não sou sua avó.

 

Sakura olhou para o amigo. Apesar de desferir golpes de igual potência no jovem, vê-lo levando um golpe de outra pessoa a deixava um pouco apreensiva.

 

- Isso é por falar demais. – gritou a mulher enfurecida de pé e mostrando o punho.

 

Naruto se ergueu com dificuldade. Tornou a caminhar para dentro do escritório enquanto alisava as costas no local que se chocou contra a parede.

 

- Ai ai. Vovó Tsunade... – ele parou de falar ao notar o semblante irritado da Hokage – Digo. Tsunade-sama. Por que você me bateu daquele jeito. Eu não estou atrasado e nem fiz nada de errado.

- Não fez nada de errado?! Você fica lendo meus arquivos secretos escondido e depois fica comentando pra todo mundo. Dizendo os nomes dos agentes vila a fora.

- Foi mau. Foi só um deslize. E foi só a Sakura-chan que ouviu. Além do mais. Foi a senhora que me deu os tais arquivos secretos pra que eu fique mais ciente do time de ANBU com o qual faço missões.

- Ahff! – a espressão irritada de Tsunade mudou drasticamente para um sorriso falso – Bem. Se foi só para a Sakura que você falou, então... Não tem problema.

- Só isso. Não vai me pedir desculpas por quase me matar?

- Considere-se com sorte por eu não terminar o serviço. – Naruto engoliu em seco. – Você deve ter mais cuidado com o que fala. E se você solta a língua pra um inimigo, hein?

- A senhora está certa Hokage-sama. Me desculpe. – disse ele abaixando a cabeça com um olhar desolado.

 

Admitir uma falha e baixar a cabeça sem protestos não era o jeito do Naruto de antigamente. Porém ele sabia que o que fez foi uma falha grave. Se ele queria se tornar um Hokage um dia, teria de ter isso em mente e saber admitir um erro.

 

- Ahh... – suspirou Tsunade derrotada. – Desculpe-me Naruto. Eu vou tentar saber os dois lados da história antes de julgar primeiro. Mas se eu faço isso é pra que você possa crescer. E mostrar que não se tornou chuunin a toa. E que logo se tornará um jounin louvável. E um grande Hokage.

- Hai! Desculpe-me também. Vou pensar melhor antes de falar certas coisas. Muito obrigado vovó Tsunade.

 

Tsunade deu um cascudo em Naruto.

 

- Deveria começar pensando duas vezes em como me chamar.

- Hai, Hokage-sama!

 

Sakura ria da cena. A relação dos dois era de mãe e filho.

De repente uma voz vinda da janela se fez ouvir, anunciando a presença de mais alguém na sala.

 

- Tem certas coisas que nunca mudam. – falou uma pessoa sentada na janela analisando a cena enquanto lia um livro de capa vermelha.

- Que bom que chegou um pouco mais cedo hoje. – falou Tsunade com desdém enquanto voltava para trás de sua mesa.

- Ah! Kakashi-sensei. – animou-se Naruto ao rever seu velho sensei.

- Yo Naruto, Sakura. Como vocês estão?

- Muito bem sensei. – quem falou foi Sakura igualmente surpresa por rever seu sensei depois de tanto tempo.

- Muito bem. Chega de papo furado. – falou Tsunade com sua autoridade de Hokage. – Vamos logo com isso que eu não tenho o dia todo.

 

Tsunade se sentou em sua poltrona e encarou os jovens a sua frente.

 

- Muito bem. É obvio o motivo pelo qual eu os chamei aqui. Naruto. Sakura. Eu tenho uma missão pra vocês.

- Mas vovó Tsunade. Eu acabei de voltar de uma missão rank S. – reclamava Naruto – Será que a senhora não poderia mandar outra pessoa.

- Naruto. Eu escolho os times e equipes para as missões. Eu analiso todas as situações e escolho os ninjas mais adequados para realizá-las. Eu sou a Hokage.

- Por enquanto! – praguejou ele quase inaudível.

- O QUÊ? VOCÊ DISSE ALGUMA COISA?

- Não! Nada não Tsunade-sama.

- Foi o que pensei. Bem. Vou explicar a missão de vocês. Naruto. Sakura. Vocês devem levar um pergaminho ao Daimyo do País do Pescoço. Este conterá informações de política de governo e algumas informações do sistema de comando da vila. Este sistema conterá algumas estatísticas sobre missões não sigilosas dos genins para um exame chuunin futuro. Tudo isso a fim de fortificar nossas alianças com eles. Não haverá nada de comprometedor nesse documento. Mas é o dever de um ninja proteger nossos tesouros. E esses jovens são o futuro da vila entenderam?! Não podem deixar cair em mãos inimigas.

- Então por que dar tal documento a outra nação apenas para fortificar uma aliança e dar vantagem a algum nobre no exame chuunin? – foi Sakura quem perguntou.

- De fato. Acontece que a filha do Daimyo do país do fogo irá se casar com o príncipe herdeiro do país do Pescoço. Um casório arranjado. Esse documento será enviado para manter o país amigo informado de como Konoha age e o quanto estamos preparados. Como retribuição eles mandarão um pergaminho antigo com histórias do maior clã que vive em sua vila. Um clã de samurais. O clã Kubisaki. Acreditasse que eles tenham um kekkei genkai que permanece desconhecido até mesmo para eles.

- Mas isso é algo sigiloso e único de uma nação. Como o clã reagiu e essa decisão de seu Daimyo? – fora Naruto que interferiu na explicação.

- Bem. O clã deles fez questão de propor esse acordo. Afinal. Seu Daimyo é o líder se seu clã. Mas... Isso tudo servirá para que a filha do nosso Daimyo tenha a confiança do príncipe e possa soprar as idéias do pai no ouvido do marido. Isso garantirá o controle sobre outro país e outra vila. Mas é tudo muito político. – terminou dando de ombros – O importante é que vocês escoltarão uma jovem samurai que é membro do clã Kubisaki até a fronteira onde estará um time de genins lhes esperando.

- Mas nós não iremos o escoltar até aqui? – Naruto parecia confuso com tudo que foi dito por Tsunade.

- Não Naruto. Vocês terão outra missão.

- Outra?

- Sim. Outra. – disse a Hokage com uma voz irritada e uma veia pulsando.

- Ta bom. Continue.

- Humf! Vocês deixarão o pergaminho com as informações num dos postos de vigia do clã Inuzuka. Deles vocês receberão um outro pergaminho com presentes do Daimyo para o novo Raikage e renovarão o tratado de paz através de uma carta minha que estará no anteposto. Eu mesma iria assinar o tratado, mas eu tenho umas dividas com um pessoal da Vila da Nuvem. – se explicava a Hokage enquanto todos ficavam com uma enorme gota na cabeça.

- “Pergunto-me se existe algum país ou vila que ela não tenha uma dívida.” – pensou Naruto diante da desculpa de sua vovó.

- Depois pegarão os relatórios mensais com o Kazekage. Irão até o templo do vento e farão a escolta de um monge até o templo do fogo.

 

Após Tsunade terminar as explicações Naruto começou a contar algo nos dedos. Todos o observavam atentamente tentando entender o que o loiro fazia. Quando ele parou fez uma cara indecifrável antes de soltar...

 

- O QUÊÊÊÊÊÊ?????? Nós faremos 5 missões em uma?

- Sim! Farão! – respondeu simplesmente como se fosse a coisa mais comum do mundo. – Se tudo correr bem suas missões durarão 7 dias. Mais 3 dias depois de se encontrarem com o monge até leva-lo ao templo. Será um total de...

- Ficaremos 10 dias fora em missão?

- Sim Naruto. – a Hokage estava ficando cada vez mais irritada.

- Mas por que nós. São missões simples. Mande um time de genins ou chuunins.

- Naruto. Não sei se você percebeu, mas você é um chuunin.

- Eu sei, mas você poderia mandar outros. Por que nós? Por que eu?

 

Agora Tsunade tinha chegado ao auge de sua irritação.

 

- Você quer saber o porquê? Primeiro. Essas missões não são tão simples assim. São todas de rank A, B e C. Segundo. Na soma de todas, essa missão pode se tornar uma missão de rank S ou superior.

 

Quando Tsunade falou “rank S ou superior”, Naruto e Sakura se entre olharam. Em seguida encaram Tsunade com um olhar sério. A Hokage ficou satisfeito com o feito dos dois. Preferiria que eles tivessem dado tal importância assim a missão no começo da explicação.

 

- Além do mais. Tanto o Daimyo do país do Pescoço quanto o Raikage exigiram sua presença. Naruto.

- Minha, Vovó?

- Sim. E o tal monge disse que só sairia do lugar se fosse você a fazer a escolta.

- Mas... Mas...

- Isso que dá ser famoso. – gracejou Kakashi, que até então não havia dito uma palavra.

- Também garanto que você gostará de rever o Kazekage um pouco. Por isso eu pedi que pegasse o relatório. A vila da Areia é caminho para o templo do vento mesmo. – completou Tsunade.

- Er... Obrigado... Eu acho.

- Bem. Tenho mais uma coisa pra falar. Essa missão é extremamente perigosa. Vocês a farão disfarçados de agentes ANBU. Ninguém deve saber dessa missão. Isso é para zelar pela segurança dos documentos carregados e suas.

- Nossa segurança? – Sakura perguntava pensando ter entendido errado.

- Sim Sakura. Já constatamos que ambos estão no bingo book de várias nações shinobis. Naruto encabeça a lista da maioria. Não é bom que espalhemos que ele estará numa missão tão arriscada assim. Pode atrair os olhares de muitos nuke-nins. Isso não seria bom para a missão nem pra vocês. Entendeu?

- Entendi. – instintivamente Sakura olhou para Naruto. Antes ele era perseguido pela Akatsuki que desejava a Kyuubi, agora era perseguido por outras nações shinobis ou por ninjas fugitivos que desejavam a recompensa por sua cabeça. Será que ele nunca teria paz?!

 

Por outro lado Naruto continuou firme mesmo diante de tal informação. Manteve-se altivo e em posição. Esperava por mais detalhes que viriam a seguir. Mas havia sim algo que o incomodava.

 

- Apenas os Kages e o Daimyo saberão que serão vocês. Alguma pergunta?

- Quando partiremos? – perguntava Naruto.

- Amanhã. Antes de o dia raiar.

- Hai! – falaram os dois em uníssono.

- Ok! Estão dispensados. Há tarde venham buscar seus uniformes que eu darei mais detalhes.

- Hai! – disse Sakura firme.

- Mas... E enquanto ao Kakashi-sensei? – indagava Naruto.

- A missão dele é outra. Serão apenas vocês dois.

- Nós... Dois... – dizia Sakura meio nervosa por ter percebido o fato.

- Sim. Algum problema Sakura?

- Não. Nenhum. – disse a kunoichi com um leve rubor.

- Então. Podem voltar a fazer o que estavam fazendo e aproveitem o resto do seu dia. – disse a mulher sorrido e dando um leve aceno.

 

Os dois saíram da sala juntos. Sakura de levemente rubra, e Naruto pensativo.

 

- Acha prudente mandar somente os dois Tsunade-sama? – falava Kakashi que ficou quase a conversa inteira calado apenas lendo seu livro.

- Não tem fé nos seus alunos Kakashi.

- Longe disso. Ambos são muito capacitados. Mas uma missão como essa somente para os dois...

- Kakashi. O principal fato foi que o tal monge é alguém muito importante. Devemos muito aos monges do templo do fogo e eles priorizaram as preferências do tal monge E ele exigiu que fosse Naruto ao seu encontro. E pediu que fosse mandado apenas quem estivesse ao seu lado na hora da convocação. Se ele estivesse sozinho. Teria de mandá-lo sozinho. Por isso eu esperei que ele se encontrasse com Sakura antes de convocá-lo. Já a sua missão será outra e você deve ter concentração total nela.

- Hai.

 

**********************************************************************

 

Naruto e Sakura caminhavam pela vila se afastando do prédio Hokage. Suas mentes ainda divagavam a missão que receberam. Naruto pensava na possibilidade de estar no topo da lista de alguns bingo book. Mas o que mais lhe preocupava é Sakura estar envolvida na mesma lista. Pensava quais amigos dele poderiam estar correndo o mesmo tipo de perigo.

Sakura pensava na possibilidade de passar 10 dias fora da vila ao lado de Naruto. Ainda assim também passava por sua mente o fato dele estar nessa maldita lista.

Quando Naruto finalmente afastou esses pensamentos de sua mente lembrou-se imediatamente de algo.

 

- Ei. Ei. Sakura-chan.

 

Sakura ainda estava meio pensativa e distante. Tanto que nem percebeu Naruto a chamando. O loiro ficou desgostoso de ter sido ignorado, e insistiu em chamá-la novamente.

 

- Ei! Sakura-chan!

- Hunm! Ah! Desculpe-me, Naruto. Ainda estava pensando nessa missão. O que foi?

- Você iria me dizer algo antes de termos sido convocados. O que era?

 

Sakura estancou no mesmo momento. Antigamente isso escaparia a mente de Naruto. Porém ele estava mais esperto agora. Ela enrubesceu. Parou de andar e pensou um pouco. Naruto parou pouco a frente dela e a observou. Esperava alguma resposta.

 

- Bem! Eu... “Será que devo falar? Ficaremos juntos durante 10 dias em missão. Seria muito bom se pudéssemos aproveitar esse tempo sozinhos, mas... Se eu disser ele pode ficar preocupado. Distraído e pode perder a vida. Por outro lado pode preferir ir sozinho e pode correr mais riscos ainda. Ou ainda pior. Ele pode dizer... Que...”

 

Os olhos de Sakura umedeceram com a possibilidade que passou por sua mente. Lágrimas brotavam de seus olhos e ameaçavam cair.

Naruto percebeu o quase choro de Sakura e se preocupou. Achou que poderia ser algo muito triste, importante ou problemático. Tanto que a fazia se sentir mal em lhe falar. Ele resolveu não insistir nisso. Se ela quisesse contar ele ouviria. Mas não exigiria a resposta para sua pergunta. Não a faria sofrer. Ele não suportaria ver uma de suas melhores amigas chorar. Naruto se aproximou de Sakura que mantinha os olhos fechados.

Sakura ainda estava pensando se deveria contar ou não. Se deveria dizer toda a verdade. Foi quando ela sentiu os dedos de Naruto tocar seu queixo. Ela abriu os olhos e deixou que ele erguesse sua face para encará-lo. Ela se impressionou ao ver que ele lhe sorria. O mesmo sorriso bobo que aos poucos passou a admirar. Sentiu ele, com uma das mãos ainda em seu queixo, limpar suas lágrimas.

 

- Não precisa me contar, se isso te feri. Esperarei até que esteja pronta pra dizer.

 

Sakura não resistiu a aquelas palavras ditas com tanta sinceridade junto a aquele sorriso e o abraçou. Naruto hesitou por um segundo. Mas logo depois ele também a envolveu com os braços acariciando seus longos cabelos rosados. Estava ali uma das amigas a qual ele mais queria bem. Ele a considerava como uma irmã. Assim como...

Eles ainda se mantinham no abraço. Sakura se esqueceu por completo do momento e do motivo. Receber um abraço como aquele. De alguém tão especial para ela, era reconfortante. Ela se sentia segura. Protegida.

Naruto continuava acariciando os cabelos de Sakura pensando o que poderia estar se passando com ela. Como ele se mantinha por muito tempo fora da vila não ficava sabendo de muita coisa. Ele correu sua vista ao fim da rua e viu alguém familiar saindo de uma loja com algumas sacolas debaixo do braço. Ele se animou imediatamente.

 

- Ei. Sakura-chan. Olha só quem está ali.

 

Sakura secou as lágrimas e se separou do loiro. Voltou sua visão para onde ele indicava.

 

- Quem, Narut...

 

Ela parou imediatamente de falar ao também reconhecer aquele de quem Naruto falava.

 

- Vamos lá falar com ele. – disse o loiro começando a andar puxando a mão de Sakura. Porém ela parou imediatamente segurando Naruto.

- Não!

- Como?

- Digo. Vá você. Eu tenho que... Ajudar minha mãe com... Algumas coisas. – ela se virou e começou a correr na direção de casa.

- Tem certeza?

- Sim.

- Bom. Se você diz.

- Ok! Até mais, Naruto. A gente se vê mais tarde. E mande um abraço meu para o Sasuke-kun.

- Pode deixar. – disse o loiro acenando vendo Sakura desaparecer ao longe.

 

Naruto se virou para ir até o amigo, mas quando ensaiou o primeiro passo algo passou por sua cabeça.

 

- “Espere. Ela fugiu assim que viu o Teme. Será que aconteceu algo entre eles? Será que eles estão juntos? Ou talvez eles tenham brigado? Deveria ser isso que Sakura-chan queria me dizer.”

 

Naruto não acreditava que Sasuke pudesse ter feito algo a Sakura para magoá-la intencionalmente. Ele conhecia o amigo. Mas sabia como era seu jeito. Ele tinha a capacidade de ofender e irritar qualquer um apenas conversando.

Ele começou a correr na direção seguida pelo outro. Iria indagá-lo sobre o que poderia ter ocorrido.

 

- “Perguntarei o que ele e Sakura-chan fizeram juntos enquanto estava fora. Garanto que, seja lá o que for, foi apenas um mal entendido.”

 

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Naruto corria velozmente atrás de Sasuke. O Uchiha tinha um incrível dom de despistar Naruto sempre que se sentia irritado com sua presença. Porém era por pouco tempo, pois Naruto tinha o dom de achá-lo onde quer que ele estivesse.

O loiro correu apresado pelas ruas de Konoha em direção ao subúrbio quando finalmente alcançou a quem perseguia.

 

- Sasuke!!!!!! – gritou Naruto assim que avistou o amigo a distância.

 

O jovem Uchiha se virou já sabendo quem o chamara. Mas mesmo assim ao ver um jovem da mesma idade que a sua, de olhos azuis e cabelos loiros deu um suspiro entediado. Sabia que encheção de saco viria por aí.

 

- Sasuke. Ainda bem que te alcancei. Eu queria te perguntar...

- Vá embora Dobe. Não quero papo com você hoje. – disse irritado.

- Hã! Como assim? – Sasuke bufou e voltou a andar – Ei. Ei. Você por acaso está irritado? – Naruto andava ao seu lado insistindo. Mesmo sentindo uma aura assassina emanando de seu amigo.

- Já disse pra ir embora. Você já fez demais hoje.

- O que? Mas eu nem tinha te visto hoje Teme.

 

Sasuke parou de caminhar. Uma veia saltava de raiva em sua testa. E seu olho esquerdo pulava. Ele se virou para o loiro e explicou a situação ”delicadamente”. Aos gritos.

 

- É exatamente isto.

- Kyah!

- Você vai até a minha casa me encher o saco dizendo que andou aperfeiçoando uma de suas técnicas me pedindo pra treinar com você. Quando eu finalmente concordo você adia o tal treino por que tinha missão. E remarca pra hoje de manhã. Eu fiquei a manhã toda te esperando e ainda não tomei café da manhã por que eu não pude vir ao mercado hoje para comprar mantimentos. Já que você fez o favor de comer toda a minha comida.

- Hehe! Então era isso. Mesmo depois que lembrei que tinha de falar com a Sakura-chan eu sabia que tava esquecendo algo.

- Hora seu canalha...

- Calma Sasuke. Eu posso explicar. Não precisa me explodir. É que a vovó Tsunade me deu outra missão no dia que voltei. Só retornei a vila ontem. Fui me encontrar com a Sakura-chan cedo. Mas a vovó me chamou pra me falar que eu tenho outra missão.

- Humf! Por isso eu não sou mais um shinobi de Konoha. Eu faço as missões que quero e quando quero.

- Mas seria muito melhor se você continuasse como nosso companheiro. Seriamos uma ótima equipe. Eu, você a Sakura-chan... ......... A Sakura-chan.

- O que tem ela? – perguntou Sasuke com desdém enquanto voltava a andar.

- Ela está muito estranha esses dias. Ela disse que queria me contar algo logo cedo. Ela ficou falando umas coisas esquisitas, quando um ANBU nos convocou. Depois ela ficou com receio de me dizer o que era.

- Ah é. E o que mais.

- E quando eu te vi e falei a ela, ela saiu correndo dando uma desculpa qualquer... – Naruto estreitou a vista – Você não fez nada com ela, fez?

 

Sasuke arqueou a sobrancelha pensando ter escutado errado. Naruto. Seu amigo. Estava o acusando de ter feito algo a Sakura?!

 

- Digo... Assim... – Naruto percebeu o olhar do amigo e tentou se expressar melhor – Sabe. Acontece que com toda essa sua sutileza... Hehe!

- Está me chamando de rude? – disse Sasuke levemente irritado.

- Não. Só antipático e anti-social.

- Vou fingir que não ouvi isso. E não. Eu não fiz nada com a Sakura. Raramente a vejo. E esses raros momentos só acontecem quando você a arrasta até minha casa, como você sempre diz que tem que fazer, pra conversar. Mesmo assim ela quase não fala comigo.

 

Naruto franziu o rosto pensativo.

 

- Então terei de descubrir de uma outra maneira. Sozinho.

- Então nunca vai saber.

- O quê?

- Hora. Você não consegue fazer nada sozinho. Não consegue nem amarrar os sapatos.

- Ha! Aí você se ferrou. Eu não uso sapato.

- Exatamente por esse motivo.

 

Naruto pode ouvir o riso cínico da raposa-demônio dentro de si.

 

- Ha-ha! Você está ficando tão engraçadinho quanto o Kyuubi. Ele adorou a piada. Deve estar rolando de rir na cela dele.

- Sei! – falou o amigo perdendo o interesse sobre o assunto.

- Então. O que tem nas sacolas Teme. Opa! Ramen de camarão?! Eu quero!

- Nem pensar. Esse é meu, compre o seu. – Sasuke pegou o pote e o segurava no ar mantendo longe das mãos de Naruto.

- Ah! Por favor. Deve ser quase dia cheio e eu to morrendo de fome. – insistia o loiro tentando alcançar o objeto.

- E quando é que você não está com fome?

- Me dá. Só esse. Você ainda tem de porco. – disse Naruto averiguando o que mais tinha na sacola que havia caído e agora repousava no chão.

- Tira essa mão daí. Toma. Pode ficar com esse. Mas você vai ficar me devendo um miso ramen extra-grande do Ichiraku.

- Ok! Ok! Ah. Mais uma coisa. Posso preparar lá na sua casa mesmo? Acontece que cortaram o gás agora de manhã lá em casa. E eu não uso Katon, você sim. Hehe!

- Você é muito abusado mesmo pirralho. – ele suspirou derrotado. – Pelo menos terei uma cara de idiota da qual rir.

- Por que? Na sua casa não tem espelhou, ou você já quebrou todos quando passou frente a eles.

- Touchê! – os dois riram juntos.

 

E assim os dois seguiram conversando e rindo por um caminho que dava no bosque atrás da vila. Até o refúgio do último Uchiha vivo.

 

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Notas finais do capítulo

Bem... Para os leitores mais atentos, vocês verão um certo detalhe que não agradará a alguns, nem a outros, e poderá agradar uma pequena parcela de leitores. Mas ressalto novamente, nada é o que parece ser.
Para quem quiser detalhes, deixe um review que adorerei dar explicações. Só não abandonem a leitura por um simples detalhe desses. A história promete muito. E mais surpresas esperão no capítulo seguinte. Coisas que ninguém imagina.