Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 6
Capitulo 51




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Capitulo 51

(Hotel Myriad – Paula está com Telmo, que tenta acalmá-la e ajuizá-la)

Telmo- mas minha senhora, estas discursões infantis têm de acabar. Vocês são dois adultos, que amam-se um ao outro… e a minha senhora tem de se por no lugar de D. Frederico. Imagine como a senhora sentir-se-ia se ele lhe fizesse exatamente o que lhe é feito?

Paula (a chorar) – eu sei, eu sei! Mas… eu senti-me tão mal quando ele insinuou que eu o estava a enganar. Eu seria incapaz de tal coisa, Telmo, tu bem sabes!

Telmo- eu bem sei? Eu bem sei que a minha senhora está a enganá-lo, a fazer-se de outra. (levanta-se indignado) Ele tem razão em desconfiar de si, olhe, ao fim e ao cabo, ele é que está certo, e não a minha senhora… volte para aquele quarto e deixe destas parvoíces… os dois!

Paula (admira-se) – Telmo? Tu nunca me falaste de tal modo… este tom, esta bravura… a que se deve? Desde quando tens esta liberdade?

Telmo- perdão! Mas a minha senhora não pode fazer-se de boa samaritana, porque não é.

Paula (perplexa com as palavras de Telmo, levanta a voz) – Telmo!

Telmo (com um olhar severo) – minha senhora! (Paula amua e senta-se)

Paula- mas… eu estou aborrecida e não posso evitar. Os teus castigos não aliviam a minha raiva. Apesar de ser culpada… não suporto o facto de ele me ter dito aquelas coisas horríveis. (olha para ele) Temos de nos ir embora amanhã… porque logo será os anos do Santiago.

Telmo- então… se já nos vamos amanhã, para quê mandar o homem se ir embora? Que fique mais uma noite, que é a que resta. Não desperdice esta oportunidade que só durará um ano.

Paula- achas que devo ir ter com ele para lhe dizer que fique?

Telmo- já deveria tê-lo feito, minha senhora! Anda, e deixe de imaturidades. (Paula sai do quarto para ir ter com Frederico. Está apreensiva e ainda aborrecida com ele. Entra e encontra-o sentado na cama, cabisbaixo e atordoado inocentemente. Ouvir: Rita Guerra – Preciso de ti)

Paula (Victoria) – Frederico! (vira-se para ela) Não te vás embora… já que hoje é o último dia de cá estar, é melhor irmos amanhã, todos juntos. (séria)

Frederico (animado, vai até ela e abraça-a) – meu amor, adorado amor! Eu sabia que não ficavas muito tempo chateada comigo. (beija-a subitamente sem que Paula pudesse reagir. Sufocada por aqueles beijos saudosos e ardentes, ela acaba por esquecer-se da raiva que estava a sentir e corresponde aos calorosos beijos de Frederico. Mas cessa-os) Então, amor?

Paula (Victoria) (volta à sua posição) – não me chames “amor”… se estou aqui é por Telmo. Ele convenceu-me de não te deixar ir por razões lógicas. Mas isto não quer dizer que eu te tenha perdoado, Frederico. Ainda estou aborrecida pelas tuas palavras… doeram-me, sabias?

Frederico (abraça-a por trás e sussurra) – mentira! (beija-lhe o pescoço) Tu é que não queres dormir sem mim… não te faças de difícil e não inventes histórias para desculpar o teu desejo de estar ao pé de mim. (Paula arrepia-se com aqueles beijinhos)

Paula (Victoria) (nervosa) – não… não Frederico! Equivoca-te… estou aqui porque Telmo disse-me que… (arrepia-se) Que não tinha lógica ires hoje se amanhã podemos ir-nos todos.

Frederico (vira-a para si e volta a beijá-la a força mas ela cede aos beijos) – então, assim abraçados, diz-me que não me queres junto de ti… (sussurra) Na cama?

Paula (Victoria) (nervosa e derretida por ele) – Frederico… (suspira) Por favor… solta-me!

Frederico (apertando-a e prendendo-a entre os seus braços) – então responde!

Paula (Victoria) (já quase a descair naqueles braços) – sim… quero-te junto de mim… quero-te!

(beijam-se e Paula sentiu que as suas pernas voltavam a falhar. O toque do corpo de Frederico fazia com que pensasse em imagens sensuais próprias de uma rapariga (moça). Os calafrios de desejo que percorriam o seu corpo eram cada vez mais intensos)

(Enquanto isso, Victoria estava a sair do hospital quando esbarrou-se com Lorenzo)

Lorenzo- ora viva! O destino me é tão generoso, não é boneca?

Victoria (aterrada e nervosa) – tu me estás a seguir ou o quê?

Lorenzo- não preciso e nem quero… tu cais nas minhas mãos sem que eu me esforce.

Victoria (nervosa) – deixa-me em paz, sim? Já não te quero… tenho outro amor, o único amor!

Lorenzo (segura-a, violentamente, pelo braço) – tu vens comigo agora! Temos imenso que conversar. Anda! Vamos para o hotel onde estou hospedado, lá resolveremos os pendentes!

Victoria (solta-se dos braços dele e tenta fugir mas ele agarra-a) – solta-me!

(Lorenzo leva-a, à força, para o carro e arranca com ele levando, consigo, Victoria)

(Mansão Ferreira – Dolores está muito excitada com a arma que tem contra Paula)

Dolores- estás a fazer muito bem o teu trabalho. Não tarda conseguirmos destrui-la.

Nina (inocentemente animada) – sim! E então, poderei dizer ao meu pai quem realmente sou!

Dolores (levanta a sobrancelha e vira-se de costas para ela) – é… claro! (sorri maliciosamente)

(Lorenzo entra com Victoria no seu quarto, segurando-a e arrastando-a violentamente)

Lorenzo- pronto! Cá estamos nós… (segura-a pelos braços) Vamos por em dia a conversa, meu amor! (joga-a na cama e põe-se sobre ela enquanto Victoria debate-se para fugir dele)

Victoria (joga-o para o lado e corre em direção à porta mas Lorenzo agarra-a) – solta-me!

Lorenzo (arrastando-a) – tu és minha e sempre serás! Não voltas a fugir de mim, ouviste?

Victoria (desespera-se) – solta-me, deixa-me em paz! Não te quero. (põe-se a corar)

Lorenzo (grita) – nunca! (com distúrbio) Não percebes que tu és a minha saúde e a minha doença? Hã? Hem, boneca? (beijando-a à força) Amo-te e sou doente por ti… amo-te!

Victoria (quase sem forças e com a voz fraca do cansaço) – solta-me… eu imploro-te, pelo amor que me tens, deixa-me ir! Eu amo outro… meu coração pertence à outro homem.

Lorenzo (num súbito de violência, sem querer, faz com que Victoria bata a cabeça na mesa e cai desmaiada, desespera-se por ela) – não, meu amor! Oh Deus meu, que fiz eu?

(Hotel Myriad – Paula, ainda nos braços de Frederico, dá-se conta do erro e solta-se dele)

Paula (Victoria) (ofegante) – tu… tu mal-interpretaste as coisas, Frederico. Não estou aqui à perdão, estou apenas para pedir que fiques, por lógica.

Frederico (insistindo com caricias) – mentirosa! Estavas bem à vontade que eu sei, não negues!

Paula (Victoria) (afasta-se dele) – já disse o que tinha a dizer. Vou ao hospital com o Telmo e tu ficas cá a fazer as malas e trata de tudo para que amanhã possamos sair o quanto antes.

Frederico- o que tu queres de mim? Num dia, dás crise de choro, noutro és forte como uma leoa… a verdade é que estou deveras confundido com o teu comportamento… que queres?

Paula (Victoria) (respira fundo e olha-o) – quero que tu faças as malas e trate das reservas.

Frederico (impulsionado, segura-a pelo braço) – sabes que não me referia à isto!

Paula (Victoria) (solta-se) – até logo, Frederico! (retira-se deixando Frederico sem reação)

(Enquanto isso, Lorenzo está sentado ao lado de Victoria que está deitada na cama com a testa a sangrar. Está a sentir-se imensamente culpado e teme por ela. Victoria acorda e assusta-se)

Victoria (expressa dor) – aí! Doí-me a cabeça e tenho-a a sangrar. (assustada) Que fizeste?

Lorenzo (arrependido) – perdão, perdão! Não te queria machucar. Mas é que… amo-te!

Victoria (afastando-se dele a chorar) – não! Tu não amas à ninguém se não à ti mesmo.

Lorenzo- não fales assim boneca. É que tu és a minha obsessão, minha loucura…

Victoria- se verdadeiramente, amas-me, então deixa-me em paz. Deixa-me e não me voltes a procurar… deixa-me ser feliz com este homem que amo.

Lorenzo (rir-se) – boneca, mas esse amor será esquecido no prazo dum ano.

Victoria (grita) – cala-te! Pelas dores de Jesus Cristo, homem, não proclames tal presságio.

Lorenzo- presságios? Não, não. Isto são verdades… acostuma-te à ideia de que em breve, voltarás para os meus braços que esperam por ti, ansiosos e saudosos, boneca.

Victoria- estás redondamente equivocado! (sorri audaciosamente) Esta aventura fez-me perceber o quanto sinto a falta dos meus filhos e como tenho sido má pessoa… quando isto acabar, sentenciar-me-ei a morrer ao lado de Frederico, para compensá-lo dos meus pecados.

Lorenzo- sem amor? Oh Victoria, deixa lá de parvoíces… eu bem sei que não vais aguentar.

Victoria (torce o nariz) – posso me ir embora? (levanta-se)

Lorenzo- podes (pausa) Mas… só por um ano, boneca. E nem penses que me vou afastar. Estarei sempre ao pé de ti, para quando te cansares deste novo amor.

(Victoria não lhe dá ouvidos e simplesmente agarra nas suas coisas e sai)

(Cesar está sentado na cama a pensar em Victoria. Avista algures o seu cachecol e pega nele. Sente o seu perfume e suspira por ela como se fosse um adolescente no liceu)

Cesar- Victoria, minha Victoria! Não sei como faremos mas… ficaremos juntos, meu amor. Não quero que Paula regresse, não quero que tu te vás embora… quero-te comigo, adorado amor. Quero despertar-me todas as manhãs com o doce cheiro dos teus cabelos, sentindo o teu corpo junto ao meu e ouvindo a tua respiração ressonante… quero ouvir o teu bom dia e o teu boa noite, quero-te para sempre, meu amor, para sempre.

(Paula chega ao hospital ao lado de Telmo, passam pelos corredores. Estão de costas para a lanchonete e são vistos por Cristina, que sente reconhecer aquela figura loira que ali está, mas não pode ver o seu rosto, então aproxima-se dela curiosa com a semelhança que avista)

FIM (DO CAPITULO 51)


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