Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 12
Capitulo 57




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Capitulo 57

(Ouvir: Rita – Preciso de Ti. Paula desperta-se, e ao abrir os olhos, avista, num elegante jarro, uma gardénia, deixada por Frederico. A única que sobrara. Levanta-se e pega-a, sente o seu perfume e suspira por Frederico. Fecha os olhos sentindo, ainda, aquela fatal deceção. Sai do quarto e vai ao dele, mas já não o encontra. Vê apenas um leito vazio e triste)

Paula – Frederico, meu Frederico! (fecha os olhos) Não! Tu não mereces que te perdoe tão fácil… mas… mas sinto a tua falta, se não estás, ainda que por poucos momentos faltes… preciso de ti, preciso de ti agora que já não estás ao me de mim. (desata a chorar)

Telmo (abraça-a) – Minha senhora, que tem? Porquê tantas lágrimas?

Paula Oh meu Telmo! Venha, eu conto-te o que aconteceu. (retiram-se para o seu quarto)

(Enquanto isso, Frederico está na sua empresa e encontra-se com Rodrigo)

Frederico – Bom dia, Rodrigo! Olha, eu sei que ontem disse coisas horríveis e portei-me como um adolescente, um rapazote! Mas… estou arrependido. Sei que cometi um erro… já tomei conhecimento da tua desgraça e por isso, ofereço-te as minhas sinceras desculpas.

Rodrigo – Não te preocupes! (estende-lhe a mão) Eu no teu lugar faria o mesmo. Ela é uma mulher deveras bonita… tem atributos notáveis e… bom, o que eu quero dizer é que, não me vejas como um rival. Ela é tua esposa, ama-te e isso nota-se ao longe.

Frederico – Então… mas não estás interessado nela como mulher?

Rodrigo – Bem… não vou negar que ela me atrai, e muito. E não vou negar que…

Frederico (curioso e apreensivo) – Que o quê? Diz, homem, di-lo duma vez por todas!

Rodrigo – Que amo-a! Pronto, quiseste ouvir, ouviste. Estou apaixonado pela tua esposa.

Frederico (começa e inervar-se) – Como? E diz que não é meu rival.

Rodrigo – Não, não sou! Não tenho planos de a tentar conquistar. Respeito-vos. Mas advirto-te duma coisa apenas, se a fizeres mal… Frederico, não hesitarei em procura-la para mim.

Frederico – Pois, neste caso, eu lamento por ti, visto que nós nos amamos e, juro-te, nunca hei de a deixar. Se bem que… por minha culpa, estamos afastados, agora.

Rodrigo – Imagino! E o que vais fazer para ganhar o seu perdão?

Frederico – Francamente não faço ideia. Talvez devesse comprar flores, ou levá-la para jantar.

Rodrigo – Bem… se fosse a antiga Victoria, não precisavas de muito esforço, mas esta nova… acho que esses detalhes não lhe compram o perdão. Está com o carater mais conservador.

Frederico – Eu não lhe quero comprar o perdão. Mas não posso viver sem ela, sem os seus beijos, o seu perfume, a sua doce voz que me alegra ao acordar, o cheiro dos seus cabelos quando está deitada sobre o meu peito, as suas mãozinhas frias que buscam-me durante a madrugada, procurando aquecer-se. O olhar carinhoso que me recebe todos os dias depois do exausto trabalho. Sempre que chego em casa, encontro-a para mim, perfumada, com roupas atraentes… (suspira) Então ela vem em minha direção, e põe-se em pontas de pés para me beijar, depois oferece-me o pescoço para que lhe faça caricias. Adoro despertar-me e senti-la abraçada à mim sob aqueles lençóis macios e aquecidos pelos nossos corpos e…

Rodrigo (a sentir o mesmo desejo) – Está bem, está bem! Já percebi que ela te é essencial.

Frederico (percebe) – Bem… de facto, não posso ficar sem ela e não vou.

Rodrigo – E porquê não ligas para saber como ela está?

Frederico – Não, eu prefiro falar pessoalmente. Ela também me ama, não me vai deixar.

(Em Lisboa, Victoria chega em casa para almoçar e depara-se com Cesar que está sentado no sofá da sala, como se estivesse a sua espera. Levanta-se e beija-lhe a boca)

Victoria (Paula) (preocupada) – Que fazes aqui? Deverias de estar na cama.

Cesar (sorri) – Mas, meu amor, sinto-me perfeitamente bem. Estou recuperado.

Dolores (a entrar na sala) – Que bom que os encontro juntos. (sorri perversamente)

Cesar (sorri) – Sim, tia. (abraça-a) Já sinto-me fantástico.

Dolores – E pareces-me feliz, mas sinto em ter de acabar com a tua felicidade, meu sobrinho. (estende-lhe a foto de Lorenzo) Vês este homem? (Victoria aterra-se) Encontrei esta foto em meio as coisas da tua esposa santa. Parece-me que alguém tem um amante.

Cesar (enfurece-se e agarra na foto) – Quem é este homem? (aumenta a voz) Responde.

Victoria (Paula) (põe-se nervosa) – Eu não sei, Cesar. Nunca o vi antes.

Dolores – Ela mente! Encontrei-a na tua gaveta, que por acaso estava trancada a chave, para que ninguém a encontrasse. Tu és uma descarada adúltera.

Victoria (Paula) – É mesmo? E porquê mexias nas minhas coisas? Quem te deu permissão?

Dolores – Isto não tem importância agora. O facto aqui é que tu és uma meretriz qualquer.

Cesar (agarra-a violentamente pelo braço) – Quem é este homem? Diz-mo já!

Victoria (Paula) – Cesar, estás a magoar-me o braço. Solta-me! Eu já disse que não sei quem é.

Cesar (puxa-a com força) – Vamos para o quarto! Vais-me explicar esta história.

(Cesar quase que arrasta-a na escadaria enquanto Dolores mantém o seu sorriso sórdido. Cesar entra e atira-a, violentamente, à cama. Victoria cai a chorar)

Victoria (Paula) – Cesar, não me faças isso! Eu juro-te que não tenho nada com este homem.

Cesar –Não acredito numa só palavra. Estava nas tuas coisas, como podes não saber quem é?

Victoria (Paula) (ajoelhada aos seus pés, em prantos de agonia) – Dolores mente!

Cesar (levanta-a ainda bruto) – A única que mente aqui, és tu! (olha-a nos olhos, convicto) E sabes do que estou a falar. (aperta-a) Tu bem o sabes. E não se trata apenas desta foto.

Victoria (Paula) (aflige-se temendo que Cesar esteja a falar da troca) – Solta-me!

Cesar (farta-se) – Vai-te embora! Não te quero voltar ver. Eu estava disposto a perdoar-te, mas se vais seguir com a ideia desta mentira e deste engano… vai-te já!

Victoria (Paula) (ajoelha-se novamente) – Não, meu amor! Pelo nosso amor te peço.

Cesar (afasta-se deixando-a cair sobre o chão) – Tens exatos quinze minutos. (retira-se deixando Victoria afogando-se em lágrimas desesperadas. Levanta-se e rapidamente agarra no telefone e liga à Paula)

Victoria – Paula, já está na hora! Não vale a pena seguir com isto.

Paula – Do que estás a falar e porquê choras tanto?

Victoria – Vamos destrocar! Voltas para a tua casa e eu para a minha. Não vale a pena.

Paula (suspira de tristeza) – Sabes… também acho! (começa a chorar) Foi uma boa experiencia e não me esquecerei jamais deste amor que vivi e desta aventura.

Victoria – Então, amanhã, amanhã preciso que venhas à Lisboa para destrocarmos.

Paula – Está bem! Amanhã a meia-noite, a magia será desfeita e tudo voltará a ser como era antes. E sugiro que seja a esta hora para que ninguém nos veja a sair.

Victoria – Encontras-me no hotel central. Estarei hospedada lá.

Paula (curiosa e preocupada) – Num hotel? Mas porquê?

Victoria – Não importa. Mas estarei lá a esta hora. Não faltes! (ouvir musica: Laura - Viveme con Alejandro. Desliga antes que Paula possa responder algo. Agarra numa mala, arruma todas as suas coisas e sai, olhando para trás enquanto se lhe saem as lágrimas como cachoeiras, lembrando-se dos momentos que viveu com Cesar e até dos filhos novos que arranjou. Ela sabia que eles precisavam dela mas que podia ela fazer se Cesar já não a queria consigo? Da janela, Cesar observa, com dor no coração, a sua amada ir embora. É como se a sua alma fosse junto com ela. Apalpa os bolsos e pega o telemóvel, sim, aquele que Victoria deixou cair na primeira vez em que se viram. Aquele dia em que encontraram, nos olhares, o verdadeiro amor. Treme de vontade para sair a correr e tomá-la nos braços prendendo-a à sua vida para que fosse apenas sua. Mas as mentiras eram demasiadas para que acreditasse no seu amor. Ter um amante, era a gota que faltava. Cesar sai a correr atrás dela mas quando chega avista o carro afastando-se, indo embora e levando a sua alma junto. Ajoelha-se no relvado molhado pela chuva e escandaliza um choro arrependido)

Cesar – Victoria, minha Victoria! Porquê fizeste-me tão mal? Porquê? Volta! (grita) Volta! (está confuso. Já não sabe se sente raiva ou amor, apenas sabe que a quer junto de si)

Dolores (sai de casa a correr, traz consigo um guarda-chuva) – Vamos, Cesar, levanta-te, homem! Ela não merece o teu amor. Filho, finalmente livramo-nos dela, não vês?

Cesar (soltando-se dela) – Não! Amo-a, ainda morro por ela. Ela jurou-me que era mentira.

Dolores – Vamos entrar, sim! Estás todo encharcado. Vamos! (entram na sala. Cristina e Francisco descem preocupados e a procura da “mãe”)

Cristina (aflita) – Que se está a passar aqui? Meu pai, porquê estás encharcado?

Francisco – Onde está a mamã? O que se passa? (para Olga) Tia, onde está a minha mãe?

Olga (com pena) – Oh, meus pequeninos! A vossa mãe… foi-se embora da casa.

Francisco (espantado) – O quê? Porquê? (para Cesar) Papai, porquê?

Cristina (desata a chorar) – Papai, traz a mamã de volta! Não a deixes ir. Vai buscá-la.

Dolores – Já basta! Ela foi embora e não voltará nunca mais. Diz-lhes, Cesar, diz-lhe o porque.

Francisco – Papai, traz a mamã para casa! Por favor, não a deixes, tu a amas que eu sei.

Cristina – Pai, papai, por favor, pelo amor que nos tens, traz a mamã de volta.

Olga – Oh meus bonequinhos, a vossa mãe não pode voltar porque…

Cesar (interrompe) – Não, tia! Eles não precisam saber e não será por ti.

Dolores – Por ela não, mas por mim sim! A vossa mãe não se foi embora porque quis. (sorri) Foi porque o vosso pai a expulsou. E com razão porque…

Cesar – Já basta, tia! Eles não saberão, eu não quero que saibam.

Francisco (curioso e aflito) – Saber do quê? Diz já papai, diz porquê a expulsaste?

Cristina – Francisco tem razão. Diz já porquê expulsaste a nossa mãe!

(Cesar sente-se encurralado pelos filhos. Se lhes disser a verdade, poderá destruir-lhes os corações, mas se ficar calado, não terá razão de a ter expulsado. Enquanto Dolores comemora por dentro. Finalmente obteve a sua glória infernal e diabólica. Algures, Nina observa sorrateiramente e também lança sorrisos prazerosos diante da tragédia alheia)

FIM (DO CAPITULO 57)


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