Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 10
Capitulo 55




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Capitulo 55

(Ouvir: Rita Guerra – Preciso de Ti. É outro dia já, o Ramalhete deixou de ser tão frio, os rouxinóis cantam, pousados na pequena fonte do jardim que agora já não é tão triste mas que também não é florido devido à estação de inverno. O velho pinheiro lança perfumes à manhã, levado pela brisa matinal que sopra as cortinas escuras do quarto de Paula e Frederico, iluminando a cama onde estão deitados, cobertos apenas pelos lençóis brancos e macios daquele leito barroco. Paula desperta-se e ao dar-se conta do que aconteceu, sorri descansada. Aperta-se à Frederico fazendo-o acordar. Ele, ao sentir o seu doce perfume junto à si, abraça-a forte e dá-lhe um beijo que aquece o quarto inteiro e os seus corpos)

Frederico (estonteado) – bom dia, luz dos meus olhos! Dormiste bem?

Paula (Victoria) (fecha os olhos e sorri) – nunca antes havia dormido tão bem!

Frederico- foi a melhor noite da minha vida… mas devo reconhecer que sentia-me a fazer amor com uma estranha. Digo isso porque conheço cada parte do teu corpo, Victoria, mas ontem… ontem parecias-me ser outra mulher, curvas diferentes e cheiro diferente. (olha para ela, que levava um olhar nervoso) Mas… mas gostei. Gosto mais de ti assim, amo-te assim!

Paula (Victoria) (sorri) – não preferes a Victoria de antes?

Frederico- não, meu amor! Prefiro-te à ti, a minha Ofélia. Não sei como fizeste para te transformares da mulher ideal para mim… ainda bem que és a minha esposa e que ficaremos juntos para sempre. (olha para ela e sorri, beija-lhe os lábios macios e saudosos)

Paula (Victoria) (abaixa o olhar, lembrando-se de que aquele amor acaba quando se cumprir um ano de troca) – quero que dure para sempre, e espero que dure.

Frederico (espreguiça-se) – que pena… tenho de me levantar.

Paula (Victoria) (lamentando-se) – precisas mesmo ir trabalhar hoje? Queria ficar contigo todo o dia… ainda mais depois desta noite apaixonada que me deste.

Frederico (aperta-a contra o seu peito, desejando não a soltar jamais. A fazer malandrices) – adoravas passar o dia a fazer amor comigo? (sorri seduzindo-a) Já queres mais?

Paula (Victoria) (cora-se e sorri) – malandreco! Apenas quero a tua companhia… esta casa é imensa e eu fico entediada por não ter o que fazer o dia todo. (tem uma ideia) Meu amor! E se eu fosse trabalhar contigo na tua empresa?

Frederico (admira-se. Victoria jamais quereria trabalhar com ele) – não meu amor! Sempre detestaste escritórios… dizias que eles são feios, frios, sem graça e chatos. Alem do mais, aquilo não é lugar para uma mulher tão bela como tu.

Paula (Victoria) (insistindo) – as tuas secretárias são muito bonitas!

Frederico (segura-a pelo queixo) – mas tu és mais! Olha, eu prometo que vou pensar… está bem? (Paula acena positivamente, com um sorriso. Frederico beija-a e ela deixa-se beijar, ociosa e desejosa dele. Não podia resistir à tanta paixão e amor, em lençóis tão gostosos)

(ouvir musica: Laura Pausini - Viveme con Alejandro Sanz. Em Lisboa, Cesar desperta-se e tem uma visão inesperada. Da sua cama, pode ver Victoria na casa de banho, a despir-se. Tira a camisola vermelho escarlate de seda que descai, deslisando-se pelo seu corpo. Cesar admira a desenvoltura das suas curvas, e o desejo toma conta de si. Aquela visão incendiava-o por dentro, despertando o seu instinto masculino. Victoria não era só o amor da sua vida, mas também era uma mulher sedutora e ele não a resistia. Acompanha os seus movimentos como um leão a espreita da presa. Vê-a entrar na banheira e sobe-lhe um fogo, uma vontade de molhar-se com ela, permanece apenas como um voyeur que obtém prazer sexual através da observação, ali fica até Victoria terminar o seu banho. Encobre-se e quando ela se está a vestir volta a olhá-la, Victoria assusta-se ao perceber que estava a ser observada por ele e tapa-se com a toalha, Cesar levanta-se e vai até ela, deixando-a nervosa)

Cesar (deslizando a mão pelas suas costas quase nuas) – não é preciso que te tapes… já vi tudo o que me interessava ver. (olha-a com desejo e sussurra) E eu gostei!

Victoria (Paula) (nervosa, afasta-se dele) – Cesar! Que modos são estes? Que te está a passar?

Cesar (agarra-a e prende-a nos seus braços) – desejo, paixão… amor (sussurra) Vontade!

Victoria (Paula) (derrete-se, mas resiste) – deixa disto! Estás convalescente e…

Cesar (acariciando-a) – deixa tu, de desculpas! (beija-a desfrutando daqueles lábios sedutores que tando desejo lhe causavam, e quando vai tirar-lhe a toalha, ouve-se um barulho de despertador. Victoria solta-se dele imediatamente)

Victoria (Paula) (agarra nas suas roupas e vai em direção à casa de banho) – tenho de me arranjar para ir trabalhar. Outra hora está bem? (dá-lhe um beijo e retira-se deixando Cesar escaldando-se de desejo, lambendo os lábios cheios de vontade)

(Na sala de jantar, estão Dolores e Nina, sozinhas)

Nina (ansiosa) – então, quando é que desmascaramos a senhora Paula?

Dolores (com um olhar perverso) – na hora mais oportuna, minha cara, na hora mais oportuna.

Nina- não vejo a hora de destruir o seu teatrinho de esposa perfeita que ela não é. E quando o meu pai… quero eu dizer, D. Cesar a expulsar, di-lo-ei quem sou!

(Dolores aterra-se pela ilusão de Nina, mas logo acalma-se pelo seu plano. Olga entra na sala)

Olga- bom dia, Dolores! (para Nina) Olha, como te chamas? Ah… sim! Nina, traz-me o meu café com pão-de-leite e o meu queijo flamengo! (para Dolores) Então… que cara é esta?

Dolores- é a cara de alguém que está preste a conseguir o que quer, minha querida irmã.

Olga (sem perceber) – do que estás a falar, Dolores? Ai… até assustas-me assim!

Dolores (estende a foto Lorenzo para que ela possa ver) – vê tu mesma!

Olga- ai… que bonito é este homem! (olha para Dolores com um ar desconfiado) Minha irmã, não me digas que andas aos namoricos com este deus grego?

Dolores (indigna-se e tira-lhe a foto da mão) – estás louca ou o quê? Este aqui é o amante da nossa adorada Paulinha e eu vou mostrá-la ao Cesar para que veja a classe esposa que tem.

Olga- e como sabes que este é o amante dela?

Dolores- porque a… digo, eu, encontrei esta foto na gaveta dela. Descarada! Mas agora sim, agora terás a tua sentença e ficaremos livres de ti para sempre, maldita.

(Em Sintra, na universidade, chega Paloma. Está entusiasmada e nota-se um vislumbro de medo pelo que enfrentará nesta nova etapa. A caminhar pelos corredores esbarra-se com o seu novo professor, Fernando, o melhor amigo de Cesar. Ouvir musica: Thalia - Por Lo Que Reste De Vida. Fernando segura-a nos seus braços para que não caia, e os seus olhos cruzam-se como uma bala ao coração, aquele momento fez com que algo começasse a fomentar dentro deles. Paloma é tão bela, com olhos verdes iguais aos da mãe, Victoria, e a pele tão branca como a de Paula, os cabelos negros são o breu que deixa Fernando no escuro permitindo vê-la somente à ela. Aquele corpo pequeno nos seus braços de homem feito não lhe permitia pensar ou ver o que se passava. Os olhos castanhos de Fernando faziam Paloma imaginar coisas proibidas)

Fernando (soltando-a. Está nervoso) – senhorita, está tudo bem consigo?

Paloma (ainda estonteada) – sim… obrigada! Eu… eu já vou indo. (sorri para ele) Adeus.

Fernando (beija-lhe a mão) – adeus, senhorita! E tome mais atenção por onde anda.

(Ambos seguem caminhos opostos, mas algures, voltam a olhar para trás como se o momento não fosse ser passado nunca, mas seria um novo futuro para eles)

Paloma (encostada à parede) – meu Deus, que tenho eu? Que tenho eu?

Fernando (a entrar na sala) – Deus… que se está a passar aqui?

(Telmo vai ao jardim onde encontra Paula, sentada na fonte a segurar uma gardênia)

Telmo (pousa a mão sobre o seu ombro) – minha senhora, que faz aqui neste frio?

Paula (sorri) – olá, meu Telmo. Estava aqui a pensar nas coisas da vida. Sabes, ontem foi uma grande noite. (suspira) Agora sei porque tive tanta coragem de cometer esta loucura.

Telmo (desconfia-se) – minha senhora, porquê diz isso? (entende) Minha senhora! (admirado) Não me diga que consumou o seu amor com D. Frederico?

Paula- sim, Telmo! Esta noite estive nos braços de Frederico. Eu amo-o!

Telmo (levanta-se, fica apreensivo) – mas, minha senhora é casada com outro e ele também tem esposa. Isto foi… adultério. Não estou de acordo com o que fez.

Paula- adultério? Quando há amor, o pecado perdoa-se. Além do mais, diante de tudo o que já fiz por este amor… oh, meu Telmo! Entregar-me à ele, não é nada.

Telmo- mas será que não percebe que este amor é como um produto que se vende em uma loja de vila? Tem prazo de validade. Um ano, minha senhora, um ano.

Paula - não me interessa! E não compares este amor com um produto qualquer. Talvez a relação e o romance acabem-se em um ano, mas este amor, Telmo, este amor é infinito.

Telmo - o seu, talvez, mas o de D. Frederico acabar-se-á no momento em que descubra a verdade. (Paula aterra-se) E o tempo matá-lo-á… lamento ter que lhe dizer tais verdades.

Paula- valha-me Deus, Telmo! Conheço que desarrazoais (perdeu a razão), contudo as tuas palavras metem-me um medo… não me faças mais desgraçada.

Telmo- desgraçada? Porquê? Não é feliz na companhia do homem que ama, nos braços do homem a quem sempre quis mais sobre todos? Que o pobre de meu amo… respeito, devoção, lealdade, tudo lhe teve, com tão nobre e honrada senhora que é… mas amor!

Paula- não está em nós dá-lo, nem quitá-lo, amigo.

Telmo- assim é. Mas os ciúmes que meu amo não teve – tenho-os eu… aqui está a verdade nua e crua… tenho-os eu por ele: não posso, não posso ver… e desejo, quero, forcejo por me acostumar… mas não posso. Frederico Moreno… o senhor Frederico Moreno é guapo, cavalheiro, honrado fidalgo, bom homem… mas… mas não é, nunca há-de ser, aquele espelho de cavalaria e gentileza, aquela flor dos bons… Ah o meu nobre amo, meu santo amo, seu pai.

Paula- pois sim, tereis razão… tens razão, mas não podes esperar que encontre um homem tal e qual o meu pai. A menos que me casasse contigo. (Telmo rir-se) Sou feliz, meu Telmo. (abraça-o) Adoro estes ciúmes de pai que sentes por mim. Assim era desde menina.

Telmo (ergue-lhe pelo queixo) – minha rica senhora, eu não sou o seu pai, mas a senhora é minha filha, filha da minha alma e do meu coração. Protegê-la-ei sempre e de todos.

Paula- mas de Frederico não me tenhas cuidados que ele é bom e respeitoso cavalheiro.

(Telmo não responde, apenas abraça-a protegendo-a do frio como protege-a de tudo)

FIM CAPITULO 55


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