Ellsworth - Uma nova Chance escrita por 1FutureWriter


Capítulo 9
Kansas City


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa amores! Não "vejo" vocês desde o ano passado hein hahah
Como foram de Natal e Ano Novo??
O meu foi legal.
Vamos começar 2015 então? Como presentinho para os #Mileyrs tem um pequeno momento cute hahah S2
Beijinhos e boa leitura.



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Desde que o conheci tive vontade de provar o sabor do seu beijo, mas ali, naquela situação confesso que não foi tão bom quanto eu esperava, quer dizer, o Jason era lindo, e seu beijo não era ruim, muito pelo contrario, era muito bom, mas eu não senti absolutamente nada.
Como posso achar que gosto de um cara, se não sinto nada quando ele me beija? Acho que é pelo fato de saber que ele é namorado da minha irmã, porque não há outra explicação.
Depois que praticamente saí correndo dali, encontrei minha amiga Carlla no caminho. Ela estava alegre, como sempre estava, e isso seria contagiante, se não fosse a confusão na minha cabeça. Mal nos falamos, ela estava indo em direção ao Taylor's e eu vindo de lá. Não lhe contei sobre o beijo, mas com certeza ela sabia que alguma coisa tinha acontecido, afinal já havíamos aprendido a nos falar pelo olhar.
Nos despedimos ali mesmo, e cada uma seguiu seu rumo.
Quando cheguei em casa, a primeira pessoa que vi foi Audrey. Ela estava na sala, folheando uma revista quando passei. Desejei boa noite, mas ela pareceu não notar minha presença, ou fingiu que não.
Quando entrei no quarto levei um susto. Johnny estava sentado na minha cama. Parecia se divertir trocando mensagens com alguém no celular. Quando me viu, seu sorriso se alargou ainda mais.
Deixou o celular em cima da cama, e veio ao meu encontro. Me deu um abraço tão forte que quase perdi o ar.
– Você estava certa, totalmente certa! - dizia ele repetidamente.
Fiquei por alguns minutos tentando entender o porquê ele estava daquela maneira, até que me contou o motivo de tanta felicidade.
Ele havia falado com a tal Alanis, a menina pela qual ele havia se encantado.
Tive vontade de me abrir com ele, e contar o que tinha acontecido na saída do Taylor's, mas ele estava tão feliz que não tive coragem de estragar sua felicidade.
Contei-lhe sobre a festa no Kansas City, e disse ser uma boa oportunidade de convidar a tal menina para sair. Johnny não contendo a euforia, me deu um beijo estalado na bochecha, pegou o celular que ainda estava em cima da minha cama e saiu, indo em direção ao seu quarto.
[...]
Acordei antes que o galo infernal começasse a cantar. Já estava começando a me acostumar com o horário. É claro que enrolava um pouco na cama, mas nada que pudesse fazer com que perdesse a hora durante a semana.
Levantei preguiçosamente, tomei meu banho e desci as escadas em direção a cozinha.
Estranhei não ter ninguém tomando café ainda. Normalmente eu era a última a aparecer, e ali não havia ninguém. Então me lembrei que era sábado e todos levantam um pouco mais tarde.
Estava terminando de tomar meu café da manhã quando Johnny e Audrey apareceram, ela completamente séria, e ele sorridente, o oposto um do outro.
Ia levantando da mesa quando papai apareceu com Jenny, então em sinal de respeito acabei voltando ao meu lugar.
Johnny contou sobre a tal festa, disse que iríamos juntos, e que levaria a possível nova namorada.
– Bem que o coroa podia emprestar o carro pra gente, né Hay! - ele disse divertidamente olhando pra mim.
Papai nos olhou de forma cúmplice, pegou as chaves do carro em um dos bolsos, e jogou-as na direção de Johnny que as pegou no ar.
– Tomem cuidado na rua, os dois!
– Será que eu posso ir também? - Audrey perguntou. Seu rosto parecia angelical. Se não a conhecesse bem, diria que estava disposta a fazer as pazes e viver em harmonia, mas esse realmente não era o caso.
Todos me olharam, como se a decisão dependesse exclusivamente de mim. Eu dei de ombros e disse não haver nenhum problema.
Por mais que eu não quisesse que Audrey fosse, não queria decepcionar meu pai, então preferi ceder essa vez.
Fiquei deitada no meu quarto, lendo durante todo o resto da manhã, até que na hora marcada Carlla e Alanis chegaram.
Alanis é realmente muito bonita. Seus cabelos são lisos e longos numa tonalidade bem clara de castanho, quase loiro. Seus olhos são da cor do mel, e são meio puxadinhos, como se fosse descendente de japoneses. Chega a ser engraçado ver ela perto do Johnny, já que ele é muito alto, e ela não deve chegar nem aos um metro e sessenta.
É simpática também. Fez questão de falar com todos na casa com um sorriso estampado no rosto.
No caminho para o Kansas City estávamos todos calados até que, Carlla com seu jeito despojado, começou a soltar piadas dos mais variados tipos. O que antes podia ser classificado como uma viagem calma e tranqüila tornou-se agitada e divertida.
Havia muita gente no local da festa, barraquinhas espalhadas por toda a praça, muitas vendendo comidas e bebidas. Um pequeno palco havia sido montado em um dos cantos, e alguns instrumentos já estavam sendo afinados.
Johnny e Alanis foram os primeiros a caminhar pela praça, Audrey foi logo depois, ficando somente Carlla e eu.
– Então, o temos pra fazer aqui? - perguntei ansiosa. Quando ia me responder, seu celular tocou. Ela soltou um olhar malicioso em minha direção enquanto falava ao celular. Dizia a alguém o local exato onde estávamos, e cerca de cinco minutos depois eu entendi o porquê do olhar. Mike vinha em nossa direção, parecia tão surpreso quanto eu, mas o que mais me deixou preocupada foi o fato de Jason estar ao seu lado. Quer dizer, ontem aconteceu o beijo, e hoje estamos no mesmo lugar em que a namorada dele, minha irmã, está. Isso é no mínimo constrangedor.
– Morena você não me disse que a NI viria! - Mike disse ao chegar onde estávamos.
– Eu sei, não disse a ela que você viria também.
– E por que não, posso saber? - perguntei direta.
– Bom, porque se eu contasse, nenhum dos dois iria me fazer companhia, e os dois são meus amigos, mas preferem sempre trocar farpas a manter uma convivência pacífica. - explicou calmamente.
Mike não disse mais nada, assim como eu.
– O..Oi Haley - disse Jason meio gaguejante, estendendo a mão pra mim. Cumprimentei-o de volta. Ele deu um meio sorriso e fez o mesmo com Carlla.
– Bom, agora que meus únicos amigos estão aqui...vamos beber! - ela disse divertida, me levando em direção a uma barraca qualquer.
Paramos em uma que vendia todo tipo de bebidas que eu pudesse imaginar. Já ia fazendo seu pedido quando levou um susto ao ver o cara que estava do lado de dentro.
– Não acredito que lhe encontrei novamente. - ele disse, mostrando-lhe seu melhor sorriso. O rapaz era muito bonito, e tinha um estilo meio bad boy.
– O que faz por aqui? - perguntou ela. Posso jurar que Carlla estava incomodada.
– Eu moro aqui no Kansas City. Fui a Ellsworth somente visitar uma pessoa.
– Ah sim, entendo... bem já vamos. Até outro dia. - ela disse, me arrastando junto com ela.
– O que foi aquilo? - perguntei curiosa.
Carlla me explicou que no dia anterior, aquele mesmo cara estava no Taylor's, e que para ganhar uma aposta com Mike acabou jogando um charme em cima dele. O problema é que, segundo ela, o tal rapaz acabou encantado com sua beleza, e não a deixou em paz pelo resto da noite.
– Tá, tudo bem, mas você disse a ele que não gostava de meninos?
– É claro que não, eu queria que ele me pagasse uma bebida. Se contasse que era lésbica ele ia correr de mim. - explicou.
Tentei pensar em uma solução, mas o tal carinha foi mais rápido e nos alcançou.
– Ontem você estava tão carinhosa, e hoje está fugindo de mim? Fiz algo que não tenha gostado, princesa? - indagou galante.
Ela tentou explicar-lhe que não era como as outras mulheres, que não gostava de rapazes, mas ele pareceu não acreditar em nada do que dizia. Irritada, Carlla saiu andando em uma direção qualquer, e o tal carinha foi atrás.
Estava sozinha em frente a barraca, quando Jason se aproximou. Tinha as mãos enfiadas dentro dos bolsos, e poderíamos ler a palavra vergonha estampada em seu rosto.
– Posso falar com você um minuto? - pediu. Eu assenti com a cabeça.
Jason puxou o ar para os pulmões antes de continuar.
– Haley, ontem eu... eu me precipitei...
– Jason, não precisa falar nada. Foi uma coisa que aconteceu e não vai se repetir.
– Mesmo assim, eu preciso falar. Olha, foi bom, foi realmente muito bom, mas aquele beijo, ele... ele não pode se repetir. - Jason já estava próximo o suficiente para me beijar de novo, se não fosse o fato de Audrey ter ouvido toda a conversa. Estava furiosa como eu nunca tinha visto, e partiu pra cima de mim. Se Jason não estivesse no meio de nós duas, na certa as pessoas teriam um espetáculo para presenciar. Ele precisou pegá-la no colo para poder segurá-la, e mesmo assim Audrey continuou a gritar. Fui xingada de todos os tipos de nomes possíveis, e eu realmente acho que ela somente tinha achado uma forma de soltar o que já estava engasgado na garganta.
Um pequeno grupo de pessoas já se formava em volta de nós, quando Mike apareceu e me tirou dali. Ele me levou até onde estava sua caminhonete, e abriu uma das portas para que eu me sentasse.
– Você ouviu? - perguntei de cabeça baixa.
– Não, mas pelos gritos da sua irmã, eu suponho que ela tenha descoberto sobre o beijo, acertei?
– Quê? Como...como você sabe do beijo? Por acaso o Jason te contou?
Ele negou com a cabeça todas as perguntas que eu havia feito, mas disse ter visto nós dois juntos na noite anterior.
Me senti ainda pior por saber que dentre tantas pessoas, justamente ele tinha nos visto.
Desci do carro na intenção de ficar sozinha, e acabei parando em frente a barraca do tal carinha que estava na cola da Carlla. Ele já havia voltado pra lá, e pela cara que estava, ela conseguiu escapar dele.
– Aquela sua amiga é bem difícil de lidar! - ele disse assim que me viu. Mesmo sem pedir, pegou dois copos e serviu uma bebida. - Um brinde!
– Só se for para brindarmos o péssimo dia que estou tendo!
– Que nós estamos tendo! - retrucou.
Depois de muito rodear, e muito beber, ele finalmente disse que Carlla lhe confessou ser lésbica. Perguntou se o que ela havia falado era verdade, e quando confirmei, ele pareceu ainda mais cabisbaixo.
– Eu fico tanto tempo sozinho, e quando me interesso por uma mulher, ela também gosta de mulher! Não é justo! - ele disse, dando um murro na bancada.
Já tinha perdido as contas do quanto já havíamos bebido, e quando me levantei para procurar os outros, minha cabeça rodou.
Acabei esbarrando em Mike, e ele derramou alguma coisa gelada na minha blusa, deixando-a transparente.
– Você não olha por onde anda seu caipira folgado?
– Que? Ficou maluca? Você esbarrou em mim! - respondeu me virando as costas.
– E precisava ter me jogado isso? - procurei sentir o cheiro da bebida e notei que era vodka pura.
– Garota entenda, eu não joguei nada. Você que está bêbada feito um gambá e não está conseguindo controlar suas pernas. Se me der licença, eu tenho mais o que fazer.
– Bêbada feito um gambá? Com quem você pensa que está falando? - perguntei, enquanto praticamente corria em sua direção. Ele só parou quando chegou novamente na caminhonete. Sentou na caçamba e ficou a me olhar com uma cara de tédio. - Estou falando com você, seu idiota.
Mike levantou-se ficando de frente pra mim. Precisei olhar pra cima, já que ele era bem mais alto que eu.
– Para começo de conversa, sim, você está bêbada. - ele disse. Seu tom de voz era bem áspero, e senti que a cada palavra, ele ficava um pouco mais próximo. - Segundo, eu não sou idiota, e terceiro, se você não parar com essas suas crises sem cabimento, eu vou...
Mike hesitou um pouco, o que me deixou com raiva..
– Você vai fazer o quê? Vai me bater? Ta achando o que...
A frase simplesmente morreu em minha garganta. Não sei se eu realmente estava bêbada a ponto de ter delirado. Mas naquele momento, naquele exato momento, Mike estava me beijando. Não era um beijo calmo, era mais como uma explosão.
Ao mesmo tempo em que senti minhas pernas fraquejarem, senti também Mike me pegando no colo.
Ele me colocou sentada na caçamba da caminhonete, e se colocou entre minhas pernas enquanto me beijava. Suas mãos alternavam entre minha nuca e meus cabelos.
Nossa intenção não era parar o beijo, e só o fizemos porque Audrey começou a fazer um escândalo quando nos viu.
– Já não bastava dar em cima do meu namorado? Tem mesmo que beijar a todos os outros? - gritava ela para quem quisesse ouvir. - Cuidado com seus maridos e namorados, pois a Haley Sullivan pode atacá-los a qualquer momento.
Desci da caminhonete, parando de frente para ela. Seus olhos faiscavam.
– Olha Audrey, o que aconteceu ontem não significou nada. Além do mais, não fui eu quem beijou o seu namorado.
– Não me interessa, o fato é que você é uma intrusa nesse lugar. Antes de você aparecer as coisas andavam nos eixos, agora a minha vida se tornou um verdadeiro inferno!
– Inferno? - pude sentir o meu próximo sarcasmo. - Deixa eu te falar o que é o inferno. Eu tenho dezessete anos, minha mãe que era minha única amiga, acabou de morrer, perdi meu emprego, não tinha dinheiro nem para pagar minhas contas. Tive que sair da cidade em que morava pra vir parar nesse fim de mundo, onde ninguém gosta de mim. E ainda por cima tenho que aturar uma irmã mimada que acha que tudo gira ao seu redor. Desculpe se você acha que eu vim estragar sua vida, mas eu não vou embora só porque você acha que sou um incômodo.
– Eu não sou mimada! - gritou a plenos pulmões.
– É uma mimada sim, e uma egoísta que só pensa no próprio umbigo, sem se importar com os outros.
Ela tinha as bochechas vermelhas de raiva, e não hesitou em me xingar na frente de todos, e assim como ela não se importou, eu também não me importei em dar-lhe uma bofetada.
Johnny ia chegando com Alanis e pôde presenciar toda a cena, e se não fosse ele a segurar Audrey, e Mike a me segurar, nós sairíamos no tapa.
– Me solta! - ela gritava para Johnny. - Eu vou quebrar a cara dela.
– Vem, pode vir. Ta pensando que eu tenho medo você?
– Querem parar vocês duas! - Johnny se pronunciou pela primeira vez. - Vocês são irmãs, não tem porque agirem assim.
– Eu não sou irmã dessa ai. - ela disse, ainda debatendo-se. - Eu tenho nojo de você, Haley!
– E eu tenho pena.
– Johnny leve sua irmã pra casa, e eu levo a Haley. - Mike disse. Meu irmão atendeu ao pedido dele, e a muito custo levou-a para o carro.
– Posso te soltar, ou você vai correr atrás da sua irmã feito uma louca? - ele perguntou ainda me segurando.
– Pode me soltar, não vale a pena ir atrás dela.
Aos poucos Mike foi soltando meus braços, deixando apenas uma de suas mãos ligada a minha. Me levou até a caminhonete e abriu a porta para que eu entrasse. Parecia outra pessoa.
– Vou te levar pra casa, NI. - ele disse atencioso.
– Não quero ir pra lá agora. Se eu chegar em casa e ver aquela...a minha irmã, é capaz de brigarmos de novo. Você pode me deixar na praça.
– Sozinha? Já está anoitecendo, não vou te deixar na rua.
– Como se Ellsworth fosse muito perigosa! - disse ironicamente.
– Pode não ser, mas não deixaria ninguém na rua.
– E pra onde vai me levar?
– Isso você só vai saber quando chegarmos! - ele disse, dando partida no carro logo em seguida.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam???
Nos vemos no próximo capítulo
Beijuus



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