Ellsworth - Uma nova Chance escrita por 1FutureWriter


Capítulo 26
Alguém novo?


Notas iniciais do capítulo

Olá amores como vão?
Passando rapidinho aqui pra postar capítulo novo.
Demorei porque estava focada no final de uma outra história, mas já vamos normalizar isso ai hehe
Hoje a noite eu respondo a todos os comentários atrasados, prometo hehe
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Leitores novos ... sejam muito bem-vindos!
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Curtam a página, lá a gente se conhece melhor :p
ttps://www.facebook.com/paulagrangerfanfics
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Beijos e boa leitura



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Já era manhã quando despertei, e nem mesmo o maldito galo do meu pai fez com que meu humor mudasse. Mike não estava mais ao meu lado, porém a camisa xadrez ainda estava jogada por cima da cômoda. Talvez ele tivesse esquecido antes de ir embora, ou tenha deixado de propósito só para lembrar-me que ele passou a noite ali, não sei dizer ao certo. Espreguicei-me lentamente e então olhei para o relógio. Dei praticamente um pulo da cama ao ver que já estava quase atrasada. Corri até o banheiro e tomei uma ducha (gelada) rápida e peguei a primeira roupa que encontrei pela frente.

Ia chegando a cozinha, abotoando uma camisa qualquer com o sutiã ainda a amostra quando dei de cara com ele. Mike estava sentado em um dos banquinhos da mesa, lendo jornal e tomando café. Quase dei um grito pelo susto que levei, e que ele achou graça.

– Viu um fantasma, NI? Não sabia que eu era tão assustador assim. - Ele disse em tom de deboche.

– Você me assustou. Pensei que já tivesse ido.

– E perder essa cena cômica? De jeito nenhum! - Estreitei os olhos para ele que apenas pegou a caneca e bebericou o café em tom de gracejo.

Terminei de abotoar a camisa rapidamente e fui até o espelho do quarto ver se estava apresentável. Quando voltei, Mike ainda estava sentado no mesmo lugar, mas já não lia o jornal, apenas esperava que eu aparecesse, segurando o queixo com uma das mãos.

– Vai a algum lugar? - Perguntou-me.

– Não é óbvio? Vou trabalhar.

Mike levantou-se de onde estava e veio em minha direção. Seus músculos estavam contraídos ficando mais evidentes sob a camisa branca que ele usava. Ele praticamente me imprensou contra a parede. Um braço de cada lado na altura dos meus olhos. Foi aspirando meu perfume pelo meu pescoço até chegar bem próximo a minha orelha.

– Não sabia que eu surtia um efeito tão forte sobre as mulheres, a ponto de fazê-las esquecer da vida.

– Como é? - Perguntei realmente sem saber o motivo por ele ter falado aquilo.

– NI hoje é sábado, e pelo o que eu saiba a Prefeitura não funciona nos fins se semana, a menos que, esteja fazendo serviços extras.

Eu realmente havia esquecido, e o pior de tudo era ter que olhar a cara de deboche que ele fazia. Dessa vez eu de fato não tinha como escapar com qualquer tipo de desculpa, ele estava certo e eu errada, o máximo que podia fazer era arrumar outro jeito de sair daquela situação.

– E para trabalhar, eu preciso ter que estar na Prefeitura? Posso ir à casa do prefeito!

– NI aceite os fatos. Você se sentiu tão bem comigo na noite passada que se esqueceu da vida. Não é feio admitir as fraquezas.

– Você é muito convencido! - Ele me olhou com um sorriso sarcástico no rosto, e pendeu a cabeça de lado.

– Quer mesmo que eu fale novamente o que você já sabe?

"Não é convencimento, é apenas uma constatação de fatos!" Dissemos uníssono. Saiu tão natural, que nós dois rimos ao mesmo tempo. Mike desfez o jeito sedutor e voltou a ser o cara implicante. Me puxou pra perto e roubou um beijo. Disse que precisava ir para o Taylor's, mas que a noite daria um jeito de me encontrar.

Depois que ele foi embora, eu fiquei pensando no que iria fazer. Era sábado, e eu não tinha que trabalhar. Acabei optando por ir visitar meu pai. Eu o via todos os dias, mas nunca falávamos sobre outra coisa que não fosse trabalho, afinal, ali ele era o prefeito de Ellsworth, e como tal tinha que resolver os problemas da cidade. Na verdade o problema maior eram os moradores, que muitas vezes arrumavam confusão por coisas idiotas. Essa semana o senhor Johnson, por exemplo, foi até lá abrir uma "denúncia" que os gatos da senhora O'Brian, sua vizinha, estavam remexendo seu lixo durante a noite. Meu pai explicou que era comum os gatos terem esse tipo de comportamento, mas o velho insistia que pegaria uma espingarda e mataria todos eles. Na verdade seria bem engraçado ver essa cena, já que o senhor Johnson deve beirar os setenta anos, e anda com uma bengala porque suas pernas já não são fortes o suficiente. Nesse dia eu acabei me intrometendo na conversa e expliquei-lhe que seria fácil fazer com que os gatos não mexessem mais no lixo. Ele me olhou como se duvidasse, e eu disse que já tive um gato quando morava em Nova Iorque. Bastava apenas que colocasse um peso em cima das latas de lixo.

Aquela explicação pareceu convencer-lhe e o velho senhor foi embora satisfeito. Meu pai disse que eu levava jeito pra essa coisa e que eu deveria pensar na possibilidade se seguir a mesma carreira, mas o que eu realmente pensava naquele momento era no Louis, meu gato. Na correria de vir para Ellsworth, eu acabei deixando-o com uma amiga. Não sabia se poderia trazê-lo, e nem ao menos perguntei.

O sentimento de saudade me invadia enquanto eu caminhava até a casa do meu pai. Se ao menos o Louis estivesse comigo. Mesmo não falando, ele me entendia. Sabia quando meu humor estava bom, e quando não estava.

Quando cheguei, entrei pela cozinha. Me arrependi no mesmo instante, pois estavam todos sentados à mesa tomando o café da manhã. Anna foi a primeira a me ver. Me deu um abraço tão forte que doeu as costelas. Johnny foi logo puxando a cadeira para que eu sentasse ao seu lado, e meu pai apenas acompanhava tudo com um olhar doce. Jenny e Audrey mal olharam para minha cara, e sequer responderam ao meu "bom dia", apenas calaram-se e continuaram a comer. Como de costume, Johnny não parou de falar um minuto sequer. Ele estava animado porque em duas semanas seria seu aniversario de dezesseis anos e ele começaria a trabalhar, e de quebra teria permissão de dirigir legalmente.

Saber que Johnny e Audrey farão aniversário em duas semanas me faz lembrar que o meu também está próximo, é apenas um mês de diferença. Enquanto ele tagarelava, Anna e meu pai insistiam para que eu comesse alguma coisa, então enquanto prestava atenção na conversa, beliscava uma coisa ou outra.

– E você já sabe onde vai trabalhar? - Perguntei. Ele deu de ombros e disse que ainda estava vendo, mas que possivelmente tentaria algum cargo na prefeitura, ou até mesmo como ajudante no Taylor's. O que importava para ele era poder ter seu próprio dinheiro para poder sair com Alanis.

Notei que meu pai sorria disfarçadamente depois do que Johnny falou, e insistimos para que contasse o que era. Ele coçou um pouco a cabeça e acabou cedendo.

– Quando eu tinha a idade do seu irmão, eu fazia as mesmas coisas. Durante o dia fazia uns bicos, e a noite pegava o Mustang velho do seu avô e ia encontrar a minha garota.

Acho que Jenny não gostou nem um pouco de ouvir a tal história porque se levantou tão rápido da mesa que quase não notamos. Meu pai não se importou muito, já que continuou a narrar suas aventuras. A tal garota que ele se referia era minha mãe. Era estranho ouvir essas histórias. Ela nunca foi de contar como eles se conheceram, ou como começaram a namorar, mas ao mesmo tempo era bom poder ouvir uma coisa nova a respeito dela, dessa forma estaria sempre presente em minha memória. Audrey apenas ouvia tudo e vez ou outra soltava um risinho sarcástico. Acredito que Johnny tenha notado porque ele acabou ficando desconfortável na presença de nós duas. Depois que meu pai terminou as histórias, ele pediu licença e saiu, disse que precisava resolver algumas coisas da prefeitura. Perguntei se precisava que eu fosse junto, mas ele negou, dizendo que somente ele poderia fazer alguma coisa. Deu um beijo na testa de cada filho e saiu. Permanecemos os três em silêncio, até que, Johnny começou suas perguntas:

– Por que quando o papai estava falando, você estava rindo, Aud?

– Você não quer mesmo que eu responda, ou quer? - Ela perguntou com um sorriso lascivo nos lábios.

– Se eu perguntei, é porque quero! - Ele respondeu agressivamente.

– Ora, querido irmão. Não importa o que o papai lembre, ou diga. Ele largou a mãe dessa ai, e casou com a nossa mãe. É óbvio que o sentimento pela mamãe foi muito mais forte. Nós não somos bastardos, somos filhos de um casamento legítimo e sólido, coisa que essa daí nunca vai saber o que é, já que além de tudo é órfã!

Johnny não sabia se me segurava, ou se respondia a Audrey. É claro que em parte ela tinha razão. Meu pai realmente não casou com a minha mãe, então sou uma filha bastarda sim, mas ela está errada quando diz que o casamento atual dele é as mil maravilhas. Na verdade esse casamento está a beira de um penhasco, pronto a cair a qualquer momento. Acho que só sobrevive ainda porque ele é o prefeito da cidade e prefere ficar longe de escândalos.

Tranquilizei meu irmão com o olhar, não responderia a altura, porque tenho certeza que acabaria com Audrey nas palavras, e não queria mais confusão pro meu lado. Me despedi dele e de Anna que apenas observava tudo sem nada a dizer e ia saindo da porta quando mais uma vez o risinho debochado de Audrey ecoou pela cozinha. Eu tentei me segurar, tentei mesmo, mas o sangue subiu de uma maneira incontrolável.

– O que foi agora? - Perguntei já sem paciência.

– Nada, apenas constatando o que eu já sabia. - Respondeu, virando o olhar pra mim. - Você é uma fraca que não aguenta ouvir a verdade. Deve ter puxado a família da defunta, porque não foi do papai.

Respirei fundo para não voar em cima dela. Virei-me de frente e caminhei até a mesa onde ela estava. Repeti o mesmo sorriso lascivo que ela tinha, e abaixei um pouco para ficar na mesma altura que ela.

– Sabe, eu tenho pena de você, que é tão pobre de espírito e não consegue enxergar o que de fato é verdade. Prefere acreditar no que melhor lhe convém. Aceite Audrey, você nunca será a filha preferida, nem mesmo pela lambisgoia da sua mãe.

– Não ofenda a minha mãe! - gritou a plenos pulmões.

– Eu ofendo a quem ofende a minha! - Rebati no mesmo tom.

– Imbecil bastarda!

O sangue que antes estava quente nas veias pareceu ferver. Minha vontade era virar a mão na cara dela, mas em vez disso preferi pegar o copo de suco que estava em cima da mesa e despejei todo o conteúdo em cima de seus cabelos. Ela pareceu perder o ar de tão histérica que ficou. Johnny tentava segurar o riso, mas quando olhou pra mim não aguentou e explodiu em uma gargalhada. Sei que não deveria ter feito aquilo, mas já era tarde demais, eu já havia feito. Novamente me despedi do meu irmão e de Anna e fui embora.

Depois que saí da casa do meu pai, estava praticamente certa de ir até o celeiro. Queria ver Pegasus e Kirk, e assim aproveitaria para espairecer um pouco antes de ir para casa. Mas enquanto caminhava pelas ruas da cidade, notei que algumas pessoas cochichavam entre si. Não teria dado a mínima para isso, se não fosse o fato de ouvir mais de uma vez o nome de Mike. Aquilo chamou minha atenção, e como quem não quer nada, sentei-me em um dos bancos da praça. Duas velhas conversavam atrás de mim, e diziam que ela havia voltado. Quem seria ela, e por quê Mike estaria envolvido? Eram perguntas que não paravam de fervilhar em minha mente.


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Notas finais do capítulo

E ai, fazem alguma ideia de quem seja essa pessoa misteriosa???
Nos vemos no próximo capítulo
Beijinhos!!



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