Ellsworth - Uma nova Chance escrita por 1FutureWriter


Capítulo 13
Cuidando do Mike


Notas iniciais do capítulo

Olá amores tudo bem?
Eu to gostando muito do retorno dessa história, e fico realmente feliz quando faço vocês felizes! S2
O capítulo não sairia hoje, mas graças a minha querida e foufa, sim foufa com 'U" Nathyta, ele está ai pra vocês!
Vou dedicá-lo para Guess Fever pela primeira recomendação nessa história. S2 Eu adorei!!!
Beijinhos e enjoy it!



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Cinco dias se passaram desde a minha conversa com Carlla no Taylor's. Nos outros dias nos encontramos novamente, porém não entramos mais no assunto. Acho que nenhuma das duas queria ouvir de novo as mesmas coisas.

Em casa o clima não era dos melhores. Audrey me evitava sempre que podia, e não fazia a mínima questão de esconder que me odiava. Johnny estava muito ocupado estudando para as provas, e quando tinha um tempo livre, sempre estava com Alanis. Os dois andavam mais grudados do que nunca. Papai era sempre muito ocupado. Vivia resolvendo os assuntos da prefeitura. Jenny mal me dirigia a palavra. Mas eu não a culpo, faria o mesmo se estivesse no lugar dela.

O que aliviava um pouco o clima ruim era a companhia de Anna. A velha senhora me tratava como uma filha. Certo dia ela foi até o meu quarto somente para saber como eu estava me sentindo, e eu acabei me surpreendendo por ela ter a mesma paixão por livros que eu. Eu estava lendo Harry Potter – minha saga preferida – quando ela começou a contar que lia para os netos, antes de eles voltarem a morar em outra cidade.

– Você gosta de Harry Potter? - perguntei totalmente surpresa.

– E por que nao gostaria? É uma historia espetacular. E não pense que só porque tenho essa idade e essa cara velha que não leio livros para jovens.

– Anna você não é velha em nada, muito menos na cara!

– Eu sei, disse apenas para que lembrasse que você sim está parecendo uma velha de cem anos. Pensa que não lhe vejo chegar? Menina vá viver a vida, e esqueça as coisas com a sua irmã. Você é nova demais para se prender a tantos problemas.

O comentário de Anna me fez sorrir com vontade pela primeira vez em todos esses dias.

Dei-lhe um beijo na bochecha, troquei a roupa e saí em direção à rua.

Estava tão distraída mandando um sms para Carlla no celular que não vi que tinha uma pessoa na minha frente, e acabei esbarrando sem querer. Somente então vi que era o Jason.

Ele me olhava bobamente, como se esperasse que aquilo tivesse acontecido.

– Eu precisava mesmo falar com você! - ele falou animadamente. Não sei por qual motivo, mas aquela cara de felicidade que ele mantinha no rosto acabou fazendo um frio subir à minha espinha.

– Pode falar. - disse apenas.

Ele me levou até o canto da rua, respirou profundamente como se tivesse tomando coragem e começou a falar.

– Eu vou terminar com a Audrey. - acho realmente que ele esperava me ver soltando fogos de artifício, e como eu simplesmente não esbocei reação, ele continuou. - Você não vai falar nada?

– E o que eu teria pra falar?

– Bem, eu estou terminando com ela por sua causa. Haley eu quero ficar com você!

– Olha Jason, eu já disse uma vez, e vou repetir. Os seus problemas com a minha irmã não me dizem respeito. Você quer terminar com ela, mas não sabe como fazer, então está me usando como uma desculpa, uma simples válvula de escape.

– Isso não é verdade. Eu concordo que levei muito tempo pra cair na real a respeito da sua irmã, e foi necessário você entrar na minha vida para que a minha ficha caísse, mas não estou lhe usando, eu realmente quero ficar com você. - ele tentou acariciar meu rosto, mas automaticamente eu esquivei.

– Faça o que quiser, com tanto que, me deixe fora disso. - eu o deixei ali, e continuei andando até o único ponto de diversão da cidade: o Taylor's.

Sentei-me em um dos bancos que ficam colados no balcão, esperando que Carlla chegasse logo. Olhei em volta, e haviam apenas uns homens já velhos jogando pôquer.

Atendendo no balcão estava alguém que eu não conhecia. Um garoto que não devia ter mais de dezoito anos.

– Você é novo aqui? - perguntei a ele.

– Na verdade não. Sou filho do dono. - ele respondeu educado.

– E o que o filho do dono faz na função de atendente?

– É que o cara que é o gerente está doente, então estou aqui dando uma força.

– Doente? Quem é o gerente daqui?

– O Mike.

– E o que ele tem? - tornei a perguntar, deixando transparecer minha ansiedade.

– Bem, na verdade eu não sei direito, só sei que ele não aparece aqui há uns cinco dias.

Como Carlla ainda não tinha chegado, eu saí do Taylor's e fui em direção ao trailer que ele morava. Não ficava muito longe, mas eu demorei um pouco até lembrar o caminho correto.

Me enganei ao pensar que era perto. Andando parecia um caminho sem fim. Quando cheguei, lá estava o lago, e o trailer, mas a coragem parecia não habitar mais ao meu corpo. Fiquei pelo menos uns quinze minutos somente olhando em direção ao sol, nossa, como aquela visão era bonita. Somente então me dei conta que ali em volta não havia nenhuma casa. Talvez por isso ele tenha escolhido morar aqui. Sou uma idiota por não ter percebido isso antes.

O lugar parecia totalmente deserto, e se eu não tivesse certeza que ele estaria ali, na certa teria ido embora.

Bati na porta algumas vezes, e a única coisa que ouvi foi Mike me dizendo para ir embora.

– Eu não vou embora até que me diga o que está acontecendo, e vou continuar batendo na porta até que você a abra. - gritei do lado de fora. Silêncio, total e absoluto silêncio por uns dois minutos, até que um ruído na tranca da porta foi ouvido.

Ele não abriu-a por completo, mas apenas o necessário para que sua cabeça fosse vista por mim. Ele realmente parecia doente. Seu rosto estava avermelhado, e umas gotas de suor começavam a brotar em sua testa.

– O que quer aqui, NI? - ele perguntou apoiando-se na porta.

– Quero saber como está. Soube que não aparece há cinco dias.

– Eu estou...- ele deu uma pausa, e um longo suspiro, o que foi o suficiente para que confirmasse o que eu já sabia. - estou bem.

Enpurrei a porta com uma das mãos. Ele até tentou medir forças comigo, mas no estado em que se encontrava, não estava conseguindo sequer ficar de pé.

– Isso é invasão de privacidade! - ele disse turrão.

Um cobertor era o que o aquecia. Coloquei a palma da mão em sua testa e vi que estava queimando em febre.

– Mike, você precisa de um banho. Está ardendo em febre.

– Já disse que estou bem.

– Deixa de ser teimoso pelo menos uma vez. Vim aqui pra lhe ajudar.

Depois de esquivar-se quando eu fui em direção a ele para tirar o cobertor, foi que me lembrei do ferro que estava enferrujado.

– Você foi ao médico como eu havia pedido? - ele me olhou como uma criança que faz uma arte depois que a mãe a coloca de castigo. - Mike eu não acredito que você não cuidou desse corte!

– Eu cuidei, ta legal!

– É mesmo? - perguntei já com a voz alterada, e as mãos na cintura. Pela primeira vez, eu o vi baixar os ombros, rendido.

– Cuidei...do meu jeito, mas cuidei. - saiu como um sussurro.

– Me deixa ver. - pedi, e ele esquivou novamente. - me deixa ver Mike!

Ele então tirou o cobertor, e levantou a blusa. O corte estava inflamado, muito inflamado. Não houve conversa, eu exigi que ele tomasse um banho e enquanto ele o fazia, eu troquei as roupas de cama.

O trailer que eu pensava ser minúsculo, até que era aconchegante, mas é claro, que somente para uma pessoa.

Ele estava demorando, mas quando resolveu aparecer, estava enrolado somente na toalha.

– Pronto madame, estou de banho tomado. - falou debochado. - acho que vou até o Taylor's comer um hambúrguer daqueles bem grande pra poder matar a fome que eu estou.

– Hambúrguer, ficou louco? - o sorriso que ele mantinha no rosto foi murchando. - Com esse corte inflamado você não pode nem chegar perto desse tipo de comida.

– E o que eu vou comer?

– Sopa!

– Quê? Sopa? Não, não, não, negativo. Eu não vou deixar de comer meu hambúrguer pra tomar sopa!

Tenho certeza que ele entendeu bem o meu olhar de desaprovação

– Ouça bem, ouça muito bem. Já que o senhor resolveu ignorar todos os meus pedidos para ir ao médico quando fez esse corte, então agora vai fazer o que eu estou mandando! Você vai tratar de colocar uma roupa, deitar na sua cama, enquanto eu faço a comida, e depois que jantar, eu farei um novo curativo te dar um remédio, e se até amanhã não melhorar, você vai ao médico. Que fique claro que isso não é um pedido. – ele parecia meio espantado pelo tom autoritário que eu usei.

Com os braços cruzados e a cara amarrada, ele fez tudo conforme eu havia falado, como uma boa criança obediente que era...quando queria. Ficou lá deitado olhando na minha direção, enquanto eu escolhia os ingredientes que haviam no trailer para eu fazer a sopa.

Enquanto cozinhava, eu peguei as chaves da caminhonete e fui até o centro da cidade comprar um anti-inflamatório.

A sopa já estava quase no ponto quando cheguei. Dei-lhe o remédio.

– Porque está fazendo isso por mim? - perguntou receoso.

– Por que é teimoso demais para se cuidar sozinho. Prefere morrer a ter alguém cuidando de você.

– É que...é só que....ninguém nunca fez isso por mim. Estou acostumado a me virar sozinho desde sempre.

– Não conheceu muitas pessoas decentes então. - ambos sorrimos. - Eu acho... que a sopa está pronta.

Enquanto ele terminava de comer, eu arrumava a pequena bagunça que eu tinha feito.

– Pra quem disse que não tomaria sopa, até que comeu bastante.

Com seu sorrisinho sarcástico ele afirmou com a cabeça.

– Estava com fome. – respondeu simplesmente.

– Sei. Se ajeita para eu fazer o curativo.

Ele se aconchegou melhor na cama, e sem questionar deixou que eu cuidasse do ferimento, estava realmente muito feio, e eu demorei o debro de tempo até limpar tudo.

– Obrigado. - ele disse assim que eu terminei.

– Não precisa agradecer, afinal você faria isso por mim também, não é? - ele sorriu novamente, e assentiu com a cabeça. - Bem eu preciso ir.

Fui embora somente depois de Mike prometer que iria ao médico no dia seguinte, caso o corte não tivesse melhorado.


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Notas finais do capítulo

Será que o coração do caipira está começando a amolecer???
Quem sabe né hehe
Nos vemos no próximo capítulo.
Beijinhos!!



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