Quando Um Pesadelo se Torna Real escrita por Pat Black


Capítulo 3
Incursão


Notas iniciais do capítulo

Diálogo com um anjo.



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IIIncursão

 

 

Quando o nome escapou de seus lábios Lia se envergou diante da dor. Não aquela dor que sempre acompanhava uma de suas tentativas de contar algo sobre a história na qual loucamente estava presa... Sentiu mas como se uma mão agarrasse seus pulmões e o comprimisse... e esta dor estava sendo produzida por Castiel.

 

Por um momento imaginou que nada do que Sam e Dean lhe fizeram a machucara realmente, apesar da sensação de dormência que começara a sentir no ombro onde o tiro da Colt lhe acertou desde que acordara ali... Na verdade desde que chegara ao inferno experimentara tudo em escala maior. Tinha mais sede, mais fome, mais dor, mais fadiga, mais, mais, mais tudo... Tudo ali era dez vezes pior e um pouco mais.

 

Agora tinha diante de si um ser extremamente poderoso lhe comprimindo os pulmões como se este fosse feito de gelatina.

 

- Como me conhece? – a pergunta ressoou em seu cérebro numa voz urgente. claro que só pela reposta começar a tomar forma em seu cérebro foi acometida por outro tipo de dor que a fez gritar em agonia.

 

- Não sou demônio e não sou uma condenada. – Lia respondeu com a mente para ganhar tempo.

 

- Claro que não é. Não há lágrimas no Inferno. Só dor, raiva, ódio... Mas vi quando chorou. – Castiel retrucou – Você é algo que desconheço e isso no momento é um perigo.

 

- Não sou sua inimiga.

 

- Não? Todos que estão nesse lugar são nossos inimigos.

 

- Nem todos. Eu não sou e certamente que o... – Lia encarou Castiel - e certamente o Dean não é.

 

- O que sabe sobre Dean Winchester?

 

- Que todo esse show de fogos de artifício ao nosso redor é para resgatá-lo. Que eu desejo do fundo do coração que vocês façam isso logo. E principalmente que você está aqui perdendo tempo me interrogando quando deveria estar terminando sua missão.

 

- Você sabe onde ele estar?

 

- E você acreditará em algo que eu disser?

 

- Apesar de ser uma incógnita, você é a criatura mais indefesa e fraca que encontrei neste lugar até agora...

 

- Obrigada, humilhada por um anjo, ganhei meu dia,

 

- Eu poderia reduzi-la a pó e acredito que não desejará que eu o faça... Sendo assim, posso cogitar, com alguma certeza que você dirá a verdade.

 

Com o anjo pairando sobre o seu corpo enquanto de joelhos tentava respirar Lia observou o espaço à distância onde à escuridão era mais intensa. Algo ali a atraia como um imã.

 

-Eu sou uma idiota! - foi que ela murmurou para si mesma, arregalando um pouco os olhos.

 

Só havia algo no Inferno que poderia lhe atrair, e esse algo tinha mais de um metro e oitenta, loiro, olhos verdes e sardas no nariz. – Dean!

 

Castiel leu seus pensamentos. Sem nem mesmo se mover, pelo menos não que Lia pudesse perceber, seu corpo dera meia volta e observava “Darkland”.

 

- Como tem certeza?

 

- Sinto ele! – Ela respondeu num fio de voz.

 

Castiel girou um pouco a cabeça fixando seu olhar em Lia. Sua forma indefinida e fosforescente não permitindo ler sua expressão. Em um segundo ele se aproximou da jovem e sem que esta esperasse ergueu o dedo indicador e a tocou na têmpora esquerda.

 

Lia quis fugir ao contato, mas foi impossível. Sabia que seria quente e que ficaria uma marca... Não se enganou.

 

Logo depois ele alçou vôo e praticamente todos os sons e cores se amplificaram com a sua partida. E Lia imaginou que ele havia criado algum tipo de barreira protetora durante o tempo em que a analisara.

 

Devagar se ergueu estupefata observando mais de uma centena de pontos luminosos se deslocarem ao seu redor e rumarem na direção que indicara a Castiel.

 

Suspirou, não havia escolha, se quisesse sair dali teria que ter ajuda. Agarrar no pé de Dean enquanto Castiel o arrebatava parecia ser a única saída possível.

 

Pensando no ilógico daquela situação, (afinal o que iria fazer correndo em direção ao covil dos demônios num mundo governado por eles?) começou a caminhar na esteira dos anjos.

 

A cada passo dado se sentia pior... Mais suja, desanimada e alquebrada.

 

Não dá para descrever corretamente como aquele lugar se comportava. Um ponto parecia próximo, mas estava há milhas de distância e algo que aparentemente estava distante, de repente estava ali na sua cara.

 

Fo nessa loucura, que Lia se viu caindo. Literalmente! Seu corpo batendo duas vezes contra algo quente e sólido no qual se agarrou.

 

Correntes... Cortando o ar em todas as direções... E gritos de dor, de súplica, horríveis e angustiantes.

 

Ânsia de vômito, forte e incontrolável, Lia sentiu diante da imagem de vários corpos presos aos ganchos, em cada direção que olhasse... Não vomitou, porém... Respirou fundo para criar coragem, olhando ao redor em busca de uma saída. Um brilho vermelho oito metros abaixo chamou sua atenção.

 

Fechou os olhos em súplica de ajuda e coragem. Resignada começou uma lenta e penosa descida pelas correntes do inferno.


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