Quando Um Pesadelo se Torna Real escrita por Pat Black


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Quando o retorno a realidade não é real.



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Introdução

 

 

A voz profunda ainda ecoava em seu coração, podia escutá-lo claramente, mas a idéia de estar em casa era ainda melhor.

 

Ergueu-se do sofá e olhou ao redor ainda desnorteada, sorrindo. Devagar seu sorriso foi morrendo. Algo estava definitivamente muito errado. A TV chiando no silêncio ao seu redor lhe deu calafrios e a súbita certeza de que ali não era seu lar foi tão forte que sentiu vertigens e teve que lutar para se manter em pé.

 

Quando a certeza se tornou contundente, real, algo se rompeu e tudo ao redor piscou, tremulou e se desfez bem diante de seus olhos, como papel queimado... Cinzas sendo levadas pelo vento.

 

As cores ao seu redor entre o negro, laranja e vermelho, um vermelho sangue, eram tão intensas que teve que fechar os olhos e ainda cobri-los com as mãos para evitar a dor, ou melhor, evitar que a dor se tornasse insuportável.

 

Levou um tempo demasiadamente longo para ter coragem de abri-los novamente e encarar o estranho ambiente onde estava. O que viu foi um imenso vazio. Tudo ao seu redor era um gigantesco nada estranhamente sufocante. Aquela cor quente que abrangia tudo até perder de vista parecia lhe dar a sensação contrária de se estar em local aberto... Parecia mais que alguém lhe confinara em um lugar apertado, quente e horripilante.

 

Seus pés descalços ardiam em contato com o chão que estava ali e não estava ao mesmo tempo.

 

- Agora sim estou realmente fudida! – murmurou pensando onde poderia estar, e melhor, como sair dali. – Sam para onde o seu maldito ritual me mandou?

 

Dando uma volta sobre o próprio corpo parou ao observar à distância raios riscarem o que chamaria de céu, apesar de não ser. As luzes naquele ponto específico eram mais intensas, e a cada segundo novos raios riscavam o “horizonte”.

 

Se achasse estar no mundo normal pensaria que uma tempestade estava castigando a região, mas teve certeza que não era isso... Não saberia dizer como, mais aqueles relâmpagos não era algo natural.

 

Sentiu-se uma idiota parada ali abraçando o próprio corpo, com medo. Certo que ficar com medo em um lugar tão apavorante na era vergonhoso, mas merda, não poderia passar a eternidade parada ali sem fazer nada.

 

Olhou para as luzes riscando o “céu” a sua esquerda e começou a caminhar em direção contrária, toda a sua lógica gritando para evitar aquela área. Não andou mais que dois passos. Uma percepção forte lhe impediu e de olhos arregalados virou-se para um ponto além, mas ainda próximo da “tempestade”, onde uma profunda escuridão se destacava.

 

- Ali – constatou para si mesma.

 

Mesmo saindo da parte mais lógica da sua mente, e escapado de sua boca, a palavra não tinha um significado claro. Só tinha certeza de uma coisa, e essa fé absoluta foi o que a fez caminhar na direção do que sabia ser o perigo, algo ali era mais importante do que descobrir o porquê, o como e quem a trouxera aquele estranho local.

 

- Droga, eu nunca vou me acostumar com isso.

 

Sentindo mais medo do que queria admitir para si mesma Lia começou uma lenta e penosa caminhada em direção ao que passou a chamar de “Darkland” vizinhança de “Stormtown”.


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